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O líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, cuja morte em um acidente de avião foi confirmada neste domingo (27), se tornou uma figura de destaque na Rússia pelo seu papel no conflito na Ucrânia, mas sua revolta contra o Kremlin no final de junho o transformou em um "traidor" para Vladimir Putin.

A morte de Prigozhin foi verificada por geneticistas e confirmada pelas autoridades russas neste domingo. O empresário estava na lista de passageiros de um avião que caiu na região de Tver, a noroeste de Moscou, em que todas as dez pessoas a bordo morreram.

A lista incluía o seu braço direito, Dmitri Utkin, chefe de operações do grupo paramilitar.

O bilionário de 62 anos organizou um motim armado contra o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, em 24 de junho, depois de acusá-lo de ordenar o bombardeio das bases do grupo Wagner na retaguarda da frente ucraniana.

Prometeu então "frear" a liderança militar em Moscou, ressaltando que possuía "25 mil" combatentes à sua disposição, e convocou os russos a se unirem a ele para "acabar com a desordem".

Esta revolta fez com que Putin o chamasse de "traidor" e alertasse para o risco de uma "guerra civil".

Os homens de Wagner conseguiram tomar quartéis no sudoeste da Rússia e iniciaram uma marcha em direção a Moscou, mas Prigozhin recuou e pôs fim ao motim naquele mesmo dia.

Em troca, o líder dos mercenários foi perdoado a princípio e chegou a um acordo que permitiu que ele se exilasse em Belarus e seus homens se juntassem ao Exército regular russo.

Mas o fundador do grupo Wagner voltou várias vezes à Rússia e chegou a ser recebido no dia 29 de junho por Putin no Kremlin.

Na noite de segunda-feira, ele apareceu em um vídeo divulgado por grupos próximos ao Wagner afirmando estar na África, para "tornar a Rússia ainda maior em todos os continentes e a África ainda mais livre".

- Na linha de frente -

O próprio Prigozhin esteve preso na Rússia por quase uma década no fim da era soviética, posteriormente, passou a vender cachorro-quente em São Petersburgo, antes de ganhar destaque no ramo hoteleiro e subir até chegar às altas esferas como empresário e entrar em outros negócios, como a criação de um grupo paramilitar, o Wagner.

Por anos, ele fez o trabalho nas sombras para o Kremlin, enviando mercenários de seu grupo privado a cenários de conflito no Oriente Médio e na África, mas sempre negando qualquer envolvimento.

A estratégia, entretanto, mudou com o início da ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Em maio daquele ano, o chefe paramilitar obteve sua consagração ao reivindicar a conquista da cidade de Bakhmut (leste), uma das poucas vitórias das forças russas, após meses de duros combates.

Meses depois, em setembro, quando os militares russos sofriam grandes perdas, Prigozhin se apresentou pela primeira vez como o fundador do grupo Wagner.

Mas durante a batalha por Bakhmut, as tensões com o Estado-Maior russo aumentaram. Prigozhin acusou os militares de economizarem munição e publicou vídeos nos quais insultava os comandantes russos.

Em outubro, instalou seus escritórios em um edifício espelhado e luxuoso de São Petersburgo, e começou a recrutar milhares de homens nas prisões russas.

A oferta feita aos condenados era lutar em troca de uma anistia, mas com uma advertência: os desertores e aqueles que se deixassem capturar seriam executados.

Quando circulou um vídeo de um suposto desertor do grupo sendo morto com golpes de marreta, Prigozhin não hesitou em elogiar o crime e classificar de "cão" o homem executado.

"Não bebam muito, não se droguem, não estuprem ninguém", disse também a um grupo de prisioneiros que havia lutado por seis meses e recuperado a liberdade.

Ao contrário dos generais russos, criticados por não comparecerem pessoalmente às batalhas, Prigozhin posou orgulhoso ao lado de seus mercenários, supostamente na linha de frente.

No início do ano, publicou uma mensagem da cabine de um caça Su-24 e desafiou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, para um duelo aéreo.

"Se você quiser, nos vemos nos céus. Se vencer, você fica [com Bakhmut]", afirmou.

