Tópicos | Rússia

Mísseis de cruzeiro russos, voando baixo e contornando as defesas aéreas ucranianas, destruíram edifícios de armazenamento agrícola na região de Odessa nesta sexta-feira (21) disseram autoridades ucranianas. As forças do Kremlin expandiram seus alvos após três dias de bombardeios na infraestrutura portuária do Mar Negro da região, após a retirada dos russos do acordo de grãos na segunda-feira.

Duas pessoas ficaram feridas, além de 100 toneladas de ervilhas e 20 toneladas de cevada que ficaram destruídas, após o ataque russo a um depósito agrícola, segundo o governador da região de Odessa, Oleh Kiper. Enquanto trabalhadores tentavam conter um incêndio desencadeado por dois mísseis, outro míssil atingiu o local destruindo equipamentos agrícolas e de combate a incêndios, informou Kiper. O ataque foi de menor escala em comparação com os dos últimos dias que colocaram Odessa na mira da Rússia.

##RECOMENDA##

A Rússia mirou a infraestrutura crucial de exportação de grãos da Ucrânia após prometer retaliar um ataque que danificou uma ponte crucial entre a Rússia e a Península da Crimeia, anexada a Moscou. Embora o ato de hoje tenha sido mais moderado, o avanço nos ataques manteve a população de Odessa em alerta. "O inimigo continua aterrorizando e isso está, sem dúvida, relacionado ao acordo de grãos", disse Natalia Humeniuk, porta-voz do Comando Operacional Sul do exército ucraniano.

O Instituto de Estudos da Guerra, em Washington, EUA, disse que os recentes ataques no sul da Ucrânia fazem parte de uma estratégia geral. "Os intensos ataques do exército russo contra a infraestrutura portuária e de grãos ucraniana e ameaças de escalada marítima provavelmente fazem parte do esforço do Kremlin para aproveitar a saída da Rússia da iniciativa de grãos do Mar Negro e obter extensas concessões do Ocidente", afirmou em uma avaliação na quinta-feira (20).

O Ministério da Defesa russo disse que a Marinha realizou exercícios que simulavam ação para bloquear uma seção do Mar Negro. Durante a prática, uma lancha de mísseis disparou mísseis de cruzeiro antinavio contra um alvo simulado na parte noroeste do Mar. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia anunciaram que vão tratar os navios um do outro como possíveis alvos militares em trajetos para os portos do Mar Negro. Fonte: Associated Press.M

A Rússia atacou novamente os portos da Ucrânia no Mar Negro, incluindo o importante terminal de Odessa, informaram nesta quinta-feira (20) as autoridades ucranianas, na terceira noite de bombardeios desde que Moscou se retirou do acordo para a exportação de grãos, um pacto crucial para a alimentação mundial.

Ao menos 20 pessoas ficaram feridas na madrugada de quinta-feira em bombardeios russos contra a cidade portuária de Odessa e Mikolaiv, na costa do Mar Negro, sul da Ucrânia, anunciaram as autoridades locais.

O governador da região de Mikolaiv, Vitaliy Kim, informou no Telegram que os bombardeios deixaram 18 feridos.

"Os russos atacaram o centro da cidade. Um estacionamento e um edifício residencial de três andares estão em chamas", disse Kim.

O prefeito da cidade portuária, Oleksandr Senkevich, afirmou que pelo menos cinco prédios residenciais sofreram danos durante o ataque.

Em Odessa, que fica 100 quilômetros ao sudoeste de Mikolaiv, duas pessoas foram hospitalizadas após um bombardeio russo, anunciou o governador Oleg Kiper.

Esta foi a terceira noite consecutiva de ataques na região costeira desde que Moscou se retirou do acordo que permitia a exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro. O pacto expirou na segunda-feira (17).

A Rússia advertiu na quarta-feira que vai considerar como possíveis alvos militares os navios que seguem em direção à Ucrânia após o fim do acordo.

O início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022, provocou o bloqueio dos portos ucranianos no Mar Negro até julho do ano passado, quando foi assinado um acordo, com mediação da Turquia e da ONU, que foi prorrogado em duas oportunidades.

O Kremlin, no entanto, anunciou na segunda-feira a saída do pacto após meses de reclamações da violação de um dispositivo do acordo para permitir a exportação dos produtos agrícolas e fertilizantes russos.

As autoridades ucranianas informaram na quarta-feira que os ataques russos destruíram 60.000 toneladas de grãos que seriam exportados.

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a Rússia está disposta a retornar ao acordo se a "totalidade" de suas demandas for respeitada.

O bloqueio desde segunda-feira do corredor para as exportações ucranianas levou a cotação do trigo na quarta-feira a 253,75 euros por tonelada nos mercados europeus, uma alta de 8%.

- Ataque na Crimeia -

Na Crimeia, a península no sul da Ucrânia anexada pela Rússia em 2014, um ataque com drone matou uma adolescente e atingiu vários prédios administrativos, informou nesta quinta-feira o governador local designado por Moscou.

"Em consequência do ataque de um aparelho aéreo não tripulado, quatro edifícios administrativos foram danificados", afirmou Serguei Aksionov.

"Infelizmente uma adolescente morreu", lamentou Aksionov.

As autoridades locais ordenaram na quarta-feira a saída de milhares de civis de suas casas após um incêndio em uma área militar da Crimeia. De acordo com a imprensa russa, explosões foram registradas em um depósito de munições.

A Ucrânia intensificou os ataques contra esta península, que é um ponto crucial para o abastecimento das tropas russas no território do país vizinho.

Na segunda-feira, drones navais ucranianos atacaram a ponte de Kerch, uma ligação vital entre a Rússia e o território anexado.

- Ucrânia pede patrulhas no Mar Negro -

Na frente de batalha, os combates se concentram no leste da Ucrânia, onde a contraofensiva iniciada em junho por Kiev enfrenta dificuldades para romper as linhas russas, apesar do envio de armas pelos países ocidentais.

