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Um homem tentou deixar flores na casa de Lady Gaga e a polícia foi acionada. Segundo informações do TMZ, os seguranças que vigiam a propriedade da cantora acionaram as autoridades e fizeram uma denúncia.

O intruso informou à polícia que estava apenas deixando flores. Felizmente, ele só conseguiu chegar até a base da garagem antes de ser parado pelos guardas. Os policiais disseram que não era uma boa ideia dar presentes à artista.

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A situação se torna preocupante quando é revelado que está não foi a primeira vez que ele foi à residência. Fontes contaram que o homem já foi visto outras vezes na propriedade, também para deixar pequenos presentes à Lady Gaga.

Apesar de as autoridades terem corrido desta vez para checar o que estava acontecendo, a cantora não teve qualquer contato com o intruso e permaneceu segura em sua casa. Apesar da denúncia, o homem não foi preso.

A reportagem do LeiaJá também teve acesso aos vídeos publicados primeiramente pelo NE 45 em que torcedores do Sport invadem a Ilha do Retiro para assistir a decisão da Copa do Nordeste, no dia 3 de maio. A final também ficou marcada pelos relatos de torcedores rubro-negros que tinham ingresso e não conseguiram entrar no estádio durante o jogo.

Nas imagens obtidas pela nossa reportagem, é possível ver correria na parte interna da sede social do clube com torcedores indo na direção das entradas dos setores das sociais e cadeiras. Já outro trecho, com imagens do helicóptero da PMPE, mostra a correria na parte externa da Ilha do Retiro com outro grupo correndo para dentro do estádio.

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A Polícia pediu para fechar os portões minutos antes do jogo começar e acabou deixando torcedores com ingressos do lado de fora.  Alguns desses torcedores têm usado as redes sociais para denunciar uma ação truculenta da PMPE antes do jogo.

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Durante a partida entre Catalans Dragons e St Helens pela Superliga de rúgbi da França, um touro invadiu o campo e perseguiu jogadores que estavam uniformizados de vermelho, cor que costuma atrair o animal.  O "invasor" participava de um desfile organizado pelo Dragons, que seria realizado no início do jogo.

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A iniciativa foi de Bernard Guasch, que é dono da equipe e presidente de uma empresa local de processamento de carnes, como uma maneira de celebrar a qualidade da carne da região. 

Apesar do susto, os atletas conseguiram se esquivar do Touro e ninguém ficou ferido. O time perseguido, Catalans Dragons, venceu o St Helens por 24 a 12.

O meia Souza optou por minimizar a invasão ao CT e auditório onde estavam os jogadores e a comissão técnica do do Náutico, nesta sexta-feira (5). O jogador enxerga com normalidade a atitude dos integrantes da torcida uniformizada e a cobrança dentro do clube.

Segundo ele, o futebol brasileiro já normalizou comportamentos como esses e que a conversa acabou sendo bastante tranquila. Mas, nos vídeos que o LeiaJá teve acesso, foi possível ver xingamentos e cobranças em tom de ameaças contra os jogadores.  

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“A gente sabe do peso da camisa do Náutico, vai ter pressão, vai ter cobrança. Hoje em dia, isso virou normal no futebol brasileiro e a cobrança lá dentro foi bastante tranquila, nada de anormal, nada que fugiu da realidade, foi uma cobrança e a gente escutou tranquilamente”, disse.

Souza ainda foi além e falou que essa pressão vai perdurar até o fim da Série C. Segundo ele, o único jeito de diminuir é conquistando o acesso no fim do ano. 

“A gente não tem para onde fugir, a Série C é uma competição bastante importante para o clube, a gente precisa do resultado e vamos viver com essa pressão até o fim. Por isso que é importante somar pontos e vencer jogos”, finalizou.

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou na madrugada deste domingo (23) mais três ocupações na Bahia, dando sequência às mobilizações do "Abril Vermelho". Mais de 500 famílias ocuparam terrenos considerados improdutivos pelo MST em diferentes regiões do Estado.

As novas ações ocorreram após o movimento, atendendo a apelos do governo federal, desocupar uma área de pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na zona rural de Petrolina (PE).

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Conforme divulgado neste domingo pelo MST, cerca de 118 famílias reocuparam uma fazenda em Guaratinga, no sul da Bahia. No Vale do Jiquiriçá, sudoeste do Estado, outras 200 famílias ocuparam uma fazenda no município de Jaguaquara. A terceira ocupação aconteceu em Juazeiro, no norte baiano, onde aproximadamente 200 famílias tomaram 4 mil hectares em terras.

Além de ser uma campanha em defesa da reforma agrária, o "Abril Vermelho" relembra os 27 anos do massacre de Eldorado do Carajás, no Pará, onde, no dia 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem-terra foram mortos por policiais militares.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, cancelou a palestra que faria a empresários nesta sexta-feira (21), no Lide Brazil Conference, em Londres, e retornou ao Brasil em meio à crise causada pelas invasões realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) desde o último domingo (16), na retomada do chamado "Abril Vermelho".