A Rússia confirmou oficialmente neste domingo (27) a morte de Yevgueni Prigozhin, líder do grupo paramilitar russo Wagner, cujo avião caiu na quarta-feira, em meio a crescentes dúvidas sobre a causa do acidente.

O avião particular que transportava Prigozhin e seus colaboradores próximos caiu na quarta-feira na região de Tver, a noroeste de Moscou.

Depois de realizar uma "análise genética molecular", foi estabelecido que as identidades das dez vítimas cujos corpos foram encontrados "correspondem à lista" de passageiros e tripulantes do avião, incluindo Prigozhin, afirmou o Comitê de Investigação russo em um comunicado.

A lista incluía o seu braço direito, Dmitri Utkin, chefe de operações do grupo paramilitar, cuja existência foi reconhecida pelo Kremlin apenas no final de 2022.

O acidente ocorreu exatamente dois meses depois de Wagner ter organizado um motim contra a liderança militar de Moscou, o que provocou uma onda de especulações.

Os governos ocidentais e os opositores do presidente russo, Vladimir Putin, insinuaram que o Kremlin poderia estar por trás do ocorrido.

O Kremlin nega essas acusações e Putin prometeu na quinta-feira uma investigação “completa” do caso.

Os investigadores russos até agora não mencionaram nenhuma hipótese sobre as causas do acidente.

- Altares improvisados -

O presidente de Belarus, país aliado de Moscou, Alexander Lukashenko, expressou seu apoio ao Kremlin e disse que "não conseguia imaginar" o presidente russo dando a ordem para assassinar o líder de Wagner.

Desde a queda do avião, altares improvisados a Prigozhin foram erguidos em várias cidades do país, de Novosibirsk (oeste da Sibéria) a São Petersburgo (noroeste).

Pequenos memoriais ilustram sua popularidade nas áreas onde Wagner tinha centros de treinamento.

"Os inimigos mataram-no (...), mas esperamos que haja vingança contra aqueles que cometeram este crime", disse um simpatizante de Prigozhin a jornalistas neste domingo, do lado de fora de um memorial repleto de flores em Moscou.

Prigozhin e Utkin "permanecerão na nossa história como verdadeiros heróis, como um exemplo do tipo de pessoas que devemos ser", acrescentou este homem, vestido com uma camiseta com a letra "Z" maiúscula, símbolo da ofensiva russa na Ucrânia.

Putin acusou Prigozhin, que conhecia desde a década de 1990, de ser um "traidor" depois de ter liderado um motim armado nos dias 23 e 24 de junho contra a cúpula militar russa.

A rebelião abortada de Wagner abalou o governo russo em meio ao conflito com a Ucrânia.

- Ataques com drones -

Depois de um longo silêncio, Putin destacou na quinta-feira a "contribuição" de Prigozhin para a ofensiva na Ucrânia, apesar dos seus "erros".

Prigozhin recuou em junho, depois que um acordo foi fechado para que ele pudesse se exilar com seus homens em Belarus. As acusações contra ele foram retiradas.

Mas o líder de Wagner continuou viajando para a Rússia e em junho visitou o Kremlin pelo menos uma vez.

O grupo Wagner, que deixou a Ucrânia após o motim, ainda está presente na África, embora o seu futuro esteja incerto. O grupo foi acusado de abusos, execuções extrajudiciais e tortura.

A confirmação da morte de Prigozhin coincide com o aumento dos ataques entre Rússia e Ucrânia.

A Rússia informou neste domingo que as suas regiões fronteiriças foram mais uma vez alvo de ataques de drones. A Ucrânia, por sua vez, relatou um bombardeio noturno. O Ministério da Defesa russo disse ter derrubado dois drones ucranianos que sobrevoavam regiões fronteiriças.

Pouco antes, o governador de Belgorod havia informado que um drone havia matado um homem.

Na região de Kursk, também na fronteira, o governador anunciou que um drone colidiu com um prédio residencial durante a noite.

"Não houve incêndios, nenhum dos moradores ficou ferido", afirmou Roman Starovoit nas redes sociais.

