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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informou que mais de mil famílias ocuparam, na madrugada desta segunda-feira (20), duas fazendas em Parauapebas, no sudeste do Pará. De acordo com o movimento, as ações marcam o Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, e a Jornada de Lutas Terra e Liberdade.

"Em luta, as famílias rememoram o legado de lutadores e lutadoras negras que inspiram a construção de um país livre da violência, da opressão e com garantia de direitos", diz nota, divulgada pelo MST. 

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O MST afirma que as fazendas ocupadas são improdutivas e resultado de grilagem de terras. As famílias reivindicam que as áreas sejam consideradas públicas e destinadas à reforma agrária.

O movimento diz ainda que o clima na região é tenso, com a presença de policiais que teriam bloqueado a entrada e saída dos acampados.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou na madrugada deste domingo (23) mais três ocupações na Bahia, dando sequência às mobilizações do "Abril Vermelho". Mais de 500 famílias ocuparam terrenos considerados improdutivos pelo MST em diferentes regiões do Estado.

As novas ações ocorreram após o movimento, atendendo a apelos do governo federal, desocupar uma área de pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na zona rural de Petrolina (PE).

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Conforme divulgado neste domingo pelo MST, cerca de 118 famílias reocuparam uma fazenda em Guaratinga, no sul da Bahia. No Vale do Jiquiriçá, sudoeste do Estado, outras 200 famílias ocuparam uma fazenda no município de Jaguaquara. A terceira ocupação aconteceu em Juazeiro, no norte baiano, onde aproximadamente 200 famílias tomaram 4 mil hectares em terras.

Além de ser uma campanha em defesa da reforma agrária, o "Abril Vermelho" relembra os 27 anos do massacre de Eldorado do Carajás, no Pará, onde, no dia 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores sem-terra foram mortos por policiais militares.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, cancelou a palestra que faria a empresários nesta sexta-feira (21), no Lide Brazil Conference, em Londres, e retornou ao Brasil em meio à crise causada pelas invasões realizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) desde o último domingo (16), na retomada do chamado "Abril Vermelho".

Como parte da ofensiva no campo, o movimento voltou a ocupar fazendas produtivas da Suzano, ocupou sedes do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) e invadiu área de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Pernambuco. Até o momento, as propriedades seguem ocupadas, mesmo após o governo Lula ceder cargos no Incra e renovar apelo em defesa das reintegrações de posse. Ainda assim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divulgou em sua agenda oficial um encontro previsto para o fim da tarde desta quinta-feira (20) com o comando nacional do MST em São Paulo.

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Na noite de quarta (19), o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, voltou a pedir que o movimento desocupe as áreas de pesquisa da Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), invadidas desde domingo, 16, e da Suzano, em Aracruz (ES), tomadas na segunda-feira (17). O movimento se comprometeu a sair das propriedades, mas ainda não efetivou a desocupação.

Na manhã desta quinta, pelo menos seis áreas invadidas pelo MST no "Abril Vermelho" continuavam ocupadas, inclusive as terras citadas por Teixeira, segundo o próprio movimento.

Enquanto Teixeira tem evitado usar termos mais duros desde o início da crise, na segunda-feira, o ministro da Agricultura classificou a ação do MST em suas redes sociais como "crime" e "inaceitável". Fávaro tem destoado do restante do governo no que diz respeito à atuação dos sem-terra. Ele chegou a Londres no dia seguinte e embarcou de volta ao Brasil na noite desta quarta.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, repudiou as ocupações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizadas desde o último domingo (16) em propriedades rurais privadas, sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e área de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Inaceitável! Sempre defendi que o trabalhador vocacionado tenha direito à terra. Mas à terra que lhe é de direito! A Embrapa, prestes a completar 50 anos, é um dos maiores patrimônios do nosso País", escreveu Fávaro, na sua conta oficial do Twitter.

O ministro classificou as invasões como "crime". "O agro produz com sustentabilidade se apoia nas pesquisas e todo o trabalho de desenvolvimento promovido pela Embrapa. Atentar contra isso está muito longe de ser ocupação, luta ou manifestação. Atentar contra a ciência, contra a produção sustentável é crime e crime próprio de negacionistas", prosseguiu Fávaro na publicação.

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As ocupações do MST fazem parte do "Abril Vermelho" - mês em que o movimento lembra o Massacre de Eldorado do Carajás, no Pará, e realiza diversas ações em defesa da reforma agrária. O movimento alega que 100 mil famílias estão acampadas e diz que a jornada de ocupações é uma forma de pressionar o governo resolver a situação e retomar a reforma agrária. O MST também pede ao governo a exoneração de superintendentes do Incra e uma nova rodada de negociações com MDA.

Cumprindo liminares de reintegração de posse dadas pela justiça, a Polícia Militar realizou, nesta terça-feira (7), a retirada de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que há oito dias ocupavam três fazendas de reflorestamento da empresa Suzano, no sul da Bahia. Não houve conflitos. Nesta quarta-feira (8), representantes do MST, da Suzano e do governo da Bahia sentam à mesa com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, em Brasília, para discutir o fim dos conflitos na região.

Cerca de 1.500 sem terra estavam acampados nas áreas desde o dia 27 de fevereiro, na primeira onda de invasões do MST no governo Lula. O movimento alegou que a Suzano havia deixado de cumprir um acordo para assentar famílias na região, o que a empresa nega.

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A primeira a ser desocupada ainda de manhã, com a chegada do contingente da PM, foi a fazenda de Mucuri. Em seguida, os sem terra foram retirados das fazendas de Caravelas e de Teixeira de Freitas. Equipes de assistência social da empresa e do governo baiano acompanharam a saída dos militantes. Os grupos seguiram em marcha para acampamentos da região.

A reunião foi marcada depois que representantes da Suzano pediram a intervenção do ministro para solucionar o conflito. Segundo Teixeira, além das partes envolvidas, o encontro terá a participação de secretários do governo da Bahia, estado administrado pelo PT. A condição imposta pela Suzano para a negociação seria a desocupação das áreas invadidas, o que aconteceu nesta terça. "O objetivo é retomar o diálogo interrompido há sete anos na Bahia", disse o ministro.

De acordo com o MST, quando as empresas de celulose se estabeleceram na região, houve conflitos com os pequenos produtores que ocupavam as áreas. Na época, as empresas Veracel, Fíbria e Suzano, com a intermediação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), teriam se comprometido a assentar cerca de 2 mil famílias na região. Segundo o MST, a Suzano não cumpriu integralmente o acordo. Em nota, a emprea disse que "a completa entrega das áreas pela Suzano depende de processos públicos que ainda não ocorreram ou foram implementados pelo Incra".

O líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), José Rainha Junior, preso na tarde de sábado, passou por audiência de custódia neste domingo, 5, e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá, no sudoeste de Estado de São Paulo, onde será mantido em prisão preventiva. Luciano Lima, outra liderança do movimento, também foi preso ontem e, assim como Rainha, ouvido pelo juizado e encaminhado para o CDP. Ambos foram detidos em operações realizadas pela Polícia Civil.

Segundo nota divulgada pelo órgão, as prisões foram resultado de um inquérito que investiga se os acusados estariam aproveitando-se do movimento social para extorquir proprietários rurais. "O grupo de pessoas teria constrangido, mediante grave ameaça, seis vítimas, com o intuito de obter para si e para outrem indevida vantagem econômica", afirmou a Polícia Civil.

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Há duas semanas, a FNL desencadeou o chamado Carnaval Vermelho, invadindo oito fazendas no Pontal e uma no Mato Grosso do Sul. No entanto, a nota da Polícia Civil sinaliza que a prisão de Rainha e Lima, por extorsão, não tem relação com esses atos, que estariam sendo apurados em diferentes investigações.

Apreensão de armas

Outro inquérito incorrente da violência na região do Pontal do Paranapanema investiga os crimes de milícia armada e disparos de armas. Apenas durante uma operação realizada na sexta-feira, 3, a equipe de polícia apreendeu 2 fuzis 556, duas espingardas calibre 12 e uma espingarda calibre 357. Ninguém foi preso, porque as armas estavam regularizadas, mas elas serão submetidas a perícia criminal com o objetivo de identificar os atiradores. O Estadão entrou em contato com a Polícia Civil de Presidente Prudente e confirmou que todos os armamentos apreendidos estavam em posse dos proprietários rurais envolvidos no conflito.

"O ciclo de violência nasce com as extorsões, invasões de terras e com os disparos de arma de fogo, incluindo fuzil por parte de proprietários", destaca a nota da Polícia Civil, que reforça que as operações policiais dos dias 3 e 4 "visam reestabelecer a paz e o controle estatal na resolução de conflitos agrários".

O suspeito de assassinar sete de seus colegas trabalhadores rurais em duas fazendas da Califórnia se declarou culpado e acredita ter problemas mentais, disse ele à rede de televisão NBC.

"Ele admitiu que o fez", afirmou a jornalista Janelle Wang, que nesta quinta-feira (26) disse ter conversado com o suspeito, Zhao Chunli, na penitenciária onde o homem está detido pelos ataques em Half Moon Bay, uma comunidade rural ao sul de San Francisco.

Wang explicou que foi à penitenciária durante o horário de visita. Depois de se identificar como jornalista e receber a autorização de Zhao, ela falou com o suspeito por quinze minutos em mandarim.

"Ele se arrepende e diz que não estava com suas plenas capacidades mentais quando atirou em oito pessoas", relatou Wang.

Zhao Chunli foi detido pela polícia de Half Moon Bay na segunda-feira, poucas horas após os ataques. Cinco chineses (três homens e duas mulheres) e dois mexicanos morreram. Outro homem, de nacionalidade mexicana, ficou ferido, mas sobreviveu e está hospitalizado na cidade de Palo Alto.

"Perguntei a ele o motivo, e ele disse que sofreu anos de bullying, que tinha muitas preocupações. Disse que tinha longas jornadas de trabalho excessivo sobre as quais apresentou reclamações, mas não foi atendido", completou Wang.

- Saúde mental -

Zhao compareceu ao tribunal na quarta-feira, mas não se pronunciou sobre as acusações.

A pedido da defesa, a justiça anunciou uma nova audiência em 16 de fevereiro para a leitura das acusações.

Zhao "acredita sofrer de algum tipo de doença mental contra a qual luta há algum tempo".

Wang acrescentou que Zhao confirmou que mora com a esposa em Half Moon Bay e tem uma filha de 40 anos na China.

A jornalista afirmou que o homem parecia "confuso" e "ansioso" com o processo legal.

Zhao terá que responder por homicídio múltiplo com agravantes. Se condenado, ele pode pegar prisão perpétua ou até a pena de morte.

"Não sei se ele realmente entendeu o que está por vir e que enfrenta sete acusações de homicídio", disse Wang.

O jornalista comentou que Zhao parecia animado para conversar e deu detalhes sobre como se entregou à polícia na segunda-feira.

As autoridades disseram na quarta-feira que estão trabalhando para proteger a esposa de Zhao, temendo represálias, pois o casal vivia na fazenda de cogumelos onde ocorreu o primeiro ataque.

Enquanto isso, parentes e amigos de algumas das vítimas expressaram sua perplexidade.

"Marciano era um homem bom, sempre defendeu os trabalhadores (...) Isso foi uma tragédia e uma grande perda para a comunidade de Half Moon Bay", escreveu em uma página de doação um colega de Marciano Martínez Jiménez, falecido no ataques.

- Sequência trágica -

O massacre em Half Moon Bay ocorreram menos de dois dias depois de outro ataque com arma na Califórnia.

Na noite de sábado, um homem, identificado pela polícia como o imigrante vietnamita Huu Can Tran, abriu fogo dentro de um salão de dança em Monterey Park, cidade com grande população asiática a poucos quilômetros de Los Angeles. Onze pessoas foram mortas.

O suspeito se suicidou ao ser cercado pela polícia. As autoridades informaram na quarta-feira que não têm indícios sobre a motivação do crime, que chocou a comunidade.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, visitou Monterey Park na quarta-feira e se reuniu com as famílias das vítimas.

"Devemos pedir aos líderes de nossa nação que têm a capacidade, o poder e a responsabilidade de fazer algo para agir", disse Harris.

O juiz Rafael Siman Carvalho, da Vara única de Itiquira - município a 357km de Cuiabá (MT) -, decretou a indisponibilidade de quatro fazendas na região do Pantanal por desmatamentos ilegais. Os bloqueios foram determinados em decisões separadas dadas ao longo do mês de outubro e têm o objetivo de garantir a "regeneração do meio ambiente com sucesso e evitar a transferência dos bens a terceiros estranhos aos processos". Os despachos acolheram pedidos liminares do Ministério Público do Estado de Mato Grosso em ações civis públicas que buscam indenização de mais de R$ 136 milhões pelos danos ambientais.

Além de decretar a indisponibilidade das fazendas, Carvalho determinou que os donos das mesmas deixem de realizar quaisquer atos que impeçam ou dificultem a regeneração natural da vegetação. A medida tem validade por de 30 dias. Além disso, os fazendeiros terão de promover o isolamento das áreas e suspender todas as atividades lesivas ao meio ambiente - pecuária, agricultura, piscicultura, entre outras.

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O juiz ainda ordenou a expedição de ofício ao Banco Central do Brasil, para a suspensão da participação dos donos das fazendas em linhas de financiamento e estabelecimentos de crédito, incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo poder público. Em caso de descumprimento das liminares, a multa diária é de R$ 5 mil.

Nas ações civis públicas apresentadas à Justiça, o Ministério Público de Mato Grosso acionou os donos das fazendas - José Francisco de Moraes (Fazendas Buriti Solteiro e Santíssima Trindade), José Francisco Rampeloto de Moraes (Fazenda das Araras) Vanessa Rampeloto de Moraes (Fazenda Gleba do Periquito).

A Promotoria requer à Justiça a condenação dos fazendeiros ao pagamento de indenizações milionárias em razão dos danos causados ao Pantanal Mato-Grossense: R$ 8.422.531,96 pelos danos constatados na Fazenda Buriti Solteiro; R$ 42.242.460,70 pelos desmatamentos na Fazenda Santíssima Trindade ; R$ 41.762.545,24 pelos danos na Fazenda das Araras; e R$ 44.036.823,20 pelos danos apurados na Fazenda Gleba do Periquito.

As decisões de Carvalho registram que o MP-MT acusa os fazendeiros pelos seguintes danos:

- Fazenda Santíssima Trindade: poluição em níveis tais que provocaram a destruição significativa da flora, inclusive mediante o lançamento de resíduos gasosos em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos (queima de madeira enleirada resultante do desmatamento), mediante a prática do desmatamento ilegal sem o devido licenciamento ambiental (e sem plano de desmatamento e ações de resgate da fauna), totalizando a destruição de 819,20 hectares de vegetação nativa, inclusive área de reserva legal no Pantanal Mato-grossense;

- Fazenda Araras: por volta do dia 15/06/20109, desmatamento ilegal de 13,2201 de vegetação tipo Cerrado; na data de 20/07/2017, na mesma propriedade rural, desmatamento ilegal de 6,2641 hectares de vegetação do tipo Cerrado; desmatamento ilegal de 55,7836 hectares de vegetação tipo cerrado por volta do dia 08/06/2019;

- Fazenda Gleba do Periquito: entre as datas de 19/05/2019 e 23/06/2019, desmatamento ilegal de 79,7998 hectares de vegetação tipo cerrado, além de 1,4252 hectares de área de Preservação Permanente;

- Fazenda Buriti Solteiro: desmatamento ilegal de 311, 48 hectares em 2016; 35,85 hectares em 2017; 10,29 hectares em 2018; e 104,84 e mais 28,30 hectares em 2019, de vegetação nativa do cerrado, localizada na Planície Inundável do Pantanal Mato-grossense.

Os desmatamentos que motivaram a apresentação das ações civis públicas pela Promotoria foram identificados no âmbito do projeto Olhos da Mata, que combina tecnologias de sensoriamento remoto com dados públicos.

Segundo o MP de Mato Grosso, os indícios de desmatamentos ilegais foram detectados por meio de alertas em tempo próximo ao real, mas a análise dos danos ambientais procurou identificar danos ambientais ocorridos nas fazendas desde 2008.

"As decisões demonstram a sensibilidade do Poder Judiciário para com a crise ambiental que vivemos e são importantes porque permitirão a reparação integral do dano ambiental, já que os proprietários não poderão vender os imóveis em questão. Além disso, a reparação civil do dano ambiental é imprescritível, transmite-se aos herdeiros de acordo com as forças da herança e vincula-se ao imóvel", registrou o promotor de Justiça Claudio Angelo Correa Gonzaga, responsável pelas ações, em nota.

COM A PALAVRA, OS FAZENDEIROS

A reportagem busca contato com os fazendeiros. O espaço está aberto para manifestações.

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam na madrugada desta quarta-feira (26), fazenda que pertence à MMX, empresa de Eike Batista, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Cerca de 200 famílias estão no local, conforme o MST. A MMX está em recuperação judicial.

Segundo os Sem-Terra, a ocupação integra a Jornada Nacional de Lutas "Corruptos Devolvam Nossas Terras". Ainda conforme o MST, a propriedade em Bicas encontra-se abandonada depois de ter sofrido "crimes ambientais devido à exploração mineral desordenada".

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Em nota divulgada nesta quarta-feira, o MST afirma que Eike, "preso, acusado de corrupção, ele responde ao processo em prisão domiciliar, dentro de sua mansão. Enquanto isso, os trabalhadores brasileiros continuam sofrendo com o desemprego, a falta de moradia e de acesso à terra".

Nesta terça-feira (25), o MST ocupou propriedades da Argeplan, que tem como um dos sócios João Baptista Lima Filho, que já foi assessor do presidente Michael Temer (PMDB) e da Amaggi, empresa que pertence à família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Uma fazenda que pertenceria ao ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, também foi invadida.

Maggi disse nesta quarta-feira que a propriedade de sua família invadida por sem-terras é produtiva, por isso não cabe qualquer pretensão de desapropriação para fins de reforma agrária. "É uma ação política, que tem dia para começar e dia para terminar", comentou. Ele negou também que haja trabalho escravo na propriedade. "Se tivesse qualquer resquício disso, Eu não estaria aqui", afirmou.

Segundo um dos coordenadores do MST em Minas, Silvio Neto, as últimas ocupações "são apenas o começo". "O Brasil tem o MST disposto a lutar. Com isso vamos garantir nossos direitos, que o golpe tenta nos arrancar", afirmou.

A reportagem entrou em contato com a MMX no Rio de Janeiro, porém, recebeu a informação de que a pessoa que poderia contatar Eike Batista estava em férias. A reportagem também acionou a defesa do empresário, e aguarda retorno.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou comunicado no qual informa ter ocupado terras do Grupo Amaggi, pertencente à família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e a fazenda Esmeralda, registrada como sede da empresa Argeplan (Arquitetura e Engenharia Ltda), do empresário João Baptista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer

No mesmo dia, mais de 300 famílias ligadas ao grupo ocuparam a fazenda Santa Rosa, no município de Piraí, região Sul Fluminense, propriedade que pertenceria ao ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira.

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Segundo o MST, a ocupação das terras faz parte da jornada nacional de luta pela reforma agrária com o lema "Corruptos, devolvam nossas terras!". O membro da coordenação nacional do MST, Alexandre Conceição, afirma em comunicado que "estamos lutando pela desapropriação de terras para assentar mais de 130 mil famílias e nela produzir alimento saudável na agroecologia e gerar empregos no campo".

A ocupação à Fazenda Esmeralda, em Duartina, no oeste de São Paulo, aconteceu madrugada desta terça-feira (25), Dia dos Trabalhadores Rurais e contou com a participação de 800 integrantes do MST. O movimento exige que a área seja destinada à reforma agrária, diz o MST em seu site.

As terras, que levam o nome da antiga estação ferroviária, chamada Esmeralda, tem 1.500 hectares. Esta é a segunda vez que o movimento ocupa a Fazenda Esmeralda. Na primeira ocupação foram encontradas cartas endereçadas a Temer e materiais de sua campanha à Deputado Federal de 2006.

Conforme o MST, Temer e João Batista Lima Filho, o Coronel Lima, se conheceram nos anos 80, quando o peemedebista ocupava a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e Lima trabalhava na Assistência Militar da pasta.

Na fazenda Santa Rosa, que seria de propriedade de Ricardo Teixeira, cerca de 300 famílias participaram da ação. Teixeira é investigado por um esquema de corrupção envolvendo a realização de jogos de futebol.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira, 24, que seja encaminhada ao Brasil a investigação conduzida por autoridades espanholas sobre o cartola. Ele é acusado de ser o principal responsável por um esquema de desvio de dinheiros de jogos da seleção brasileira.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou em 2013, acordos secretos permitiram que a renda dos jogos da seleção fosse desviada para uma empresa em nome de Sandro Rosell, aliado de Teixeira e ex-presidente do Barcelona. No mês passado, Rosell foi preso e a Justiça espanhola apontou que parte do dinheiro que ia para sua empresa, a Uptrend, terminava com o próprio Teixeira.

A Justiça Federal suspendeu o sequestro de todo o complexo agropecuário - 27 fazendas e 450 mil cabeças de gado - do banqueiro Daniel Dantas. O patrimônio estava sob regime de arresto desde julho de 2009, no âmbito da Operação Satiagraha - investigação sobre supostos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que a Polícia Federal atribuía ao dono do Opportunity.

A Satiagraha foi declarada nula e, por consequência, todas as provas colhidas pela PF, em decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tomada em maio de 2011. A devolução dos pastos e do rebanho do banqueiro foi ordenada pelo juiz Douglas Camarinha Gonzales, da 6.ª Vara Criminal Federal em São Paulo. "Decisão judicial não se discute, cumpre-se", assinalou Camarinha, em alusão à ordem do STJ.

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A decisão de Camarinha foi baixada nos autos do sequestro das fazendas e dos semoventes, espalhados em quatro Estados: 23 no Pará, 2 em Mato Grosso, uma em Minas e uma em São Paulo. A defesa já havia requerido, no início da vigência do arresto, sua revogação.

"Tem-se, pois, como claro o caráter de acessoriedade desse feito ao seu principal (ação penal da Satiagraha) de forma que a sorte do acessório deverá seguir a do principal", destacou o magistrado. A sentença será enviada aos cartórios de registros de imóveis onde se situam as fazendas comunicando o desbloqueio.

"O sequestro de bens da Santa Bárbara sempre careceu de qualquer fundamento", assinala a advogada Dora Cavalcanti, que atuou na defesa da agropecuária. "Ninguém da empresa foi denunciado pelo Ministério Público, nenhum executivo. Nunca se apurou nada em relação à Santa Bárbara." Dora observa que conseguiu, inicialmente, autorização para a Santa Bárbara comercializar o gado. "Isso evitou a quebra da empresa, que, no entanto, ficou submetida a todas as restrições." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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