O exército russo afirmou que suas forças avançaram mais de um quilômetro durante várias "operações de ataque" ao norte da cidade de Kupiansk, nordeste da Ucrânia.

O conselheiro da presidência ucraniano, Mikhailo Podolyak, afirmou que o país precisa de 200 a 300 veículos blindados adicionais para romper as linhas russas e de 60 a 80 caças F-16, além de cinco a 10 sistemas de defesa antiaérea Patriot, de fabricação americana, ou seu equivalente francês SAMP/T.

Podolyak também pediu uma análise sobre a instauração de um mandato da ONU para criar patrulhas militares com a participação dos países da região do Mar Negro para garantir a segurança de suas exportações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira (19), durante entrevista coletiva em Bruxelas, que o presidente do Chile, Gabriel Boric, é "sequioso [sedento]" e "apressado" devido às suas críticas sobre a resistência de algumas nações latino-americanas que se recusam a condenar a Rússia pela invasão na Ucrânia e vetaram menções ao país de Vladimir Putin na declaração final.

Segundo o petista, a juventude do presidente chileno, de 37 anos e sua "falta de costume" justificam a pressa, mas é importante lembrar que cúpulas como as que ambos participaram têm interesses de várias nações sobre a mesa.

##RECOMENDA##

Lula e Boric, considerados os dois principais líderes de esquerda na América do Sul, falaram em Bruxelas, na Bélgica, onde participaram de uma cúpula entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Na terça (18), Boric defendeu uma postura mais firme do continente contra a guerra da Ucrânia. Boric defendeu que a declaração final da cúpula adotasse uma postura mais enfática contra a invasão russa na Ucrânia. O documento, divulgado nesta terça, manifesta apenas "profunda preocupação" com o conflito, e não cita a Rússia.

Na ocasião, o presidente chileno disse: "Estimados colegas, hoje é a Ucrânia e amanhã pode ser qualquer um de nós. Não duvidemos disso devido à complacência que se poder ter em um momento ou outro com qualquer líder. Não importa se gostamos ou não do presidente de outro país. O importante é o respeito ao direito internacional, que foi claramente violado aqui por uma parte que é invasora, a Rússia".

Boric queria uma declaração conjunta mais contudente contra a Rússia, mas, segundo ele, a declaração estava travada porque "hoje em dia alguns não querem dizer que a guerra é contra a Ucrânia".

Lula afirmou que "já teve a pressa de Boric", afirmando que durante reuniões internacionais em seu primeiro mandato queria que tudo fosse solucionado no mesmo instante. "Mas não, não são só os interesses do Brasil. Ontem estávamos discutindo a visão de 60 países e temos que entender que nem todo mundo concorda com a gente".

"Eu não tenho por que concordar com o Boric, é uma visão dele. Eu acho que a reunião foi extraordinária, Possivelmente, a falta de costume de participar dessas reuniões faz com que um jovem seja mais sequioso, mais apressado, mas as coisas acontecem assim", declarou Lula.

Para Lula, a reunião que chegou ao fim na terça "foi extraordinária" e a "mais madura reunião da qual eu participei entre a América Latina e a UE, onde se discutiu os temas que se deveriam discutir". A conclusão final, disse ele, foi "extremamente razoável".

"Foi a mais madura reunião que eu participei entre América Latina e União Europeia, foi a mais importante. Onde se discutiram os temas que precisa se discutir, e se chegou a um documento extremamente razoável", prosseguiu.

Segundo Borrell, a discussão centrou-se em como "fazer as eleições avançarem de forma inclusiva, eleições livres que possam ser reconhecidas pela comunidade internacional". No encontro, Borrell voltou a oferecer o envio de uma missão de observação eleitoral à Venezuela, desde que o país siga as recomendações que os enviados de Bruxelas formularam após as últimas eleições.

Na semana passada, o principal negociador do governo e presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, descartou o envio de uma delegação eleitoral da UE para as eleições de 2024. O envio dessa missão não ficou decidido, disse Borrell. "Apenas ofereci essa possibilidade", afirmou.

A UE enviou uma missão de observação à Venezuela no final de 2021 para as eleições regionais e municipais - as primeiras desde 2006 - e destacou os avanços, mas também criticou "a inabilitação arbitrária de candidatos".

No fim de junho, a ditadura de Maduro tornou inelegível por 15 anos María Corina Machado, uma das pré-candidatas favoritas. Ela se junta a outros dois nomes importantes da oposição que já haviam sido barrado da disputa eleitoral: Juan Guaidó e Henrique Capriles.

(com agências internacionais)

Atletas do Recife vão representar o Brasil nos Jogos Mundiais Universitários de Verão, a Universíade, na China, e no University International Sports Festival, na Rússia. As competições acontecem entre 28 de julho e 8 de agosto, e entre 19 e 31 de agosto, respectivamente.

Alunos da UNINASSAU, os atletas vão competir na China no Atletismo, nas modalidades 200m e 400m e no decatlo. Já para a Rússia, toda equipe de futsal da Instituição foi convocada para integrar a delegação da seleção brasileira.

##RECOMENDA##

“Estamos muito felizes com essas convocações. Nossos atletas têm se esforçado muito durante todo o ano e não tem reconhecimento melhor do que ser chamado para representar seu país numa competição internacional”, celebrou Hermógenes Brasil, coordenador de Esportes da UNINASSAU Recife.

A comemoração tem uma explicação a mais. A Universíade é considerada a maior competição do esporte universitário mundial, sendo organizada pela Fisu World University Games. O evento ocorre a cada dois anos - não houve em 2021 por conta da pandemia - e reúne mais de 10 mil atletas de diversas modalidades, de 17 a 28 anos.

“É uma oportunidade única. Creio que todos os universitários do Brasil que atuam no futsal gostariam de ter a oportunidade de representar o país em uma competição internacional e viajar para a Europa. Estamos muito motivados e esperamos trazer o título para o Brasil e para Pernambuco”, afirmou Lazzaro Henrique, atleta do futsal da UNINASSAU.

