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A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) questionaram no Supremo Tribunal Federal (STF) o Programa Remessa Conforme, do Ministério da Fazenda, que zerou a alíquota do Imposto de Importação sobre compras internacionais de até US$ 50.

A ação, que tem pedido de liminar para suspender a decisão da Fazenda, foi distribuída à ministra Cármen Lúcia.

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As entidades argumentam que a Fazenda não tem competência para alterar a alíquota do imposto e que a medida fere a isonomia tributária.

Afirmam, ainda, que a exceção prevista para as remessas internacionais entre pessoas físicas que não excedam US$ 50 tem gerado "ostensiva e generalizada fraude tributária".

A varejista de origem chinesa Shein foi certificada como participante do Programa Remessa Conforme na última quinta-feira, 14, mas ainda não mostra em suas plataformas a discriminação dos impostos cobrados, exigência para a efetiva aplicação dos benefícios do programa.

O Remessa Conforme prevê a isenção da alíquota de imposto de importação para compras de até US$ 50 (cerca de R$ 243) nas empresas participantes, que terão de cobrar os tributos de forma antecipada. Para as compras acima de US$ 50, o imposto incidente tem alíquota de 60%. A isenção não se estende ao ICMS cobrado pelos Estados, que tem alíquota uniforme de 17%, conforme definição do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

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Segundo a Receita Federal, a aplicação dos benefícios do programa depende, além da certificação, também da adequação dos sites das empresas às exigências do programa, que incluem informar o comprador de que a mercadoria será importada e está sujeita à tributação e discriminar os valores dos impostos cobrados na hora da compra.

No site da Receita, a situação da página da internet da Shein em relação ao Remessa Conforme aparece como "em implantação". Procurada, a Shein afirmou que "vem trabalhando arduamente nas alterações que se fazem necessárias, tanto no site quanto no app, e tem a expectativa de ter tudo operando nos próximos dias". A empresa não informou uma data para a adequação estar completa.

A empresa também informou que "vê o programa com bons olhos", que estará em diálogo constante com o governo para contribuir com o aprimoramento do programa e que vai continuar trabalhando para "fortalecer o setor de e-commerce no País e zelar pelos interesses dos consumidores brasileiros".

O Remessa Conforme estabelece tratamento aduaneiro mais célere e econômico para empresas de e-commerce porque, com o pagamento dos impostos feito de forma antecipada, a liberação das encomendas pode ocorrer antes mesmo da chegada ao País. Em contrapartida, a Receita intensificou a fiscalização sobre os demais volumes.

Além da Shein, AliExpress e Sinerlog já aderiram ao programa. Com a inclusão da Shein, segundo a Receita Federal, o grupo de empresas habilitadas no programa representa cerca de 67% do total de remessas enviadas ao Brasil de janeiro a julho de 2023, que totalizaram cerca de 123 milhões de volumes.

A governadora Raquel Lyra (PSDB) assinou, nesta quinta-feira (10), as propostas de reduzir para 2,4% o valor da alíquota do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), isentar mototaxistas e veículos destinados a transporte escolar do pagamento do tributo, e ampliar o parcelamento do imposto e de multas atrasadas. O documento faz parte de um pacote de justiça fiscal denominado Descomplica PE, programa de simplificação tributária do estado. 

“Estamos propondo a redução da alíquota do IPVA a partir de 2024, que agora poderá ser a menor do Nordeste. Na prática, é uma redução de pelo menos 20% no valor do imposto. Esse é um dos compromissos que assumimos antes mesmo de começar o governo e vai representar alívio financeiro para o contribuinte, porque vai impactar positivamente no seu orçamento”, destacou a governadora. 

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O pacote também propõe a desburocratização da isenção ou redução da base de cálculo do IPVA para pessoas com deficiência. O governo calcula que a redução do IPVA pode beneficiar 3,1 milhões de veículos. O texto deverá ser enviado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nos próximos dias para análise e votação. 

Entenda o programa 

Segundo o texto, a alíquota reduzida para 2,4% vale tanto para quem pagava 4% (veículos de potência acima de 180 CV), quanto os automóveis em geral, que pagavam 3% de alíquota.  

De acordo com a proposta, além da redução do IPVA, o Descomplica PE também vai diminuir o valor da multa por atraso. O contribuinte em atraso terá uma multa moratória de 0,25% do valor do imposto, por dia de atraso, tendo por limite máximo 15%. O parcelamento, por sua vez, será estendido de dez para 60 vezes. 

O programa ainda prevê a isenção do pagamento do imposto para mototaxistas, que deve alcançar cerca de 22 mil veículos. 

 

Representantes do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) dizem ter sido pegos de surpresa pela portaria do Ministério da Fazenda, publicada na semana passada, que zerou a alíquota de importação para compras no exterior de até US$ 50. Segundo o presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho, o setor será prejudicado com a medida.

Um grupo do IDV se reuniu no sábado com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy. "Não queremos redução de impostos. Queremos mais isonomia."

