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Em meio a uma onda de violência no Equador, 68 membros suspeitos de integrar uma organização criminosa foram presos pelas forças de segurança neste domingo, 21, segundo a polícia. Eles tentaram invadir um hospital em uma cidade do sudoeste do país.

Dezenas de homens armados entraram no hospital em Yaguachi, província de Guayas, nas primeiras horas da manhã para proteger um homem pertencente ao seu grupo que foi ferido, mas depois morreu no local, confirmou a polícia.

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Depois que o alerta foi emitido sobre a situação no hospital, a polícia e as unidades táticas do exército realizaram uma operação que levou à captura de 68 pessoas envolvidas na ação. Eles haviam se refugiado em um centro próximo ao hospital. Não foram registrados feridos ou vítimas.

O coronel Julio Camacho, comandante da polícia da zona 5, à qual Yaguchi pertence, disse à imprensa que os envolvidos estavam alojados em "um suposto centro de reabilitação" do qual foram retirados pelos agentes e serão colocados sob custódia das autoridades competentes.

No local, que também funcionava como um "bordel" e onde havia menores de idade, segundo Camacho, foram apreendidas armas de fogo, drogas e um sistema de vigilância por câmeras com o qual "eles monitoravam a presença da polícia".

As autoridades não especificaram a qual organização criminosa os homens presos pertencem. Em imagens publicadas nas redes sociais, reproduzidas pela mídia local e nacional, é possível ver os danos causados ao hospital. Por outro lado, vídeos divulgados pela polícia e pelas Forças Armadas mostram dezenas de homens deitados no chão, de bruços, com as mãos na cabeça e de cueca.

No início do dia, as forças armadas informaram a apreensão de um "arsenal" de armas de longo alcance, munição e cerca de três toneladas de substâncias proibidas em uma operação militar na província costeira de Los Rios, no sudoeste do Equador. O incidente ocorreu em meio a um estado de emergência e à declaração de um conflito armado interno, no qual o governo do presidente Daniel Noboa declarou guerra a cerca de 22 organizações criminosas que ele descreveu como "terroristas".

A violência se agravou no país andino nos últimos dias após a fuga de uma prisão em Guayaquil do chefe das drogas Adolfo Macías, conhecido como Fito, líder do grupo criminoso Los Choneros, que as autoridades afirmam ter ligações com o cartel de Sinaloa, no México.

A medida do governo desencadeou uma série sem precedentes de ações violentas no Equador, como tumultos em prisões, a detonação de explosivos em várias partes do país e a tomada de uma estação de televisão. Associated Press.

Desde o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, quando o presidente Lula (PT) foi eleito pela maioria dos votos válidos, o Brasil passou a ser palco de manifestações de grupos de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). Acampados em frente a Quarteis Generais do Exército em diversos estados, os bolsonaristas pediam intervenção militar e derrubada dos poderes institucionais que constituem o estado democrático de direito. 

Há exatamente um ano, manifestantes que estavam acampados em frente ao Quartel General do Exército de Brasília se dirigiram à Praça dos Três Poderes, espaço que reúne o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Desde então, representantes institucionais do país mobilizaram as forças de segurança, de inteligência e de justiça, com o objetivo de identificar, localizar e prender os envolvidos. 

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Até o momento já foram realizados dezenas de julgamentos, e cerca de 30 réus foram condenados a penas que variam de três a 17 anos de prisão, além da obrigação do pagamento de uma multa coletiva de R$ 30 milhões. Ainda existem milhares de suspeitos cumprindo prisão preventiva, aguardando julgamento, apesar de suas respectivas defesas jurídicas alegarem suas inocências. O cientista político Arthur Leandro, em conversa ao LeiaJá, explica que o caráter golpista dos eventos é negado pela defesa dos acusados, sob o argumento de que os protestos fazem parte do jogo democrático. 

“Mas o que aconteceu foi que houve uma mobilização efetiva e precisa de salvaguarda institucional como reação a essa investida realizada no dia 8 de janeiro de 2023. Houve de fato um momento em que a opinião pública, uma parte expressiva, eu diria que dominante, observou atônita o que acontecia, e isso garantiu naquele momento que o presidente tivesse uma capacidade, digamos assim, ele tivesse um apoio das instituições envolvidas, das lideranças políticas relevantes do país naquele momento, para implantar o governo”, comentou Leandro.   

Segundo o professor Maurício Garcia, sociólogo e pesquisador, as prisões dos manifestantes, mesmo sendo um ponto positivo para o trabalho das instituições, devem ser vistas com a devida atenção, tendo em vista que os financiadores não foram punidos, enfraquecendo, de certo modo, o discurso de que o bolsonarismo foi combatido eficazmente. 

“A prisão de alguns manifestantes teve essa intenção, mas não acredito que ainda tenha surtido efeito. O bolsonarismo radical é um fenômeno sociológico, mais que político, ele transcende a esfera política, e deve ser observado com cuidado. (...) Apenas a prisão de alguns golpistas mais radicais, na grande maioria pessoas financiadas por outras pessoas mais influentes, não vai resolver a situação, nem “botar medo” nos demais. Pelo contrário, é possível que o ódio deles pelo grupo que está no poder atualmente até se eleve pela punição que lhes está sendo imposta”, afirma. 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil 

Consequências positivas e negativas 

Um dos pontos principais que os especialistas observam foi um movimento de união dos poderes, que fez com que as ações necessárias fossem tomadas de maneira célere. Como comenta Arthur Leandro, houve a “facilitação de um processo de união nacional, contrário aos ataques. Essa União Nacional, estou falando das chefias e das lideranças dos poderes. Então o poder judiciário, o poder executivo e o poder legislativo, nas suas duas casas, se uniram”. 

Para Maurício Garcia, outro entendimento observado foi a atuação das Forças Armadas, que demonstraram eficiência e ao mesmo tempo preocupação. “As Forças Armadas cumpriram suas atribuições constitucionais de garantidores da ordem, não de promotores da desordem. Houve deslises graves por parte de segmentos das Forças Armadas, mas seu comando, apesar do forte solavanco do 8 de janeiro, se manteve fiel ao seu papel constitucional de dar segurança à sociedade, não de ameaçar a sua ordem”, ponderou. 

Foto: Joedson Alves/Agência Brasil 

Bolsonaro para os bolsonaristas 

Arthur Leandro ainda analisa o papel do ex-presidente da República como um motor para os levantes, que se deram após a sua derrota nas urnas. Uma consequência observada foi o isolamento político de Bolsonaro, que continuou calado após os ataques, e sua saída da cena pública. 

“Havia de parte dos golpistas uma expectativa de que Bolsonaro assumiria, que haveria uma intervenção militar, e que Bolsonaro assumiria como interventor. Na cabeça de alguns, inclusive, Bolsonaro assumiria como legítimo presidente, a destituição do governo Lula. O que aconteceu foi que o Supremo Tribunal Federal foi empoderado para agir sobre os financiadores do 8 de janeiro, o que terminou envolvendo também os organizadores dos acampamentos em frente às instituições das unidades militares do país que pediam intervenção militar”, afirmou Leandro. 

Outro ponto observado por Garcia é o que foi feito durante o ano todo, a remediação e as reações do bolsonarimos diante da repressão praticada desde o 8 de janeiro. “Durante o ano outros protestos desse grupo foram organizados, não deram certo porque não havia mais clima, mas a raiva e o ódio desse grupo mais radical à direita ao atual governo é algo muito profundo e perigoso”, concluiu o sociólogo. 

 

Membros do Poder Judiciário de Pernambuco participaram, nesta segunda-feira (8), do ato pela democracia realizado em frente ao monumento Tortura Nunca Mais, na rua da Aurora, Centro do Recife. A mobilização ocorre exatamente um ano após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, marcados pela invasão de bolsonaristas radicais à Praça dos Três Poderes, em Brasília. A capital pernambucana foi a primeira cidade do país a realizar o ato, que é unificado e deve ocorrer em outras capitais até o fim do dia.  

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LeiaJá também: ‘Ato no Recife relembra 8 de Janeiro e pede: 'sem anistia'’ 

Na manifestação, integrantes do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizaram discursos em apoio à democracia e em repúdio aos atos golpistas do último ano. O Judiciário, responsável pela prisão e condenação dos participantes nas invasões, tem sido o setor mais atacado pela extrema-direita desde que os manifestantes começaram a ser detidos. 

O ministro do Supremo Alexandre de Moraes, por exemplo, revelou em uma entrevista recente que sua execução estava nos planos dos invasores pertencentes à ala mais radical. Moraes, que possui um histórico de atuação com derrotas ao bolsonarismo, é uma figura marcada por opositores desde o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Até o momento, ⁠65 pessoas continuam presas preventivamente sem terem sido julgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF); outras oito estão presas já com condenação. Com isso, ao todo, 73 pessoas seguem presas. Desse total, 243 foram presas no dia 8 de janeiro, 1.152 foram para a prisão no dia 9 de janeiro e outras 35 foram presas em operações deflagradas ao longo de 2023. 

Discursos 

Justiça: "Este ato pede que fiquemos vigilantes. Todos nós, que temos a incumbência de defender a democracia. É como diz o pensamento: 'o preço da liberdade é a eterna vigilância'", declarou o desembargador Ulisses Viana, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), citando uma frase do ex-presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson. 

Ministério Público: "Hoje é dia de reflexão, de se extrair as lições e, unidos, a sociedade civil organizada, poderes públicos, instituições regularmente constituídas e incumbidas de defesa da democracia e da sociedade, a exemplo do Ministério Público, estarmos sempre de mãos dadas e vigilantes, defendendo o nosso bem maior, que é a nossa preciosa democracia. Viva a democracia brasileira”, disse a promotora Deluse Amaral, presidente da Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE). 

CAOs/Cidadania: "Esse [a mobilização] é o grande ponto que devemos destacar: a democracia não é uma obra acabada, algo pronto e dado, mas uma construção permanente. E nos últimos anos percebemos a necessidade de estarmos vigilantes para que esta obra siga em pé, rígida, garantindo a todos que, no meio dessa pluralidade, das diferenças, continuemos caminhando para um país que acolha a todos e todas, pretos e brancos, de todas as orientações sexuais, religiões. Só com a articulação permanente entre Estado e sociedade é que conseguiremos deixar isso de pé. O dia 8 de janeiro de 2023 mostrou que estávamos, em muitos aspectos, fragilizados, e que precisamos, mais do que nunca, da memória, da verdade, e da reabilitação das instituições", completou Fabiano Pessoa, coordenador do Centro de Apoio e Defesa da Cidadania (CAOs-Cidadania/MPPE).

 

A capital pernambucana teve, nesta segunda-feira (8), o primeiro ato pela democracia dentro de uma série de atos simbólicos a nível nacional, previstos para este 8 de janeiro. A mobilização "Democracia Inabalada" acontece em repúdio às invasões à Praça dos Três Poderes ocorridas no ano passado, na mesma data. No Recife, o ato foi organizado pela Central Única de Trabalhadores (CUT-PE) e contou com a participação de representantes políticos, do Judiciário, de organizações sociais e sociedade civil. A concentração aconteceu por volta das 9h30, na praça Padre Henrique, ao redor do monumento "Tortura Nunca Mais", que fica na rua da Aurora. 

"A democracia foi duramente atingida [no 8 de janeiro]. Cada banco, cada vidraça, cada ataque desferido à parte material da Praça dos Três Poderes, foi um ataque direto às instituições democráticas deste país. O interesse daquele pessoal era apear o Brasil de um processo democrático. A democracia, com seus problemas, ainda é um dos melhores sistemas de governo, é o mais participativo, e sofreu aquele ataque brutal. Hoje, um ano depois, a gente está repudiando aquele ato e ao mesmo tempo, exaltando a democracia", declarou o secretário de comunicação da CUT, Paulo Ubiratan. 

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“Sem anistia” 

Há exatamente um ano, em 8 de janeiro de 2023, milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. Alinhados à ala mais radical do bolsonarismo, os golpistas, além de insatisfeitos com a eleição e posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - a última, à época, tendo acontecido há uma semana -, também defendiam uma intervenção militar e questionavam o resultado das eleições, bem como a confiabilidade das urnas eletrônicas. 

Os ataques levaram à prisão ao menos 1.430 pessoas no último ano, de acordo com a Suprema Corte. Enquanto oposicionistas ligados ao bolsonarismo defendem que há “punitivismo jurídico” contra os vândalos do 8/1, governistas defendem a atuação do Supremo e cobram que, além dos manifestantes, organizadores e financiadores dos atos antidemocráticos também sejam identificados e punidos 

"Não poderá haver anistia para quem tentou abolir a democracia de forma violenta. Houve a quebra da ruptura institucional, da forma que foi proposta, com devido acolhimento e apoio de setores das Forças Armadas - esses, que também devem ser punidos. Alguns já foram, mas nós precisamos saber quem organizou, quem estava por trás, financiando, quem foram as grandes mentes que produziram aquilo. A punição não deve acontecer porque a CUT quer, nem porque a esquerda quer, mas porque a sociedade democrática de direito não pode permitir esse tipo de coisa sem uma devida punição", continuou Ubiratan, da CUT. 

Além da CUT, que organizou o ato, outras representações sociais estavam presentes. Eram elas a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet), Humanitás (Unicap), Centro Dom Hélder Câmara, Unidade Popular (UP), Grito pelos Excluídos e o Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MTC-PE). 

"A gente não acha que deve ter anistia porque foram atos graves. Concretizaram, no sentido de querer, de fato, prejudicar democracia. Claro, cada cada caso é um caso, e as pessoas devem ser punidas de acordo com a participação. Embora todos que foram ali são pessoas que atentaram contra a democracia, um ou outro ali era inocente, embalado por por alguém, por uma ideologia, mas ainda assim, ciente do que estava fazendo. A gente espera que o STF continue apurando quem realmente esteve à frente, empresários, financiadores", disse Sandra Gomes, representante do Grito dos Excluídos e das Comunidades Eclesiais de Base, parte do MTC. 

Políticos no ato 

O único político presente no ato pela democracia do Recife foi o deputado estadual e ex-prefeito do Recife João Paulo (PT). Os senadores Teresa Leitão e Humberto Costa, do mesmo partido, enviaram representantes até o local. Como a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) está em recesso até fevereiro, representações típicas dos atos de esquerda na capital, como Dani Portela (Psol) - que está no período final da gestação - e Rosa Amorim (PT), não compareceram ao ato. Alguns políticos são esperados no evento organizado pelo Governo Lula, em Brasília, enquanto outros não confirmaram presença por ainda estarem aproveitando o recesso. 