É o mesmo sentimento de João Henrique Falcão e de sua noiva Letícia Lima, que vão competir no atletismo, na China. “As nossas expectativas para o mundial são as melhores. Estamos na nossa melhor fase de preparação física e mental. Vamos em busca de chegar à final e, se der tudo certo, trazer medalha para nosso país. Fiquei muito alegre com a convocação, serão novas experiências para melhorar nosso currículo e espero que seja um mundial de grandes conquistas”, destacou João. As duas competições somam pontos para classificação para as Olimpíadas de Paris, em 2024.

Da assessoria

A Rússia anunciou nesta segunda-feira (17) que está se retirando do acordo de grãos, que permitia à Ucrânia retomar grande parte de suas exportações de grãos por um corredor no Mar Negro. O fim do acordo levanta preocupações sobre o elo crucial na cadeia global de fornecimento de alimentos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a jornalistas que o acordo foi encerrado, mas que a Rússia voltaria a participar se suas exigências fossem atendidas, de acordo com a agência de notícias estatal russa Tass. A Rússia vinha ameaçando revogar o acordo nos últimos meses, exigindo que o Ocidente facilitasse suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes. "O acordo de grãos foi encerrado. Assim que a parte russa pedida for cumprida, a Rússia retomará imediatamente a implementação do acordo", disse ele.

##RECOMENDA##

A invasão da Ucrânia pela Rússia interrompeu todas as exportações dos principais portos do Mar Negro dos ucranianos, contribuindo para um aumento nos preços globais dos alimentos e gerando temores de que a guerra possa levar milhões de pessoas ao redor do mundo à fome.

O acordo entre Rússia, Ucrânia e Turquia, facilitado pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi assinado em Istambul em julho do ano passado, permitindo que exportadores ucranianos retomassem o envio de milho, trigo, óleo de girassol e outros produtos de três portos ao redor da cidade de Odessa. A Ucrânia exportou cerca de 32 milhões de toneladas de produtos alimentícios desde o reinício dos embarques em agosto passado.

A Rússia acusou nesta segunda-feira (17) a Ucrânia de executar o ataque contra uma ponte que liga seu território à península anexada da Crimeia, uma ação que matou dois civis.

"O ataque de hoje contra a ponte da Crimeia foi executado pelo regime de Kiev", afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

"Dois civis morreram,: um homem e uma mulher, que estavam em um automóvel na ponte. A filha do casal ficou ferida", afirmou o Comitê de Investigação da Rússia.

Uma fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) declarou à AFP que as forças do país estão por trás do ataque executado com "drones navais".

"O ataque na ponte da Crimeia é uma operação especial do SBU e da Marinha", disse a fonte à AFP, especificando que "a ponte foi atacada com drones navais".

"Era difícil chegar à ponte, mas finalmente foi possível", acrescentou a fonte.

A ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, península ucraniana que Moscou anexou em 2014, é crucial para o transporte de suprimentos para os soldados russos na Ucrânia.

Em outubro de 2022 a ponte foi atingida por um caminhão-bomba, um atentado que Moscou atribuiu à Ucrânia. Kiev negou estar por trás do ataque.

"Qualquer estrutura ilegal utilizada para entregar instrumentos russos de assassinato em massa é necessariamente efêmera", comentou no Twitter o conselheiro da presidência ucraniana, Mijhailo Podolyak, em uma aparente referência ao ataque contra a ponte.

Os principais representantes diplomáticos dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) criticaram o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, nesta sexta-feira (14), por atitude "pouco construtiva" durante uma reunião com seus homólogos do Sudeste Asiático na capital da Indonésia.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, aproveitou os dois dias de reuniões no âmbito dos fóruns organizados pela Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para manter novas conversações com a China, embora tenha denunciado a "coerção" de Pequim na região.

##RECOMENDA##

Blinken, que recusou um encontro bilateral com Lavrov, afirmou que a atitude do chanceler russo "não foi construtiva nem produtiva" nas reuniões plenárias, acrescentando também que ele fez uma apresentação "negativa" das questões em pauta e atribuiu "todos os problemas do mundo aos Estados Unidos".

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, por sua vez, afirmou que Lavrov falou de maneira "muito agressiva" ao responder aos questionamentos sobre a invasão russa na Ucrânia.

"Lavrov me respondeu de uma forma muito agressiva e explicou seu ponto de vista, afirmando que tudo é uma 'conspiração do Ocidente' e que a guerra vai continuar", disse o chefe diplomático a jornalistas.

Blinken ainda alertou que os países em desenvolvimento "pagarão o preço" caso a Rússia negue estender o acordo que permite à Ucrânia exportar grãos através do Mar Negro, que expira às 21h GMT da próxima segunda-feira (17).

Embora não tenha falado publicamente após a reunião, o chanceler russo disse à imprensa indonésia no início desta semana que a guerra na Ucrânia não terminará até que os países ocidentais desistam de seus esforços para "derrotar" a Rússia.

O último encontro entre Blinken e Lavrov ocorreu em março em Nova Délhi, onde conversaram brevemente pela primeira vez desde a invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

- "Coação" da China -

O secretário de Estado americano pediu aos países do Sudeste Asiático que se unam frente à "coação" da China na região Ásia-Pacífico, objeto de tensões entre Washington e Pequim.

"Devemos defender a liberdade de navegação no Mar da China Meridional e Oriental e manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", disse.

Com os países da Asean, "compartilhamos a visão de um Indo-Pacífico livre, aberto, próspero, seguro, conectado e resistente", acrescentou.

"Uma região onde os países são livres para escolher seus próprios caminhos e seus próprios parceiros, onde os problemas são tratados abertamente, e não sob coação", disse ele em uma alusão velada à China.

O atrito está se intensificando entre a China e alguns membros da Asean, em particular Vietnã e Filipinas, incomodados com as reivindicações de soberania por parte de Pequim sobre quase todo o Mar da China Meridional.

