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A Rússia pediu neste sábado (30) que o Conselho de Segurança da ONU se reúna, depois que ataques da Ucrânia deixaram pelo menos 14 mortos na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, Maria Zakharova, disse que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos são culpados de encorajar Kiev a realizar o que ela descreveu como um "ataque terrorista". Ela também culpou os países da União Europeia que forneceram armas à Ucrânia.

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"O silêncio em resposta à barbárie desenfreada dos ucranianos e dos seus e cúmplices das 'democracias civilizadas' será semelhante à cumplicidade nos seus atos sangrentos", afirmou o ministério em um comunicado.

Em relação ao ataque em Belgorod, o governador da região Vyacheslav Gladkov descreveu neste sábado, nas redes sociais, que a situação atual como a pior que a cidade enfrentou desde que Moscou iniciou a invasão em grande escala na Ucrânia, há quase dois anos. Fonte:

O Brasil convocou para a sexta-feira (13) uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para tratar sobre a guerra entre Israel e o grupo Hamas. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está a caminho de Nova York para participar do encontro.

Ele cumpria agenda de trabalho no Camboja e seguiria para as Filipinas. Contudo, para participar do encontro do Conselho de Segurança, adiou esta última viagem.

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Esta será a segunda reunião do Conselho de Segurança da ONU em menos de uma semana, após ter sido deflagrado no último dia 7 o conflito entre Hamas e Israel.

O Brasil preside o Conselho no mês de outubro. Na primeira reunião, um dia após o conflito, o Brasil condenou os ataques contra civis.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vem sendo criticado pela ausência de uma posição e condenação enfática do governo federal contra o Hamas. O País segue o que é determinado pela ONU e, portanto, não classifica o grupo como terrorista. Na quarta-feira, o embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte, secretário da África e do Oriente Médio, disse que uma possível classificação do Hamas como "terrorista" pelo Brasil será debatida no Conselho.

"Os desdobramentos políticos de um conflito, como o conflito em Israel-Palestina, é algo que está sendo tratado no Conselho de Segurança e, no momento, no mês de outubro, presidido pelo Brasil, essas questões serão objeto de consideração no âmbito do Conselho de Segurança", disse o embaixador, em coletiva realizada no Palácio do Itamaraty.

De acordo com Sobral, o embaixador Sérgio França Danese, representante permanente do governo brasileiro junto à ONU, está engajado em fazer consultas com os membros do Conselho de Segurança para "obter consensos" sobre o conflito.

Até a manhã desta quinta-feira, foram confirmadas duas mortes de brasileiros por conta dos conflitos. Há uma terceira brasileira que ainda permanece desaparecida. Na quarta-feira, Sobral também afirmou que ainda não havia confirmação de que há brasileiros feitos de reféns pelo Hamas.

Na madrugada desta quinta, pousou no Rio de Janeiro a segunda aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) transportando brasileiros de Israel. A terceira aeronave que opera a missão, um KC-390 Millennium, pousou pela manhã em Tel-Aviv e tem como destino final o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

O Brasil assume a partir deste domingo (1º) a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A liderança do Brasil no órgão terá duração de um mês, o outubro inteiro. O País ocupa uma das 10 vagas do Conselho para membros não permanentes, em um mandato que irá até dezembro deste ano. Desde a criação do órgão, em 1948, este é o 11º mandato brasileiro.

Na sexta-feira (29), o secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Cozendey, falou à imprensa sobre a atuação do Brasil neste mandato de outubro. Ele destacou que o País passará por uma espécie de "teste" ao assumir o posto.

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Cozendey explicou que, durante o curto período da presidência, dificilmente um país consegue impor uma agenda. Um dos maiores interesses do Brasil na área internacional é fazer parte da cúpula permanente da instituição. "Em um mês, não dá para inventar toda uma agenda, mas é um teste. Se você pretende ser um membro permanente, tem de mostrar que é capaz de ter uma atuação produtiva e ativa durante a presidência e de conseguir consensos", pontuou.

O diplomata também comentou que, mesmo fora da pauta prevista para outubro, a guerra na Ucrânia deverá fazer parte das discussões do mês. "Não está previsto, mas provavelmente o assunto será discutido, pois os países têm demandado sobre o tema", explicou.

Ele lembrou que, desde o início da invasão da Rússia ao país, já houve mais de 70 reuniões para discutir o tema dentro do Conselho. "A pauta do período é uma, mas a realidade se move e tem havido demandas recorrentes sobre o tema. É muito provável que se realize uma ou duas (reuniões) no período", vislumbrou.

Durante sua curta gestão, o País buscará uma agenda que vise a evitar, e não tratar apenas posteriormente, conflitos com base em ações regionais. No principal evento durante a presidência brasileira - o Signature Event, previsto para 20 de outubro -, o tema escolhido é sobre como as organizações regionais, sub-regionais e bilaterais contribuem para a mediação e resolução de conflitos. "É a ideia de que o Conselho de Segurança deve tratar mais amplamente para prevenir os conflitos, e não apenas tratar depois que eles ocorrem", explicou o embaixador.

O país que preside o conselho pode, por iniciativa própria, chamar um encontro dos membros ou de parte deles para tratar de um assunto de relevância no momento, mesmo que não esteja previsto. Cozendey disse, no entanto, que não há uma mudança de cenário no caso do conflito, que justifique uma chamada deste tipo. A ação militar ainda prevalece na Ucrânia.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, usou o seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (19), para reivindicar a reforma do Conselho de Segurança da ONU que, segundo ele, vem perdendo "progressivamente sua credibilidade".