A capital e outras regiões russas foram alvo de ataques de drones nos últimos dias.

O fundador da Grupo Wagner, Yevgueny Prigozhin, estava entre os passageiros de um avião particular que caiu na região de Tver. A informação foi confirmada pela Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya).

"Uma investigação foi iniciada sobre o acidente de avião ocorrido esta tarde (23/8) na região de Tver. De acordo com a lista de passageiros, entre eles está o nome e o sobrenome de Yevgeny Prigozhin", disse o departamento de Rosaviatsiya.

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O jato executivo da Embraer, de propriedade de Prigozhin, caiu perto da vila de Kuzhenkino, na região de Tver, na noite desta quarta-feira (23). De acordo com dados preliminares do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, 10 pessoas morreram: sete passageiros e três tripulantes. O avião voava de Moscou para São Petersburgo.

O canal de telegram da Grey Zoneo grey zone, ligado ao Grupo Wagner, publicou que o avião de Prigozhin foi abatido por defesa aérea. Não há confirmação oficial desta informação.

Por Serguei Monin, para o Brasil de Fato

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reuniu no dia 29 no Kremlin com o chefe do Grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, cinco dias após sua rebelião armada, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (10) pela presidência russa.

Na reunião de quase três horas, com todos os comandantes rebeldes, segundo o Kremlin, Putin analisou as atividades dos mercenários na frente ucraniana e o motim no dia 24, quando Prigozhin ordenou que suas tropas marchassem até Moscou. "O presidente ouviu as explicações dos comandantes do grupo e propôs alternativas para o futuro", afirma o comunicado.

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Peskov não disse onde a reunião aconteceu, nem que tipo de acordo foi discutido entre os dois. Ninguém sabe onde está Prigozhin, que até agora não mencionou um encontro com Putin. Se a conversa tiver realmente ocorrido, será o primeiro contato conhecido entre os dois homens desde a revolta dos mercenários, que representou o desafio mais dramático à autoridade de Putin em suas mais de duas décadas no poder. O relato do Kremlin, porém, deixa uma série de perguntas sem resposta sobre o futuro do Grupo Wagner.

O fato de mercenários do Grupo Wagner terem participado de uma reunião com o presidente russo, mesmo depois que Putin os denunciou como traidores em rede nacional e jurou esmagar o motim, demonstra o poder que Prigozhin acumulou no campo de batalha.

De acordo com observadores, o fato de o governo russo fazer questão de divulgar um encontro entre os dois por sugerir que o Kremlin, pelo menos por enquanto, vê os mercenários como uma ameaça a ser mantida dentro do controle do regime, em vez de marginalizada como uma oposição armada.

No entanto, Putin caminha por uma linha tênue e perigosa. Qualquer indulgência demonstrada a Prigozhin e seus mercenários poderia ser considerada um sinal de fraqueza e encarada com desprezo pelo Ministério da Defesa, cuja liderança foi alvo direto da revolta armada.

Versões

O Kremlin já mudou várias vezes sua versão sobre acontecimentos. Em 29 de junho, dia da suposta reunião entre Putin e Prigozhin, Peskov disse a repórteres que não sabia onde estava o chefe mercenário. Na semana seguinte, em 6 de julho, o porta-voz afirmou que o governo não tinha "capacidade nem desejo" de rastrear os movimentos do líder do Grupo Wagner. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta segunda-feira (26), o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que “não interessa a ninguém” uma Rússia “debilitada” e “enfraquecida”.

A declaração ocorre ao mesmo tempo em que a Rússia enfrenta um clima de tensão, devido um motim realizado no último fim de semana, organizado pelo grupo de mercenários Wagner contra o governo de Vladimir Putin.   

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“A gente não sabe ainda como vai se desdobrar, mas evidente [que] nós temos todo o interesse que volte à normalidade. Eu acho que não interessa a ninguém uma Rússia debilitada, enfraquecida. Eu acredito que vá voltar à normalidade”, disse o assessor a jornalistas, no Palácio Itamaraty, em Brasília. 