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O presidente da Petz, Sérgio Zimerman, que também participou da reunião, disse que o setor trabalha há três anos contra o que considera uma "ilegalidade". Segundo ele, não é justo o varejo brasileiro pagar mais imposto do que quem vem de fora do País. "Não podemos ter medidas que beneficiem apenas quem vem de fora. Saímos daqui otimistas, mas com moderação."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A decisão da Câmara de mudar a base de cálculo das perdas com a fixação de um teto de 17% para o ICMS - que seriam compensadas a partir do acionamento de um "gatilho" - pode significar, na avaliação dos Estados, nenhum centavo de repasse.

A mudança das alíquotas do ICMS e a compensação dos Estados estão previstas em projeto aprovado nesta semana no Congresso, e que vai agora para sanção do presidente Jair Bolsonaro. A alteração do tributo vale para combustíveis, energia elétrica, transporte público e telecomunicações - itens que têm apresentado grande alta de preços, gerando preocupação entre os articuladores da campanha à reeleição de Bolsonaro.

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Depois de pressão dos secretários de Fazenda dos Estados, o Senado definiu que o gatilho para o governo federal compensar os Estados seria acionado quando houvesse queda real superior a 5% somente na arrecadação com combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte público. Por esse modelo, os Estados estimavam recuperar cerca de 80% das perdas. Além disso, os valores da compensação seriam corrigidos pelo IPCA, o indicador oficial de inflação.

Essa base de cálculo, porém, caiu quando o texto voltou para ser examinado na Câmara dos Deputados. Em votação concluída ontem, os deputados retomaram o projeto original, sem considerar as mudanças feitas pelos senadores. Agora, o gatilho está definido para disparar com a perda para todo o ICMS, e sem qualquer correção pela inflação.

O que deve acontecer, segundo avaliação dos Estados, é que o crescimento nominal das receitas com a tributação de outros setores (influenciado pela alta inflação) deve anular a queda de arrecadação com os quatro itens que terão o ICMS reduzido.

Cálculos obtidos pelo Estadão apontam que a fórmula que havia sido definida pelo Senado garantiria cerca de R$ 33 bilhões de compensação até o fim do ano, de um total de R$ 41 bilhões em perdas (valor que chegaria a R$ 82,6 bilhões no acumulado de 12 meses). Isso sem considerar o impacto no diesel. Para esse produto, o governo promete compensar a desoneração a zero por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso com custo de quase R$ 30 bilhões.

Durante as negociações no Senado, os Estados manifestaram ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), receio de que as mudanças negociadas acabassem não prevalecendo na Câmara - comandada por Arthur Lira (Progressistas-AL), principal aliado do governo - ou mais tarde fossem vetadas por Bolsonaro. Eles receberam uma sinalização política de que, caso o presidente vetasse os pontos centrais, o veto seria derrubado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro decidiu aumentar a alíquota de IOF sobre operações de crédito para empresas e pessoas físicas entre 20 de setembro a 31 de dezembro de 2021. O comunicado do governo, no entanto, não informa quais serão as novas alíquotas. O Estadão apurou que as novas alíquotas diárias são as seguintes:

Pessoas jurídica: subirá de 0,0041% para 0,00559%;

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Pessoas físicas: de 0,0082% para 0,01118%.

O único detalhe do comunicado do governo é que a arrecadação adicional é calculada em R$ 2,14 bilhões e ajudará a bancar a ampliação do Bolsa Família, rebatizada de Auxílio Brasil. A receita obtida com o aumento do IOF servirá neste ano como compensação pelo aumento no valor do novo programa (que deve ser de R$ 300 em média), programado pelo governo para entrar em vigor ainda em 2021 (em novembro e dezembro).

Trata-se de uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A regra prevê que uma medida de aumento permanente de despesa (como a ampliação do novo Bolsa Família) precisa vir acompanhada de uma fonte de custeio, isto é, uma receita capaz de financiar o gasto.

"A referida medida irá gerar um aumento de arrecadação estimado em R$ 2,14 bilhões. Esse valor permitirá a ampliação do valor destinado ao programa social Auxílio Brasil, cujo novo valor entrará em vigor ainda no ano de 2021. A medida irá beneficiar diretamente cerca de 17 milhões de famílias e é destinada a mitigar parte dos efeitos econômicos danosos causados pela pandemia", diz o comunicado.

Segundo o governo, a alteração do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também permitirá o aumento da cota de importação de bens destinados à ciência e tecnologia. Essa medida, de acordo com a Secretaria-Geral, viabilizará a continuidade de diversas pesquisas científicas e tecnológicas em curso no País.

"A medida viabilizará, em especial, os projetos de pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas para coronavírus em andamento na Fiocruz e no instituto Butantã, os quais, hoje, são os maiores beneficiários deste regime fiscal", afirma a nota.

O aumento do IOF também permitirá zerar a alíquota de PIS/Cofins que incide hoje sobre a importação de milho. O governo espera que isso tenha "efeitos positivos sobre o custo da alimentação". O milho é um insumo importante na cadeia de produção de alimento, servindo como ração para animais e também na produção de outros itens da indústria. A inflação de alimentos, por sua vez, está pressionada e contribui para levar o IPCA à alta de 9,68% registrada em 12 meses até agosto.