Como parte da ofensiva no campo, o movimento voltou a ocupar fazendas produtivas da Suzano, ocupou sedes do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) e invadiu área de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Pernambuco. Até o momento, as propriedades seguem ocupadas, mesmo após o governo Lula ceder cargos no Incra e renovar apelo em defesa das reintegrações de posse. Ainda assim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou em sua agenda oficial um encontro previsto para o fim da tarde desta quinta-feira (20) com o comando nacional do MST em São Paulo.

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Na noite de quarta (19), o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, voltou a pedir que o movimento desocupe as áreas de pesquisa da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), invadidas desde domingo, 16, e da Suzano, em Aracruz (ES), tomadas na segunda-feira (17). O movimento se comprometeu a sair das propriedades, mas ainda não efetivou a desocupação.

Na manhã desta quinta, pelo menos seis áreas invadidas pelo MST no "Abril Vermelho" continuavam ocupadas, inclusive as terras citadas por Teixeira, segundo o próprio movimento.

Enquanto Teixeira tem evitado usar termos mais duros desde o início da crise, na segunda-feira, o ministro da Agricultura classificou a ação do MST em suas redes sociais como "crime" e "inaceitável". Fávaro tem destoado do restante do governo no que diz respeito à atuação dos sem-terra. Ele chegou a Londres no dia seguinte e embarcou de volta ao Brasil na noite desta quarta.

Três pessoas morreram e uma ficou ferida em um tiroteio que aconteceu em um condomínio localizado em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, na tarde da última sexta-feira (14). Imagens da câmera de segurança do local, obtidas pela TV Globo,  mostram três homens invadindo o condomínio, que a após o carro passar da entrada, atiraram vária vezes contra a guarita. Os homens fugiram a pé e, até o momento, ninguém foi preso.

A única pessoa ferida foi levada para o Hospital Municipal de Belford Roxo e não há infromações sobre o estado de saúde. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense foi acionada para perícia e investiga o caso, de acordo com Secretaria de Segurança Pública do município, nenhum autor foi identificado.

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A empresa especializada em mídias de armazenamento Western Digital confirmou nesta segunda-feira (3) que detectou “um incidente de segurança” em seus sistemas internos. Por enquanto, a companhia não confirma que tipo de ocorrido é esse e nem se algum dano foi causado. Ao que tudo indica, a empresa foi alvo de um ciberataque ou encontrou um acesso não autorizado.  

Isso porque a Western Digital afirmou que o responsável “coletou alguns dados”, mas a origem, a importância e a quantidade dessas informações ainda não foram confirmadas. No comunicado oficial que confirma o incidente, a companhia norte-americana diz que o fato ocorreu no dia 26 de março deste ano. A empresa está trabalhando com especialistas e analistas externos para entender exatamente os danos causados, além de já colaborar com as autoridades para encontrar os culpados. Comunicados mais detalhados devem ser feitos em breve. 

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Até pela implementação de novas medidas de varredura e segurança, alguns sistemas e serviços podem apresentar instabilidade nos próximos dias. O site TechRadar identificou que o WD My Cloud Home, de armazenamento na nuvem, recebeu várias reclamações nos últimos dias por estar fora do ar no final de semana. Isso, entretanto, não significa que o ataque tinha como alvo essa plataforma. 

O torcedor do Internacional que invadiu o gramado do Beira-Rio com a filha no colo, no último domingo, durante a semifinal do Campeonato Gaúcho, foi indiciado pela Polícia Civil nesta quinta-feira, por lesão corporal leve e invasão de campo. Após o pênalti que classificou o Caxias à final da do estadual, o homem de 33 anos, identificado como morador de Canoas, saiu das arquibancadas e agrediu um cinegrafista da RBS TV e o lateral Dudu Mandai, do time caxiense.

De acordo com reportagem do jornal Zero Hora, o indiciamento por agressão é referente apenas à agressão sofrida pelo profissional da emissora de TV. Mandai não entrou com representação contra o agressor, mas tem seis meses para fazê-lo. Em contato com a polícia, o jogador disse que deve tratar do assunto após a disputa das finais do Gauchão contra o Grêmio.

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O torcedor prestou depoimento na segunda-feira e se defendeu dizendo que praticou as agressões por ter se sentido "acuado". Também alegou que só entrou no gramado porque os seguranças abriram o portão de acesso, uma vez que ele e a filha estariam sendo pressionados contra as paredes.

O relatório do inquérito concluiu que, mesmo que os portões tenham sido abertos, o homem entrou em campo sem autorização. O texto também avalia que a atitude dele não é condizente com a tentativa de "resguardar a segurança da filha" e que a agressão ao cinegrafista foi "gratuita e não praticada em situação de legítima defesa".

O torcedor responde, ainda, a um segundo inquérito, ainda sem conclusão. Ele é investigado pela Divisão Especial da Criança e do Adolescente por "submeter criança sob sua autoridade a vexame ou constrangimento", sob risco de pena de seis meses a dois anos de prisão. Em coletiva de imprensa na última terça-feira, a delegada Elisa Souza afirmou que a tendência é que ele seja indiciado.

A mãe da criança que foi carregada pelo pai, que invadiu o campo e agrediu jogadores e jornalistas no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, prestou depoimento para a Polícia Civil nesta terça-feira (28). Segundo a delegada, em entrevista ao canal SporTV, ela assistiu tudo pela televisão.