Amorim acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na recepção ao presidente da Argentina, Alberto Fernandez, que faz nesta segunda, a quarta visita de Estado ao Brasil. 

O próprio presidente evita falar sobre o assunto. Em coletiva de imprensa na saída de Paris, na França, Lula afirmou que não tinha informações suficientes para opinar sobre a crise na Rússia, entre os mercenários comandados por Yevgeny Prigojin e o governo de Putin. 

“Não, eu não posso falar. Lamentavelmente eu não posso falar porque eu não tenho as informações necessárias para te falar. Eu, quando chegar ao Brasil, que eu me informar de tudo o que aconteceu ontem, que tiver várias informações, aí eu posso te falar, mas agora seria chutar, sabe, de forma precipitada uma informação que eu não tenho. Eu ouvi dizer, mas não tenho informação e eu pretendo não falar de uma coisa tão sensível sem ter as informações necessárias”, pontuou o líder petista.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que a tentativa de rebelião do grupo mercenário Wagner na Rússia foi uma "situação extraordinária" e que criou "rachaduras que não existiam antes". As declarações foram feitas na manhã deste domingo, dia 25, em entrevista à rede de televisão norte-americana CNN.

"Trata-se de uma questão em andamento e não vimos o final dela ainda, por isso é muito cedo para dizer o que vai acontecer", ponderou. "Mas podemos dizer que o que vimos foi uma situação extraordinária e que criou rachaduras que não existiam antes", disse Blinken, citando que o grupo mercenário, liderado pelo paramilitar Yevgeny Prigozhin, estaria questionando a invasão russa na Ucrânia.

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Na entrevista, Blinken destacou que 16 meses atrás, as forças russas estavam "na porta de Kiev, achando que iriam tomar a cidade em poucos dias", mas que agora o país precisa focar em se defender em Moscou, contra mercenários aliados do próprio Vladimir Putin. "Isso levanta uma série de questões que deverão ser respondidas nas próximas semanas", pontuou.

Blinken disse que até agora não recebeu nenhuma informação sobre qualquer autoridade militar russa que tenha sido destituída, mas que é preciso aguardar o desenrolar da situação. "Precisamos focar na Ucrânia e fazer com que eles tenham o que for preciso para defenderem seu território", afirmou. Na avaliação do secretário, a tentativa de rebelião pode deixar a Rússia distraída com questões internas e criar uma vantagem adicional para a Ucrânia. "Mas independente disso, eles (Ucrânia) têm um plano claro e são resilientes".

Ao ser questionado se o episódio poderia marcar "o início do fim" para Putin, Blinken afirmou que não queria especular sobre o assunto, e que trata-se de uma questão interna da Rússia. "Mas o que temos visto é o seguinte: essa agressão contra a Ucrânia se mostra um fracasso estratégico. A Rússia está mais fraca economicamente e militarmente", disse o secretário.

"É preciso se questionar como isso, a agressão à Ucrânia, melhorou as vidas dos russos. Claro que não melhorou, só piorou, mas é uma questão que os russos devem resolver sozinhos. O fato de você ter alguém internamente questionando essa autoridade de Putin é muito poderoso".

Ievegni Prigozhin, o líder da organização paramilitar russa Wagner, se mudará para a vizinha Belarus, como parte de um acordo para diminuir as tensões da rebelião armada instigada pelo grupo neste sábado, 24. O anúncio foi feito pelo Kremlin, que ainda informou que o processo criminal contra Prigozhin será encerrado e que as tropas não serão punidas.

Como parte do acordo selado para interromper o movimento das forças do grupo em direção a Moscou, as tropas do grupo Wagner não enfrentarão processos e aqueles que não participaram do motim receberão ofertas de contratos do Ministério da Defesa, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sem fazer menção a uma possível mudança de liderança no ministério.

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"O processo legal contra ele será retirado. Ele irá para a Bielorrússia", disse Peskov. "Ninguém vai julgar (os combatentes), tendo em conta os seus méritos na frente do conflito com a Ucrânia", acrescentou.