Por se tratar de decreto, as mudanças do IOF entram em vigor de imediato e não dependem de aprovação do Congresso Nacional.

Já o efetivo aumento do Auxílio Brasil dependerá de medida legislativa própria. A alteração da cota de importação dos bens de ciência e tecnologia e na alíquota sobre a importação do milho serão implementadas diretamente pelos órgãos do Ministério da Economia.

O IOF é um dos mais abrangentes impostos federais. Previsto na Constituição, o IOF contempla sob um mesmo guarda-chuva impostos relacionados a áreas como câmbio, crédito e seguros, por exemplo.

O imposto incide também sobre as operações de títulos e valores imobiliários, sendo que ele apenas pode ser cobrado no caso de transação entre duas empresas ou entre uma empresa e uma pessoa física. Caso contrário, não é necessário que a alíquota seja recolhida.

Para enfrentar as resistências dos grandes empresários ao projeto de reforma tributária, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou que o governo deve acelerar a queda do Imposto de Renda das empresas em 2022. Mas Guedes não quer abrir mão da volta da taxação na distribuição de lucros e dividendos com uma alíquota de 20%, segundo apurou o Estadão.

Pela proposta do governo, a alíquota do IRPJ cairia cinco pontos porcentuais - de 25% para 20% - em dois anos. Guedes já antecipa que a queda pode ocorrer de uma vez só no ano que vem. A interlocutores, ele admitiu que, se a recuperação da arrecadação ao longo do ano que vem for ainda maior, a alíquota poderá ter uma queda adicional de 2,5 pontos porcentuais - chegando a 7,5 pontos.

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A proposta de reformulação do IR foi apresentada na sexta-feira, 25, ao Congresso Nacional e, desde então, o governo vem sofrendo uma enxurrada de críticas do mercado financeiro e das grandes empresas que distribuem dividendos. A redução da alíquota do IRPJ foi considerada baixa por representantes do setor produtivo para fazer frente à taxação de lucros e dividendos. Empresários disseram ao ministro que queriam uma alíquota de lucros e dividendos na mesma proporção da queda do IRPJ.

A pressão chegou com força ao Congresso. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já admitiu a possibilidade de redução para 15%. Há uma movimentação para que o projeto seja aprovado antes do recesso parlamentar de julho, o que deixou preocupados representantes das grandes empresas pelo conteúdo polêmico.

Ao Estadão, o relator da reforma do IR, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), admitiu essa possibilidade. Ele quer ainda conversar com líderes dos partidos e com o governo para definir qual será o porcentual da taxa cobrada sobre lucros e dividendos. "Já houve essa manifestação de alguns deputados para se discutir melhor isso, mas essa alíquota ainda não está definida, não está fechado", disse Sabino. Guedes tem repetido que a direção da reforma é neutra, sem aumento de imposto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, nesta segunda-feira (14), a resolução do governo Bolsonaro que previa imposto zero sobre revólveres e pistolas importados a partir de 1° de janeiro de 2021. A medida foi publicada no Diário Oficial da União, na última quarta (9), e foi questionada na Corte pelo PSB, que considera a redução da alíquota um 'patente retrocesso' na segurança da população.

Na mesma decisão, Fachin encaminha a liminar para discussão no plenário virtual do STF, ferramenta na qual os ministros depositam seus votos.

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A resolução que reduziu a alíquota de importação foi assinada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior, secretaria vinculada ao Ministério da Economia, de Paulo Guedes, e se trata de mais uma norma que busca flexibilizar o acesso a armas - promessa de campanha de Bolsonaro e bandeira do governo. Hoje o imposto é fixado em 20%.

Para Fachin, o 'imposto zero' tem potencial de prejudicar o mercado bélico nacional, visto que as armas estrangeiras se tornam mais baratas e atrativas, reduzindo a competitividade local. O ministro destacou que a indústria de armas brasileira já enfrenta 'desafios' sem precisar de um novo revés.

"Há significativo risco, portanto, de que ocorra desindustrialização, no Brasil, de um setor estratégico para o País no comércio internacional", frisou o ministro. "Neste momento altamente sensível para a retomada econômica, consideradas as sequelas do coronavírus sobre o conjunto das atividades produtivas do País, a inviabilização de relevante setor industrial deve ser vista com especial atenção".

O ministro também pontuou que está 'pouco evidente' tanto a finalidade da medida buscada pelo governo ao reduzir os impostos sobre armas importadas, e por isso 'há razões para entender que seus objetivos podem não se coadunar com os mecanismos de legitimação constitucional e a diligência devida'.

A norma integra o rol de medidas do governo para tornar flexibilizar o acesso às armas no País, uma das bandeiras da gestão Bolsonaro. Em junho, o Estadão mostrou que lobistas e empresários de armas e munições têm presença assídua nos gabinetes do governo de Bolsonaro - de janeiro a abril deste ano foram ao menos 73 audiências e reuniões com representantes do setor. O Instituto Sou da Paz já listou ao menos 20 atos normativos que facilitaram o acesso a armas e munições.