As tensões são ainda mais significativas em relação a Taiwan, um território de governo democrático considerado por Pequim como uma província que, cedo ou tarde, será recuperará - e à força, se necessário.

"O Indo-Pacífico não deve ser um novo campo de batalha", disse o ministro das Relações Exteriores da Indonésia, Retno Marsudi.

Blinken se reuniu na quinta-feira com o diplomata chinês, Wang Yi, à margem das negociações da Asean na quinta-feira. No encontro, disse a ele que Washington reagirá ao recente ciberataque ao governo dos EUA atribuído à China.

Wang pediu aos EUA, por sua vez, para "trabalhar com a China" e pôr fim a qualquer "interferência" nos assuntos do país, de acordo com um resumo de sua reunião com Blinken divulgado por Pequim nesta sexta-feira.

As discussões dos ministros das Relações Exteriores da Asean no início desta semana também abordaram a crise em Mianmar. De volta ao poder desde o golpe de 2021, a junta militar não foi convidada para Jacarta.

Também nesta sexta, Blinken prometeu que Washington e seus aliados se defenderão de qualquer "agressão" da Coreia do Norte, que realiza testes periódicos de mísseis, colocando em alerta a Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos.

burs-jfx/pc/avl/tt/fp/yr/dd

Os deputados da Rússia aprovaram nesta sexta-feira (14) por grande maioria uma lei que proíbe as transições de gênero e a adoção de crianças por pessoas transexuais, em um momento extremamente conservador da sociedade russa, em particular após a ofensiva na Ucrânia.

"Esta decisão protege nossos cidadãos, nossas crianças", afirmou no Telegram o presidente da Câmara Baixa do Parlamento (Duma), Viacheslav Volodin.

As mudanças de estado civil, as operações cirúrgicas para mudança de sexo e os tratamentos hormonais se tornaram acessíveis na Rússia após a queda da União Soviética.

Em um comunicado publicado nesta sexta-feira, a Duma afirma que a lei proíbe "qualquer intervenção médica" para mudança de gênero, em particular as cirurgias e terapias hormonais. Também proíbe a mudança de sexo nos documentos de identidade.

O texto prevê exceções, que devem ser avaliadas por uma comissão especial, que permitem cirurgias em casos de "doenças congênitas" em crianças durante a formação de seus órgãos genitais.

Os casamentos com a participação de uma pessoa trans serão "anulados" após a entrada em vigor da lei, segundo a Duma.

As pessoas transgênero também serão proibidas de ter filhos ou de adotar crianças na Rússia. O vice-presidente da Duma e autor do projeto de lei, Piotr Tolstoi, disse que a medida não é retroativa e que as pessoas transgênero russas que já adotaram crianças não perderão a custódia.

O projeto de lei foi aprovado em terceira e última votação e agora deve ser validado pela Câmara Alta do Parlamento, o Conselho da Federação, antes de ser promulgado pelo presidente Vladimir Putin para entrar em vigor, etapas que são consideradas simples formalidades.

Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, as autoridades russas multiplicaram as medidas conservadoras, em particular contra as pessoas LGBTQIA+, alegando querer eliminar comportamentos que consideram desviantes e importados do Ocidente.

- "Inimigos do povo" -

Para justificar o projeto de lei, Volodin afirmou nesta sexta-feira que as operações cirúrgicas para mudança de sexo dispararam nos Estados Unidos nos últimos 10 anos.

"Que tendência monstruosa! É um caminho que leva à degeneração de uma nação. É inaceitável para nós", disse Volodin.

Ele também afirmou que a Rússia viraria "Sodoma", se o país adotasse leis similares às europeias, em uma referência à cidade citada na Bíblia e que é associada à ideia de perversão.

O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia prendeu na quinta-feira um ativista transgênero acusado de "alta traição" em favor da Ucrânia.

Antes da aprovação do texto, Ian Dvorkine, um psicólogo de 32 anos que dirige uma ONG russa de ajuda às pessoas transgênero, a Centre T, declarou à AFP que temia um aumento dos suicídios na comunidade com a lei.

Ele explica que o Estado russo agora designa as pessoas transgênero "como 'inimigos do povo', retira seus direitos, ajudas, e as transforma em pessoas fora da lei".

A proibição da terapia hormonal poderia "alimentar o mercado clandestino de hormônios", e o uso sem orientação médica representaria riscos muito graves, adverte.

Desde 2013, uma lei proíbe na Rússia a "propaganda de relações sexuais não tradicionais", um texto denunciado pela ONG como um instrumento para reprimir a comunidade LGBTQIA+.

Em dezembro, a aplicação da lei foi consideravelmente ampliada. Agora proíbe a "propaganda" LGTQIA+ a todos os públicos, quando anteriormente citava apenas os menores de idade.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, foi ovacionado nesta terça-feira (11) durante um comício em uma praça no centro de Vilnius, a capital da Lituânia, no qual defendeu a adesão de seu país à Otan em meio à guerra com a Rússia.

"Glória à Ucrânia!", gritou Zelensky, vestido com roupa militar, em um palco montado na praça, onde foi recebido como um astro do rock e aclamado longamente, em um evento paralelo à cúpula da Otan na capital lituana.

Zelensky deu um abraço efusivo no presidente anfitrião, Gitanas Nauseda, e foi novamente ovacionado. Lituânia e Ucrânia fizeram parte da União Soviética até a queda da Cortina de Ferro, no início dos anos 1990.

Sob um sol radiante, Zelensky apareceu junto com sua esposa e discursou em ucraniano para a multidão, que levantou um mar de telefones celulares para eternizar a ocasião.

"A Otan vai dar segurança para a Ucrânia. A Ucrânia vai tornar a Otan mais forte", disse Zelensky, em um discurso de aproximadamente dez minutos, com tradução simultânea para o lituano.

