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A Rússia lançou um novo ataque de drones à Ucrânia na noite de sábado (30) depois de prometer que os ataques na cidade fronteiriça russa de Belgorod no mesmo dia "não ficariam impunes".

A Força Aérea Ucraniana disse neste domingo (31) que abateu 21 dos 49 drones lançados pelas forças russas durante a noite.

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Vinte e oito pessoas ficaram feridas em um ataque na cidade de Kharkiv, no leste, disse o governador regional Oleh Syniehubov no domingo. Um hotel central, prédios de apartamentos, jardim de infância, lojas e prédios administrativos sofreram danos, segundo a procuradoria regional.

Na região de Kiev, que circunda a capital, um ataque de drone russo causou um incêndio em uma instalação de infraestrutura crítica, disseram autoridades locais. Eles não identificaram a instalação além disso.

Os ataques russos ocorreram depois que um bombardeio no centro da cidade fronteiriça russa de Belgorod no sábado matou 24 pessoas, incluindo três crianças.

Outras 108 pessoas ficaram feridas no ataque, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov no domingo, tornando-o um dos ataques mais mortais em solo russo desde o início da invasão da Ucrânia por Moscou, há 22 meses.

As autoridades russas acusaram Kiev de realizar o ataque, que ocorreu um dia depois de um bombardeio aéreo russo de 18 horas em toda a Ucrânia ter matado pelo menos 41 civis.

O Ministério da Defesa da Rússia disse ter identificado a munição usada no ataque de Belgorod como foguetes Vampire de fabricação tcheca e mísseis Olkha equipados com ogivas de munição de fragmentação. O órgão não forneceu informações adicionais e a Associated Press não conseguiu verificar as suas afirmações.

"Este crime não ficará impune", afirmou o ministério em comunicado nas redes sociais.

Em uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU exigida pela Rússia no sábado à noite, o enviado Vasily Nebenzya acusou Kiev de um "ataque terrorista". Em comentários veiculados pela mídia estatal russa, Nebenzya afirmou que a Ucrânia havia lançado "um ato deliberado de terrorismo dirigido contra civis".

A Rússia pediu neste sábado (30) que o Conselho de Segurança da ONU se reúna, depois que ataques da Ucrânia deixaram pelo menos 14 mortos na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, Maria Zakharova, disse que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos são culpados de encorajar Kiev a realizar o que ela descreveu como um "ataque terrorista". Ela também culpou os países da União Europeia que forneceram armas à Ucrânia.

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"O silêncio em resposta à barbárie desenfreada dos ucranianos e dos seus e cúmplices das 'democracias civilizadas' será semelhante à cumplicidade nos seus atos sangrentos", afirmou o ministério em um comunicado.

Em relação ao ataque em Belgorod, o governador da região Vyacheslav Gladkov descreveu neste sábado, nas redes sociais, que a situação atual como a pior que a cidade enfrentou desde que Moscou iniciou a invasão em grande escala na Ucrânia, há quase dois anos. Fonte:

A Rússia disparou nesta sexta-feira (29) mais de 150 mísseis e drones contra várias cidades da Ucrânia, incluindo a capital Kiev, e provocou ao menos 16 mortes, em um dos ataques aéreos mais importantes em "muito tempo".

"O inimigo utilizou 158 meios de ataque aéreo contra a Ucrânia durante a noite passada, tanto mísseis de tipos diferentes como drones", indicou a Força Aérea ucraniana no Telegram, onde afirmou ter interceptado 114 desses mísseis e drones.

O governo ucraniano indicou ao menos 16 mortos e dezenas de feridos.

"Esta manhã, 150 mísseis e drones atacaram pacíficas cidades ucranianas. Sabemos que houve 16 mortos e 97 feridos", incluindo duas crianças de 6 e 8 anos, anunciou o procurador-geral ucraniano, Andrii Kostin.

"Há mortos por mísseis russos lançados contra instalações civis e edifícios civis", denunciou Andrii Yermak, chefe do gabinete presidencial ucraniano.

"Hoje, a Rússia utilizou quase todos os tipos de armas de seu arsenal", disse Zelensky na rede X (ex-Twitter).

As Forças Armadas russas lançaram primeiro um ataque com drones e depois com mísseis, disse Yuri Ignat, porta-voz da Força Aérea.

O ataque ocorreu três dias depois de Moscou ter reconhecido que o navio "Novocherkassk" foi danificado na terça-feira, devido a um bombardeio ucraniano em Feodosia, na península anexada da Crimeia.

Esta semana ficou também marcada pelo anúncio do Exército ucraniano de uma retirada para os subúrbios de Marinka, cidade no leste do país, onde o Exército russo afirma ter conquistado.

Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira o desembolso de 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais na cotação atual) em ajuda militar à Ucrânia, o mais recente pacote de apoio disponível ao governo sem a aprovação do Congresso.

"Fazemos tudo o que podemos para reforçar o nosso escudo aéreo, mas o mundo deve ver que precisamos de mais ajuda e meios para deter este terror", acrescentou Yermak no Telegram.

A embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, reforçou o pedido, afirmando nesta sexta que a Ucrânia precisa "dos fundos de ajuda neste momento". Nesse sentido, pressionou para que o Congresso americano valide o pacote anunciado pelo Executivo americano.

"A Ucrânia precisa de fundos de ajuda neste momento para continuar lutando pela liberdade e ante tanto horror em 2024", disse Brink na rede social X, poucas horas depois dos bombardeios russos.

Os atentados de sexta-feira ilustram "a horrível realidade" vivida pelos ucranianos, disse no X a coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, que denunciou "uma onda de ataques cheios de ódio".

O governo francês condenou, por sua vez, a "estratégia de terror" da Rússia.

- Maternidade atingida -

Durante as primeiras horas de quinta para sexta-feira, os prefeitos de Lviv (oeste) e Kharkiv (nordeste) relataram bombardeios noturnos contra suas cidades.

Os jornalistas da AFP também ouviram fortes explosões no início da manhã em Kiev. Em um bairro do norte da capital ucraniana, um hangar de 3.000 m2 pegou fogo, e houve "muitos feridos", segundo o chefe da administração militar da capital, Sergei Popko.

Segundo o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, sete pessoas "estão atualmente internadas em um hospital", e uma estação de metro usada como abrigo antiaéreo foi danificada.

Os bombardeios também afetaram as localidades de Dnipro (leste) e Odessa (sul), segundo as autoridades locais.

O Ministério da Saúde indicou que uma maternidade "foi muito danificada" em Dnipro, onde o prefeito relatou mortos e feridos.

Em Odessa, um prédio pegou fogo após ser atingido pelos restos de um drone abatido.

As autoridades locais indicaram que houve um morto e três feridos em Lviv, uma cidade muito distante do "front" e onde os ataques têm sido muito raros nos últimos meses.

Iniciada em junho, a contraofensiva ucraniana fracassou, e o Exército de Kiev não fez avanços territoriais ao longo de 2023, quando não houve mudanças significativas na frente de batalha.

Em uma entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o general alemão Christian Freuding, que supervisiona o apoio à Ucrânia por parte do Exército de seu país, reconheceu que a Rússia demonstrou "uma capacidade de resistência" maior do que a prevista pelos países ocidentais no início da guerra, em fevereiro de 2022.

Segundo Freuding, o Exército russo sofreu perdas "enormes", de cerca de 315 mil soldados mortos ou feridos, conforme uma estimativa dos serviços de Inteligência americanos, divulgada em 12 de dezembro e que este general alemão considerou verdadeira.

Um tribunal de Moscou condenou, nesta quinta-feira (28), a penas de cinco anos e meio a sete de prisão, dois poetas russos que participaram de uma leitura contra o conflito na Ucrânia, em mais um exemplo da repressão contra dissidentes no país.

Milhares de russos, opositores ou cidadãos comuns, foram condenados pela Justiça por criticar a ofensiva na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, às vezes com penas especialmente severas.

Segundo comprovou um jornalista da AFP presente na audiência, os simpatizantes de Artiom Kamardin, de 33 anos, e de Yegor Shtovba, de 23, gritaram "Que vergonha!" quando a decisão foi anunciada.

"É de uma arbitrariedade absoluta", exclamou o pai de Artiom Kamardin, Yuri. "Todo mundo é igual perante a lei, mas alguns são mais iguais que outros", ironizou sua mãe, Elena.

Após o julgamento, ao menos dez pessoas foram detidas pela polícia em frente ao tribunal.

Artiom Kamardin e Yegor Shtovba foram detidos em setembro de 2022 após participarem de uma leitura pública em Moscou, perto do monumento ao poeta Vladimir Maiakovski, ponto de encontro de dissidentes desde a época soviética.

Nesta leitura, Kamardin declamou um poema, "Mate-me, miliciano", muito hostil ao separatistas do leste da Ucrânia.

- "Sete anos por uma poesia" -

No dia seguinte, foi detido durante uma batida em sua casa, na qual afirma ter sido agredido e violentado pelos policiais com um aparelho de halterofilismo.

Os dois poetas foram primeiro acusados de "incitação ao ódio", e depois, também indiciados por "chamado público a cometer atividades contra a segurança do Estado".

"Não sou um herói e ir para a prisão pelo que penso nunca esteve nos meus planos", disse Kamardin em suas alegações finais perante a corte, publicadas no Telegram por seus simpatizantes.

O réu pediu ao juiz que o deixasse "voltar para casa" e, em troca, prometeu se distanciar de qualquer "tema sensível".

Sua esposa, Alexandra Popova, disse à AFP estar indignada com a pena "tão severa" imposta a seu marido. "Sete anos por uma poesia, um delito não violento...", afirmou.

"Se tivéssemos tribunais normais, esta situação não aconteceria", acrescentou, antes de ser levada pela polícia juntamente com um amigo do poeta e dois jornalistas.

Três pessoas, incluindo um jornalista, continuavam detidas na noite desta quinta-feira antes de uma visita judicial, acusadas de participar de um comício, segundo o veículo de comunicação independente Sota.

A advogada do jornalista havia informado horas antes que os detidos foram acusados de "alteração da ordem pública" e podem pegar 30 dias de prisão.

Durante seu julgamento, Shtovba, condenado a cinco anos e meio de prisão, insistiu em que não violou a lei.

Um terceiro poeta, Nikolai Daineko, detido ao mesmo tempo que os dois primeiros, foi condenado, por sua vez, a quatro anos de prisão em maio, segundo a OVD-info.

O Ministério alemão das Relações Exteriores condenou o veredicto e lamentou que a liberdade de expressão esteja "sufocada" na Rússia.

Há anos, o poder russo reprime as vozes críticas, e a campanha se intensificou desde o início da ofensiva militar na Ucrânia.

Segundo o OVD-Info, cerca de 20.000 pessoas foram detidas na Rússia por sua oposição ao conflito na Ucrânia desde fevereiro de 2022.

A ONG Memorial tem contabilizados 633 presos políticos atrás das grades.

Um bombardeio russo na região de Kherson, no Sul da Ucrânia, matou quatro pessoas neste domingo, 24, incluindo um homem de 87 anos e sua mulher, de 81, após o prédio onde moravam ser atingido.

O ataque feriu outras nove pessoas, incluindo um jovem de 15 anos, e provocou incêndios em casas, numa instalação privada de saúde e num gasoduto local, disse o chefe da administração militar regional, Oleksandr Prokudin.

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"Não há feriados para o inimigo", escreveu Andrii Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano, nas redes sociais. "Eles [os feriados] não existem para nós enquanto o inimigo matar o nosso povo e permanecer nas nossas terras."

O bombardeio em Kherson atingiu o centro da capital da região de mesmo nome. O ataque ocorreu enquanto a Ucrânia se prepara para celebrar oficialmente o Natal pela primeira vez no dia 25 de dezembro, tendo anteriormente comemorado a data em 7 de janeiro.

A população é majoritariamente cristã ortodoxa - crença também majoritária na Rússia - e a religião segue o calendário juliano.

Alguns ucranianos ortodoxos celebraram o Natal em 25 de dezembro do ano passado, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. A Igreja Ortodoxa Russa comemora o nascimento de Jesus em 7 de janeiro.

O Mosteiro das Cavernas, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Kiev, realizou a celebração de Natal em 7 de janeiro deste ano, mas a cerimônia foi realizada em língua ucraniana pela primeira vez nos 31 anos de independência do país.

O presidente Volodymyr Zelensky assinou legislação em julho, transferindo o feriado para 25 de dezembro, embora uma das duas organizações concorrentes da Igreja Ortodoxa da Ucrânia esteja mantendo a data de janeiro ditada pelo calendário juliano.

Para marcar a véspera de Natal, em 24 de dezembro, Zelensky dirigiu-se à nação em vídeo filmado em frente à iluminada Catedral de Santa Sofia, no centro de Kiev.

Ele garantiu aos ucranianos que lutam contra a invasão que "passo a passo, dia a dia, a escuridão está perdendo".

"Hoje, este é o nosso objetivo comum, o nosso sonho comum. E é precisamente para isso que serve a nossa oração comum hoje. Pela nossa liberdade. Pela nossa vitória. Pela nossa Ucrânia", disse Zelensky.

Mais ataques

Kherson não foi a única região da Ucrânia a ser atacada neste domingo. As forças russas lançaram 15 ataques de drones durante a noite, e 14 drones Shahed, de fabricação iraniana, foram destruídos nas regiões de Mykolaiv, Kirovohrad, Zaporíjia, Dnipro e Khmelnytsky, informou a força aérea ucraniana.

Enquanto isso, duas pessoas ficaram feridas durante bombardeio russo contra 20 cidades e vilarejos na região de Kharkiv, no Norte da Ucrânia, disse o governador Oleh Syniehubov.

Na Rússia, um homem ficou ferido na região de Bryansk depois que uma vila perto da fronteira com a Ucrânia foi atacada, disse o governador da região, Alexander Bogomaz. Fonte: Associated Press

Os presidentes da Rússia e da Ucrânia, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, estabeleceram recentemente suas prioridades para 2024 em entrevistas coletivas anuais, nas quais apresentaram o balanço do conflito.

Com base nas declarações dos dois governantes, confira uma lista do que podemos esperar no próximo ano de uma guerra que começou em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa.

- Guerra de desgaste -

Zelensky atribuiu o fracasso da contraofensiva de verão (hemisfério norte, inverno no Brasil) à falta de munições e de superioridade aérea. Duas carências que continuam afetando as forças ucranianas, quando o que surge é uma guerra de desgaste, com as forças russas novamente tomando a iniciativa em alguns pontos.

"Precisamos de apoio, porque simplesmente não temos munições", disse o presidente ucraniano, que não revelou mais detalhes sobre os planos de seu Exército para 2024.

Putin destacou que suas tropas estão "melhorando as posições em quase toda a linha de contato".

O presidente russo admitiu que os ucranianos conseguiram estabelecer uma cabeça de ponte na margem sul do rio Dnieper, mas afirmou que as tropas de Kiev estavam sendo "exterminadas" na área sob o fogo da artilharia de Moscou.

- Cansaço dos aliados ocidentais -

Putin, cuja reeleição em março é algo assegurado, também aposta na erosão do respaldo ocidental à Ucrânia, um tema que provoca divisões na Europa e nos Estados Unidos. Ele afirmou que o apoio político, diplomático, econômico e militar "poderia terminar", e de fato "parece que está acabando pouco a pouco".

Zelensky declarou, no entanto, acreditar que a ajuda continuará sendo enviada e, em particular, que os Estados Unidos "não trairão" a Ucrânia.

Ele, no entanto, reconheceu que teme uma guinada em Washington se Donald Trump retornar à presidência após as eleições de novembro de 2024.

"Se a política do próximo presidente (americano), independente de quem seja, for diferente em relação à Ucrânia, ou seja, mais fria ou menos generosa, penso que isso teria um impacto muito forte no curso da guerra", alertou Zelensky.

- Falta de soldados -

Diante da evidente falta de soldados na frente de batalha, de mais de mil quilômetros, Zelensky mencionou um plano do Exército que pretende convocar "entre 450.000 e 500.000 pessoas adicionais" em 2024, mas não revelou detalhes.

Para amenizar a falta de munições, ele também disse que o objetivo é produzir "um milhão de drones no próximo ano".

Putin considerou que "não é necessária" uma nova convocação depois da realizada em setembro de 2022, que foi muito impopular. Segundo ele, o país conseguiu recrutar 486.000 voluntários para aumentar o número de soldados do Exército em 2023, um esforço que prosseguirá.

Também prometeu seguir reforçando as capacidades militares do Exército, em uma Rússia que tem a economia concentrada no esforço de guerra e que pode ter recebido grandes quantidades de munições da Coreia do Norte.

- Sem negociações à vista -

Putin reiterou que a paz será possível apenas quando Moscou alcançar seus objetivos: "a desnazificação da Ucrânia, sua desmilitarização e o status de neutralidade".

Ele disse que Moscou e Kiev "estabeleceram" os critérios nas primeiras negociações em Istambul, no início do conflito, conversas que foram abandonadas em seguida.

"Há outras possibilidades: alcançamos um acordo ou resolvemos o problema pela força. É o que vamos tentar fazer", disse Putin.

Zelensky insistiu que o objetivo é recuperar o controle de todos os territórios ocupados pela Rússia no leste e sul do país, incluindo a Crimeia, anexada em 2014 por Moscou. "A estratégia não pode mudar", insistiu.

Também descartou qualquer negociação com Moscou. "Hoje não é pertinente. Não vejo que a Rússia esteja pedindo, não vejo em seus atos. E na retórica, eu vejo apenas insolência", afirmou.

- Quando acabará a guerra? -

Em tom firme, Putin prometeu a "vitória" aos compatriotas.

Ele disse que a Rússia acumulou bastante "margem de segurança para avançar". A sociedade russa está "fortemente consolidada" e a economia tem uma "reserva de força e estabilidade".

Zelensky pediu aos ucranianos que mantenham a "resiliência". Ele admitiu que não sabe se a guerra terminará em 2024: "Acho que ninguém tem a resposta".

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira (14), na abertura de uma grande coletiva de imprensa, que a Rússia confia que pode "avançar", apesar das sanções econômicas e do conflito na Ucrânia, onde afirma que a ofensiva chegará ao fim apenas quando Moscou alcançar seus "objetivos".

Durante uma grande coletiva de imprensa para fazer um balanço do ano, o presidente russo se mostrou convencido de que o tempo estará a seu favor na Ucrânia em 2024 e de que os reveses sofridos por seu Exército ficaram no passado.

Este evento foi anulado no ano passado, quando as tropas russas sofreram reveses e a economia se ressentiu pelas sanções das potências ocidentais.

Quase dois anos depois do início da ofensiva iniciada em fevereiro de 2022, Putin expressou, no entanto, sua satisfação com as operações lançadas pelo Exército russo desde o fim da fracassada contraofensiva dos ucranianos.

"Em quase todas as linhas de frente, nossas Forças Armadas melhoram suas posições. Quase todas estão em fase ativa", declarou.

Putin, de 71 anos e que foi eleito presidente da Rússia pela primeira vez em 2000, compareceu com um semblante relaxado. Na semana passada, anunciou sua intenção de se apresentar para um novo mandato em março de 2024, com o qual pode permanecer no Kremlin até pelo menos 2030.

- Firme em seus objetivos -

O presidente reafirmou que seus objetivos no país vizinho continuam os mesmos: "a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia e seu 'status' de neutralidade".

"Haverá paz, quando alcançarmos nossos objetivos", afirmou, insistindo em que a solução "será negociada, ou obtida com a força".

Também garantiu que não há planos para uma nova mobilização militar na Rússia, após a que foi feita no outono de 2022. "Atualmente não é necessário", considerou.

Pouco depois, indicou que 617.000 soldados se encontram hoje "na zona de hostilidade", mas não revelou as baixas desde o início da ofensiva em 24 de fevereiro de 2022. O governo americano estima que haja cerca de 315.000 soldados russos feridos, ou mortos.

Questionado sobre a resistência da economia às sanções, Putin disse que há uma "margem de segurança suficiente", graças à "forte consolidação da sociedade russa", à "estabilidade do sistema financeiro e econômico do país" e ao "aumento das capacidades militares" de Moscou.

Esta margem é "suficiente não apenas para sentir confiança, mas também para avançar", assegurou.

Ele disse que espera um crescimento do PIB de 3,5% este ano. "Isto significa que estamos em dia e demos um grande passo à frente", afirmou.

Moscou continua vendendo seus hidrocarbonetos, gerando receita suficiente para financiar o esforço bélico e centralizar a economia na produção de armas e munições.

- Pressão militar na Ucrânia -

No "front", a contraofensiva ucraniana lançada em junho fracassou, e as forças de Moscou retomaram a liderança, ganhando terreno nas últimas semanas.

Apenas na noite de quarta-feira, o Exército russo lançou 42 drones contra o sul da Ucrânia. Kiev afirmou que derrubou 41 deles, mas a magnitude do ataque ilustra a crescente pressão militar de Moscou.

O Exército ucraniano lançou nove drones contra a Rússia, que afirmou que todos foram derrubados.

Vladimir Putin comparou a situação na Ucrânia com a guerra entre Hamas e Israel.

"Vejam a operação militar especial e vejam o que está ocorrendo em Gaza e verão a diferença. Não há nada parecido na Ucrânia", assegurou.

"O que acontece [em Gaza] é uma catástrofe", afirmou.

Apesar das tentativas do Ocidente de isolá-lo, o presidente russo iniciou seu retorno ao cenário internacional com recentes viagens aos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, onde foi recebido com honrarias, apesar da ordem de prisão contra ele determinada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, vai visitar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nos próximos dias, em meio à disputa da região do Essequibo com a Guiana. A visita deve acontecer até o fim deste mês e sinaliza a aliança entre as duas nações enquanto a Guiana recorre aos Estados Unidos e outros aliados sul-americanos para defender o território, rico em petróleo, caso haja uma invasão militar.

Articulada em outubro, quando as tensões em torno da região do Essequibo haviam começado a crescer, a viagem de Maduro tem o objetivo oficial aprofundar a "cooperação" e "os investimentos" russos no setor petrolífero venezuelano, nas palavras do vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak. "[Tais esforços] são especialmente importantes no contexto das tentativas dos países ocidentais de usar a demanda por recursos energéticos como um instrumento de pressão política", disse Novak em outubro durante uma reunião com representantes venezuelanos em Moscou.

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Os dois países estão entre os maiores produtores de petróleo do mundo. O interesse da Rússia em aprofundar os laços com a Venezuela acontece no momento em que a ditadura chavista anunciou a anexação da região do Essequibo, hoje pertencente à Guiana, com planos de exploração de petróleo. Estima-se que a área tenha uma reserva de 11 bilhões de barris.

Hoje, o recurso é explorado pela gigante americana ExxonMobil, que opera na Guiana desde 2008 e descobriu a reserva em 2015. A presença da empresa americana ajudou o país de apenas 800 mil habitantes a se aproximar dos Estados Unidos na área de segurança. Desde o ano passado, unidades do Exército americano realizam diversos treinamentos conjuntos com as Forças Armadas da Guiana (GDF, na sigla em inglês) para capacitar as tropas em nível tático e operacional.

Esta semana, após o plebiscito venezuelano considerar que a região do Essequibo é parte da Venezuela, o temor de uma invasão militar para anexar a região cresceu e levou o presidente guianense, Mohamed Arfaan Ali, a procurar os aliados da região para assegurar a defesa do território. Na quinta-feira, 7, os EUA anunciaram exercícios militares em parceria com a GDF com presença de aeronaves, movimento visto como incomum por analistas e que demonstra a disposição dos americanos em defender a Guiana.

"Exercícios com meios militares efetivos (aéreos no caso) não eram realizados com a Guiana", disse o diretor do instituto de segurança Cetris e professor-visitante da National Defense University, Salvador Raza. "Nesse momento, carrega em si a mensagem de presença, alinhamento de interesses e determinação dos EUA na segurança da Guiana."

Sozinhas, as forças guianenses são inferiores a da Venezuela, tanto em pessoal quanto em equipamentos.

A viagem de Maduro a Rússia demonstra que o ditador venezuelano mantém contato com aliados que rivalizam com os EUA. Analistas avaliam, no entanto, que a Rússia tem poucas condições de auxiliar o país militarmente por causa da concentração de tropas na invasão à Ucrânia. "É algo que precisa ser considerado quando se pensa no conflito por todas as partes, sem dúvidas", disse o analista em segurança internacional Gunther Rudzit, professor da ESPM, em entrevista ao Estadão no dia 4.

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta sexta-feira (8) que será candidato à reeleição nas eleições presidenciais de março de 2024 já que, segundo ele, "não havia outra opção", e pode permanecer no poder pelo menos até 2030.

Putin, de 71 anos, foi eleito presidente da Rússia pela primeira vez em 2000 e venceu quatro eleições presidenciais. Entre 2008 e 2012 foi primeiro-ministro em um sistema político em que a oposição é quase inexistente, após anos de repressão.

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O presidente fez o anúncio durante uma cerimônia de entrega de prêmios militares no Kremlin, que incluiu combatentes que participaram da ofensiva na Ucrânia, iniciada por Putin em fevereiro de 2022.

"Não escondo, tive posturas diferentes em momentos diferentes, mas este é um momento em que é preciso tomar uma decisão", disse à margem da cerimônia.

"Vou concorrer à presidência", disse Putin. "Hoje não havia outra opção", acrescentou.

Um participante na cerimônia, Artiom Zhoga, combatente e membro do Parlamento russo local em Donetsk (uma cidade ocupada no leste da Ucrânia), saudou a notícia.

"Estamos muito felizes que o presidente tenha ouvido o nosso pedido e se candidatado", disse Zhoga, citado pela agência de notícias estatal RIA Novosti. "A Rússia precisa disso".

- Sem adversários -

Nesta disputa, Putin não enfrenta nenhum adversário relevante e, segundo analistas, é provável que busque ampliar o seu poder para esconder as diferenças internas sobre a ofensiva na Ucrânia.

Cinco grandes partidos foram autorizados a apresentar um candidato para as eleições de 2024 sem recolher assinaturas, todos eles apoiadores do Kremlin e da operação na Ucrânia.

Vários grupos de direitos humanos afirmam que as eleições anteriores foram marcadas por irregularidades e que o trabalho dos observadores independentes provavelmente não será permitido.

A nova candidatura de Putin é possível graças a uma polêmica reforma constitucional aprovada em 2020.

Graças a esta emenda, Putin poderá concorrer em 2024 e, se vencer, poderá concorrer à reeleição em 2030, o que significa que pode permanecer no poder até 2036, quando completará 84 anos.

Depois de um 2022 difícil, marcado por reveses no front e por uma série de sanções ocidentais, a Rússia está em uma situação melhor devido ao fracasso da grande contraofensiva da Ucrânia, à erosão do apoio dos Estados Unidos e da Europa a Kiev e ao reajuste da economia nacional.

Quase todos os opositores de alto perfil, incluindo o ativista anticorrupção Alexei Navalny, foram presos ou forçados ao exílio. Além disso, qualquer crítica à operação contra a Ucrânia é duramente punida nos tribunais.

- "Uma paródia" -

Navalny cumpre atualmente uma pena de 19 anos de prisão por acusações que os seus apoiadores afirmam serem falsas.

Em um comunicado divulgado pela sua equipe na quinta-feira, Navalny encorajou os russos a votarem em "qualquer outro candidato" sem ser Putin e chamou a eleição de "farsa".

Putin é um ex-agente da KGB soviética e entrou na política como prefeito de São Petersburgo. Em 1999 foi nomeado primeiro-ministro durante o governo de Boris Yeltsin, a quem mais tarde substituiu como presidente interino até sua primeira eleição, em 2000.

Ele ficou no poder por dois mandatos até 2008 e depois, como estava proibido de concorrer novamente, assumiu o cargo de primeiro-ministro durante o governo de Dmitri Medvedev.

Depois concorreu à chefia de Estado em 2012 e 2018. Ele desmantelou os avanços democráticos da década de 1990 e defendeu a nostalgia da União Soviética, com uma guinada conservadora.

Desde que chegou ao poder, defendeu uma maior influência geopolítica com a segunda guerra da Chechênia (1999-2009), a invasão da Geórgia (2008), a intervenção na Síria (2015) e a anexação da península ucraniana da Crimeia, em 2014.

A ofensiva da Rússia na Ucrânia em 2022 fez de Putin um pária entre as potências ocidentais, que adotaram uma onda de sanções sem precedentes, destinadas a cortar o financiamento para sua operação militar.

Estas restrições alimentaram um êxodo de empresas ocidentais e criaram perturbações na indústria, mas a economia russa mostrou resiliência e os índices de aprovação de Putin permaneceram em níveis elevados.

O Conselho da Federação, a Câmara Alta do Parlamento da Rússia, decidiu nesta quinta-feira que as próximas eleições presidenciais no país acontecerão em 17 de março de 2024.

Em uma reunião exibida ao vivo pela televisão pública, os senadores definiram a data por unanimidade, "uma decisão que praticamente inicia a campanha presidencial", afirmou a presidente do Conselho da Federação, Valentina Matvienko.

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As eleições "serão uma espécie de culminação da reunificação" com a Rússia das regiões ucranianas de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia, das quais Moscou anunciou a anexação, acrescentou.

As eleições acontecerão pouco depois do segundo aniversário do início da ofensiva russa na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022 e provocou uma série de sanções sem precedentes contra a Rússia.

"Apesar das circunstâncias externas difíceis e das tentativas do inimigo de enfraquecer a Rússia, permanecemos fiéis aos nossos principais valores constitucionais e garantimos todos os direitos e liberdades dos cidadãos", declarou Matvienko.

"Nossos cidadãos estão mais unidos do que nunca" com o governo do presidente Vladimir Putin. "O trabalho do Estado é mostrar-se digno desta confiança, impedir qualquer provocação", acrescentou.

Putin ainda não é oficialmente candidato para um novo mandato, mas a reforma constitucional de 2020 permite que ele concorra novamente. Ele pode permanecer no poder até 2036.

Uma adolescente de 14 anos abriu fogo nesta quinta-feira em uma escola na região sudoeste da Rússia, matou uma colega e feriu outras cinco pessoas, antes de cometer suicídio, anunciaram as autoridades locais.

"Uma jovem de 14 anos levou uma espingarda para a escola, que usou para atirar em seus colegas. Duas pessoas morreram - uma delas a atiradora - há cinco feridos", afirmou o Comitê de Investigação em um comunicado.

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As autoridades não identificaram a atiradora, mas informaram que a vítima fatal era uma colega de turma na escola do Ensino Médio na periferia da cidade de Briansk.

"A motivação do crime e todas as circunstâncias estão sendo apuradas", destacou o comitê, que investiga crimes graves.

Os feridos foram levados para hospitais da região.

O governador de Briansk, Alexander Bogomaz, afirmou que os cinco são estudantes da escola.

O ataque aconteceu na escola número 5 de Briansk, uma cidade próxima da fronteira com a Ucrânia que é alvo ocasional de bombardeios e ataques de drones de Kiev.

Antes considerados raros, os tiroteios fatais se tornaram relativamente frequentes na Rússia nos últimos anos.

Em setembro do ano passado, um homem armado matou 18 pessoas em uma escola na cidade de Izhevsk, oeste do país.

Em 2021, um atirador de 19 anos matou nove pessoas em uma escola da cidade de Kazan (sudoeste).

No mesmo ano, um adolescente matou seis pessoas a tiros em uma universidade na cidade de Perm, perto dos Montes Urais.

A Suprema Corte russa proibiu, nesta quinta-feira (30), as atividades do "movimento LGBT internacional" por considerá-lo "extremista", abrindo o caminho para uma maior repressão desta comunidade e dos defensores de seus direitos.

A decisão acontece em meio a uma guinada ultraconservadora no país, que agora se posiciona como defensor dos valores "tradicionais" contra o suposto liberalismo dos países ocidentais.

Esta política, que visa as pessoas da comunidade LGBTQIA+, se intensificou desde o início da ofensiva do exército russo na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Desde então, a repressão contra qualquer crítica ao governo do presidente Vladimir Putin também foi intensificada.

O juiz da principal jurisdição do país, Oleg Nefedov, ordenou classificar como "extremistas o movimento internacional LGBT e suas filiais" e pediu para "proibir suas atividades no território da Federação russa", segundo jornalistas da AFP.

Nefedov indicou que a decisão entra em vigor "imediatamente".

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, não demorou para denunciar a decisão.

"Ninguém deveria ser preso por ter defendido os direitos humanos" ou ser "privado dos seus direitos devido à orientação sexual ou identidade de gênero", afirmou em um comunicado.

- O "monstro" LGBT -

A audiência, a primeira sobre este caso, durou apenas algumas horas e ocorreu sem advogados, já que não existe nenhuma organização com o nome "movimento LGBT internacional" na Rússia, e, por ser classificada como "secreta", ocorreu a portas fechadas.

"Os LGBT não são pobres gays ou lésbicas contra os quais, como nos dizem, a Rússia decidiu lutar. São um projeto bem organizado e planejado para minar as sociedades tradicionais por dentro", disse Piotr Tolstoy, vice-presidente da Duma, a Câmara baixa do Parlamento russo, pelo Telegram.

Um porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, Vakhtang Kishidze, citado pela agência Ria Novosti, comemorou esta proibição como "uma forma de autodefesa moral".

"A Rússia mostrou mais uma vez que nem o coletivo do Ocidente, nem os Estados Unidos irão nos privar da coisa mais importante: uma identidade religiosa e nacional!", disse Akhmed Dudaev, membro do governo da República russa da Chechênia, pelo Telegram.

Pessoas LGBTQIA+ foram secretamente torturadas e assassinadas na Chechênia nos últimos anos, segundo ONGs e meios de comunicação independentes russos.

O Ministério da Justiça russo pediu, em meados de novembro, a proibição e classificação do "movimento LGBT internacional" como uma "organização extremista". Não especificou claramente a qual organização se referia.

Qualquer atividade pública relacionada com o que as autoridades russas consideram como preferências sexuais "não tradicionais" agora pode ser sancionada como "extremismo", um crime castigado com duras penas de prisão.

- "Completamente escondidos" -

Até agora, as pessoas LGBTQIA+ enfrentavam altas multas se realizassem o que as autoridades chamam de "propaganda", mas não corriam o risco de serem presas.

Na última década, os direitos desta comunidade foram drasticamente limitados por Putin, que, ao lado da Igreja ortodoxa, garante querer eliminar da esfera pública comportamentos considerados desviados e importados do Ocidente.

Ian Dvorkin, fundador na Rússia da ONG Center T, que ajuda pessoas transexuais, fugiu do país com medo de ser acusado "de extremismo" e detido por ter criado a associação.

"Trabalhar na Rússia está ficando muito incerto (…) Parece que aqueles (militantes LGBTQIA+) que sobreviverem viverão completamente escondidos", disse Dvorkin à AFP.

Desde 2013, uma lei proíbe a "propaganda" de "relações sexuais não tradicionais" direcionada a menores. O texto foi denunciado por ONGs, que o consideram um instrumento de repressão homofóbica.

A lei foi consideravelmente ampliada no final de 2022 e, agora, proíbe a "propaganda" LGBTQIA+ para todos os públicos - na mídia, na internet, em livros e em filmes.

Em julho, os deputados russos também aprovaram uma lei que tem como alvo pessoas transexuais, proibindo-as especialmente de realizarem operações cirúrgicas e terapias hormonais.

O Ministério do Interior da Rússia preparou um esboço de projeto de lei que forçará estrangeiros a assinar um "acordo de lealdade" que os proibiria de criticar a política oficial do governo, desacreditar a história militar soviética ou violar os valores familiares tradicionais.

Desde que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia aprovou uma série de leis rígidas que restringem as críticas aos militares, e os tribunais têm aplicado longas sentenças de prisão a ativistas da oposição.

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Com a aproximação da eleição presidencial de 2024, Putin tem vendido cada vez mais a guerra na Ucrânia como parte de uma batalha existencial contra o Ocidente, dizendo que defenderá a civilização "sagrada" da Rússia do que ele retrata como a decadência ocidental.

Restrições

A agência de notícias estatal Tass informou ontem que o projeto preparado pelo Ministério do Interior obrigaria todos os estrangeiros que entrassem na Rússia a assinar um acordo que restringe o que eles podem dizer em público. Só quem aceitasse firmar o documento seria autorizado a entrar no país.

Se aprovada a lei, um estrangeiro que entrar na Rússia será proibido de "interferir nas atividades das autoridades russas, desacreditando a política externa e interna", disse a Tass.

As novas regras incluem proibições de críticas ao Estado russo e a altos funcionários, incluindo Putin, além de vetos a questionamentos sobre a invasão da Ucrânia, a discussão de questões LGBTQ+ e ao apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Valores tradicionais

Todas esses temas se tornaram cruciais na política social conservadora de Putin, que se diz um "defensor dos valores tradicionais". No início da semana, o presidente pediu queas famílias russas se esforçassem para ter de sete a oito filhos, dizendo que a Rússia enfrenta uma grave crise demográfica que pode ser vantajosa para seus maiores inimigos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Operações militares da guerra na Ucrânia foram impactadas por instabilidades climáticas que afetam a região do Mar Negro desde o fim de semana. Mais de 2 milhões de pessoas ficaram sem eletricidade na Crimeia, na Rússia e na Ucrânia e cerca de 20 morreram em consequências das tempestades, que já são consideradas as piores em mais de 100 anos na Crimeia e no sul da Rússia.

A tempestade intensificou-se no domingo (26) sobre o Mar Negro, gerando rajadas de vento próximas de 120 km/h, ondas de cerca de 9 metros e quantidades paralisantes de neve. Relatos nas redes sociais mostraram ondas ferozes e inundações em Sochi e Balaklava, bem como o desabamento de uma casa na Crimeia.

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Pelo menos 14 pessoas morreram na Rússia e autoridades ucranianas disseram os fenômenos climáticos derrubaram árvores, linhas de energia e inundaram áreas costeiras.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse que pelo menos cinco pessoas morreram na região de Odessa, no sul do país, e que engenheiros estavam trabalhando para restaurar a eletricidade nas regiões em que foram cortadas. Da mesma forma, autoridades locais relataram a morte de duas pessoas na Crimeia.

Na manhã desta terça-feira, 28, quase 100 mil pessoas ainda estavam sem energia na Península da Crimeia e algumas ainda não tinham abastecimento de água, disse o governador empossado pela Rússia, anunciando que várias regiões ainda estavam em estado de emergência. A Crimeia, que foi anexada da Ucrânia pela Rússia em 2014, é um importante centro militar e logístico para a Rússia enquanto prossegue a sua guerra na Ucrânia.

Operações militares prejudicadas

Os danos causados pela tempestade afetaram "o ritmo das operações militares ao longo da linha da frente na Ucrânia", mas não interromperam totalmente a atividade militar, afirmou o Instituto para o Estudo da Guerra.

O grupo de pesquisa com sede em Washington (EUA) informou que a tempestade forçou a Rússia a devolver todos os seus navios de guerra e porta-mísseis às suas bases, e sugeriu que a ameaça de minas à deriva no Mar Negro aumentará porque a tempestade dispersou os campos minados.

Houve também relatos de que a tempestade danificou ferrovias em áreas costeiras, o que poderia ter um impacto nas capacidades logísticas dos militares russos na Crimeia ocupada e no sul da Ucrânia.

Ventos de 108 km/h foram previstos para terça-feira na Crimeia, no sul da Rússia e em partes do noroeste da Rússia, informou a agência de notícias estatal Tass.

A tempestade também fez com que a região de Moscou ficasse coberta de neve na segunda-feira, acumulando montes de até 25 centímetros e profundidade, três vezes mais pesados que o normal, disse a agência de notícias Tass. (Com agências internacionais).

Um tribunal da Rússia decidiu estender até 30 de janeiro a detenção de Evan Gershkovich, repórter do Wall Street Journal, pela terceira vez, desde que ele foi preso em março sob alegação de espionagem que ele, o jornal e o governo dos Estados Unidos negam de modo veemente. Em agosto, um juiz pediu que o Serviço de Segurança Federal (FSB, na sigla em inglês) russo investigue mais o repórter, que segue detido à espera de julgamento.

Caso siga detido até 30 de janeiro, Gershkovich estará atrás das grades por dez meses. Aos 32 anos, o cidadão americano estava credenciado no Ministério das Relações Exteriores da Rússia para atuar como jornalista, mas foi detido por agentes do FSB em 29 de março, durante uma viagem para uma reportagem. Investigadores até agora não tornaram pública evidência para apoiar sua alegação de espionagem. Fonte: Dow Jones Newswires.

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Em uma cidade onde edifícios danificados estão por toda a parte, uma pizzaria destruída se destaca como uma lembrança dolorosa das vidas e dos meios de subsistência apagados em um instante.

Um míssil balístico russo atingiu o popular restaurante no leste da Ucrânia em junho, matando 13 pessoas, inclusive uma premiada escritora ucraniana e vários adolescentes. Sete das vítimas eram funcionários.

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Agora, flores frescas e bilhetes foram colocados no lugar onde ficava a entrada. Uma camiseta que fazia parte do uniforme dos garçons está pendurada perto do memorial improvisado, com os dizeres "Nunca esqueceremos".

"Como empresário, é claro que lamento a perda da propriedade, mas há algo que não pode ser devolvido: as vidas humanas", diz Dmytro Ihnatenko, proprietário da RIA Pizza.

O edifício bombardeado em Kramatorsk ressalta os enormes riscos para comerciantes nessa cidade da linha de frente na região de Donetsk. Mas isso não vem impedindo muitos outros comerciantes de reabrirem as portas para os clientes no último ano.

A câmara legislativa da cidade estima que 50 restaurantes e 228 lojas estejam atualmente abertos em Kramatorsk, o triplo de estabelecimentos abertos na mesma época no ano passado. Acredita-se que a maioria sejam estabelecimentos que já existiam e fecharam no começo da guerra, e agora reabriram.

"Compreendemos que é um risco que estamos assumindo porque esta é a nossa vida", diz Olena Ziabina, administradora do restaurante White Burger em Kramatorsk. "Onde estivermos, precisamos trabalhar. Trabalhamos aqui. Esta é a nossa escolha consciente."

A rede White Burger funcionava principalmente nas regiões de Donetsk e Luhansk antes da guerra. Porém, após a invasão russa na Ucrânia em fevereiro de 2022, só teve condições de reabrir em Kramatorsk. Dois restaurantes foram abertos na capital, Kiev, e em Dnipro, para manter a rede em funcionamento

O restaurante de Kramatorsk tem o melhor desempenho da rede em termos de lucratividade, embora os preços sejam 20% mais baixos que no restaurante da capital.

Após o ataque à RIA Pizza, os operadores do White Burger não cogitaram fechar o restaurante de Kramatorsk, segundo Ziabina. "Chorei muito", conta, lembrando-se do dia em que soube do ataque.

A economia de Kramatorsk se adaptou à guerra. A cidade abriga o quartel-general regional do exército ucraniano, e muitos cafés e restaurantes são frequentados principalmente por soldados, além de jornalistas e pessoal das organizações humanitárias.

As mulheres ucranianas frequentemente viajam para lá para se reunirem por alguns dias com maridos e namorados.

Os soldados brincam que Kramatorsk é sua Las Vegas, proporcionando todos os "luxos" de que precisam, como boa comida e café. Mas os restaurantes só oferecem cerveja não alcoólica, devido à proximidade da cidade com o campo de batalha.

As ruas da cidade ficam quase todas vazias, a não ser pelos veículos militares. Os moradores que permaneceram evitam grandes aglomerações e lugares cheios.

Ainda assim, já vão longe os primeiros dias, quando lojas, restaurantes e cafés de Kramatorsk foram todos fechados. Dezenas de milhares de pessoas ficaram sem trabalho, e fábricas fecharam.

"Provavelmente, graças aos militares, ainda podemos voltar para esta cidade", diz Oleksandr, que pediu para ser identificado apenas pelo primeiro nome por questões de segurança.

Ele é cofundador de uma das várias lojas militares em Kramatorsk que atendem aos soldados. Oleksandr conta que pratica preços apenas 1 grívnia (14 centavos) acima do preço do fabricante. Ele diz que o objetivo não é ganhar dinheiro, mas fornecer aos militares o equipamento necessário.

Muitos moradores comemoram as novas oportunidades de trabalho trazidas pela reabertura de lojas e restaurantes.

Mas há menos opções para pessoas idosas, diz Tetiana Podosionova, de 54 anos. Ela trabalhou na Fábrica de Máquinas de Kramatorsk por 32 anos, mas a fábrica foi fechada em razão dos riscos de segurança quando a guerra começou.

"Eu tinha esperança de trabalhar na fábrica até me aposentar", conta Podosionova. A maioria dos empregos atualmente é em lojas e restaurantes, onde ela não tem experiência.

Ela finalmente encontrou um emprego no Aquário Amazing Fish, que retomou as operações alguns meses após o início da guerra. O aquário tem centenas de peixes exóticos e dezenas de papagaios, e permanece aberto para distrair os moradores, frequentemente estressados pelos ataques de mísseis.

Cada negócio reaberto, porém, traz riscos. Ihnatenko, o proprietário da pizzaria, ainda vai todos os dias ao restaurante destruído quando está em Kramatorsk. Ele não sabe explicar. Parece cansado. Sua voz é pouco mais do que um sussurro.

Como muitos outros empresários, ele considerou a bem sucedida contra-ofensiva ucraniana na região vizinha de Kharkiv um sinal de que a vida poderia voltar a Kramatorsk.

"Parecia mais seguro aqui", explicou, de pé sobre os escombros de seu restaurante.

Ele não tem planos de reconstruir e reabrir novamente.

Sua experiência trágica mostra os desafios enfrentados pelos empresários ao manter as portas abertas.

"Um míssil pode vir a qualquer momento", diz.

A defesa aérea russa abateu 36 drones ucranianos sobre o Mar Negro e a península da Crimeia durante a noite de sábado (28) informou o Ministério da Defesa da Rússia neste domingo (29).

"Os sistemas de defesa aérea em vigor destruíram 36 veículos aéreos não tripulados ucranianos sobre o Mar Negro e a parte noroeste da península da Crimeia", escreveu o ministério no Telegram.

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As autoridades locais na região sul de Krasnodar, que faz fronteira com o Mar Negro, disseram que um incêndio eclodiu em uma refinaria de petróleo na madrugada de domingo, mas não especificaram a causa. "As razões para o incidente estão sendo estabelecidas", disse um comunicado das autoridades locais, em meio a alegações de meios de comunicação de que o incêndio havia sido causado por um ataque de drone ou por destroços de um drone abatido.

Ataques de drones e bombardeios nas regiões de fronteira com a Rússia e na Crimeia anexada a Moscou são uma ocorrência regular. As autoridades ucranianas negam responsabilidade pelos ataques ao território russo ou à península da Crimeia.

Na Ucrânia, a força aérea do país disse no domingo que havia abatido cinco drones explosivos Shahed de fabricação iraniana lançados pela Rússia durante a noite.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou, nesta segunda-feira, 23, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre os conflitos entre Israel e o grupo Hamas. De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, ambos os presidentes concordaram sobre a necessidade de cessar os bombardeios na Faixa de Gaza e a imediata de libertação dos reféns.

Segundo a nota, o presidente Lula relatou a situação dos brasileiros em Gaza e reiterou a urgência de criação de corredor humanitário que permita a saída dos estrangeiros e a entrada de remédios, água e alimentos na Faixa de Gaza.

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Na conversa, Putin comentou sobre a proposta do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que foi vetada pelos Estados Unidos na semana passada.

Com o veto, o Conselho rejeitou o texto proposto sobre a guerra entre Hamas e Israel. Diante da voto negativo à proposta, Putin lamentou a falta de solução no conflito para a criação do Estado da Palestina.

Na ligação, o brasileiro e o russo também trataram sobre a guerra na Ucrânia. Segundo a nota, Lula "reafirmou a disposição do Brasil para ajudar em qualquer mediação quando os lados envolvidos estiverem dispostos a falar de paz".

O presidente chinês, Xi Jinping, exaltou nesta quarta-feira (18) a crescente "confiança política mútua" entre Pequim e Moscou, em uma reunião com o homólogo russo Vladimir Putin em Pequim.

"A confiança política mútua entre os dois países está em crescimento constante", declarou Xi a Putin, segundo a agência estatal Xinhua.

Xi também pediu um esforço conjunto de China e Rússia para "salvaguardar a equidade internacional" e a "justiça", ao exaltar a "coordenação estratégica próxima e efetiva" entre os dois países.

Os dois líderes se reuniram em Pequim durante um fórum internacional que marca o 10º aniversário da iniciativa chinesa de infraestruturas conhecida como Novas Rotas da Seda, uma reunião com a participação de representantes de 130 países.

"O volume de comércio bilateral atingiu um nível histórico, que avança para a meta de 200 bilhões de dólares estabelecida pelas duas partes", acrescentou Xi.

Ele destacou que se reuniu com Putin "42 vezes nos últimos 10 anos e desenvolvemos uma boa relação de trabalho e uma profunda amizade".

- Sem "confrontos ideológicos" -

Ao inaugurar o fórum, o presidente chinês afirmou que a China é contra "as sanções unilaterais, a coerção econômica, a dissociação e a redução dos laços econômicos"

Também destacou que Pequim não participará em "confrontos ideológicos, jogos geopolíticos e confrontos de blocos".

Xi acrescentou que "considerar o desenvolvimento de outros como uma ameaça e a independência como um risco não vai melhorar sua vida ou acelerar seu desenvolvimento".

Ele afirmou que as Novas Rotas da Seda "pretendem aumentar a conectividade política, de infraestruturas, comercial, financeira e entre as pessoas, para injetar um novo ímpeto na economia global".

O projeto Novas Rotas da Seda é emblemático do governo Xi e pretende promover o comércio e as infraestruturas globais.

Putin elogiou a iniciativa chinesa em seu discurso na abertura do fórum em Pequim.

"Com as dimensões globais da iniciativa que o presidente chinês lançou há uma década, francamente, era difícil acreditar que funcionaria", admitiu Putin.

"Os nossos amigos chineses estão fazendo com que funcione. Estamos felizes de ver esta história de sucesso porque significa muito para muitos de nós", acrescentou o presidente russo.

- Modernização mundial -

Xi Jinping afirmou que "apenas por meio de uma cooperação em que todos ganham é possível fazer as coisas e fazê-las de modo bem feito".

"A China está disposta a aprofundar a cooperação com os seus parceiros na iniciativa (...) e trabalhar sem trégua para concretizar a modernização de cada país do mundo", disse.

Ele recordou que o projeto de infraestrutura e comércio nasceu na China, mas que as "conquistas e oportunidades pertencem ao mundo".

Xi e Putin participaram juntos na fotografia oficial do evento.

Apesar da presença de dois líderes de potências mundiais, o fórum de Pequim foi ofuscado pelo conflito entre Israel e a organização palestina Hamas.

O governo dos Estados Unidos pediu à China para usar sua influência e tentar conter o conflito no Oriente Médio, que provocou a fuga de mais de um milhão de pessoas do norte da Faixa de Gaza diante dos bombardeios incessantes de Israel.

O Exército israelense bombardeia o enclave palestino em resposta ao ataque do Hamas contra seu território em 7 de outubro, que provocou 1.400 mortes.

A China anunciou que enviará seu representante para o Oriente Médio, Zhai Jun, à região em conflito, mas não informou a data da viagem nem os locais que ele visitará.

O Exército russo está avançando na frente na Ucrânia, especialmente em torno da cidade de Avdiivka (leste), alvo há dias de um cerco em grande escala por parte das tropas de Moscou, disse o presidente da Rússia, Vladimir Putin, neste domingo (15), enquanto as forças ucranianas afirmam estar repelindo esta ofensiva.

"Nossas tropas melhoram sua posição em quase todo este espaço, um espaço bastante vasto", declarou o presidente, em uma entrevista à televisão russa, conforme trecho publicado nas redes sociais.

"Isso diz respeito às zonas de Kupiansk, Zaporizhzhia e Avdiivka", acrescentou Putin, elogiando essa estratégia de "defesa ativa" liderada pelo Exército.

As declarações do presidente russo sobre a situação em torno de Avdiivka surgem depois de suas Forças Armadas terem anunciado avanços na área.

Avdiivka caiu brevemente, em julho de 2014, nas mãos de separatistas pró-russos apoiados e armados por Moscou, antes de voltar para controle ucraniano.

Desde então, tem marcado a linha da frente nesta área e sido bombardeada com frequência, mesmo antes da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Nas últimas semanas, as forças russas conseguiram assumir o controle do norte e do sul da cidade, além de dominarem o leste, apertando progressivamente o cerco, com a esperança, no longo prazo, de fazer o Exército ucraniano se afastar ainda mais da capital da província de Donetsk, atingida todos os dias por bombardeios de Kiev.

Com base em imagens publicadas nas redes sociais, diferentes analistas afirmam, no entanto, que Moscou sofreu perdas materiais significativas.

- 'Sem sucesso' -

Em sua sessão informativa diária, o Exército ucraniano negou as afirmações russas, alegando que seus homens "repeliram" os ataques de Moscou na área. "O inimigo não cessa de tentar furar nossas defesas, mas sem sucesso", frisou.

No sábado, o prefeito ucraniano de Avdiivka, Vitali Barabach, relatou uma situação "muito tensa" e que os russos estão tentando "cercar a cidade" com "cada vez mais tropas".

Segundo ele, cerca de 1.600 civis permanecem em Avdiivka, já que os constantes bombardeios dificultam a retirada da população. Antes da ofensiva russa, a cidade tinha 30 mil habitantes.

O ataque do Kremlin a Avdiivka ocorre quatro meses depois de uma difícil contraofensiva ucraniana, uma vez que o Exército de Kiev recuperou apenas algumas cidades das mãos dos russos. Putin reiterou, neste domingo, que essa contraofensiva "fracassou completamente".

"Sabemos que, em algumas zonas de combate, a parte contrária prepara novas operações ofensivas. Vemos isso, sabemos disso e reagimos em conformidade", completou.

Em outros lugares da Ucrânia, vários ataques russos no sábado deixaram quatro mortos e três feridos nas províncias de Kharkiv (leste) e de Kherson (sul), segundo as autoridades locais.

Na área ocupada pela Rússia em Kherson, três civis morreram, e outro ficou ferido no sábado, informou Vladimir Saldo, a autoridade local designada por Moscou.

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