Bolsonaro já defendeu em reunião ministerial a ideia de 'armar a população' para evitar uma 'ditadura', ao se referir a decretos estaduais e municipais que contradiziam o presidente no combate ao novo coronavírus. "Eu quero todo mundo armado! Que o povo armado jamais será escravizado", disse, no vídeo que foi tornado público pelo STF.

Fachin frisou em decisão que não há um 'direito irrestrito ao acesso às armas', e que cabe ao Estado garantir a segurança da população, e não o cidadão individual.

"O direito de comprar uma arma, caso eventualmente o Estado opte por concedê-lo, somente alcança hipóteses excepcionais, naturalmente limitadas pelas obrigações que o Estado tem de proteger a vida", apontou. "Incumbe ao Estado diminuir a necessidade de se ter armas de fogo por meio de políticas de segurança pública que sejam promovidas por policiais comprometidos e treinados para proteger a vida e o Estado de Direito. A segurança pública é direito do cidadão e dever do Estado".

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) zerou a alíquota do imposto de importação de revólveres e pistolas, que era de 20%. A mudança, publicada nesta quarta-feira (9), no Diário Oficial da União, vale a partir de 1.º de janeiro. Praticantes de tiro e colecionadores dizem que a medida deve reduzir o preço dos armamentos, embora beneficie, principalmente, grandes importadores. ONGs que atuam na área de segurança pública questionam se isso é prioridade neste momento, e parlamentares de oposição tentam revogar a medida.

A flexibilização de regras que facilitem a posse e o porte de armas no País é uma das bandeiras de campanha do presidente Jair Bolsonaro. Em junho, o Estadão mostrou que lobistas e empresários de armas e munições têm presença assídua nos gabinetes do governo de Bolsonaro - de janeiro a abril deste ano foram ao menos 73 audiências e reuniões com representantes do setor. Nas redes sociais, o presidente afirmou que o governo zerou impostos de importação de "509 produtos", entre insumos usados para o combate à covid-19, equipamentos de energia solar e produção médica, e alimentos, como "arroz, soja e milho".

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Ao fazer essa comparação, o presidente "equipara as armas de fogo a tais produtos", segundo o Instituto Sou da Paz. "Não existe qualquer relação em isentar a importação de armas de fogo e o controle da pandemia. A flexibilização ao acesso a armas de fogo é apenas uma prioridade e um compromisso pessoal do presidente que em nada contribui para o enfrentamento da crise sanitária", afirmou a ONG, por nota. Segundo levantamento do instituto, desde janeiro de 2019, o governo publicou dez decretos e 13 portarias ligados à questão armamentista.

Presidente da Confederação Brasileira de Tiro Prático (CPTP), Demetrius Oliveira disse que a redução do imposto "vai melhorar um pouco" a prática do esporte. Segundo ele, a isenção beneficia principalmente grandes importadores, que adquirem armamento no exterior para revender a atletas de tiro e escolas de formação de segurança, por exemplo. De acordo com Oliveira, considerando apenas os impostos e a cotação do dólar, uma arma adquirida no exterior por US$ 300 chega ao Brasil custando R$ 4.570. Com a medida, esse valor cairia para R$ 3.600. "A indústria nacional não produz armas adequadas para competição, então a gente acaba precisando importar. (A medida) é um alívio, mas não o suprassumo", afirmou.

Crescimento

Mesmo antes de o governo federal zerar a alíquota de importação de revólveres e pistolas, a importação de armamentos por brasileiros vinha crescendo. De janeiro a novembro deste ano, a compra de armas e munições no exterior cresceu 26,5% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia. Neste período, foram gastos US$ 121,89 milhões com a importação de 3.971 toneladas deste tipo de produto. É o segundo maior valor da série histórica, que tem início em 2009. A maior parte das armas foi importada da França (30%), Áustria (19%), Estados Unidos (12%), Turquia (9,8%) e Itália (5,7%).

Por meio de nota, a fabricante de armas Taurus informou que sua operação no País não deverá sofrer impacto significativo por conta da medida, mas ressaltou que a alteração na alíquota irá acelerar investimentos fora do País, principalmente nos Estados Unidos e Índia. O mercado nacional é inferior a 15% de suas vendas, informou a companhia.

A oposição já se movimentou ontem para tentar sustar o decreto. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou projeto de decreto legislativo para revogar a medida, como mostrou a versão online da Coluna do Estadão. A deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) fez o mesmo na Câmara.

Entenda as mudanças

Número de armas - Em decreto de junho de 2019, o governo estabeleceu que atiradores podem ter 30 armas de fogo, caçadores podem ter 15.

Adolescentes - O texto autoriza a prática de tiro desportivo para menores de idade, entre 14 e 18 anos, desde que haja autorização dos responsáveis legais.

Potência - Regra ampliou a potência das armas que podem ser compradas por civis e liberou acesso a equipamentos antes restritos a policiais.