Uma bandeira da Ucrânia, levada a Vilnius por um revezamento de corredores desde Bakhmut, palco da mais dura batalha com o Exército russo no leste da Ucrânia, foi hasteada até o alto de um mastro.

O evento, chamado "Hastear a bandeira da Ucrânia na Otan", continuou com apresentações musicais de vários artistas locais.

- Reviver a experiência -

Entusiasmada com a ideia de ver Zelensky, Gabija Malikonyte, de 26 anos, chegou acompanhada de sua mãe, Daiva, duas horas antes do início do ato, para ficar o mais perto possível do palco.

As duas mulheres, como todos na multidão, não escondiam seu apoio à Ucrânia e faziam paralelos com os 50 anos da "ocupação" soviética de seu próprio país.

"Lutamos por nossa independência em 1990, é como se estivéssemos vivendo tudo de novo", disse Daiva Malikonien. "Se não fossemos parte da Otan, a Rússia nos atacaria, porque somos um país pequeno", acrescentou.

"A Otan nos apoia e queremos que nossos irmãos e irmãs [ucranianos] também façam parte dela", afirmou outro presente, Alexandres Ilyin, enrolado com uma bandeira ucraniana.

Ieva Vasiliauskaite escondia as lágrimas atrás de seus óculos de sol.

"Espero que os ucranianos obtenham um veredicto positivo da Otan, porque eles merecem, estão em guerra não apenas pela Ucrânia, mas pelos países bálticos e por toda a Europa", declarou.

"Espero que tenham a oportunidade de pelo menos dar um ou dois passos para a adesão" à aliança militar, acrescentou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu no dia 29 no Kremlin com o chefe do Grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, cinco dias após sua rebelião armada, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (10) pela presidência russa.

Na reunião de quase três horas, com todos os comandantes rebeldes, segundo o Kremlin, Putin analisou as atividades dos mercenários na frente ucraniana e o motim no dia 24, quando Prigozhin ordenou que suas tropas marchassem até Moscou. "O presidente ouviu as explicações dos comandantes do grupo e propôs alternativas para o futuro", afirma o comunicado.

##RECOMENDA##

Peskov não disse onde a reunião aconteceu, nem que tipo de acordo foi discutido entre os dois. Ninguém sabe onde está Prigozhin, que até agora não mencionou um encontro com Putin. Se a conversa tiver realmente ocorrido, será o primeiro contato conhecido entre os dois homens desde a revolta dos mercenários, que representou o desafio mais dramático à autoridade de Putin em suas mais de duas décadas no poder. O relato do Kremlin, porém, deixa uma série de perguntas sem resposta sobre o futuro do Grupo Wagner.

O fato de mercenários do Grupo Wagner terem participado de uma reunião com o presidente russo, mesmo depois que Putin os denunciou como traidores em rede nacional e jurou esmagar o motim, demonstra o poder que Prigozhin acumulou no campo de batalha.

De acordo com observadores, o fato de o governo russo fazer questão de divulgar um encontro entre os dois por sugerir que o Kremlin, pelo menos por enquanto, vê os mercenários como uma ameaça a ser mantida dentro do controle do regime, em vez de marginalizada como uma oposição armada.

No entanto, Putin caminha por uma linha tênue e perigosa. Qualquer indulgência demonstrada a Prigozhin e seus mercenários poderia ser considerada um sinal de fraqueza e encarada com desprezo pelo Ministério da Defesa, cuja liderança foi alvo direto da revolta armada.

Versões

O Kremlin já mudou várias vezes sua versão sobre acontecimentos. Em 29 de junho, dia da suposta reunião entre Putin e Prigozhin, Peskov disse a repórteres que não sabia onde estava o chefe mercenário. Na semana seguinte, em 6 de julho, o porta-voz afirmou que o governo não tinha "capacidade nem desejo" de rastrear os movimentos do líder do Grupo Wagner. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Seis pessoas morreram em bombardeios russos em Lyman, leste da Ucrânia, neste sábado (8), informou o governador regional.

"Por volta das 10h, os russos atacaram a cidade com vários lançadores de foguetes", disse o governador regional de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, nas redes sociais. "Pelo menos seis pessoas morreram e cinco ficaram feridas", acrescentou.

##RECOMENDA##

A invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 desencadeou uma guerra, que chega aos 500 dias.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, visitou uma pequena ilha do Mar Negro cujos defensores desafiaram um navio de guerra russo no início da guerra, de acordo com um vídeo sem data publicado nas redes sociais.

A Ucrânia, que está no auge de uma contraofensiva, ganhou na sexta-feira a promessa dos Estados Unidos de fornecer bombas de fragmentação, uma arma proibida em grande parte do mundo.

Segundo o presidente ucraniano, a lentidão no fornecimento de armas atrasou sua contraofensiva lançada em junho e deu à Rússia tempo para fortalecer suas defesas nas áreas ocupadas.

O fundador do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, ainda está na Rússia, afirmou nesta quinta-feira (6) o presidente de Belarus, país para o qual ele deveria ter viajado segundo o acordo com Kremlin após o motim frustrado do mês passado.

"No que diz respeito a Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Onde ele está hoje? Pode ter viajado para Moscou ou para outro lugar, mas não está em território bielorrusso", declarou o presidente Alexander Lukashenko em uma entrevista coletiva à imprensa estrangeira.

Ele disse ainda que os combatentes do grupo Wagner também estão "em seus campos" e não em Belarus, "no momento".

"Se (o governo russo e o grupo Wagner) considerarem necessário enviar um certo número de combatentes do grupo Wagner a Belarus para descansar ou treinar (...) então aplicarei minha decisão de recebê-los", acrescentou.

"Não acredito que o grupo Wagner se rebele e direcione suas armas contra o Estado bielorrusso", disse Lukashenko.

O motim dos mercenários, em 24 de junho, abalou o poder na Rússia em meio ao conflito com a Ucrânia.

Durante várias horas, os combatentes paramilitares ocuparam um quartel-general do exército russo em Rostov do Don (sudoeste) e iniciaram uma marcha em direção a Moscou.