"É muito importante não deixar essa data morrer. Acho que foi o segundo pior momento que tivemos [para a democracia] no Brasil. A primeira com o golpe militar de 1964, e essa tentativa do ano passado, de 8 de janeiro. Atos como esse que podem avivar a importância da democracia, a importância da liberdade de imprensa, da liberdade democrática, da liberdade das organizações, dos sindicatos, e dos partidos políticos”, disse o deputado João Paulo. 

O petista defendeu a atuação do STF diante dos atos golpistas e relembrou que o período de organização das invasões utilizou as redes sociais como instrumento para a elaboração de um golpe. João Paulo chamou o Supremo de “grande defensor” da Constituição Federal e “até mesmo” da democracia. 

"Foi um momento difícil para a sociedade e os partidos políticos, e também um momento em que a esquerda estava muito acuada. O STF cumpriu um papel importantíssimo na manutenção, eu diria, da democracia e da lei. Não pode haver anistia, até porque anistia viria a partir de quem não cometeu nenhum crime, como foi no período da ditadura militar”, completou. 

Verde e amarelo

Para o professor e catequista recifense Fábio Soares, de 42 anos, usar a camisa da Seleção Brasileira de Futebol, nas cores verde e amarelo, virou um sinônimo de ressignificação e até mesmo descontração nos protestos dos quais participa. As principais cores da bandeira do Brasil, cores que também vestem a seleção, foram apropriadas pelo bolsonarismo desde a campanha de 2018. A polarização através das cores chegou a motivar motes, como o "a nossa bandeira jamais será vermelha", que selou a divisão política entre bolsonaristas e petistas.

"É importante fazer esse ato depois de um ano, porque a gente demonstra que a é a favor da democracia. Hoje mesmo eu vim com a camisa [verde e amarela] e o pessoal até brincou, dizendo que era a camisa do Bolsonaro, mas a camisa do Brasil não pertence a nenhum grupo político, a camisa é de todos. Estava até lembrando do falecimento do grande técnico Zagallo, quando ele disse o famoso “vocês vão ter que me engolir”. Essa frase cai totalmente com o propósito de hoje. Quem não gosta e é contra a democracia, contra o voto democrático ou que é a favor da ditadura, tem que engolir, antes de mais nada, a democracia e o livre-arbítrio”, disse Fábio. 

 

A tentativa de golpe de Estado que destruiu a Praça dos Três Poderes completa um ano nesta segunda (8). A violência contra a democracia se opunha à vitória do presidente Lula (PT) e tentou forçar a instituição de um governo militar. Mais de duas mil pessoas foram presas e uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) culminou no indiciamento de comandantes das Forças Armadas e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Palácio do Planalto e os prédios do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados por "patriotas” que não aceitaram o resultado das urnas. Ainda na Praça dos Três Poderes, 243 pessoas foram presas. Parte delas pela Polícia Legislativa do Senado, que ficou na linha de frente entre os salões do Congresso para evitaram um prejuízo maior.

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Os golpistas que não foram detidos encontraram refúgio no acampamento que ficou montado por mais de dois meses em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. No dia seguinte, 1.927 pessoas foram presas no local e encaminhadas à Academia Nacional da Polícia Federal. Dessas, 775 foram liberadas por serem idosos, mães de crianças menores ou atender a outros casos que permitissem a liberação.

Bolsonaristas acampados no QG do Exército, em Brasília. Valter Campanato/Agência Brasil

Ao todo, 1.152 presos em flagrante passaram por audiência de custódia e 938 foram mantidos nos Presídios da Papuda ou na Penitenciária Feminina Colmeia. Os demais foram postos em liberdade mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Atualmente, 66 pessoas estão presas preventivamente por suspeita de financiar o ato golpista e incitar os crimes e 1.354 ações seguem em aberto. Trinta réus foram condenados pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa de golpe de estado e deterioração do patrimônio público, 33 foram apontadas como executores, duas dessas foram transferidas para hospital psiquiátrico. Ao todo, cerca de 200 processos aguardam julgamento.

Afastamento da alta cúpula do Distrito Federal

Após a atuação controversa das forças de segurança do DF, o govenador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por pouco mais de dois meses. O magistrado também determinou o fim dos acampamentos espalhados no entorno de quartéis do Exército no Brasil e a apreensão do ônibus que levou bolsonaristas à Brasília.

A Justiça ainda concedeu a prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública de Ibaneis, que estava nos Estados Unidos no dia do ataque. Policiais federais que realizaram buscas na sua casa acharam a "minuta do golpe". O decreto previa a imposição do Estado de Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para alterar o resultado das eleições. O comandante da PMDF, o coronel Fábio Vieira, também foi preso por omissão dolosa.

Anderson Torres e Ibaneis Rocha (MDB). Renato Alves/Agência Brasília

Ainda no dia 9, o presidente Lula (PT), chefes do Legislativo, ministros do STF e governadores se reuniram no Planalto para verificar a condição dos prédios destruídos. Em São Paulo, manifestantes caminharam na Avenida Paulista como uma resposta ao ato golpista. Mobilizações do mesmo gênero ocorreram em outras capitais.

Os presidentes do Executivo, Legislativo e Judiciário também assinaram uma nota em defesa da democracia e repudiaram o que foi classificado como "atos terroristas de vandalismo, criminosos e golpistas". No dia 10, o Congresso aprovou o decreto de intervenção federal na segurança do DF.

Os parlamentares conservadores defenderam os criminosos e cobravam a revisão das prisões. A oposição também estimulou uma campanha nas redes sociais para a criar de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e, assim, culpabilizar o atual governo pelo ocorrido. Outro pleito dos deputados e senadores ligados a Bolsonaro era derrubar o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias, pela sua postura "amistosa" com os vândalos.

O deputado Arthur Maia (UNIÃO), a senadora Eliziane Gama (PSD) e o senador Magno Malta (PL) nos trabalhos da CPMI dos Atos Golpistas.  Geraldo Magela/Agência Senado

Em maio, a CPMI foi aprovada com a participação de 16 senadores e 16 deputados. A Presidência ficou para o deputado Arthur Maia (UNIÃO), que teve Cid Gomes (PDT) e Magno Malta (PL) como vices, e a senadora Eliziane Gama (PSD) na relatoria.

Durante a convocatória para as oitivas da comissão, o ministro Kassio Nunes Marques, do STF, - indicado por Jair Bolsonaro - autorizou o não comparecimento da delegada federal Marília Alencar, então subsecretária de Inteligência do DF. A medida abriu precedente para outros pedidos de não comparecimento e a relatora Eliziane Gama apontou que Nunes Marques obstruiu os trabalhos da CPMI.

Foram convocados à CPMI:

. O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar (DOP) do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime;

. O empresário George Washington Sousa, preso por colocar uma bomba em um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília na véspera de Natal de 2022;

. Os peritos da Polícia Civil do DF, Renato Carrijo e Valdir Pires Filho, que fizeram exames nas proximidades do aeroporto e no caminhão usado por George;

. O diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro;

. O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, sobre as blitzes ilegais feitas no Nordeste, no segundo turno das eleições;

. O coronel Jean Lawand Júnior sobre as mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente, que incitavam uma tomada de decisão do presidente derrotado;

. O ex-diretor-adjunto da Abin, Saulo da Cunha;

. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, mas ele seguiu a orientação da defesa e não respondeu às perguntas. O tenente-coronel foi preso em maio por fraudar cartões de vacinação;

. O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, Anderson Torres;

. O fotógrafo da Agência Reuters Adriano Machado por aparecer em imagens ao lado de invasores. Ele relatou que cumprimentou um dos vândalos depois que foi obrigado a excluir fotos;

. O hacker Walter Delgatti Neto. Ele disse que Jair Bolsonaro lhe prometeu indulto caso fosse preso por invadir urnas eletrônicas e assumir um suposto grampo do ministro Alexandre de Moraes, do STF;

. O sargento Luis Marcos dos Reis, que integrava a equipe da Ajudância de Ordens do ex-presidente. Ele esteve na Esplanada dos Ministérios no dia 8 de janeiro;

. O ex-comandante da PMDF, Fábio Augusto Vieira. Ele apresentou habeas corpus e exerceu o direito de se manter calado;

. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Gonçalves Dias. Ele afirmou a PMDF descumpriu as determinações do planejamento da segurança contra as manifestações;

. A cabo Marcela Pinno, da PMDF, que foi agredida por vândalos durante o ato;

. A ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF, Marilia Alencar, foi convocada, mas a liminar do ministro Nunes Marques autorizou seu não comparecimento;

. O ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes; disse que o Exército não se omitiu no ato golpista nem no desmonte do acampamento no Quartel General do Exército;

. O ex-coordenador administrativo da equipe de ajudantes de ordens do presidente Jair Bolsonaro, Osmar Crivelatti, foi chamado, mas se beneficiou com a decisão de Nunes Marques e também não compareceu;

. O general Augusto Heleno, que foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro. Ele chamou de “fantasia” o relato do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, de que teria havido reuniões no Palácio para esquematizar um golpe de Estado após a vitória de Lula;

. O empresário mato-grossense Argino Bedin, sócio de fazendas de soja acusado de financiar atos antidemocráticos.

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.  Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em agosto, o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu por 120 dias a tramitação de 1.113 ações penais para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) negociasse Acordos de Não Persecução Penal. Desses, 38 réus confessaram os crimes e deixaram a prisão ao se comprometer a prestar 300 horas de serviços à comunidade ou a entidades públicas e pegar as multas. Eles também aceitaram participar, presencialmente, de um curso sobre Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado.

Bolsonaro estampa relatório final da CPMI

Após cinco meses de trabalho, a CPMI foi concluída e o relatório aprovado por 20 votos a 11. O documento pediu o indiciamento de Jair Bolsonaro e outras 60 pessoas, entre elas ex-ministros e membros das Forças Armadas. O relatório foi encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR) para formalizar a denúncia.

A relatora considerou Bolsonaro como autor intelectual e moral dos ataques e o indiciou pelos crimes de associação criminosa, tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, tentativa violenta de depor o governo legitimamente constituído e emprego de medidas para impedir o exercício de direitos políticos. Somadas, as penas variam entre 16 e 36 anos.

A senadora ressaltou que o ambiente golpista foi incitado deliberadamente pelo ex-presidente ao longo do seu governo e baseou seu posicionamento nas agressões dele contra a Justiça Eleitoral, contra o STF e à imprensa, além da aproximação ideológica com setores das forças armadas de segurança e militares do país. Eliziane também citou o aparelhamento de órgãos de inteligência como um movimento golpista.

Foram indiciados:

. O ex-presidente Jair Bolsonaro;.

. O general Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa;

. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do DF;

. General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

. General Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro;

. General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;

. Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;

. General Freire Gomes, ex-comandante do Exército;

. Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e principal assessor de Bolsonaro;

. Filipe Martins, ex-assessor-especial para Assuntos Internacionais de Bolsonaro;

. Deputada federal Carla Zambelli (PL);

. Coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

. General Ridauto Lúcio Fernandes;

. Sargento Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

. Major Ailton Gonçalves Moraes Barros;

. Coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;

. Coronel Jean Lawand Júnior;

. Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF;

. Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal;

. General Carlos José Penteado, ex-secretário-executivo do GSI;

. General Carlos Feitosa Rodrigues, ex-chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI;

. Coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, ex-diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI;

. Coronel André Luiz Furtado Garcia, ex-coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI;

. Tenente-coronel Alex Marcos Barbosa Santos, ex-coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações do GSI;

. Capitão José Eduardo Natale, ex-integrante da Coordenadoria de Segurança de Instalações do GSI;

. Sargento Laércio da Costa Júnior, ex-encarregado de segurança de instalações do GSI;

. Coronel Alexandre Santos de Amorim, ex-coordenador-geral de Análise de Risco do GSI;

. Tenente-coronel Jader Silva Santos, ex-subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI;

. Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF;

. Coronel Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante da PMDF;

. Coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF;

. Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, comandante em exercício do Departamento de Operações da PMDF;

. Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, comandante do 1º CPR da PMDF;

. Major Flávio Silvestre de Alencar, comandante em exercício do 6º Batalhão da PMDF;

. Major Rafael Pereira Martins, chefe de um dos destacamentos do BPChoque da PMDF;

. Alexandre Carlos de Souza, policial rodoviário federal;

. Marcelo de Ávila, policial rodoviário federal;

. Maurício Junot, empresário;

. Adauto Lúcio de Mesquita, financiador;

. Joveci Xavier de Andrade, financiador;

. Meyer Nigri, empresário;

. Ricardo Pereira Cunha, financiador;

. Mauriro Soares de Jesus, financiador;

. Enric Juvenal da Costa Laureano, financiador;

. Antônio Galvan, financiador;

. Jeferson da Rocha, financiador;

. Vitor Geraldo Gaiardo , financiador;

. Humberto Falcão, financiador;

. Luciano Jayme Guimarães, financiador;

. José Alipio Fernandes da Silveira, financiador;

. Valdir Edemar Fries, financiador;

. Júlio Augusto Gomes Nunes, financiador;

. Joel Ragagnin, influenciador;

. Lucas Costar Beber, financiador;

. Alan Juliani, financiador;

. George Washington de Oliveira Sousa, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília;

. Alan Diego dos Santos, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília;

. Wellington Macedo de Souza, condenado por envolvimento na tentativa de atentado ao aeroporto de Brasília;

. Tércio Arnaud, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”;

. Fernando Nascimento Pessoa, assessor de Flávio Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”;

. José Matheus Sales Gomes, ex-assessor especial de Bolsonaro apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”.

General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; general Braga Netto, ex-ministro e vice de chapa de Bolsonaro; o ex-presidente Jair Bolsonaro; Almirante Almir, ex-comandante da Marinha; e o tenente-brigadeiro do Ar, Carlos de Almeida Baptista Jr, ex-comandante da Aeronáutica. Reprodução/Redes Sociais

Morte de preso

No dia 20 de novembro, Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, sofreu um mal súbito e morreu dentro da Papuda. O sistema penitenciário apontou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e tentou realizar a reanimação cardiorrespiratória, mas ele não resistiu. Cleriston estava preso preventivamente após ser capturado no Senado.

Oitenta e nove por cento dos brasileiros não aprovam as invasões aos prédios dos Três Poderes ocorridas em 8 de janeiro do ano passado na capital federal. Os atos, que resultaram em depredação do patrimônio público e prejuízo ao Erário, são aprovados, no entanto, por 6%. Quatro por cento não souberam ou não quiseram responder.