Exigências - O decreto estabelece que, para comprar armas, é preciso ter 25 anos, comprovação de idoneidade moral e inexistência de inquérito policial ou processo criminal, além de comprovação de aptidão psicológica e capacidade técnica.

MPF investiga Interferência

O Ministério Público Federal abriu dois procedimentos de investigação, em abril, para apurar se houve interferência do presidente Jair Bolsonaro no Exército Brasileiro e no Ministério da Justiça com objetivo de afrouxar as regras de acesso à armas e munições, como mostraram reportagens publicadas pelo Estadão.

O centro da investigação é medida tomada pelo Comando Logístico do Exército (Colog), em 17 de abril, que revogou três portarias publicadas entre março e abril sobre monitoramento de armas e munições.

Essas portarias estabeleciam o controle, rastreabilidade e identificação de armas e munições importadas e fabricadas pela indústria nacional, sob a finalidade de atividades esportivas, de colecionador e também para abastecer os quartéis.

Na avaliação dos procuradores, ao revogar as medidas, o governo facilitou o acesso do crime organizado a armas e munições desviadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu nesta quarta-feira (9) zerar a tarifa de importação do arroz, como antecipou o Estadão/Broadcast. O governo estabeleceu uma cota de 400 mil toneladas do produto até o fim do ano que pode entrar no País sem a taxa. De acordo com o órgão, o montante vale para o arroz com casca e o beneficiado. A medida começa a valer depois da sua publicação no Diário Oficial da União (DOU).

De acordo com fontes do Ministério da Agricultura, o total liberado é considerado suficiente para ajudar a conter a subida no preço do arroz no varejo e garantir que não faltará produto nas prateleiras. Neste ano, até agosto, o Brasil importou 45.087 toneladas de arroz com casca e 372.890 toneladas de arroz beneficiado (sem casca, parbolizado e polido).

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O produto tem pouca importação no Brasil - a ideia é justamente tirar a taxa para que aumente a compra enquanto os preços internos estão altos. A alíquota de importação de países de fora do Mercosul é de 12% para o arroz.

Começam a valer neste domingo, 1º de março, as novas alíquotas de contribuição à Previdência Social, aprovadas na reforma da Previdência do ano passado. No caso do INSS, as cobranças no contracheque passarão a ser de 7,5% a 14%, conforme a faixa de renda do trabalhador. Para os servidores federais que ainda podem se aposentar com benefício acima do teto do INSS (hoje em R$ 6.101,06), as alíquotas podem chegar a 22%, caso recebam alguma parcela acima do teto remuneratório de R$ 39 mil mensais.

A mudança nas alíquotas foi defendida pelo governo sob o mote de "quem ganha mais paga mais". O objetivo foi ampliar as cobranças sobre altos salários do funcionalismo e trazer alívio para quem ganha menos.

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Para quem ganha exatamente um salário mínimo (hoje em R$ 1.045), a alíquota anterior de 8% resultava numa contribuição mensal de R$ 83,60. Já a nova alíquota de 7,5% resultará em pagamento de R$ 78,38 mensais.

Na faixa entre R$ 1.045,01 e R$ 2.089,60, incidem 9%. De R$ 2.089,61 a R$ 3.134,40, o porcentual é de 12%. Na faixa de R$ 3.134,41 a R$ 6.101,06, a alíquota é de 14%.

Serviço público

Caso o trabalhador seja servidor público civil da União, é preciso saber primeiro se pertence ao regime antigo (que permite se aposentar com salários acima do teto do INSS) ou do novo (para quem ingressou a partir de 2013, quando foi instituído o regime de Previdência complementar dos servidores).

Quem estiver na ativa vai seguir uma tabela progressiva de 7,5% a 22%. Um salário de até R$ 1.045, por exemplo, terá alíquota de 7,5%. Já um salário acima de R$ 40.747,20 terá alíquota de 22%. (Equipe AE)

Uma Medida Provisória (MP) assinada nesta última segunda-feira (11), pelo presidente Jair Bolsonaro determina que as pessoas que recebem o seguro-desemprego terão que pagar 7,5% de alíquota de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O sistema que vigora hoje não cobra esse pagamento para quem perdeu o posto de trabalho. 

Essa determinação acontece porque as empresas que integrarem o "Programa Verde e Amarelo", anunciado pelo governo federal nesta última segunda-feira (11), terão a desoneração da folha de pagamento. Nesse regime, as empresas não terão que pagar mais a contribuição patronal de 20% para o INSS.

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Sem esse pagamento das empresas, os cofres públicos deixarão de ganhar R$ 10 bilhões nos próximos cinco anos. Com a cobrança do INSS para quem recebe o seguro-desemprego, o governo espera arrecadar R$ 12 bilhões. Sendo assim, os desempregados pagarão - de certa forma -para que as empresas integrem o "Verde e Amarelo" - e o governo lucra mais.

Rogério Marinho, secretário especial de Previdência e Trabalho, afirma que, "como contrapartida", essas pessoas terão esse tempo de contribuição contados para a aposentadoria. 