O motim terminou durante a noite de 24 de junho com um acordo que contemplava o exílio em Belarus de Prigozhin, que insistiu que não pretendia derrubar o governo russo, apenas evitar o desmantelamento do grupo Wagner.

O paradeiro de Prigozhin é desconhecido e ele não fala em público desde 26 de junho.

Na quarta-feira à noite, a imprensa russa divulgou imagens da operação de busca na residência de Prigozhin em São Petersburgo, realizada durante a tentativa de rebelião no fim de junho.

As imagens, aparentemente registradas pelas forças de segurança tes da lei e publicadas de maneira repentina em vários meios de comunicação estatais e privados russos, mostram uma grande e luxuosa mansão, com um helicóptero no jardim.

Durante a busca, segundo as gravações, os agentes encontraram maços de dólares e rublos, barras de ouro, várias armas, passaportes com diversos nomes e um armário lotado de perucas.

O site de notícias Fontanka, com sede em São Petersburgo, informou que os investigadores também encontraram uma fotografia de "cabeças decepadas" na residência. Os mercenários do grupo Wagner são acusados com frequência de abusos.

A página também publicou uma fotografia de um macete em um aposento da casa, cuja cabeça de metal exibe a frase: "Em caso de negociações importantes".

O macete é um dos símbolos do grupo Wagner, que se vangloria de utilizar a arma para executar ou torturar os inimigos.

A premiada escritora ucraniana e pesquisadora de crimes de guerra, Victoria Amelina, de 37 anos, ficou gravemente ferida em um ataque de míssil russo a uma pizzaria no leste da Ucrânia, na noite da última terça-feira, 27.

O ataque ao Ria Lounge, um dos restaurantes mais populares de Kramatorsk, matou doze pessoas e feriu, ao menos, mais 60, de acordo com o The Guardian.

##RECOMENDA##

O estabelecimento estava cheio de civis quando foi atingido. "Não havia objetos militares que pudessem ser um alvo legal para o ataque naquele dia", disse o PEN Ucrânia e o grupo Truth Hounds em comunicado.

"O bombardeio do Kramatorsk Ria Lounge é outro crime nesta cadeia e (mais uma) evidência da maneira como os russos travam suas guerras", continuou a nota.

De acordo com a Rússia, o ataque teve como alvo os militares ucranianos e mercenários estrangeiros: "A análise da destruição e os testemunhos indicam que, muito provavelmente, as forças armadas da Rússia usaram um míssil Iskander para realizar o ataque", disse o comunicado conjunto com o PEN Ucrânia. "Este é um míssil com alta precisão, então os russos sabiam exatamente o que iria atingir".

Mais sobre Victoria Amelina

A pesquisadora deixou de escrever após a invasão russa no ano passado e se concentrou em documentar crimes de guerra e trabalhar com crianças na linha de frente ou perto dela.

Seu trabalho incluiu desenterrar o diário de Volodymyr Vakulenko, um colega escritor que foi detido ilegalmente e morto por soldados russos na cidade de Izium no início da guerra.

O diário, enterrado em seu jardim, serviu como um documento em tempo real das atrocidades russas.

O presidente Vladimir Putin agradeceu nesta terça-feira (27) aos militares que impediram uma "guerra civil" durante a rebelião do grupo paramilitar Wagner, uma situação que não exigiu, segundo ele, a transferência para a Rússia de nenhum soldado mobilizado na Ucrânia.

"Com seus irmãos de armas, vocês foram contrários aos distúrbios, cujo resultado teria sido inevitavelmente o caos", declarou Putin durante uma cerimônia militar em Moscou.

"Na prática, evitaram uma guerra civil", acrescentou, antes de pedir um minuto de silêncio para os pilotos que morreram em ataques dos rebeldes quando "cumpriam seus deveres com honra".

Putin disse ainda que nem o exército nem a população russa apoiaram a rebelião armada do grupo paramilitar Wagner.

"As pessoas que foram arrastadas para a rebelião viram que o exército e a população não estavam do seu lado", declarou.

O fundador do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, afirmou o contrário. Algumas pessoas em Rostov, onde seus combatentes ocuparam o quartel-general militar, aplaudiram os homens da milícia no sábado.

Putin disse ainda que o exército russo não precisou transferir nenhum soldado do território ucraniano para enfrentar a rebelião.

"Não precisamos retirar unidades de combate da zona da operação militar especial na Ucrânia", destacou.

Nesta segunda-feira (26), o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que “não interessa a ninguém” uma Rússia “debilitada” e “enfraquecida”.

A declaração ocorre ao mesmo tempo em que a Rússia enfrenta um clima de tensão, devido um motim realizado no último fim de semana, organizado pelo grupo de mercenários Wagner contra o governo de Vladimir Putin.   

##RECOMENDA##

“A gente não sabe ainda como vai se desdobrar, mas evidente [que] nós temos todo o interesse que volte à normalidade. Eu acho que não interessa a ninguém uma Rússia debilitada, enfraquecida. Eu acredito que vá voltar à normalidade”, disse o assessor a jornalistas, no Palácio Itamaraty, em Brasília. 

Amorim acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na recepção ao presidente da Argentina, Alberto Fernandez, que faz nesta segunda, a quarta visita de Estado ao Brasil. 

O próprio presidente evita falar sobre o assunto. Em coletiva de imprensa na saída de Paris, na França, Lula afirmou que não tinha informações suficientes para opinar sobre a crise na Rússia, entre os mercenários comandados por Yevgeny Prigojin e o governo de Putin. 

“Não, eu não posso falar. Lamentavelmente eu não posso falar porque eu não tenho as informações necessárias para te falar. Eu, quando chegar ao Brasil, que eu me informar de tudo o que aconteceu ontem, que tiver várias informações, aí eu posso te falar, mas agora seria chutar, sabe, de forma precipitada uma informação que eu não tenho. Eu ouvi dizer, mas não tenho informação e eu pretendo não falar de uma coisa tão sensível sem ter as informações necessárias”, pontuou o líder petista.