"Essa fragilidade do conselho decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime", disse o presidente do Brasil, no primeiro discurso dos chefes de Estado da assembleia.

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Lula apontou a paralisia do conselho como a "prova mais eloquente" da necessidade e urgência de reformá-lo, de modo a conferir ao colegiado maior representatividade e eficácia.

Depois de seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que é preciso desenvolver uma governança global para combater as mudanças climáticas de forma efetiva e que o Conselho de Segurança das Nações Unidas precisa se atualizar para cumprir essa demanda. "Eu acho que o Conselho de Segurança da ONU hoje é de uma geopolítica de 45", afirmou, em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo veiculada na noite de sábado, 11, e referindo-se ao ano de fundação (1945) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo Lula, o Conselho de Segurança - que hoje é composto por Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China como membros permanentes - deveria ampliar seu quadro com países africanos e outras nações como Brasil, Alemanha, Índia, Japão, México e Argentina.

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"O que precisa é que a gente tenha mais representatividade, para que quando se tomar uma decisão, essa decisão possa ser cumprida e a gente possa ter certeza de que a gente vai recuperar o planeta terra para nós", disse o presidente da República.

No mesmo sentido, Lula reforçou as promessas de combate ao desmatamento e ao garimpo ilegal na Amazônia, comprometendo-se por trabalhar pelo desmatamento zero até 2030.

'Guerra Fria' e guerra na Ucrânia

Lula também se manifestou a respeito dos embates políticos e econômicos entre Estados Unidos e China e garantiu que não pretende entrar nessa "guerra fria". " O Brasil tem na China e nos Estados Unidos dois grandes parceiros comerciais e a gente quer manter a relação", afirmou.

Ele aproveitou para destacar que esse é um ótimo momento para fortalecer as relações entre o Mercosul e a União Europeia. "O que a Europa tem que compreender é que a Europa, junto com a América do Sul, a gente pode formar um bloco muito mais forte para negociar com essas duas potências", disse.

O presidente também voltou a falar da guerra entre Rússia e Ucrânia, repetindo sua proposta de formar uma aliança de países que não estão envolvidos no conflito e que poderiam agir para buscar um cessar-fogo entre os países, como um "G-20 pela paz". "O Putin tem que compreender que está errado", acrescentou.

Discussão de temas bilaterais com os EUA e convite a Biden para visita ao Brasil

Em reunião em Washington na sexta-feira, 10, Lula e Biden discutiram temas bilaterais e também pautas de interesse global, como defesa da democracia, disponibilização de fundos internacionais para países de grande biodiversidade e promoção de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.

Em destaque, os norte-americanos sinalizaram com um "apoio inicial" ao Fundo Amazônia e discutiram uma governança global para o clima, além de ações de combate ao extremismo e à violência política após os atos antidemocráticos ocorridos no Brasil, em 8 de janeiro, e no Capitólio, nos EUA, há cerca de dois anos.

Segundo nota do Itamaraty, Lula convidou Biden a visitar o Brasil e o norte-americano aceitou o convite. "Os dois líderes comprometeram-se a ampliar seu diálogo e buscar cooperação mais profunda em preparação para a celebração do bicentenário das relações diplomáticas Brasil-EUA em 2024", afirma o órgão.

A viagem de Lula aos Estados Unidos durou dois dias e ainda envolveu encontros com líderes da esquerda americana, como os parlamentares Alexandria Ocasio-Cortez e Bernie Sanders.

A ida aos Estados Unidos marca a terceira visita internacional deste mandato do presidente Lula, que já esteve na Argentina e no Uruguai em janeiro.

Além disso, depois da vitória nas urnas, mas antes da posse, Lula também visitou Portugal e esteve no Egito durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27).

Com o veto da Rússia e a abstenção de China, Índia e Emirados Árabes, uma resolução do Conselho de Segurança promovida pelos Estados Unidos e pela Albânia deplorando "a agressão" russa à Ucrânia ficou sem efeito nesta sexta-feira (25).

A resolução recebeu o voto favorável de 11 dos 15 membros, mas o direito de veto da Rússia, um dos cinco membros permanentes do mais alto órgão da ONU, junto com Estados Unidos, China, França e Reino Unido, condenava o texto, apesar de ter sido suavizado horas antes para "garantir" abstenções e impedir que estes três países votassem contra, segundo um diplomata.

A palavra "condenar" foi retirada do texto proposto e substituída por "deplorar", uma referência ao Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que prevê um possível recurso à força, também suprimido.

O texto, que foi apoiado por cerca de sessenta países, também instou a Rússia a "cessar imediatamente o uso da força" e "abster-se de qualquer ameaça ilegal ou uso de força contra um estado membro da ONU".

A resolução pedia que a Rússia "retirasse imediata, completa e incondicionalmente" suas forças militares da Ucrânia e "revertesse" a decisão de reconhecer a independência das províncias do leste ucraniano de Donetsk e Luhansk, em guerra, uma vez que "viola a integridade territorial".