“Ela relatou que soube dos fatos no momento em que eles aconteceram, porque ela viu, ela estava assistindo ao jogo. Imediatamente ela ligou para o pai porque disse, nas palavras dela, que ficou 'apavorada', mas o homem não atendeu”, afirmou a delegada Elisa Souza.

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O homem já foi proibido pelo internacional de frequentar o Beira-Rio e vai responder a dois inquéritos: invasão de campo e lesão corporal. Ele ainda pode ser indiciado por expor um menor de idade a riscos. 

Sua defesa alega que ele entrou em campo por um portão aberto por um segurança e que ele estava fugindo da confusão na arquibancada. Sobre as agressões ele justifica que foi para se defender.  Ele e a mulher foram ouvidos. Mais testemunhas ainda serão convocadas.

O Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu, na madrugada deste sábado (25), uma fazenda em Hidrolândia, cidade do interior de Goiás, a 35 quilômetros da capital. O MST justificou a ação de um grupo de 600 famílias como parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra. A invasão foi tratada como uma "denúncia contra à exploração sexual das mulheres e adolescentes".

O imóvel pertenceu a um grupo condenado em 2009 por crimes desse teor. Hoje, a propriedade da fazenda é da União. Conforme a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), o imóvel possui uma área total de 678.588 metros quadrados.

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Ao Estadão, a Polícia Militar de Goiás afirmou que "está presente no local, acompanhando e tomando todas as ações necessárias para garantir a segurança de todos os envolvidos". Questionada pela reportagem, a PM não respondeu se há alguma ação de desocupação da propriedade em curso.

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás, a Superintendência do Incra no Estado e o MST, que também foram procurados pelo Estadão, não responderam até a publicação desta matéria.

Suzano

Tradicionalmente, o mês de abril concentra diversas invasões por parte do MST, a partir da ação anual conhecida como "Abril Vermelho". O período é visto com preocupação por proprietários rurais, que buscam se precaver contra eventuais ataques às suas propriedades.

No fim de fevereiro, o MST protagonizou as primeiras invasões de grandes proporções no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República. No Sul da Bahia, cerca de 1.700 sem-terra tomaram conta de três fazendas de cultivo de eucalipto nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas. As propriedades pertencem à empresa Suzano Papel e Celulose. O caso foi parar na Justiça, que determinou a expulsão do movimento das três propriedades.

Exploração sexual

O local da invasão em Hidrolândia era chamado de fazenda São Lukas. Em 2002, a propriedade foi comprada pelo suíço Pietro Chiesa, que, segundo investigações, junto com mais nove pessoas, mantinha um esquema de tráfico internacional de mulheres para prostituição. Vítimas de cidades próximas a Hidrolândia - Anápolis, Goiânia e Trindade - eram levadas para a Suíça.

No exterior, eram submetidas a um esquema de endividamento e prostituição. De acordo com a sentença que condenou Chiesa e os demais membros da quadrilha, algumas vítimas eram menores de idade e a maioria não suspeitava de que pudesse haver um esquema de cafetinagem envolvido.

Na última quinta-feira, dia 23, Rihanna enfrentou um baita perrengue, segundo informações do site TMZ. O veículo divulgou que a equipe de segurança da cantora precisou acionar o departamento de polícia na mansão da artista.

Isso tudo aconteceu porque um homem teria tentado invadir a casa de Rihanna, localizada em Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos, para fazer um pedido de casamento à cantora.

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O invasor não conseguiu ir longe o suficiente, pois foi impedido pelos seguranças pessoais de Rihanna, que logo solicitaram uma viatura policial para levar o homem à delegacia.

Ainda segundo o site norte-americano, ele foi algemado e levado pelos policiais, porém não foi fichado, apenas alertado para não voltar a importunar Rihanna ou sua família no futuro.

Em 2018 a artista passou por um susto bem parecido quando um homem chamado Eduardo Leon foi pego dentro da mansão de Rihanna. Na época, ele teria passado cerca de 12 horas no local esperando que a cantora chegasse em casa, mas felizmente o encontro não aconteceu.

Torcedores organizados do Corinthians invadiram o CT Joaquim Grava na manhã desta sexta-feira, interromperam o treinamento comandado pelo técnico Fernando Lázaro e fizeram cobranças aos jogadores, comissão técnica e diretoria. Após informações iniciais sobre o caso divulgadas pela Rádio Jovem Pan e imagens publicadas nas redes sociais, o clube alvinegro comunicou que levará o caso à Polícia.

"O Corinthians lamenta e repudia qualquer tipo de invasão em seu ambiente de trabalho. Todas as imagens de câmeras de seguranças serão enviadas às autoridades policiais para que as devidas providências sejam tomadas", diz a nota.

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"O Corinthians sempre foi aberto ao diálogo e valoriza a sua relação com a Fiel Torcida. Entendemos que estes invasores não representam os milhões de corinthianos apaixonados pelo Clube e apenas expõem, negativamente, a imagem da instituição. Por isso, ações como esta serão sempre motivo de indignação, revolta e tristeza", completa.