A Rússia suspendeu nesta segunda-feira (26) as medidas de segurança instauradas em Moscou durante a rebelião do grupo paramilitar Wagner, em uma tentativa de retomar a normalidade após uma crise sem precedentes que enfraqueceu a imagem do presidente Vladimir Putin.

A rebelião do grupo fundado por Yevgueni Prigozhin, um bilionário que já foi aliado de Putin, durou 24 horas e terminou no sábado à noite com um acordo entre ele e o Kremlin, após a mediação do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko.

Com o acordo, Prigozhin, comandante do grupo paramilitar, obteve garantias de imunidade para ele e seus combatentes em troca do fim da rebelião. O Kremlin anunciou que o empresário deve viver no exílio em Belarus.

As agências de notícias russas, no entanto, informaram nesta segunda-feira, com base em uma fonte da Procuradoria Geral, que a investigação contra Prigozhin continua aberta.

As autoridades anunciaram o fim do "regime de operação antiterrorista" - que concede mais poderes às forças de segurança - na região de Moscou e em Voronezh, ao sul da capital, onde as unidades do grupo Wagner entraram e localidade que registrou tiroteios.

A medida foi adotada diante da "ausência de ameaças para a vida" dos moradores, afirmou o prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, que agradeceu a "calma e compreensão" dos moscovitas.

Vladimir Putin não aparece em público desde o discurso exibido na televisão na manhã de sábado, no qual chamou a rebelião liderada por Prigozhin de "facada nas costas".

Também reina a incerteza sobre o paradeiro dos 25.000 homens que, segundo Prigozhin, o apoiaram em sua rebelião: Eles estão em suas bases na Ucrânia? Ou estão na Rússia?

Apesar da aparente normalidade propagada pelas autoridades nesta segunda-feira, com a divulgação de imagens do ministro da Defesa, Serguei Shoigu, passando em revista as tropas russas na Ucrânia, a rápida aventura empreendida pelos insurgentes do grupo Wagner entre a noite de sexta-feira e a noite de sábado provocou grande comoção na Rússia.

Durante 24 horas, as forças de Prigozhin assumiram o controle de várias unidades militares na cidade estratégica de Rostov do Don, no sudoeste da Rússia, e avançaram 600 km na direção de Moscou, ao que parece sem grandes dificuldades.

Em Rostov, os combatentes paramilitares, inclusive, foram aplaudidos quando deixaram o quartel-general militar que haviam ocupado, a partir do qual são coordenadas as operações na Ucrânia.

- "Rachaduras" no regime russo -

Apesar de o golpe ter acabado de maneira tão repentina quanto começou, a crise representa o maior desafio que Vladimir Putin já enfrentou desde sua chegada ao poder em 1999.

Para o secretário de Estado americano, Antony Blinken, a crise revela "verdadeiras rachaduras" na autoridade de Putin.

"O fato de que existe alguém de dentro questionando a autoridade de Putin e questionando diretamente por que ele iniciou a agressão contra a Ucrânia, isto, em si, é algo muito forte", disse Blinken ao canal CBS News no domingo.

Na mesma linha, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, declarou nesta segunda-feira que a rebelião dos paramilitares demonstra que a ofensiva na Ucrânia está "rachando o poder russo e afetando seu sistema político".

"Os acontecimentos do fim de semana são uma questão interna russa e uma nova demonstração do grande erro estratégico que o presidente Putin cometeu com a anexação ilegal da Crimeia e a guerra contra a Ucrânia", afirmou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

No início da rebelião, o fundador do grupo Wagner prometeu "libertar o povo russo", com críticas em particular a seus dois grandes inimigos: o ministro da Defesa Serguei Shoigu e o comandante do Estado-Mayor Valeri Guerasimov, acusados por Prigozhin de terem sacrificado milhares de combatentes na Ucrânia.

Guerasimov não aparece em público desde a explosão da crise. Shoigu apareceu em um vídeo exibido pela televisão russa que mostra uma visita do ministro às tropas do Kremlin na Ucrânia.

Nas imagens, Shoigu acompanha a apresentação de um relatório por um general, examina alguns mapas e observa posições russas durante um voo de helicóptero.

Não foi possível confirmar a data da gravação com fontes independentes.

Na Ucrânia, vários analistas consideram que a crise na Rússia poderia enfraquecer as tropas de Moscou na frente de batalha e beneficiar os soldados de Kiev, envolvidos em uma difícil contraofensiva há algumas semanas.

Nesta segunda-feira, a vice-ministra ucraniana da Defesa, Ganna Maliar, anunciou que o exército retomou 17 quilômetros quadrados das forças de Moscou, o que eleva o total de território recuperado a 130 km2 desde o início de junho.

Um dia após a retirada dos combatentes do grupo paramilitar Wagner de Rostov-on-Don, sudoeste da Rússia, a médica Rina Abramian diz que se sente aliviada.

"Quando a rotina em nossa cidade muda e você realmente entende o que está acontecendo, você se sente muito ansiosa e ameaçada", descreve Rina, 28.

##RECOMENDA##

A chegada repentina dos combatentes do Wagner a Rostov, cidade estratégica de mais de 1 milhão de habitantes, pegou a população de surpresa. Durante todo o dia, combatentes do Wagner patrulharam a cidade como se fosse deles, enquanto seu líder, Yevgeny Prigozhin, instalava-se na sede do Exército, que disse ter tomado "sem um só disparo".

Na noite de ontem, enquanto as colunas blindadas do grupo Wagner avançavam em direção a Moscou, o Kremlin e Prigozhin anunciaram repentinamente o fim da rebelião, após a mediação do líder bielorrusso, Alexander Lukashenko.

Os rastros deixados pelos tanques ainda eram visíveis hoje nas ruas de Rostov. Em um parque, uma faixa azul dizia: "Irmãos, vamos impedir um banho de sangue. Ninguém é inimigo de ninguém aqui, a vitória só é possível juntos!"