"Não é tarde demais para parar essa loucura", pediu o embaixador albanês, Ferit Hoxha, ao defender o texto. Já a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, advertiu que o ataque da Rússia "aos nossos princípios fundamentais é tão ousado, tão desavergonhado, que ameaça o sistema internacional tal qual o conhecemos".

Após a rejeição do Conselho de Segurança, um texto semelhante poderia ser enviado à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde as resoluções não são vinculantes e não há direito de veto para nenhum de seus 193 membros.

- Isolamento -

O uso do veto pela Rússia, que era o juiz e parte da reunião, uma vez que ostenta a presidência mensal do Conselho de Segurança, só mostra o seu isolamento no cenário internacional, disse um funcionário americano, que pediu para não ser identificado, antes do começo da reunião.

Negociações diplomáticas intensas foram realizadas desde ontem para convencer a Índia e os Emirados Árabes, dois membros não permanentes do Conselho de Segurança, a votarem a favor do texto, segundo diplomatas.

Desde o início da invasão militar à Ucrânia, na madrugada de ontem, a Rússia alega agir em legítima defesa, apoiada no artigo 51 do documento fundador da organização, e exige que a Ucrânia desista de sua ambição de aderir à Otan e que a aliança atlântica reduza sua presença no leste europeu.

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e a adoção de sanções europeias direcionadas à Rússia. Em comunicado emitido pelo Palácio do Eliseu, o francês condena a decisão tomada pelo presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, de reconhecer as regiões separatistas do leste da Ucrânia.

"Claramente uma violação unilateral dos compromissos internacionais da Rússia e um ataque à soberania da Ucrânia", descreve o comunicado.

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O Brasil foi eleito nesta sexta-feira (11) pela Assembleia Geral da ONU como membro não permanente do Conselho de Segurança por um ano a partir de janeiro de 2022, junto com Albânia, Gabão, Emirados Árabes Unidos e Gana, e alguns diplomatas já antecipam problemas com os cinco membros permanentes.

"Brasil e Emirados Árabes Unidos têm posições bem definidas em política externa, e a Albânia, que vai presidir o Conselho pela primeira vez em sua história, também é membro da Organização de Cooperação Islâmica (OIC)", disse um diplomata quem pediu anonimato.

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Esses três países substituirão San Vicente e Granadinas, Vietnã e Estônia em janeiro, e modificarão a relação de força no Conselho, observou.

"As coisas vão mudar", afirmou outro diplomata.

"O Brasil é uma potência em si" e vai substituir o menor país que integrou o Conselho. Já os Emirados "participam de vários conflitos", lembrou, referindo-se ao Iêmen e à Líbia.

O Brasil, maior economia da América Latina e o país mais populoso da região, há anos pede para ingressar no Conselho como membro permanente, mas as reformas são bloqueadas pelos cinco membros permanentes.

Ainda em janeiro, Gabão e Gana ocuparão as cadeiras atualmente ocupadas por Níger e Tunísia.

Dos 193 membros da ONU chamados a votar na eleição, o Brasil obteve 181 votos, Emirados 179 votos, Albânia 175 votos, Gabão 183 votos e Gana 185 votos.

Durante anos, grupos regionais indicaram seus candidatos ao Conselho com antecedência para evitar rivalidades.

Depois de ter tido até cinco membros no Conselho nos últimos anos, a União Europeia corre o risco de perder influência, uma vez que a partir de Janeiro terá apenas dois, França e Irlanda.

O Conselho de Segurança é composto por 15 membros, incluindo cinco membros permanentes com poder de veto (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido), assim como 10 membros não permanentes eleitos pelo período de um ano.

O Conselho de Segurança aprovou por unanimidade nesta terça-feira (8) recomendar Antonio Guterres, de 72 anos, para um segundo mandato como secretário-geral da ONU para o período 2022-2026.

No cargo desde janeiro de 2017, o ex-primeiro-ministro português foi o único postulante na disputa. Outras 10 pessoas buscaram o posto, mas não eram candidatos formais porque não receberam o respaldo de nenhum dos 193 países que integram a ONU.

O Conselho, crucial no processo de nomeação, aprovou em uma sessão a portas fechadas a recomendação para que a Assembleia Geral aprove o segundo mandato de Guterres, anunciou seu atual presidente, o embaixador da Estônia Sven Jürgenson.

A aprovação da Assembleia é considerada uma mera formalidade e deve acontecer em breve.

Durante seu primeiro mandato, Guterres se viu obrigado a concentrar esforços para limitar os potenciais danos da política externa unilateral, nacionalista e afastada das alianças estimulada pelo ex-presidente americano Donald Trump.

Agora, com o novo mandato, Guterres precisará de um "plano de batalha" para enfrentar todas as crises que afetam o mundo, afirmou uma fonte diplomática.

Após semanas de desacordo, especialmente entre os Estados Unidos e a China, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta quinta-feira (9) para discutir, pela primeira vez, a pandemia de coronavírus.

Liderados pela Alemanha, nove dos 10 membros não permanentes do Conselho solicitaram na semana passada a reunião a portas fechadas - em videoconferência, para manter o distanciamento social - cansados da inação diante desta crise global sem precedentes.

As discussões caminham na direção certa, disseram diplomatas, e Washington já não insiste mais que a ONU se refira ao vírus como vindo da China, algo que irritou Pequim.

Espera-se que o secretário-geral Antonio Guterres se concentre nos esforços para combater a pandemia, nas missões de manutenção da paz e na promoção da união entre os cinco membros permanentes e os não permanentes.

Há dois textos para debate.

Um, liderado pela Tunísia em nome dos 10 membros não permanentes, pede uma "ação internacional urgente, coordenada e unida para conter o impacto da COVID-19" e insta um cessar-fogo global imediato por razões humanitárias.

Esse projeto de resolução, consultado pela AFP, está em desenvolvimento desde 30 de março, embora uma votação ainda não tenha sido agendada.

O segundo texto, proposto pela França, enfoca no apelo feito por Guterres no mês passado para acabar com as hostilidades em todo o mundo, como parte de uma "trégua humanitária" para combater a pandemia.

Até agora, este último recebeu apenas contribuições dos membros permanentes, algo que, segundo diplomatas de países não permanentes, tem sido "muito frustrante".

Os esforços para realizar a reunião foram prejudicados pela hospitalização do primeiro-ministro britânico Boris Johnson e pela relutância da China em participar sem antes definir uma agenda clara.

Richard Gowen, especialista do International Crisis Group, observou que "é importante reconhecer que a principal força motriz por trás da cooperação dos dez membros não permanentes é o mau comportamento dos cinco membros permanentes".

Vários desses países não permanentes "embarcaram em uma campanha feroz para ganhar seu lugar" no Conselho e "estão pasmos com as disputas entre China e Estados Unidos" que impedem o organismo de "chegar a um acordo sobre a grande crise de nosso tempo".

Um embaixador ocidental disse, sob condição de anonimato, que os dois blocos precisam um do outro.

São necessários pelo menos nove dos 15 votos no Conselho de Segurança para adotar uma resolução, sem o veto de um dos cinco membros permanentes.

O Japão anunciou na sexta-feira (1º) que organizará uma reunião ministerial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em 15 de dezembro com o objetivo de encontrar maneiras pacíficas de pressionar a Coreia do Norte a suspender os seus testes nucleares e de mísseis balísticos e desnuclearizar a península coreana. O embaixador do Japão nas Nações Unidas, Koro Bessho, disse em entrevista coletiva que é preciso fazer mais além das sanções "muito robustas" que o conselho já impôs, tendo como alvo o financiamento e materiais para os programas nucleares e de mísseis de Kim Jong Un. Bessho, que preside o conselho neste mês, disse que os membros estão discutindo um "produto" da reunião ministerial, mas não está claro se pode ser uma declaração ou uma resolução.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, deve informar o conselho, e autoridades dos EUA dizem que o secretário de Estado do país, Rex Tillerson, provavelmente participará da reunião. Bessho disse que o ministro das Relações Exteriores do Japão, Taro Kono, presidirá a reunião e vários ministros e vice-ministros, cujos nomes não foram revelados, também são esperados.

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Os 15 membros do conselho condenaram fortemente o lançamento pela Coreia do Norte de seu mais poderoso míssil balístico intercontinental na terça-feira. Segundo o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, o míssil é capaz de atingir alvos a até 13 mil quilômetros, o que colocaria Washington ao alcance.

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse em uma reunião de emergência do conselho na quarta-feira que o lançamento de míssil aproximou o mundo de uma guerra que os EUA não querem. Também advertiu que, se a guerra chegar, o regime de Kim "será totalmente destruído". Isso provocou uma forte resposta na sexta-feira do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. "Se alguém está muito ansioso para usar a força para acabar com a Coreia do Norte, como a enviada dos Estados Unidos à ONU disse, foi um discurso muito sanguinário", disse Lavrov, segundo agências de notícias russas. O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, disse ao conselho na reunião de emergência de quarta-feira que a Rússia acredita que a única maneira de resolver a situação e encontrar uma solução a longo prazo é por meio de "esforços incansáveis e diplomáticos".

Como a única nação a sofrer um ataque nuclear na Segunda Guerra Mundial, Bessho disse que o Japão sente muito fortemente que o programa nuclear da Coreia do Norte precisa ser interrompido. "Nós obviamente não estamos procurando uma solução militar", disse Bessho. "Eu não acho que alguém goste de uma solução militar. Estamos tentando no

Conselho de Segurança encontrar uma maneira de fazer a DPRK (República Popular Democrática da Coreia, na sigla em inglês) mudar a sua política." Fonte: Associated Press.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) está realizando uma reunião de emergência para discutir como responder ao mais recente lançamento de míssil balístico da Coreia do Norte, que sobrevoou o território japonês. O teste vem menos de um mês depois que o Conselho impôs um pacote abrangente de sanções contra Pyongyang.

Antes da discussão a portas fechadas na noite desta terça-feira na sede da ONU, embaixadores de diversos países disseram que pretendiam pesar quais seriam os próximos passos a tomar.

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O embaixador do Japão na ONU, Koro Bessho, disse que seu país sente a necessidade de exercer mais pressão sobre a Coreia do Norte, mas irá discutir como fazê-lo. Já a embaixadora dos Estados Unidos, Nikki Haley, comentou que "algo severo deve acontecer", mas não especificou o que seria.

O embaixador britânico, Matthew Rycroft, sugeriu que os membros precisam se unir para fortalecer as sanções contra o regime de Kim Jong-un. A Coreia do Norte não é um membro do Conselho de Segurança. Fonte: Associated Press.

O Conselho de Segurança da ONU concordou nesta quinta-feira (13) em colocar fim a sua missão de paz no Haiti após 13 anos de trabalho e substitui-la por uma força de caráter unicamente policial.

De acordo com a resolução do Conselho, adotada por unanimidade, o fim da missão, conhecida por suas siglas Minustah, será no dia 15 de outubro. O Conselho também concordou que 2.370 soldados que atualmente servem na Minustah comecem a se retirar do país nos próximos seis meses.

A Minustah, que conta com capacetes azuis brasileiros, será substituída pela Missão das Nações Unidas de Apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH), que terá sete unidades de aproximadamente 980 agentes e 295 oficiais. A nova força policial também será substituída após um prazo de dois anos enquanto uma instituição policial haitiana se constitui.

A Minustah havia sido implementada em 2004 após a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide para tentar controlar um ambiente marcado pela violência, mas nunca foi realmente aceita pelos haitianos. Em 2010, uma epidemia de cólera arrasou o país e provocou a morte de cerca de 9.000 haitianos, sendo que aparentemente a bactéria foi introduzida no país por soldados nepaleses que participavam da Minustah.

Com um custo anual de cerca de 346 milhões de dólares, a Minustah não está incluída entre as operações mais caras da ONU, mas seu encerramento coloca em evidência uma mudança em favor de operações menores. O embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft, disse que esperava mais cortes e o encerramento de operações de manutenção da paz.

- Operações muito caras -

"As iniciativas de manutenção da paz fazem um trabalho fantástico, mas são muito caras e deveriam ser usadas somente quando necessárias. De forma que apoiamos o encerramento desta missão e sua mudança para algo diferente, e veremos o mesmo em outros lugares", disse Rycroft à imprensa antes da reunião na qual a decisão foi tomada.

Por sua vez, a embaixadora dos Estados Unidos, Nikki Haley, lançou uma ampla revisão das operações de manutenção da paz para encontrar maneiras de reduzir custos e melhorar as iniciativas, que frequentemente são envolvidas em denúncias de corrupção e abuso sexual.

Haley, no entanto, colocou seu dedo em uma ferida aberta, ao pedir o fim dos casos de abuso sexual envolvendo tropas de manutenção de paz, como ocorreu recentemente no Haiti.

Na reunião, a embaixadora americana se referiu a informações da imprensa sobre casos de abusos contra meninos e meninas, que supostamente eram atraídos por soldados do Sri Lanka com doces e biscoitos. "As crianças eram passadas de um soldado a outro. Um menino foi estuprado em 2011 por soldados da força de manutenção de paz e o ato filmado com um telefone celular. O que dizemos a essas crianças? Estes soldados das forças de paz as mantiveram seguras?", questionou.

Outras missões de paz da ONU na República Democrática do Congo e no Sudão do Sul foram envolvidas em escândalos por diversas denúncias de abuso sexual.

Em março, o Conselho de Segurança já havia reduzido a missão de paz na República Democrática do Congo, diminuindo o contingente de 19.815 homens em armas a 16.215.

Também deverão ser reduzidas ou encerradas missões em Libéria e Costa do Marfim, assim como a missão na região de Darfur, no Sudão, que é realizada em conjunto com a União Africana.

No discurso de abertura da 70ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, nesta segunda-feira (28), a presidente Dilma Rousseff voltou a defender a reforma estrutural da entidade, inclusive do Conselho de Segurança. Essa é uma questão que vem sido defendida pelo Brasil há alguns anos. Para a chefe do Executivo brasileiro, esse é o momento de a ONU avançar nessa discussão.

Dilma disse que a Organização obteve grandes avanços ao incorporar na agenda 2030 os desafios do desenvolvimento sustentável e priorizar os desafios urbanos e questões de gênero e de raça. No entanto, ela ressaltou que houve recuos. “Não se conseguiu obter o mesmo êxito na segurança coletiva (...). Os conflitos regionais, alguns com alto potencial destrutivo, assim como a expansão do terrorismo que mata homens, mulheres e crianças, que destrói patrimônio da humanidade, que se expulsa de suas comunidades seculares milhões de pessoas mostram que a ONU está diante de um grande desafio”, frisou.

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“Não se pode ter complacência com esses atos de barbárie, como aqueles perpetrados pelo chamado Estado islâmico e por outros grupos associados”, sustentou a presidente, dizendo que a situação dos refugiados é consequência das ações dos conflitos civis e militares em várias nações, que “abriu espaço para a proliferação do terrorismo”.

Para a brasileira, a indicação causada pelo foto do corpo de um menino sírio numa praia da Turquia deve gerar ações de solidariedade prática. “Em um mundo onde circulam livremente mercadoria, capitais, informações e ideias, é absurdo impedir o livre trânsito de pessoas”, defendeu.

Dilma disse que o Brasil está “de braços abertos para receber refugiados”, sendo aplaudida pelos chefes de Estado e Governo presentes. “Somos um país multiético, que convive com as diferenças e que sabe a importância delas para nos tornar mais fortes, mais ricos, mais diversos tanto cultural, quanto social e economicamente”.

A presidente disse que esse cenário precisa gerar mudanças abrangentes nas estruturas da ONU. No final de semana em Nova York, Dilma discutiu o assunto com representantes da Alemanha, Japão e Índia.

“Seu Conselho de Segurança precisa ampliar seus membros permanentes e não-permanentes para tornar-se mais representativo, mais legítimo e eficaz”, defendeu ela, que disse que a maioria dos Estados-membros da ONU espera que uma ação nesse sentido seja tomada. “Temos a esperança de que a reunião que hoje se inicia entre para a história como ponte de inflexão na trajetória das Nações Unidas, que traga resultados concretos no longo e inconcluso processo de reforma da Organização”, salientou.

No pronunciamento, a presidente Dilma defendeu ainda a criação do Estado Palestino, "que conviva pacificamente com Israel, e elogiou a restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos, bem como o acordo nuclear com o Irã.

 

Um dia antes de falar na abertura dos 70 anos da Assembleia Geral da Nações Unidas, a presidente Dilma Rousseff deu o tom do discurso que usará, ao defender a ampliação de países em desenvolvimento no Conselho de Segurança do órgão. "Não achamos que temos a varinha de condão, mas temos certeza de uma coisa: na multidão dos conselhos é que está a sabedoria", disse a presidente Dilma, em entrevista, ao ser perguntada pela imprensa estrangeira por que o Brasil pleiteia tanto esta vaga. "Na representação mais forte dos países, dentro da ONU, nos conselhos é que está a verdadeira soberania, é onde vamos conseguir resolver problemas", comentou.

A presidente Dilma avisou ainda que "não queremos a representação só para nós". Para ela, o aumento de representantes deve valer tanto para membros permanentes quanto para não permanentes, para que se tenha um Conselho de Segurança "mais equânime, mais representativo". "Os países emergentes mudaram a correlação de forças macroeconômicas", disse a presidente, que pretende usar seu discurso na ONU, nesta segunda-feira, 28, para defender a tese de que esses países precisam ter assento no órgão, assim como os que se livraram do colonialismo, como muitos países africanos.

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"Queremos fazer parte do Conselho para cumprir o preceito sobre o qual a ONU foi criada, qual seja, evitar guerras, construir consensos e buscar soluções para contribuir para que a humanidade viva em paz", disse ela ao citar que o órgão precisa ajudar a resolver de uma melhor maneira os conflitos regionais, lembrando que as intervenções armadas não têm apresentado nenhum tipo de resultado satisfatório.

"Não temos visto soluções efetivas com intervenções armadas como as que ocorreram no Iraque, na Líbia e agora os problemas na Síria", declarou a presidente. "Destruir estados nacionais não leva à democracia, leva a esse tipo de proliferação de terrorismo que tem de ser combatido e completamente combatido", emendou a presidente. Ao pleitear a ampliação da representação na ONU, a presidente fez questão de reconhecer que o órgão não tem só falhas e que obteve grandes avanços ao longo dos anos.

A reforma do conselho de segurança da ONU foi objeto de reunião, no sábado, entre os países do G-4, que incluem Japão, Alemanha, Índia e o Brasil. Após o encontro, em comunicado conjunto, o G-4 afirmou que a reforma do Conselho de Segurança da ONU é necessária para atualizar o organismo e torná-lo mais eficiente. "Um Conselho de Segurança mais representativo, legítimo e eficaz é mais necessário do que nunca para lidar com os conflitos e crises globais, que têm proliferado nos últimos anos" disse a nota.

Além da reforma da ONU, Dilma vai exaltar também em seu discurso as novas metas climáticas anunciadas neste domingo, além de ressaltar os avanços sociais obtidos no Brasil ao longo dos governos petistas.

Depois de se reunir com os representantes do G-4, que incluem também Japão, Alemanha e Índia, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender uma ampla reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Este também será um dos temas que a presidente abordará em seu discurso na abertura da 70ª assembleia geral da ONU.

"Nós precisamos de um conselho que reflita adequadamente a nova correlação de forças mundial", declarou a presidente, ao dizer que vai procurar apoio da Rússia e China, que têm assento no conselho, mas que são emergentes como o Brasil, para conseguir avançar na ampliação da representatividade do órgão.

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A presidente Dilma afirmou que existem "problemas graves" no Conselho e que o aniversário de 70 anos da Assembleia Geral da ONU é um "momento simbólico" para se conseguir reabrir esta discussão. O G-4, no entanto, tem se mostrado um fracasso ao longo dos anos e nem mesmo uma reunião entre os presidentes dos quatro países que querem assento no órgão se realizava desde 2004. Este encontro deste sábado, no entanto, não significa que ocorrerão avanços porque há disputas entre os países membros e muitos dos atuais integrantes querem evitar a inclusão de outros que tem problemas em suas relações como é o caso de Japão e China.

Dilma, no entanto, se mostrou otimista. "O que nos torna otimista é que temos tido contato com vários outros países que também pleiteiam esta transformação", disse. Atualmente, o órgão conta com cinco integrantes fixos: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China, além de outros dez países que são rotativos e mudam a cada dois anos. Dilma falou da importância do Brasil estar no conselho, assim como países da África.

Ao defender a inclusão dos quatro países do G-4 no conselho, Dilma lembrou que eles representam um terço da população mundial e um quarto do PIB do mundo. Além disso, a última vez que o conselho foi ampliado de 11 para 15 membros, foi em 1963. "A representação com estes quatro países traria mais representatividade nas ações do conselho", comentou ela. Existem propostas de aumentar o conselho para até 25 representantes.