O governo russo ainda disse que considera "impensável" que o motim frustrado afete a ofensiva militar na Ucrânia, disse o porta-voz do Kremlin. "A operação militar especial continua. Nossos militares conseguiram repelir a contraofensiva ucraniana", declarou.

A tratativa teve mediação do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, fiel aliado de Vladimir Putin, presidente da Rússia. Depois que o acordo foi fechado, Prigozhin disse que estava ordenando que suas tropas interrompessem a marcha sobre Moscou e se retirassem para campos de campanha na Ucrânia, onde lutam ao lado das tropas russas. O acordo pareceu neutralizar uma crise dramaticamente crescente que representava o desafio mais significativo para Putin em suas mais de duas décadas no poder.

Prigozhin e todos os seus combatentes desocuparam o quartel-general militar na cidade de Rostov-on-Don, no sul, que haviam assumido anteriormente, menos de duas horas após o anúncio do acordo.

O chefe da força do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse que ordenou que seus mercenários, que estavam a 200 quilômetros de Moscou, interrompessem a marcha em direção à capital e se retirassem para seus campos na Ucrânia para evitar "derramar sangue russo".

O anúncio de Prigozhin parecia acalmar uma crise crescente. Moscou se preparava para a chegada do exército privado liderado pelo comandante rebelde, e o presidente Vladimir Putin prometeu enfrentar.

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Prigozhin não disse se o Kremlin respondeu à sua demanda para expulsar o ministro da Defesa, Sergei Shoigu. Não houve comentário imediato do Kremlin.

O anúncio segue-se a uma declaração do gabinete do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, dizendo que ele tinha negociado um acordo com Prigozhin depois de ter discutido anteriormente a questão com Putin.

Prigozhin aceitou a oferta de Lukashenko para deter o avanço do Grupo Wagner e outras medidas para reduzir as tensões, disse o escritório de Lukashenko, acrescentando que o acordo proposto contém garantias de segurança para as tropas Wagner.

As sirenes de ambulâncias e carros de polícia podem ser ouvidas nas ruas de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, depois que o grupo paramilitar Wagner afirmou ter tomado várias instalações importantes.

Esta cidade portuária localizada a cerca de 100 km da fronteira ucraniana tem importância estratégica porque, de lá, o comando militar russo no sul do país coordena as operações do Exército no país vizinho.

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Um veículo blindado equipado com uma metralhadora está estacionado em um cruzamento no centro de Rostov, ao lado de cerca de dez homens uniformizados, segundo vários jornalistas.

Em outros pontos da localidade, como nas imediações de uma loja de brinquedos e de um circo, também se encontram estacionados veículos blindados de transporte de tropas, explicaram as mesmas fontes.

Os pedestres param antes da passagem de viaturas militares e homens armados com espingardas.

O chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirmou que suas tropas assumiram o controle do principal centro de comando militar da Rússia para operações na Ucrânia e uma base aérea na cidade, prometendo derrubar os principais comandantes militares. Segundo ele, 25.000 combatentes o apoiam.

Ao contrário do que acontece com outras grandes cidades russas, mais afastadas da frente de batalha, este município, com cerca de um milhão de habitantes, tem sofrido danos colaterais com o conflito na vizinha Ucrânia.

Uma pessoa morreu em março em um incêndio em um edifício do FSB - os serviços de inteligência russos encarregados da segurança interna - em Rostov. A região também foi atacada por drones nos últimos meses.

O governador regional, Vasily Golubev, exortou os habitantes a permanecerem nas suas casas, exceto em casos de "absoluta necessidade", e destacou que todas as concentrações de pessoas nas vias públicas foram canceladas.

Golubev também pediu à população que se abstenha de utilizar a rodovia M4 (a principal estrada que liga Moscou ao sul do país), uma vez que vários trechos foram fechados, o que provocou engarrafamentos.

O transporte público municipal continua funcionando, mas algumas rotas foram modificadas para evitar a passagem de veículos pelo centro da cidade, explicou Golubev.

“A situação que se criou exige a máxima concentração de esforços para manter a ordem”, declarou nas redes sociais. "As forças de segurança fazem tudo o que é necessário para garantir a segurança dos habitantes da nossa região".

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