Segundo o comunicado do clube, o grupo de torcedores fez um corte no alambrado lateral do CT corintiano para ter acesso à parte interna. Além do contato com os profissionais, eles penduraram faixas em alguns pontos ao redor do gramado de um dos campos de treinamento, com frases como "Elenco incompetente" e "Fora Roberto de Andrade", referindo-se ao diretor de futebol do Corinthians, alvo de críticas das organizadas há um bom tempo.

O Corinthians vive um período sem partidas desde que foi eliminado do Paulistão ao ser derrotado nos pênaltis pelo Ituano, na Neo Química Arena. O próximo compromisso deve ser apenas no dia 5 de abril, data para a qual está prevista a estreia do time na Libertadores, ainda sem adversário definido. A situação revoltou parte dos torcedores, que criticam o planejamento feito para esta temporada, sem contratações de peso.

Na última terça-feira, dois dias após a eliminação, a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada da equipe paulistana, divulgou uma nota na qual disse que Roberto de Andrade "transpira incompetência". Em outro trecho, disseram que o time é "capenga" e não "aguenta perder um só titular por lesão", em referência à falta que Renato Augusto, machucado, faz para o time. A nota termina pedindo a demissão do diretor de futebol.

Mais 130 homens que estavam presos no Presídio da Papuda por participar da invasão à Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, foram soltos nesta segunda-feira (13). A determinação foi do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

O ministro esperou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizasse a denúncia aos investigados por incitação ao crime e associação criminosa para oferecer a soltura. Em troca, os extremistas serão monitorados por tornozeleira eletrônica e ficam proibidos de usar as redes sociais, bem como deixar o domicílio à noite. 

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A PGR já denunciou 919 pessoas. Dessas, 219 responderão por crimes mais graves, como dano qualificado, golpe de estado e abolição violenta do estado de direito. 

No total, 1.400 pessoas foram detidas por envolvimento com a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro. Mais de 1 mil foram soltos e 392 permanecerão atrás das grades, sendo 310 homens e 82 mulheres. 

Cumprindo liminares de reintegração de posse dadas pela justiça, a Polícia Militar realizou, nesta terça-feira (7), a retirada de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que há oito dias ocupavam três fazendas de reflorestamento da empresa Suzano, no sul da Bahia. Não houve conflitos. Nesta quarta-feira (8), representantes do MST, da Suzano e do governo da Bahia sentam à mesa com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, em Brasília, para discutir o fim dos conflitos na região.

Cerca de 1.500 sem terra estavam acampados nas áreas desde o dia 27 de fevereiro, na primeira onda de invasões do MST no governo Lula. O movimento alegou que a Suzano havia deixado de cumprir um acordo para assentar famílias na região, o que a empresa nega.

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A primeira a ser desocupada ainda de manhã, com a chegada do contingente da PM, foi a fazenda de Mucuri. Em seguida, os sem terra foram retirados das fazendas de Caravelas e de Teixeira de Freitas. Equipes de assistência social da empresa e do governo baiano acompanharam a saída dos militantes. Os grupos seguiram em marcha para acampamentos da região.

A reunião foi marcada depois que representantes da Suzano pediram a intervenção do ministro para solucionar o conflito. Segundo Teixeira, além das partes envolvidas, o encontro terá a participação de secretários do governo da Bahia, estado administrado pelo PT. A condição imposta pela Suzano para a negociação seria a desocupação das áreas invadidas, o que aconteceu nesta terça. "O objetivo é retomar o diálogo interrompido há sete anos na Bahia", disse o ministro.

De acordo com o MST, quando as empresas de celulose se estabeleceram na região, houve conflitos com os pequenos produtores que ocupavam as áreas. Na época, as empresas Veracel, Fíbria e Suzano, com a intermediação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), teriam se comprometido a assentar cerca de 2 mil famílias na região. Segundo o MST, a Suzano não cumpriu integralmente o acordo. Em nota, a emprea disse que "a completa entrega das áreas pela Suzano depende de processos públicos que ainda não ocorreram ou foram implementados pelo Incra".

O líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), José Rainha Junior, preso na tarde de sábado, passou por audiência de custódia neste domingo, 5, e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá, no sudoeste de Estado de São Paulo, onde será mantido em prisão preventiva. Luciano Lima, outra liderança do movimento, também foi preso ontem e, assim como Rainha, ouvido pelo juizado e encaminhado para o CDP. Ambos foram detidos em operações realizadas pela Polícia Civil.

Segundo nota divulgada pelo órgão, as prisões foram resultado de um inquérito que investiga se os acusados estariam aproveitando-se do movimento social para extorquir proprietários rurais. "O grupo de pessoas teria constrangido, mediante grave ameaça, seis vítimas, com o intuito de obter para si e para outrem indevida vantagem econômica", afirmou a Polícia Civil.

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Há duas semanas, a FNL desencadeou o chamado Carnaval Vermelho, invadindo oito fazendas no Pontal e uma no Mato Grosso do Sul. No entanto, a nota da Polícia Civil sinaliza que a prisão de Rainha e Lima, por extorsão, não tem relação com esses atos, que estariam sendo apurados em diferentes investigações.

Apreensão de armas

Outro inquérito incorrente da violência na região do Pontal do Paranapanema investiga os crimes de milícia armada e disparos de armas. Apenas durante uma operação realizada na sexta-feira, 3, a equipe de polícia apreendeu 2 fuzis 556, duas espingardas calibre 12 e uma espingarda calibre 357. Ninguém foi preso, porque as armas estavam regularizadas, mas elas serão submetidas a perícia criminal com o objetivo de identificar os atiradores. O Estadão entrou em contato com a Polícia Civil de Presidente Prudente e confirmou que todos os armamentos apreendidos estavam em posse dos proprietários rurais envolvidos no conflito.

"O ciclo de violência nasce com as extorsões, invasões de terras e com os disparos de arma de fogo, incluindo fuzil por parte de proprietários", destaca a nota da Polícia Civil, que reforça que as operações policiais dos dias 3 e 4 "visam reestabelecer a paz e o controle estatal na resolução de conflitos agrários".

A justiça da Bahia determinou a reintegração de posse de uma fazenda da Suzano ocupada, na segunda-feira (27), por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra em Mucuri. Na primeira onda de invasões deflagrada no novo governo Lula, o MST ocupou três áreas da empresa e uma quarta fazenda de outro proprietário no sul do Estado. O juiz Renan Souza Moreira fixou multa de R$ 5 mil por dia aos sem-terra em caso de descumprimento e autoriza o uso de força policial para a desocupação, se necessário.

A decisão vale para a fazenda de cultivo de eucalipto localizada no município de Mucuri. As ações de reintegração de posse relativas às outras áreas da Suzano ocupadas nos municípios de Caravelas e Teixeira de Freitas ainda eram analisadas pela justiça estadual na manhã desta quinta-feira (2).

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Foram mobilizados 1.700 militantes para invadir as três áreas da empresa e uma quarta fazenda no município baiano de Jacobina. O proprietário da Fazenda Limoeiro entrou com ação de reintegração de posse, ainda não julgada. As invasões geraram forte reação de repúdio de entidades do agronegócio. A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura divulgou uma nota condenando a ofensiva dos sem-terra e argumentando que as invasões podem alimentar a polarização ideológica. A entidade reúne centenas de representantes do setor, incluindo a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), além do Carrefour, banco Bradesco, BTG Pactual, entre outras empresas.

Em entrevista ao Estadão, o presidente da Indústria Brasileira de Árvores e ex-governador Paulo Hartung afirmou que as invasões promovem "insegurança jurídica e afastam investidores". Ele também criticou o silêncio do atual governo, que ainda não se manifestou sobre as ações.

Pressão

Segundo o MST, a decisão judicial referente à fazenda da Suzano em Mucuri será cumprida. De acordo com o dirigente nacional do movimento na Bahia, Evanildo Costa, as ações contra as fazendas da Suzano tiveram como objetivo obrigar a empresa a cumprir um acordo feito em 2011, com a participação de interlocutores dos governos estadual e federal. "A Veracel e a Fibria (outras empresas do setor de celulose) cumpriram o acordo. A Suzano deveria ter destinado área para assentar 650 famílias, mas só destinou para 250. Estamos negociando desde 2015 e a empresa vem enrolando, enquanto as famílias estão espremidas em acampamentos. Fizemos as ocupações como pressão para o cumprimento do acordo."

Segundo o líder sem terra, os acordos resultaram de negociações iniciadas em 2007, quando a chegada das empresas de celulose na região gerou conflitos com os pequenos produtores que já atuavam na região. "Esse discurso de que houve trégua no governo Bolsonaro não é real. Só aqui na Bahia fizemos mais de 30 ocupações durante o governo dele. Não foram divulgadas porque ele queria manter o discurso de que domesticou o MST. As ocupações nunca pararam", afirmou Costa.

O que diz a Suzano

A Suzano disse, em nota, que não houve descumprimento, e que a invasão das propriedades com essa justificativa é ilegal, como já foi reconhecido pela justiça: "Este acordo assinado com a Suzano é um acordo entre Suzano, MST e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra, e não foi violado pela Suzano. A completa entrega das áreas pela Suzano depende de processos públicos que ainda não ocorreram ou foram implementados pelo Incra".

A Ucrânia prometeu nesta sexta-feira (24) a vitória contra a Rússia e afirmou que prepara uma nova contraofensiva, no dia em que o conflito bélico mais longo na Europa desde a Segunda Guerra Mundial completa um ano.

"Nós resistimos. Não fomos derrotados. E faremos todo o necessário para conquistar a vitória este ano", afirmou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em um discurso divulgado nas redes sociais.

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"A Ucrânia inspirou o mundo. A Ucrânia uniu o mundo", acrescentou, depois de chamar as cidades de Bucha, Irpin e Mariupol, cenários de crimes de guerra russos, de "capitais da invencibilidade".

A Ucrânia não vai descansar "até que os assassinos russos recebam o castigo que merecem, declarou Zelensky.

Com a mesma determinação, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, prometeu uma nova contraofensiva: "Atacaremos com mais força e a partir de distâncias maiores, no ar, em terra, no mar e no ciberespaço. Nossa contraofensiva vai acontecer. Estamos trabalhando duro para prepará-la".

As tropas russas entraram na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, o que provocou o início do pior conflito em território europeu desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Doze meses depois, várias cidades ucranianas foram destruídas, parte do país vive sob ocupação russa e o balanço de mortos e feridos em cada lado supera 150.000, de acordo com estimativas dos países ocidentais.

"Guerra ilegal"

O Ocidente adotou sanções severas contra a Rússia e intensificou a ajuda humanitária e o fornecimento de armas à Ucrânia, o que provocou advertências de Moscou sobre uma escalada perigosa do conflito.

A Assembleia Geral da ONU aprovou na quinta-feira, por 141 votos a favor, sete contra e 32 abstenções, uma resolução que exige a "retirada imediata, completo e sem condições de todas as forças militares russas" da Ucrânia.

No aniversário de um ano do conflito, Kiev recebeu muitas demonstrações internacionais de apoio.

O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, está em Kiev.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou em um comunicado que está "decidida a apoiar a Ucrânia" e pediu ao governo russo o fim imediato de sua "guerra ilegal". Também exigiu que as autoridades de Moscou respondam por seus "crimes de guerra".

Em Paris, a Torre Eiffel foi iluminada com as cores da bandeira ucraniana, azul e amarelo.

"Povo da Ucrânia, a França está ao seu lado. Pela vitória. Pela paz", tuitou o presidente francês, Emmanuel Macron.

Em Londres, um minuto de silêncio será respeitado diante da embaixada da Rússia, um momento que terá as presenças de deputados e diplomatas.

Na Alemanha, onde um protesto está programado para acontecer diante da embaixada russa em Berlim, o chefe de Governo, Olaf Scholz, afirmou que Putin "não alcançará seus objetivos imperialistas".

A China, que tenta se posicionar como parte neutra no conflito, ao mesmo tempo que mantém laços estreitos com a Rússia, apresentou na quinta-feira uma proposta de "solução política" para o conflito, na qual faz um apelo por diálogo, alerta que armas nucleares não devem ser usadas e pede que os civis não sejam atacados.

"Todas as partes devem apoiar a Rússia e a Ucrânia a trabalhar na mesma direção e retomar o diálogo direto o mais rápido possível", afirma o ministério das Relações Exteriores chinês no documento de 12 pontos.

Ano difícil

Os serviços de inteligência ucranianos apontam o risco de "provocações em larga escala" por parte da Rússia durante o dia, incluindo séries de bombardeios.

Os ucranianos admitem o cansaço após um ano ao som de sirenes de alerta e com os cortes constantes no abastecimento de energia elétrica e água provocados pelos bombardeios, mas acreditam em um final favorável do conflito.

Oksana, moradora de Kramatorsk (leste), 60 anos, admite que vive "com medo" e espera "a paz". "Queremos que esta guerra termine, estamos cansados de viver assim".

De acordo com uma pesquisa recente, 17% dos ucranianos perderam um parente na guerra e 95% acreditam na vitória.

- "Até a Polônia"-

A Rússia apostava em uma vitória rápida, que permitiria manter a Ucrânia dentro de sua esfera de influência.

Um ano depois - e após reveses militares significativos e inesperados -, Moscou ainda espera conquistar as quatro regiões do leste e sul que reivindicou há alguns meses, em particular a área ao redor da cidade de Bakhmut, cercada há vários meses.

O fundador do grupo paramilitar russo Wagner afirmou nesta sexta-feira que suas tropas assumiram o controle da localidade de Berkhiva, ao norte de Bakhmut.

O ex-presidente e número dois do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, afirmou que o país conquistará a "vitória" e está disposto a seguir "até as fronteiras da Polônia".

Estados Unidos e os países da União Europeia (UE) concederam ajudas que superam 135 bilhões de dólares (692 bilhões de reais) à Ucrânia, segundo o Kiel Institute for the World Economy.

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Uma cena lamentável aconteceu nos minutos finais da vitória do PSV sobre o Sevilla por 2x0, nesta quinta-feira (23), pela Liga Europa. O goleiro Marko Dmitrovic foi agredido por um torcedor holandês, mas conseguiu conter o invasor. Ao final da partida, em entrevista ao canal Movistar, o goleiro disse que pensou em reagir e agredir o torcedor de volta.

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“Ele me empurrou por trás e tentou me bater. Me acertou um pouco, a verdade é que eu queria bater nele, mas isso não deveria acontecer aqui, espero que o punam. Fui surpreendido, nunca briguei na vida, mas sei me defender", disse.

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O ataque de vândalos e golpistas aos prédios-sede dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) completa nesta quarta-feira (8) um mês. Os desdobramentos do quebra-quebra de 8 de janeiro, contudo, parecem longe do fim.

Nessa terça-feira (7), a Polícia Federal (PF) realizou a quinta fase da chamada Operação Lesa Pátria. Deflagrada em 20 de janeiro, a operação busca identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram a invasão e a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Com autorização do STF, pelo menos 20 pessoas já foram detidas no âmbito da Lesa Pátria. Elas são suspeitas de participar dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado; dano qualificado; associação criminosa; incitação ao crime, destruição, deterioração ou inutilização de bens protegidos. Só a Câmara dos Deputados estima que o prejuízo na Casa Legislativa, sem considerar o Senado, chega a R$ 3,3 milhões.

Acampamento

Além das detenções ocorridas no âmbito da Lesa Pátria, mais 920 pessoas que participaram do acampamento montado por cerca de dois meses em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, continuam custodiadas em duas unidades prisionais do Distrito Federal.

Segundo a Secretaria Distrital de Administração Penitenciária (Seape), 614 homens estão detidos no Centro de Detenção Provisória da Penitenciária da Papuda e 306 mulheres permanecem à disposição da Justiça na Penitenciária Feminina, a Colmeia. Mais 459 suspeitos foram liberados, mas devem utilizar tornozeleiras eletrônicas e cumprir uma série de restrições judiciais.

As 1.379 detenções foram feitas na esteira do desmonte do acampamento que pessoas que não aceitam o resultado das últimas eleições montaram em frente ao QG do Exército, em Brasília, e em várias outras cidades. O acampamento foi desmontado no dia seguinte ao anúncio da vitória do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Com o objetivo de impedir a posse de Lula em 1º de janeiro, manifestantes também bloquearam rodovias em diferentes pontos do país.

No relatório sobre os 23 dias em que atuou como interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, mostrou que os aglomerados de barracas que “pequenos grupos” instalaram diante das unidades militares logo se transformaram em uma estrutura organizada, “crucial para o desenvolvimento das ações de perturbação da ordem pública”.

No documento disponível no site do ministério, Cappelli sustenta que as ações antidemocráticas que culminaram com o 8 de Janeiro começaram com atos concentrados em frente aos quartéis (único local onde os participantes do movimento afirmavam estar seguros para se manifestar), mas que logo extrapolaram o perímetro militar, tornando-se violentas e ameaçando a vida de pessoas.

Dois episódios ocorridos na capital federal, ainda em dezembro, sustentam a tese do ex-interventor. No dia 12, um grupo tentou invadir a sede da Polícia Federal, na área central de Brasília, em protesto contra a prisão, horas antes, de José Acácio Serere Xavante, um dos indígenas acampados diante do quartel do Exército. Reprimido, o grupo ocupou as vias próximas, bloqueando o trânsito, incendiando ao menos oito veículos, incluindo ônibus, e depredando três viaturas do Corpo de Bombeiros.

O quebra-quebra ocorreu no mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diplomou Lula e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, cumprindo uma das exigências legais para empossar os dois em seus respectivos cargos.

Menos de duas semanas depois, um artefato explosivo foi localizado junto a um caminhão-tanque estacionado próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília. Três suspeitos de fabricar e deixar a bomba no local foram identificados e estão presos: Alan Diego dos Santos Rodrigues; Wellington Macedo de Souza e George Washington de Oliveira Sousa. Eles são acusados de colocar em risco a vida e a integridade física e patrimonial de terceiros por meio de explosão. Washington, que também foi denunciado por porte ilegal de arma de fogo, confessou à polícia que o crime foi planejado no acampamento e que a intenção era “causar o caos” na véspera do Natal, promovendo a instabilidade política no país. Na ocasião, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse, entre outras coisas, que os acampamentos diante dos quarteis tinham se tornado uma "incubadora de terroristas".

Capitólio

Somados às ocorrências registradas em outros estados - como o ataque a jornalistas no acampamento montado diante do quartel do Exército em Belo Horizonte -, os fatos de 12 e de 24 de dezembro, em Brasília, deixaram autoridades em estado de alerta. Principalmente devido à proximidade da cerimônia de posse presidencial, em 1º de janeiro.

Um forte esquema foi montado para garantir a segurança da população e dos chefes de Estado que prestigiaram a posse de Lula e de Alckmin. Nenhum incidente grave foi registrado, embora milhares de pessoas tenham lotado a Esplanada dos Ministérios.

O que aconteceu na semana seguinte é objeto das investigações da PF, das polícias do Distrito Federal e de outros órgãos públicos que atuam para esclarecer o que permitiu que a manifestação do 8 de Janeiro, mesmo reunindo um número de pessoas inferior àquela com a qual as forças de segurança locais estão acostumadas a lidar, resultasse no ataque ao Estado de Direito. As imagens correram o mundo, fazendo lembrar episódio semelhante, de janeiro de 2021, quando o Congresso dos Estados Unidos foi invadido por apoiadores do ex-presidente norte-americano, Donald Trump.

Cappelli, nomeado interventor da segurança pública no Distrito Federal no momento em que poucos agentes públicos tentavam conter a ação de vândalos e golpistas, conclui, em seu relatório, que faltou comando às forças de segurança locais, responsáveis pelo patrulhamento ostensivo. Segundo ele, representantes de vários órgãos do DF se reuniram no dia 6 de janeiro e apontaram o “potencial lesivo da manifestação” agendada para dali a dois dias, antecipando que o ato poderia resultar em ações violentas, inclusive com a tentativa de invasão de prédios públicos.

“Pode-se concluir que não houve falta de informações e alertas sobre os riscos da manifestação”, afirmou o então interventor em seu relatório, no qual cita a chegada de ônibus lotados, procedentes de várias partes do país, como um fato que deveria ter despertado a atenção das autoridades distritais. “Não houve a elaboração do Planejamento Operacional. Não foi identificado nenhum documento que demonstre a determinação prévia do número exato de PMs empregados na Esplanada dos Ministérios”, concluiu Cappelli no documento. Ele destacou que, enquanto parte do comando das forças de segurança estava de folga, férias ou licença, policiais militares que sequer tinham concluído o curso de formação eram empregados na linha de frente, para tentar controlar os manifestantes.

Falhas

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro Anderson Torres, que assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 2 de janeiro, garante que um plano operacional foi traçado no dia 6 e que, na ocasião, não havia indícios de que “ações radicais” estivessem programadas para o dia 8. Apesar de estar há poucos dias no cargo e de já ter feito algumas substituições na linha de comando da segurança pública, Torres decidiu manter sua programação e viajar para os Estados Unidos, de férias, com a família.

Para Torres, o que aconteceu naquele domingo resultou de “falhas graves” na execução do protocolo que estabelecia, entre outras coisas, que cabia a PM planejar e executar as ações necessárias à preservação da ordem pública, mantendo inclusive todas as tropas especializadas de prontidão.

Com o Distrito Federal sob intervenção federal, o governador Ibaneis Rocha exonerou Torres, que tinha viajado para os EUA, de férias, no dia 6. O ex-ministro e ex-secretário foi preso no dia 14 de janeiro, quando retornou ao Brasil.

O próprio governador Ibaneis Rocha acabou afastado do cargo por 90 dias, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em sua decisão, Moraes alegou que, embora as responsabilidades efetivas ainda estejam sendo apuradas, Torres agiu com descaso e Ibaneis foi dolosamente omisso, principalmente ao defender  a “livre manifestação política em Brasília, mesmo sabedor, por todas as redes, que ataques às instituições e seus membros seriam realizados”.

Ibaneis e Torres negam as acusações. Os dois foram alvos de mandados de busca e apreensão expedidos por Moraes. Na casa de Torres, foi encontrado o rascunho de um decreto presidencial para que fosse estabelecido estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se colocada em prática, a medida possibilitaria que o resultado das últimas eleições presidenciais fosse invalidado. Em depoimento, Torres desqualificou o documento, dizendo que seu teor não tem “viabilidade jurídica”. Ele também assegurou à PF que não sabe quem redigiu o texto, que recebeu quando era ministro da Justiça.  

Intervenção

Decretada pelo presidente no fim da tarde do dia 8, a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal chegou ao fim no último dia 31. Nesta terça-feira (7), o ex-intervetor, Ricardo Cappelli, disse à Agência Brasil que a iniciativa atingiu seus objetivos.

“A intervenção tinha três objetivos. Os dois primeiros eram restaurar a linha de comando das forças de segurança do DF e estabilizar essas forças, principalmente a Polícia Militar, restabelecendo a confiança da população na instituição e da tropa em relação à Secretaria de Segurança Pública, e eles foram atingidos. O terceiro era esclarecer os passos administrativos, a cronologia dos fatos que levaram ao fatídico dia 8. Isso foi concluído com a entrega do relatório”, afirmou Cappelli, lembrando que seis inquéritos policiais militares foram instaurados para apurar a conduta dos profissionais da área. “Daqui para a frente, a responsabilidade pela condução é da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.”

Anteriormente, Cappelli já tinha dito a veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), incluindo a Agência Brasil, que a intervenção também foi motivada pela "quebra de confiança" em relação à capacidade de o Governo do Distrito Federal (GDF) garantir a segurança dos prédios e dos servidores do Executivo federal, bem como das sedes dos poderes Legislativo e Judiciário. E que o acampamento montado em área militar de Brasília só não tinha sido desmontado antes devido às "ponderações" do Comando do Exército que, segundo ele, em três ocasiões, alegou falta de condições de segurança diante da iminência de ocorrerem confrontos.  

Reparação

Para garantir que os responsáveis tenham como ressarcir parte dos prejuízos decorrentes da destruição de instalações públicas e de parte do patrimônio histórico e artístico exposto nos prédios dos Três Poderes, a 8ª Vara da Justiça Federal em Brasília determinou o bloqueio de R$ 18,5 milhões em bens patrimoniais de pessoas e empresas investigadas por supostamente terem ajudado a financiar os ataques de 8 de janeiro.

O valor bloqueado cautelarmente atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) que, ontem,  pediu à Justiça Federal que eleve o montante para R$ 20,7 milhões.  O acréscimo se deve ao fato da Câmara dos Deputados ter refeito suas contas e chegado a conclusão de que, só no seu caso, os danos foram da ordem de R$ 3,3 milhões, e não mais os R$ 1,1 milhão, calculado inicialmente. 

Até a noite dessa terça-feira, a AGU aguardava a decisão judicial sobre essa que é uma das quatro ações que a União ajuizou contra pessoas suspeitas de financiar ou participar da depredação. No total, a AGU está processando 176 pessoas e ao menos sete empresas que teriam fretado parte dos ônibus que chegaram a Brasília antes do ataque de 8 de janeiro.

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