"Precisamos de um Conselho de Segurança representativo, legítimo e eficaz. Reafirmo nessas palavras iniciais o firme compromisso do Brasil com o G4, com o nosso objetivo comum de fortalecer o sistema multilateral de paz e segurança", disse.

Para Dilma, o conselho tem de discutir, "de forma consensual" assuntos que não tem encontrado "a devida atenção".

"O conselho de segurança teria de buscar soluções que resolvam conflitos que se espalham no mundo", comentou ela, ao lembrar que hoje há desafios como terrorismo, conflitos armados regionais, que acabam criando um outro problema que é o dos refugiados, referindo-se à Síria e ao Haiti. "Este é um problema dramático", declarou, citando, em seguida, a foto do garoto refugiado que foi encontrado morto na praia durante fuga de sua família da Síria. "Você abre a caixa de Pandora com a guerra e depois, dentro da caixa de Pandora, você não sabe o que tem dentro. Ao abrir a caixa de Pandora você tem consequências perigosas", disse.

"A reforma do Conselho de Segurança da ONU permanece como a principal questão pendente na agenda da Organização. Precisamos de um conselho que reflita adequadamente a nova correlação de forças mundial", afirmou a presidente. "Precisamos de um Conselho de Segurança representativo, legítimo e eficaz. Reafirmo nessas palavras iniciais o firme compromisso do Brasil com o G4, com o nosso objetivo comum de fortalecer o sistema multilateral de paz e segurança", completou.

No dia anterior, a presidente Dilma havia elogiado a fala do Papa Francisco na ONU que também defendeu reformulação do órgão. Dilma avisou que o Brasil está "de braços abertos" para receber refugiados e lembrou que seu pai foi um deles, quando saiu da Hungria e foi para o Brasil. "O Brasil é um país de refugiados, Meu pai era refugiado da segunda guerra mundial", comentou ela, ao lembrar que no caso da Síria, o Brasil já tem hoje uma população muita expressiva que veio daquele país.

"É importante que o Brasil não tenha uma política que seja xenófoba, que seja preconceituosa", declarou.

A Espanha foi eleita nesta quinta-feira (16) para integrar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de 2015. Ela disputava o posto com a Turquia, que está sob atenção especial, devido à crescente pressão para fazer mais sobre a guerra civil na Síria, que tem afetado a fronteira entre os dois países.

"Nós não poderíamos abandonar nossos princípios em prol de conseguir mais votos", disse o ministro dos Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, de acordo com a agência estatal turca Anadolu.

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Mais cedo, Venezuela, Nova Zelândia, Angola e Malásia foram eleitas para integrar o Conselho. Os cinco vencedores vão se juntar ao órgão em 1º de janeiro e servir até 2016 como membros sem poder de veto. Eles vão substituir Argentina, Austrália, Luxemburgo, Coreia do Sul e Ruanda.

As votações são secretas e, para vencer, cada país precisa obter o apoio de dois terços dos membros da Assembleia Geral presentes. Caso todos os 193 integrantes participem, então um país precisará de 129 votos para ser eleito.

O diretor do Human Rights Watch para a ONU, Philippe Bolopion, expressou preocupação com a nova composição da cúpula. "Os novos membros do Conselho de Segurança podem se provar mais problemáticos em questões de direitos humanos, com a saída de países favoráveis aos direitos e a chegada de outros com históricos ruins de votação", afirma em declaração. Fonte: Associated Press.

Venezuela, Angola, Nova Zelândia e Malásia foram eleitos nesta quinta-feira (16) para integrar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de 2015. O mandato na mais alta cúpula da entidade é temporário e será de um ano. Representantes dos membros da ONU ainda votam para decidir quem ficará com a última vaga: Espanha ou Turquia.

A Venezuela não sofreu oposição para concorrer ao assento dedicado à América Latina e o Caribe, assim como a Malásia em sua candidatura para representar a Ásia. A Angola foi o único país a se candidatar para a vaga da África.

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O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Rafael Ramires, dedicou "esse grande triunfo" ao ex-presidente do país, Hugo Chávez, que morreu em 2013. Segundo ele, a vitória para o Conselho de Segurança aconteceu apesar de uma "campanha maligna contra nosso país".

Apesar das ligações do presidente Nicolas Maduro com a Síria e do seu apoio à Rússia na crise da Ucrânia, os Estados Unidos decidiram não se oporem publicamente à candidatura do país. A posição norte-americana para o assento da América Latina na votação não foi revelada.

As votações são secretas e, para vencer, cada país precisa obter o apoio de dois terços dos membros da Assembleia Geral presentes. Caso todos os 193 integrantes participem, então um país precisará de 129 votos para ser eleito.

Nem a Turquia e nem a Espanha conseguiram os votos necessários nas primeiras votações. O primeiro país, que está sob pressão devido à guerra civil na Síria, perdeu apoio de uma contagem para a outra.

O diretor do Human Rights Watch para a ONU, Philippe Bolopion, expressou preocupação com a nova composição da cúpula. "Os novos membros do Conselho de Segurança podem se provar mais problemáticos em questões de direitos humanos, com a saída de países favoráveis aos direitos e a chegada de outros com históricos ruins de votação", afirma em declaração. Fonte: Associated Press.