Além de não pagarem a contribuição patronal de 20%, as empresas que integrarem o projeto também não pagarão a contribuição ao sistema S e ao Incra, além de não terem mais que pagar o salário-educação. 

O "Programa Verde e Amarelo" poderá ser usado em até 20% das vagas da empresa. Os contratos que integrem essa iniciativa do governo poderão ser assinados até o dia 31 de dezembro de 2022, com validade de até 24 meses.

A partir de 1º de fevereiro de 2020, servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada com salários mais altos pagarão mais à Previdência Social. Já quem ganha até R$ 2,5 mil mensais terá um alívio em seus salários, já que a alíquota de contribuição ficará menor para essas faixas de renda com a aprovação da reforma da Previdência.

O governo conseguiu aprovar novas alíquotas progressivas para a Previdência, que vão de 7,5% a 14%. Em casos especiais, de servidores que ingressaram na carreira até 2013 e têm direito à aposentadoria com valor maior que o teto do INSS (hoje em R$ 5.839,45), elas continuam avançando até chegar a 22%. A cobrança será feita por faixa de renda, como já acontece no Imposto de Renda.

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Por trás da mudança, está o objetivo do governo federal de fazer com que "quem ganhe mais pague mais". Quem ganha apenas um salário mínimo (R$ 998), por exemplo, passará a pagar uma alíquota de 7,5%, em vez da atual de 8%. O governo estima que cerca de 20 milhões de trabalhadores serão beneficiados com essa medida.

Ao contrário das mudanças nas regras de aposentadoria e pensão, que passam a valer imediatamente após a promulgação do texto, a mudança nas alíquotas só entra em vigor 90 dias após a promulgação.

Nas regras atuais, as alíquotas do INSS variam de 8% até 11%. No serviço público, são de 11%.

Pela nova regra, as novas alíquotas no INSS e no setor público vão de 7,5% a 14% e serão cobradas progressivamente, por faixa de renda. Isso significa que todos serão tributados em 7,5% na parcela até um salário mínimo, em 9% na parcela entre um salário mínimo e R$ 2 mil, e assim sucessivamente.

No caso de servidores públicos federais, há algumas modalidades de aposentadoria que permitem benefício acima do teto do INSS. Nesses casos, as alíquotas avançarão ainda mais, chegando a 22% sobre a parcela que exceder o teto remuneratório de R$ 39 mil.

Quando apresentou a proposta de mudança nas alíquotas, o governo sofreu com a pressão de servidores, que acusavam a equipe econômica de "confisco" e ameaçavam ir à Justiça. Apesar disso, a reclamação não ressoou no Congresso, que aprovou a proposta sem alterações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Receita Federal avalia a possibilidade de propor a criação de uma nova faixa de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para os mais ricos - superior à atual alíquota máxima de 27,5%. Segundo o secretário da Receita, Jorge Rachid, a ideia seria adotar uma tributação diferenciada para quem está em "patamares bastante superiores" de renda, ganhando mais que R$ 30 mil mensais.

A escada do IRPF hoje termina em quem ganha a partir de R$ 4.664,68 mensais. Esses trabalhadores são os que pagam a alíquota máxima.

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"Hoje nossa maior alíquota é 27,5%, mas poderia se introduzir outra alíquota, mas não em patamares próximos, eu diria para patamares bastante superiores, para renda superior a R$ 30 mil. Mas isso passa por um processo de estudo. A ideia é que essa mudança não resulte em alteração da carga tributária", afirmou Rachid após evento no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre simplificação tributária.

O secretário fez questão de destacar que esses estudos ainda estão sendo conduzidos internamente pelos técnicos da Receita e ainda não foram apresentados ao ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.

Orçamento

Proposta semelhante chegou a ser cogitada em agosto do ano passado para ajudar a equilibrar o Orçamento de 2018, como revelou o Broadcast (plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado) à época, mas acabou não avançando diante da forte resistência de entidades empresariais e sindicatos.

"Queremos atualizar nossa legislação de (imposto de) renda, mexer na questão de alíquotas se for o caso, mexer na base de cálculo e dar maior progressividade na renda", afirmou Rachid. "No mundo, a tributação das corporações tende a ser menor. Por sua vez, quem paga imposto ao fim e ao cabo é a pessoa física", acrescentou.

O secretário informou ainda que já existe hoje dentro da Receita um grupo de trabalho analisando o impacto das mudanças na legislação internacional, principalmente na questão de tributação da renda. Recentemente, os Estados Unidos cortaram as alíquotas do imposto de renda para empresas, o que deflagrou a mesma medida em outros países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou a alíquota do Imposto de Importação da vacina contra o HPV e da versão acelular da vacina tríplice bacteriana, a DTPa. A decisão está em resolução publicada no Diário Oficial da União (DOU) e vale por 180 dias.

Pela resolução, a redução é direcionada para uma cota de 3 milhões de doses da "vacina contra o Papilomavirus Humano 6, 11, 16, 18, (recombinante), apresentada em doses ou acondicionada para venda a retalho", e para uma cota de 2,5 milhões de doses da "vacina contra a difteria, o tétano e a pertussis (acelular) - dTpa, apresentada em doses ou acondicionada para venda a retalho".