Os dados, tornados públicos neste domingo (7), são de pesquisa de opinião realizada pela empresa Quaest, entre os dias 14 e 18 de dezembro de 2023, por meio de 2.012 entrevistas presenciais com questionários estruturados junto a brasileiros com 16 anos ou mais, em 120 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi financiado pela plataforma Genial Investimentos, que opera no mercado financeiro.

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De acordo com a apuração, a atitude de terrorismo em Brasília é rejeitada majoritariamente em todas as grandes regiões do país, por pessoas de diferentes níveis de escolaridade e renda familiar, tanto por eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os resultados da pesquisa revelam a reprovação por 94% dos que declararam voto em Lula no segundo turno das eleições em 2022 e por 85% de quem declarou voto em Bolsonaro; por 87% dos entrevistados no Sul (menor percentual) e 91% no Nordeste (maior percentual). A rejeição é de 88% dos entrevistados com até o ensino fundamental, 90% daqueles com ensino médio (incompleto ou completo) e 91% dos que têm ensino superior (incompleto ou completo). Também desaprovam os atos 89% de quem tem renda familiar até cinco salários mínimos e 91% dos que vivem com renda de mais de cinco salários mínimos.

Influência de Bolsonaro

De acordo com a pesquisa, as opiniões se dividem na pergunta “Bolsonaro teve algum tipo de influência no 8 de janeiro?” Avaliam que sim 47% dos entrevistados e 43% acreditam que não. Dez por cento não souberam ou não quiseram responder.

Todos os dados apresentados acima são próximos dos percentuais encontrados para a versão da pesquisa da Quaest realizada em fevereiro do ano passado. “A rejeição aos atos do 8/1 mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, aponta em nota à imprensa Felipe Nunes, diretor da empresa.

Na opinião dele, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos – que sofreu com a invasão ao prédio do Congresso (Capitólio) em 6 de janeiro de 2001 – no Brasil as opiniões a respeito dos atos de vandalismo sofrem pouca influência das escolhas das legendas políticas. “É imperativo que esse debate não seja contaminado por cores partidárias, porque trata-se de um problema do Estado brasileiro. É a defesa das regras, da Constituição e da própria democracia que está em jogo neste caso.”

Livro recente

Felipe Nunes é cientista político e também trabalha como professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No final do ano, ele lançou o livro Biografia do Abismo – Como a Polarização Divide Famílias, Desafia Empresas e Compromete o Futuro do Brasil (editora HarperCollins), escrito em parceria com o jornalista Thomas Traumann.

A publicação descreve que as posições políticas passaram a ser parte da identidade de cada brasileiro, e na última eleição presidencial o país “viveu a consolidação de um processo de polarização extrema” – quando se “calcificou” o mecanismo de escolha do voto, “em que os interesses perderam força para as paixões.”

Uma das medidas que poderia ser adotada para conter os golpistas do 8 de janeiro era a decretação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que colocaria o controle da crise no Distrito Federal nas mãos das Forças Armadas. Entretanto, o presidente Lula (PT) revelou que não quis abrir mão da sua responsabilidade e que a resposta deveria ser dada pela política.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o chefe do Executivo afirmou que a decisão sobre intervenção federal na segurança do DF ocorreu diante da atuação controversa das forças de segurança locais. O controle que se manteve com o governo federal também evitou que os militares comandassem as ações contra a invasão à Praça dos Três Poderes. Nos grupos de WhatsApp bolsonaristas se falavam em criar um ambiente instável para forçar as Forças Armadas a agir e tomar o poder.

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"Nas conversas que eu tive com o ministro Flávio Dino, e foram muitas conversas, dentre várias coisas que ele me falou, ele aventou que uma das possibilidades era fazer GLO. E eu disse ao ministro Flávio Dino que não teria GLO. Eu não faria GLO porque quem quiser o poder que dispute as eleições e ganhe, como eu ganhei as eleições[...] Por que eu, com oito dias de governo, iria dar para outras pessoas o poder de resolver uma crise que eu achava que tinha que resolver na política? E foi resolvida na política", mencionou Lula.

O presidente estava em Araraquara, no interior de São Paulo, onde via de perto os prejuízos causados pela chuva na região quando foi informado sobre a tentativa de golpe. A gravidade da situação fez pessoas próximas o aconselharem a permanecer na cidade, mas Lula quis voltar à Brasília no mesmo dia.

"Tinha gente que não queria que eu viesse para Brasília, voltasse para São Paulo. Que ao invés de eu vir de Araraquara para cá, que eu ficasse lá e eu disse: não. Eu vou para Brasília, vou para o hotel e vou para o Palácio. Eu ganhei as eleições, eu tomei posse. O povo me deu o direito de ser presidente durante quatro anos. Eu não vou fugir à minha responsabilidade", contou.

No dia seguinte, Lula convocou governadores e os chefes do Legislativo e Judiciário para um ato entre os prédios públicos da Praça dos Três Poderes que foram destruídos. "O gesto de todo mundo se encontrar aqui no Palácio do Planalto e depois visitar a Suprema Corte foi um gesto muito forte, que eu acho que é a fotografia que o povo brasileiro vai se lembrar para sempre e nunca mais a gente vai querer dar ouvidos a pessoas que não gostam de democracia", espera o presidente.

Um ano após a confusão, nesta segunda (8), um novo ato foi organizado pelo Planalto para reforçar a defesa da democracia no país. A cerimônia no Senado Federal deve contar com a presença de autoridade de todo o país.

"Eu acho que o que aconteceu pode ser um processo depurador, de quem vai fortalecer a democracia e de quem queria enfraquecer a democracia[...] Acho que nós poderemos, com o que aconteceu no dia 8 de janeiro, e com a resposta que nós demos e com a resposta que vamos dar [no próximo] dia 8, nós poderemos estar construindo a possibilidade desse país viver todo século 21 sem ter golpe de Estado”, projetou. 

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, voltou a comentar os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e rumores sobre o planejamento de um golpe de Estado ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), que deixou o Planalto em dezembro. Segundo Múcio, à época, havia militares dispostos a dar um golpe durante, mas a vontade era isolada e não refletia um plano das Forças Armadas. 

As declarações foram feitas em entrevista ao jornal O Globo, que iniciou uma série de entrevistas sobre o evento criminoso ocorrido em janeiro do ano passado. O primeiro entrevistado foi o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, nessa quinta-feira (4). 

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"Podia ser até que algumas pessoas da instituição quisessem, mas as Forças Armadas não queriam um golpe. É a história de um jogador indisciplinado em uma equipe de futebol: ele sai, a equipe continua. No final, me parecia que havia vontades, mas ninguém materializava porque não havia uma liderança", disse o ministro. 

Durante a entrevista, Múcio também admite que houve "erro" na condução do acampamento em frente ao Quartel-General (QG) do Exército. "No dia 6 ou 7 de janeiro, o comandante do Exército disse que o movimento [em frente aos quartéis] estava enfraquecido. A inteligência tinha detectado uns ônibus, mas nada significativo. Combinamos que eles não entrariam no acampamento. Acho que cometemos um erro. Não era para ter entrado nem os ônibus nem as pessoas que vinham neles, mas as pessoas entraram." 

O ministro, no entanto, cobra o Poder Judiciário por não ter determinado a saída dos manifestantes do local antes das invasões em Brasília. "Por que a Justiça não determinou que se tirasse? Por que tinha que ser um ato imposto pela Defesa? A Justiça não tirou, só depois do dia 8. O ministro Alexandre de Moraes mandou tirar, poderia ter mandado dias 7, 6, 5... Não poderia partir de nós. Poderíamos ter precipitado uma cizânia. Faria tudo de novo do jeito que eu fiz". 

O titular da pasta responsável pelas Forças Armadas considera que os atos do 8 de janeiro foram "um movimento de vândalos, financiados por empresários irresponsáveis". 

Militares perderam apoio 

Ainda na entrevista, José Múcio afirmou que os militares ficaram “órfãos” de apoio popular e político durante o período dos ataques do 8 de Janeiro, prestes a completar um ano. 

"O dia 8 de janeiro foi tenso, e minha vida continuou tensa pelos 90 dias que se seguiram. Amanhecemos no dia 9 com o Ministério da Defesa órfão. [...] A esquerda com horror aos militares, porque achava que eles queriam um golpe, e a direita com mais horror ainda, porque eles não deram o golpe”, explicou em entrevista ao O Globo. “Eu precisava reconstruir a confiança dos políticos com os militares, e vice-versa, a partir da estaca zero”, completou. 

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou público o relato de que havia três planos contra ele dentro da organização dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2022, em Brasília. Nesses planos, golpistas revelaram a intenção de prender e enforcar Moraes, e até mesmo de abandonar o corpo do ministro no estado vizinho, Goiás.  

As informações foram divulgadas em uma nova entrevista concedida ao jornal O Globo, nesta quinta-feira (4). Moraes também abordou as críticas às prisões dos participantes na invasão aos Três Poderes, as ameaças à própria família, e a regulamentação das redes sociais. 

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"Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição", revelou o magistrado. 

Moraes disse que há um inquérito para investigar o planejamento dessas atividades, com possibilidade de envolvimento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 

“Houve uma tentativa de planejamento. Inclusive, há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão”, afirmou. 

Ameaças à família e redes sociais 

Segundo o ministro Alexandre de Moraes, até o momento, não foi preciso aumentar sua segurança particular em virtude das ameaças que surgiram após o 8 de Janeiro. Ele disse ser alvo da "criminalidade organizada" desde 2014, quando assumiu a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. No entanto, a segurança da família do jurista precisou ser reforçada. 

"Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente. Então, chegam muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos. Preferem ameaçar as meninas e sempre com mensagens de cunho sexual. É um povo doente", declarou. 

E acrescentou, reforçando que a regulamentação das redes sociais estará em foco no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que preside, em 2024. "[As redes] falharam e foram instrumentalizadas no 8 de Janeiro. Proliferaram o discurso de ódio, antidemocrático, permitindo que as pessoas se organizassem para a 'Festa da Selma', que era o nome utilizado (para o 8 de Janeiro)". 

Prisões 

Na entrevista, o ministro foi questionado sobre as prisões feitas no dia 8 de janeiro serem consideradas injustas por parte da população. Sobre isso, Moraes declarou que "nunca viu" alguém preso "achar que sua prisão é justa". "Nenhum desses golpistas defende que alguém que furtou um notebook não possa ser preso. E eles, que atentaram contra a democracia, não podem? Os presos são de classe média, principalmente do interior, e acham que a prisão é só para os pobres. A Justiça tem que ser igual para todos". 

 

Às vésperas do Ano Novo, a ex-BBB Rafa Kalimann teve sua conta no Instagram invadida por um hacker que, além de ameaçá-la, ainda expôs um nude da influenciadora para o público de 21,7 milhões de seguidores. Ainda neste domingo (31), a blogueira recuperou o acesso ao perfil, mas compartilhou o desespero que sentiu ao ter seu conteúdo vazado. No X, antigo Twitter, Kalimann disse ter ficado “desesperada e angustiada”. Todas as publicações da conta foram apagadas e a foto de perfil foi removida.

Após recuperar o acesso, Rafa postou uma foto aleatória que mostra um edredom branco sobre a cama, e disse que publicou “só pra falar” que conseguiu a conta de volta e que já está “tomando as medidas cabíveis”. Muitos fãs duvidaram da autenticidade da publicação e pediram que ela gravasse um vídeo para provar que tudo estava mesmo em ordem. Pouco tempo depois, Rafa publicou um story curto confirmando que estava com a posse do seu Instagram.

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Também no X, Kalimann compartilhou uma captura de tela que mostra o suposto hacker enviando mensagens para sua prima Marcella Ribeiro.

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Segundo informações do TMZ, a vizinha de Charlie Sheen teria invadido a casa do ator e tentou estrangulá-lo. Que perigo, hein?! A polícia informou que a mulher em questão tem 47 anos de idade e vive na casa ao lado do artista.

Tudo teria acontecido quando a mulher forçou a entrada na casa de Sheen depois de bater na porta. Ela o atacou assim que ele atendeu ao chamado e chegou a rasgar a camisa do ator com a violência. Os paramédicos foram chamados, mas o astro de Two And a Half Men não precisou ser levado ao hospital.

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A mulher foi presa e autuada por agressão e tentativa de roubo, já que ela teria tentado forçar a entrar na casa de Charlie antes do ataque. O site ainda revelou que essa não teria sido a primeira vez que o ator enfrentou problemas com a mesma vizinha, mas ele confessou não entender o problema.

Sheen também contou que a mesma mulher jogou um tipo de líquido pegajoso em seu carro recentemente. Além disso, a vizinha jogaria lixo na frente da casa do ator com certa frequência.

O gerente de futebol do Corinthians, Alessandro, tentou invadir a sala do VAR durante o jogo contra o Grêmio, neste domingo, em Porto Alegre, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro. Imagens registraram o momento em que o corintiano fura o bloqueio de seguranças da Arena do Grêmio e tenta abrir a porta da sala.

O motivo da tentativa de invasão seria a insatisfação do dirigente com a arbitragem da partida. No intervalo do jogo, quando Alessandro tentou entrar na sala do VAR, o Corinthians vencia o Grêmio por 1 a 0.

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O presidente do Corinthians, Duílio Monteiro, também reclamou com o árbitro e assistentes do jogo no túnel para os vestiários, depois do apito final da primeira etapa. A contestação era sobre um pênalti não marcado para a equipe e a expulsão de Bruno Méndez, depois de revisão do árbitro de vídeo. Imagens da transmissão da TV flagraram Alessandro e Duílio partindo para cima da arbitragem.

Seguranças foram acionados para conter a confusão. Entretanto, Alessandro conseguiu furar o bloqueio e correu até a sala onde ficam equipamentos do VAR. O monitoramento por vídeo é feito remotamente, por uma equipe que fica no Rio de Janeiro. A sala, portanto, não tinha nenhum membro da arbitragem.

Um estudo apresentado pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) revela as ameaças socioeconômicas e ambientais e possíveis soluções para os impactos causados pela invasão da costa brasileira pelo peixe-leão - Pterois volitans/miles.

A espécie - originária do Indo-Pacífico, que vai da Índia ao entorno da Oceania - foi encontrada pela primeira vez no Brasil em 2014, em um episódio isolado, mas desde 2020 os registros passaram a ser recorrentes, com ocorrência em oito estados.

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Segundo o especialista ambiental Geovane Oliveira, que chefiou a pesquisa, o peixe-leão é uma espécie que não tem predador nas águas do litoral brasileiro, é muito adaptável, carnívoro voraz, com alta capacidade reprodutiva e venenoso.

Por todas essas características, ele representa uma ameaça ambiental e socioeconômica, pois se reproduz livremente e, ao se alimentar, reduz os estoques de espécies nativas e afeta diretamente quem vive da pesca artesanal.

Possíveis soluções

O estudo foi entregue nesta terça-feira (7), em Brasília, ao Ministério da Pesca e Aquicultura, em uma cerimônia onde foram apresentados dados e possíveis soluções para o problema.

“Inicialmente, muitos países, inclusive Estados Unidos e regiões do Caribe, tentaram erradicar o peixe-leão, mas viram que, pela sua natureza, é impossível. Então, a comunidade científica já está convencida que manter o controle a partir da captura é a única solução para reduzir o seu impacto”, disse Geovane.

O documento - entregue ao ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula (foto) - traz como solução a adoção de uma política pública com atuação em quatro frentes: captura e extração do peixe-leão, pesquisa e monitoramento, plano de comunicação e educação ambiental.

As ações, com foco na região litorânea, têm como objetivo principal engajar pescadores artesanais e populações locais na captura da espécie e futura inserção do peixe-leão em uma cadeia produtiva, além de prevenir acidentes com os espinhos do peixe, que liberam toxinas venenosas causadoras de lesões dolorosas.

Modelo de atuação

Segundo o presidente da CBPA, Abraão Lincoln, esse é um modelo de atuação que foi adotado em outras situações de invasores pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“A ideia é unirmos esforços para que entidades não-governamentais e governo atuem em todo o Brasil para tentar coibir a ação predatória desse peixe”, opinou.

O ministro André de Paula destacou a importância da pesquisa que servirá de subsídio para a elaboração de políticas públicas e que também viabilizará uma ampla campanha de divulgação e conscientização dos pescadores e banhistas.

“A CBPA nos oferece um estudo muito consistente, inclusive com um diagnóstico da situação e sugestões de ações que podemos desenvolver conjuntamente. Essa parceria é muito importante e é desejada”, finalizou.

A família de Bruna Biancardi teve uma madrugada bastante difícil nesta terça-feira, dia 7. Isso porque, segundo informações do R7, a casa da influenciadora em Cotia, no interior de São Paulo, foi invadida e assaltada.

Os alvos do crime seriam Bruna e Mavie, mas elas ainda não estavam na residência. Três homens são suspeitos por invadirem e levado objetos de valor da casa, além de amarrarem os pais da influenciadora. Um dos homens já foi identificado e preso após a ação, ele seria morador do condomínio e teria permitido a entrada dos comparsas.

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Os criminosos estavam armados, mas, apesar do susto e das perdas materiais, os pais de Bruna não foram feridos durante a ação. As autoridades foram acionadas pelos vizinhos que notaram uma movimentação incomum. Foram levadas bolsas de grife, relógios e joias.

A organização do GP de São Paulo de Fórmula 1 foi denunciada pelos comissários da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) por causa da invasão de torcedores no Autódromo de Interlagos antes do fim da corrida deste domingo. Após avaliação, o GP brasileiro escapou de uma punição inicial, mas ainda poderá ser investigado pelo Conselho Mundial da FIA.

A denúncia foi feita pelos comissários após o fim da corrida deste domingo. Eles observaram que alguns torcedores pularam as grades da arquibancada e invadiram a área próxima à pista antes da finalização formal da prova. Naquele momento, o vencedor Max Verstappen já havia recebido a bandeirada, mas ainda havia pilotos completando a última volta.

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Na decisão tomada neste domingo, os comissários evitaram punições à organização do GP brasileiro. Porém, exigiram uma investigação interna do próprio GP para encontrar as brechas de segurança e também medidas para que o fato não se repita nas próximas edições da prova paulistana.

De acordo com o comunicado, a organização reconheceu que houve falhas. "A organização do GP de São Paulo de F-1 admitiu sinceramente que falhou em termos de protocolos e medidas de segurança", afirmaram os comissários, no documento oficial. "Eles reconheceram que situações semelhantes já haviam acontecido no Brasil e que isso era uma situação inaceitável que poderia ter consequências desastrosas."

A organização do GP concordou em realizar a investigação. E os comissários avisaram que vão revisar as medidas que vierem a ser tomadas pelo GP brasileiro. Além disso, indicaram que o caso será investigado pelo Conselho Mundial da FIA para avaliar "se novas medidas ou penalidades serão aplicadas".

A corrida brasileira é uma daquelas da F-1 que conta com a tradição de invasão da pista ao fim das provas. Os torcedores costumam se aglomerar na "Reta dos Boxes" para acompanhar mais de perto a festa no pódio. Mas, na prática, eles ocupam diferentes trechos do traçado.

Na edição deste ano, essa invasão foi potencializada por novo recorde de público em Interlagos. Ao longo dos três dias do evento, o GP brasileiro recebeu 267 mil fãs de automobilismo.

O som que vem das favelas do Recife e região tem contado com um projeto de fomento para aumentar sua relevância e ganhar espaço. Criado em 2021 pelo empresário Mano Queiroga, o Projeto Invasão tem dado voz e vez para artistas do funk e do brega funk feitos nas periferias. Nas redes sociais, o trabalho escoa através de fãs e seguidores e assim vem ultrapassando as barreiras geográficas de Pernambuco, tendo chegado a lugares distantes como São Paulo e até a Alemanha. 

Com o lema “em prol da música, dança, esportes e comunicação das favelas”, o Invasão montou um cast de MCs, rappers, cantores e produtores para trabalhar no ‘arranque’ de suas carreiras. O projeto investe em produção musical e audiovisual e já foi destaque em um dos mais importantes sites do segmento funk, o Kondzilla. O ‘bonde’ também já excursionou por São Paulo, fazendo shows e gravações, e chegou ao outro lado do Oceano Atlântico em um feat com o cantor alemão Silez.

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Além disso, o Invasão promove ações de incentivo a outras artes, como a dança, e aos esportes para moradores das periferias da Região Metropolitana do Recife. Tudo sem ajuda do poder público ou patrocínio de empresas privadas. O objetivo do projeto é dar educação, entretenimento e oportunidade para que crianças e jovens das comunidades fiquem longe de chagas sociais como as drogas e a violência urbana. Essa última que, inclusive, acabou ceifando precocemente a vida do próprio idealizador e fundador da iniciativa, o empresário Queiroga, no último domingo (22). 

O empresário Queiroga, idealizador e fundador do Projeto Invasão, é mais uma vítima da violência que assola o estado de Pernambuco. Um dos objetivos do seu projeto, era buscar paz nas favelas através da arte e da solidariedade. Foto: Reprodução/Instagram

O LeiaJá preparou uma lista com alguns dos artistas do Invasão para que você possa conhecer melhor o trabalho e a proposta do grupo. Confira.

MC Louco

Vilão da Norte

Matheus Perverso

Marck SA

Juninho JDC

WK Chefe

MC Anjo

Projeto Invasão 

 

Palestinos deixam em massa a região norte de Gaza depois que o governo de Israel ordenou que cerca de 1 milhão de pessoas deixem a região para o sul do território. Tal fato sugere que o exército israelense pode em breve realizar uma ocupação militar na região para combater militantes do Hamas.

As Nações Unidas alertaram que a ordem para que cerca de metade da população de Gaza deixe a área em 24 horas poderá gerar uma calamidade e pediu para o governo de Israel revogá-la. Famílias em carros, caminhões e carroças puxadas por burros repletos de cobertores e outros objetos se concentravam na principal rodovia da Cidade de Gaza, em meio a bombardeios de aviões que continuam a atingir a região.

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O Hamas divulgou pela sua assessoria de comunicação que jatos israelenses atacaram carros em direção ao sul, o que provocou a morte de 70 pessoas. As forças militares de Israel informaram que tropas ingressaram em Gaza em ataques temporários para combater militantes e buscar pistas das 150 pessoas mantidas como reféns pelo Hamas, após os ataques brutais ocorridos no último fim de semana.

Embora o Hamas tenha orientado a população no norte de Gaza a ignorar a ordem de saída, muitos palestinos hesitaram e preferiram deixar a região porque não estavam seguros em permanecer lá. O território está fechado para receber alimentos, água e suprimentos médicos e está sob um virtual blackout de energia.

O ministério da saúde de Gaza informou que 1.800 pessoas foram mortas na região, sendo mais da metade menores de 18 anos ou mulheres. Os ataques do Hamas mataram 1.300 israelenses, a maioria civis.

O escritório do deputado estadual paulista Emídio de Souza (PT) foi invadido no último final de semana. Localizado na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, o espaço foi ocupado por criminosos que usaram um pé de cabra para estourar a única grade não ligada ao sistema de alarmes. Emídio é também pré-candidato do PT à prefeitura de Osasco.

O crime foi identificado pelos assessores do parlamentar na segunda-feira (9), ao chegarem para o trabalho. "Infelizmente fomos alvos de ações criminosas. Assessores chegaram para trabalhar e encontraram o escritório vandalizado. Não tinha ninguém na hora da ocorrência e, por ora, não constatamos a falta de nada. Vou tomar medidas para que esse bandido pague pelo crime que cometeu", disse o parlamentar em uma rede social.

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Em nota, a assessoria do deputado informou que os criminosos arrombaram armários e gavetas e espalharam documentos. O caso já está sendo apurado pelo 5º Distrito Policial de Osasco e perícia foi acionada. O circuito de câmeras do espaço estão sendo analisadas.

O diretório municipal do PT em São Paulo prestou solidariedade ao deputado e repudiou o ocorrido. "É imprescindível que as autoridades investiguem e que esses graves ocorridos não fiquem impunes", disse em nota.

Essa é a segunda invasão a escritórios de apoio de parlamentares petistas e paulistas em menos de uma semana. Na segunda-feira da semana passada, dia 2, o deputado federal Alencar Santana (PT-SP) teve a sua sede parlamentar política em Guarulhos atacada durante a madrugada. "Roubaram computadores e outros equipamentos. Destruíram as instalações, deixaram inscrições atacando o PT. A polícia já está investigando, mas aviso que não seremos intimidados por violência de qualquer natureza!", disse o parlamentar.

As investigações da Polícia Federal (PF) sobre os articuladores dos atos golpistas, que culminaram na invasão da Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, em Brasília, apontam para a participação de agentes das forças especiais do Exército. A PF levanta informações ao apreender o celular do general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, que prestou depoimento na última sexta-feira (29). 

A apuração chegou a identificar integrantes de grupos especiais pelas câmeras de segurança do Congresso Nacional, utilizando balaclava, espécie de gorro que cobre todo o rosto, e luvas. Integrantes teriam auxiliado os invasores a entrar no Congresso por meio de uma abertura no teto, e o uso de um gradil como escada improvisada. 

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Também foi apontado que um dos explosivos usados na invasão, uma granada conhecida pelo nome de “bailarina”, por saltar após disparada, enquanto libera gás lacrimogêneo. O artefato não faz parte do arsenal das polícias legislativas do Congresso, nem da Polícia Militar do Distrito Federal, mas é utilizada pelo Exército para treinamentos. 

A essa altura das investigações, o trabalho da PF consiste em identificar os militares envolvidos. Ridauto Fernandes, que era integrante do grupo kids pretos, esteve presente no dia 8 de janeiro, e chegou a fazer registros em vídeo. Em depoimento na PF, ele alegou que foi à Esplanada dos Ministérios, mas deixou o local quando participantes passaram a invadir e depredar os prédios públicos.

A Polícia Civil da cidade de Bady Bassitt, interior de São Paulo, deteve uma quadrilha hacker de jovens que invadia ilegalmente plataformas e sites de instituições de segurança e de Justiça do País. O principal suspeito de liderar o grupo, que comercializa esses acessos por preços até R$ 1 mil, é um adolescente de 14 anos.

As investigações, reveladas pelo programa Fantástico (TV Globo), neste domingo (24), apontam que a quadrilha tinha cerca de 20 milhões de logins e senhas das plataformas.

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Eles conseguiam não apenas acessar os sistemas da Polícia Civil de São Paulo, por exemplo, como também alterar informações, como inserir informações falsas em registro de boletins de ocorrência e até limpar a ficha criminal de pessoas que já tinham passagem pela polícia.

Os acessos, feito por meio de logins e senhas de servidores, virou um ativo valioso na mão dos jovens. Segundo o delegado Adriano Pitoscia, de Bady Bassitt, eles comercializam as "chaves" por preços que variavam de R$ 200 à R$ 1.000.

Segundo a reportagem, a quadrilha possuía mais de 20 milhões de acessos. Desses, mais de 3.600 logins e senhas eram do Tribunal de Justiça de São Paulo; 1.500 da Polícia Militar; 500 da Polícia Federal; aproximadamente 150 do Exército; e 89 do Ministério Público do Estado paulista.

Rastrear o grupo era difícil, de acordo com o Fantástico. Como os arquivos estavam em servidores privados, o grupo conseguia criar "conexões fantasmas" para maquiar a origem de onde estavam fazer o acesso. Ou seja, não era possível saber de qual computador (logo, de qual endereço do suspeito) estava sendo praticada a invasão.

Mas em junho deste ano, a Polícia Civil de Bady Bassitt conseguiu chegar a um suspeito, de 17 anos, que operava o esquema da cidade. Por meio dele, os agentes chegaram a um jovem de 18 anos, morador da cidade de São Paulo, e que era conhecido pelo apelidado de Fusaao na internet.

Ele é suspeito de ter entrado no sistema da polícia civil e fazer alterações no sistema para sumir a sua ficha criminal. Segundo o delegado Pitoscia, ele invadiu e conseguiu se declarar como morto para impedir que seu nome aparecesse em uma futura pesquisa.

A partir disso, as investigações chegaram a um adolescente de 14 anos, do Paraná, que confessou aos policiais ser o criador do programa de computador pelo qual o grupo conseguia acessar os sites privados e públicos. Ele é suspeito de ser o líder da quadrilha, que teria se conhecido na plataforma de jogos Discord.

"Esse adolescente (de 14 anos) afirmou que acessou por curiosidade. Os outros investigados acessavam ou compartilhavam logins e senhas para fins financeiros, pelo preço de R$ 200 até R$ 1.000", explica o delegado Adriano Pitoscia ao Fantástico.

Além dos integrantes de São Paulo e de Paraná, outros dois membros do grupo, de Mato Grosso e de Santa Catarina, também foram detidos. Os cinco foram liberados, mas o adolescente de 17 anos, de Bady Bassitt, voltou a ser apreendido e está na Fundação Casa, informou a reportagem.

Procurada, a plataforma Discord disse ao Fantástico que adota uma abordagem de tolerância zero com atividades ilegais e que remove o conteúdo, proíbe usuários e colabora com as autoridades, quando identificam atividades deste tipo.

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