Na abertura da 69ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), a presidente Dilma Rousseff voltou a cobrar a reforma do Conselho de Segurança. Para ela, um conselho mais representativo - com mais membros de diferentes continentes - seria mais eficaz na resolução de conflitos mundiais através da intermediação.

"Os 70 anos das Nações Unidas, em 2015, devem ser a ocasião propícia para o avanço que a situação requer. Estou certa de que todos entendemos os graves riscos da paralisia e da inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas", frisou. A chefe do Executivo brasileiro também criticou as atuais intervenções da ONU à crise israelo-palestina e o uso da violência. "Esse conflito deve ser solucionado e não precariamente administrado, como vem sendo. Negociações efetivas entre as partes têm de conduzir à solução de dois Estados – Palestina e Israel – vivendo lado a lado e em segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas".

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Durante o discurso, Dilma frisou que o Brasil é contra o uso da força, considerada incapaz de eliminar as causas profundas dos conflitos. "Isso está claro na persistência da Questão Palestina; no massacre sistemático do povo sírio; na trágica desestruturação nacional do Iraque; na grave insegurança na Líbia; nos conflitos no Sahel e nos embates na Ucrânia. A cada intervenção militar não caminhamos para a Paz mas, sim, assistimos ao acirramento desses conflitos", ressaltou.

A presidente também lembrou que os governos precisam trabalhar para retomar o dinamismo da economia global. "Ela deve funcionar como instrumento de indução do crescimento, do comércio internacional e da diminuição das desigualdades entre países, e não como fator de redução do ritmo de crescimento econômico e de distribuição da renda social".

Dilma também cobrou mais participação dos países emergentes nos organismos internacionais. "É imperioso também pôr fim ao descompasso entre a crescente importância dos países em desenvolvimento na economia mundial e sua insuficiente participação nos processos decisórios das instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário e o Banco Mundial. É inaceitável a demora na ampliação do poder de voto dos países em desenvolvimento nessas instituições. O risco que estas instituições correm é perder sua legitimidade e sua eficiência".

Na parte final do discurso, Dilma alertou para a necessidade de se proteger os direitos humanos, no mundo real e virtual. "O Brasil e a Alemanha provocaram essa importante discussão em 2013 e queremos aprofundá-la nesta sessão”. Ela falou da criação do marco civil da internet no Brasil e afirmou notar que a comunidade internacional tem se mobilizado para aprimorar a governança na internet. "O ano de 2015 desponta como um verdadeiro ponto de inflexão", disse.

O presidente ucraniano Petro Poroshenko convocou nesta quinta-feira uma reunião de emergência do Conselho de Segurança do país e cancelou a viagem que faria à Turquia ao declarar que "forças russas entraram na Ucrânia", na medida em que aumentam as preocupações a respeito da abertura de uma nova frente de confrontos.

Poroshenko convocou o conselho enquanto a estratégica cidade de Novoazovsk, no sudeste do país, ficava, aparentemente, sob firme controle dos separatistas pró-Rússia. "Hoje o lugar o presidente é em Kiev", afirmou Poroshenko.

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Na manhã desta quinta-feira, um jornalista da Associated Press viu o estabelecimento de postos de verificação rebeldes nas proximidades de Novoazovsk e recebeu a informação de que não poderia entrar no local. Um dos rebeldes disse que não havia combates na cidade.

Novoazovsk, que fica nas proximidades de uma estrada que liga a Rússia à península Crimeia, anexada pelos russos em março, esteve sob fortes bombardeios durante três dias. Na manhã de quarta-feira, os rebeldes entraram na cidade. A porção sudeste da Ucrânia, ao longo do Mar de Azov, ainda não havia registrado combates que engoliram áreas do norte do país.

"Eu decidi cancelar minha visita à Turquia por causa do agravamento da situação na região de Donetsk...na medida em que forças russas entraram na Ucrânia", disse Poroshenko.

A nova frente de combate, no sudeste, levanta temores de que os separatistas estão buscando criar uma ligação por terra entre a Rússia e a Crimeia. Se esse for o caso e a medida der certo, poderá dar à Rússia o controle sobre todo o Mar de Azov e as riquezas minerais e petrolíferas locais.

Em Donetsk, a maior cidade controlada pelos rebeldes, 11 pessoas foram mortas por ataques a bomba durante a noite, informou a administração municipal em comunicado.

Joseph Dempsey, analista do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, de Londres, disse que imagens recentes de um comboio militar no leste ucraniano mostram a presença de uma variação dos tanques T-72, sobre os quais "não se tem conhecimento de que foram exportados ou operados fora da Rússia".

A presença dos tanques, acrescentou ele em publicação num blog nesta quinta-feira, "dá forte apoio ao argumento de que a Rússia está fornecendo armas para as forças separatistas".

O governo dos Estados Unidos acusa a Rússia de orquestrar uma nova campanha militar na Ucrânia, que ajuda os rebeldes a expandir sua luta, e de enviar tanques, lançadores de foguetes e veículos blindados.

"Estas incursões indicam que a contraofensiva dirigida russa está provavelmente em vigor em Donetsk e Lugansk", disse na quarta-feira a porta-voz do Departamento de Estado Jen Psaki. Ela expressou preocupação a respeito da entrega noturna de materiais no sudeste ucraniano nas proximidades de Novoazovsk e disse que a Rússia está sendo desonesta a respeito de suas ações, até mesmo com seu próprio povo. Fonte: Associated Press.

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