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A importação das duas vacinas era taxada a 2%.

O governo federal aumentou as alíquotas do IPI incidentes sobre automóveis de fabricação nacional com motor a diesel para até seis passageiros, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU). A alíquota do imposto que estava reduzida a 15% agora passará para 45% até 31 de dezembro de 2017, voltando novamente para 15% em 1º de janeiro de 2018.

O decreto publicado nesta quinta-feira (22) ainda altera vários trechos da regulamentação do Inovar-Auto, regime especial de tributação concedido a montadoras.

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O texto, por exemplo, insere novos compromissos que as empresas poderão assumir como condições para adesão ao programa. Entre eles, poderão ser computados para os benefícios do regime os dispêndios das empresas para alcançar a relação de consumo nos motores flex (entre etanol hidratado e gasolina) superior a 75%, nos termos, limites e condições a serem definidos em ato do ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

As modificações ainda abrangem, entre outras, questões sobre o uso de crédito presumido de IPI pelas montadoras.

A partir de 2016 os bancos terão de desembolsar R$ 3,8 bilhões a mais por ano em pagamentos de tributos, segundo estimativa feita pela Receita Federal depois do anúncio oficial de que a alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) subirá de 15% para 20% a partir de setembro. Para especialistas, no entanto, quem vai pagar essa conta é o consumidor.

Como o aumento editado pela Medida Provisória 675 entra em vigor nos últimos meses deste ano, a arrecadação extra estimada pela Receita para 2015 é de R$ 747 milhões. Assim como ocorre em outros setores, a tentativa dos banqueiros será a de repassar o aumento de custo para os correntistas e demais usuários do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

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Além de engordar o caixa com o aumento da contribuição, o governo consegue com essa medida um auxílio na empreitada de tentar restringir a ampliação do crédito. Possivelmente, a elevação será repassada para tarifas bancárias e os juros dos financiamentos, que já vêm sendo ampliados num processo de acompanhamento da alta da taxa básica Selic, promovida pelo Banco Central desde outubro.

Com menos dinheiro em circulação na economia, fica mais fácil, por exemplo, conter os efeitos da alta da inflação, que é uma das principais batalhas travadas hoje pela equipe econômica. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano e a expectativa do mercado financeiro é de que o IPCA, índice oficial de inflação, termine o ano em 8,31%.

"Quem vai pagar por isso é o tomador de crédito pessoa física ou jurídica. O aumento no spread (diferença dos juros obtidos e cobrados pelos bancos) deve ter impacto na inadimplência, contribuindo para a piora da recessão no País, que deve ser de perto de 2% neste ano", avaliou o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues. "Não haverá impacto no balanço dos bancos. O lucro não vai alterar. De alguma forma, o aumento da CSLL será repassado."

Comemoração

Num primeiro momento, houve até quem comemorasse o aumento dos impostos para o setor financeiro, que vem apresentando recordes de lucro. Como lembrou o economista da MCM Consultores Associados, Antonio Madeira, no entanto, "não existe almoço grátis". Para ele, dado o quadro de recessão econômica, restou ao governo aumentar a arrecadação com os setores "com ganhos razoáveis, como o bancário".

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e as grandes instituições financeiras não quiseram comentar a medida. Já os médios e as corretoras têm menos espaço para repasse. Além disso, têm menores quantidades de créditos tributários, gerados a partir de provisões feitas para devedores duvidosos e que podem compensar alguma pressão da CSLL nos resultados.

Em meio ao desgaste com o ajuste fiscal, o Palácio do Planalto decidiu editar uma medida provisória que eleva a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20% para as instituições financeiras.

A medida vai atingir bancos e outras instituições financeiras, como corretoras de câmbio e de valores mobiliários e sociedades de crédito, por exemplo. A proposta, segundo interlocutores do governo, será publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 22.

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Pelos cálculos do Ministério da Fazenda, a arrecadação extra, com essa nova proposta, ficará entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões por ano. Em 2014, a CSLL paga por instituições financeiras rendeu ao governo R$ 10,9 bilhões.

O texto, a que o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, passou pelo Ministério da Fazenda e pela Casa Civil antes de ser assinado pela presidente Dilma Rousseff.

A iniciativa de aumentar a contribuição, de acordo com interlocutores do Palácio do Planalto, também tem como objetivo "pegar o andar de cima" e dar uma resposta aos mais críticos, que protestam contra o fato de as propostas do ajuste fiscal, encaminhadas pelo Executivo ao Congresso Nacional, atingirem essencialmente setores trabalhistas e previdenciários. É também uma resposta aos parlamentares descontentes do PT.

A área política do governo avalia que a medida será recebida com simpatia pela população, que tem visto publicadas na mídia notícias sobre os lucros bilionários dos bancos, no momento de ajuste fiscal e cortes em todas as áreas, que têm provocado desemprego em vários setores. Taxar os bancos, na avaliação de interlocutores do governo, é uma medida que sempre deixa "todos felizes".

Em entrevista após a divulgação ontem da arrecadação de abril, o Chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, confirmou que o governo também estuda extinguir a distribuição de lucros pelas empresas por meio de Juros Sobre Capital Próprio, como antecipou na quarta-feira a coluna Direto da Fonte de Sonia Racy. Mas informou que não tinha detalhes sobre os estudos. "Está sendo discutido no gabinete do ministro", disse.

Criação

A CSLL é uma contribuição criada em 1988 para as pessoas jurídicas (PJ) com o objetivo de financiar a Seguridade Social. A base de cálculo da contribuição é o lucro líquido do período de apuração antes da provisão do Imposto de Renda.

O último aumento da CSLL ocorreu em 2008, no segundo mandado do presidente Lula, ocasião em que a economia também passava por uma crise. Na época, a alíquota subiu de 9% para os atuais 15%.

O ajuste da CSLL ocorre num momento em que o governo pretende combinar os cortes em gastos previstos no Orçamento com uma nova rodada de aumento de impostos.

O objetivo da medida, preparada pelo Ministério da Fazenda, é compensar parte das perdas provocadas pelos parlamentares no ajuste fiscal e afastar o risco de rebaixamento da nota de crédito do Brasil.

Colaborou Lorenna Rodrigues

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu, temporariamente, para 2%, a alíquota do Imposto de Importação de amêndoa de palma (palmiste) e chapas grossas de aço carbono. A tarifa incidente sobre os produtos antes da redução eram de 10% e 12%, respectivamente. A decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, 18, e vale para um período de 180 dias, para cotas de 99.332 toneladas da amêndoa e 9.500 toneladas para as chapas.

A estimativa da gestão Fernando Haddad (PT) é que 1, 3 milhão de imóveis paguem o teto do aumento do IPTU no ano que vem, 45% do total de contribuintes paulistanos. Caso a nova proposta da Planta Genérica de Valores (PGV), base de cálculo do imposto, seja aprovada pela Câmara Municipal, 38% das casas e 45% dos comércios pagarão o reajuste máximo, de 30% e 45%, respectivamente.

A administração estabeleceu o critério progressivo de IPTU, em que áreas mais valorizadas e grandes contribuintes pagam mais. Por exemplo: os 173 mil que pagam até R$ 200 terão diminuição média de 3,92% no imposto. Já 756 mil que pagam mais de R$ 1.000 terão reajuste médio de R$ 26,73%.

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Foram criadas três zonas fiscais, que servirão como base de cálculo do valor venal dos imóveis. A primeira abrange o centro e a maioria dos bairros nobres e de classe média das zonas oeste e sul, como Pinheiros, Jardins, Moema, Perdizes. A segunda é composta por regiões mais próximas da região central, como Mooca, Limão, Casa Verde. A última zona é a periferia.

"Se você tinha uma residência de 100 m², construída em Itaquera ou em Pinheiros, no mesmo padrão, tinha a mesma base de cálculo", afirma o secretário municipal de Finanças, Marcos Cruz. "A gente entende que isso não reflete mais a realidade de mercado", completa.

Há dois bairros que, com a supervalorização dos últimos anos, foram incorporados à zona 1, apesar de geograficamente fazerem parte da 2: Santana e Jardim Anália Franco.

Hoje, a base de cálculo para uma casa de padrão médio é de R$ 750 o m². Com a mudança, uma residência do mesmo tamanho na zona central terá um reajuste de 90%, para R$ 1.420 o valor do m².Um imóvel na zona 2 terá o m² reajustado para R$ 1.070. Na periferia, o m² vai diminuir para R$ 710. "A gente entende que com isso há uma justiça social ", afirma o secretário de Finanças, Marcos Cruz.

A alíquota vai diminuir em 0,1% porcentual para todas as faixas, que variam de 0,7% a 1,5%, no caso de residências. Os critérios para descontos também foram mudados e passaram também a ser progressivos, nos moldes do que acontece com o Imposto de Renda. "Até a PGV deste ano, até um determinado valor, não se pagava nada. A partir disso, se o seu valor venal fosse R$ 1 a mais, a base de cálculo já era de R$ 90 mil. Isso causava a situação de às vezes você ter dois vizinhos e um não pagava nada e o outro já passava a pagar", exemplificou Cruz.

Aprovação

Caso a Câmara aprove a proposta do Executivo na íntegra, a próxima correção deverá ser feita só depois de quatro anos. A revisão precisa do voto de 28 dos 55 parlamentares. Rebatendo às críticas da oposição, que já avisou que vai tentar barrar o reajuste, o secretário municipal de Governo, Antonio Donato, afirmou que o aumento é "mais justo" do que o aprovado em 2009. "Se a Câmara decidir diminuir esses valores, vai ter de ajustar isso no orçamento, cortando despesas."

O Executivo argumenta que o aumento permitirá congelar a tarifa de ônibus. "Um dos destinos é o subsídio dos transportes, que sai de R$ 600 milhões para R$ 1,6 bilhão", diz o prefeito Haddad.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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