- Domingo de sol -

Os moradores da cidade puderam aproveitar o sol deste domingo ao ar livre. Embora tenham declarado que ficaram surpresos com a chegada do grupo Wagner e muitos deles tenham manifestado alívio com a saída dos paramilitares, houve quem não escondesse seu apoio aos combatentes, que participaram da ofensiva russa na Ucrânia.

Quando iniciaram sua retirada de Rostov, na noite de ontem, os integrantes do Wagner foram aplaudidos por dezenas de pessoas nas ruas. "Obrigado!" e "Wagner! Wagner", gritaram moradores, enquanto Yevgeny Prigozhin, como um astro do rock, apertava as mãos da população de dentro do seu veículo, cercado por jovens que o aclamavam e filmavam.

O taxista aposentado Boris Koudriavtsev não esconde seu "respeito" pelos membros do Wagner. "Eu os entendo um pouco”, diz, ressaltando que eles deveriam ter resolvido o problema com o Exército de outra forma. "Eles chegaram com armas. Poderia ter sido pior."

Para Anton, 33, o grupo Wagner agiu corretamente: "Defendem o que é justo e o que deve ser feito. Essa gente fez muito pelo nosso país."

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que a tentativa de rebelião do grupo mercenário Wagner na Rússia foi uma "situação extraordinária" e que criou "rachaduras que não existiam antes". As declarações foram feitas na manhã deste domingo, dia 25, em entrevista à rede de televisão norte-americana CNN.

"Trata-se de uma questão em andamento e não vimos o final dela ainda, por isso é muito cedo para dizer o que vai acontecer", ponderou. "Mas podemos dizer que o que vimos foi uma situação extraordinária e que criou rachaduras que não existiam antes", disse Blinken, citando que o grupo mercenário, liderado pelo paramilitar Yevgeny Prigozhin, estaria questionando a invasão russa na Ucrânia.

##RECOMENDA##

Na entrevista, Blinken destacou que 16 meses atrás, as forças russas estavam "na porta de Kiev, achando que iriam tomar a cidade em poucos dias", mas que agora o país precisa focar em se defender em Moscou, contra mercenários aliados do próprio Vladimir Putin. "Isso levanta uma série de questões que deverão ser respondidas nas próximas semanas", pontuou.

Blinken disse que até agora não recebeu nenhuma informação sobre qualquer autoridade militar russa que tenha sido destituída, mas que é preciso aguardar o desenrolar da situação. "Precisamos focar na Ucrânia e fazer com que eles tenham o que for preciso para defenderem seu território", afirmou. Na avaliação do secretário, a tentativa de rebelião pode deixar a Rússia distraída com questões internas e criar uma vantagem adicional para a Ucrânia. "Mas independente disso, eles (Ucrânia) têm um plano claro e são resilientes".

Ao ser questionado se o episódio poderia marcar "o início do fim" para Putin, Blinken afirmou que não queria especular sobre o assunto, e que trata-se de uma questão interna da Rússia. "Mas o que temos visto é o seguinte: essa agressão contra a Ucrânia se mostra um fracasso estratégico. A Rússia está mais fraca economicamente e militarmente", disse o secretário.

"É preciso se questionar como isso, a agressão à Ucrânia, melhorou as vidas dos russos. Claro que não melhorou, só piorou, mas é uma questão que os russos devem resolver sozinhos. O fato de você ter alguém internamente questionando essa autoridade de Putin é muito poderoso".

Ievegni Prigozhin, o líder da organização paramilitar russa Wagner, se mudará para a vizinha Belarus, como parte de um acordo para diminuir as tensões da rebelião armada instigada pelo grupo neste sábado, 24. O anúncio foi feito pelo Kremlin, que ainda informou que o processo criminal contra Prigozhin será encerrado e que as tropas não serão punidas.

Como parte do acordo selado para interromper o movimento das forças do grupo em direção a Moscou, as tropas do grupo Wagner não enfrentarão processos e aqueles que não participaram do motim receberão ofertas de contratos do Ministério da Defesa, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sem fazer menção a uma possível mudança de liderança no ministério.

##RECOMENDA##

"O processo legal contra ele será retirado. Ele irá para a Bielorrússia", disse Peskov. "Ninguém vai julgar (os combatentes), tendo em conta os seus méritos na frente do conflito com a Ucrânia", acrescentou.

O governo russo ainda disse que considera "impensável" que o motim frustrado afete a ofensiva militar na Ucrânia, disse o porta-voz do Kremlin. "A operação militar especial continua. Nossos militares conseguiram repelir a contraofensiva ucraniana", declarou.

A tratativa teve mediação do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, fiel aliado de Vladimir Putin, presidente da Rússia. Depois que o acordo foi fechado, Prigozhin disse que estava ordenando que suas tropas interrompessem a marcha sobre Moscou e se retirassem para campos de campanha na Ucrânia, onde lutam ao lado das tropas russas. O acordo pareceu neutralizar uma crise dramaticamente crescente que representava o desafio mais significativo para Putin em suas mais de duas décadas no poder.

Prigozhin e todos os seus combatentes desocuparam o quartel-general militar na cidade de Rostov-on-Don, no sul, que haviam assumido anteriormente, menos de duas horas após o anúncio do acordo.

Após o grupo paramilitar Wagner anunciar, neste sábado (24), que seus homens estavam indo para Moscou para derrubar o presidente russo Vladimir Putin, (e posteriormente resolver acabar com a rebelião), a internet brasileira foi tomada por memes. Vários deles usavam personalidades brasileiras com o mesmo nome da milícia europeia.

Quem foi parar no meio das piadas foi o atacante Vagner Love. Torcedores lembraram que o artilheiro do Sport já jogou na Rússia. O atleta defendeu o CSKA de Moscou, entre 2004 e 2012. Confira algumas ‘tirações de onda’.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando