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Os presidentes da Rússia e da Ucrânia, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, estabeleceram recentemente suas prioridades para 2024 em entrevistas coletivas anuais, nas quais apresentaram o balanço do conflito.

Com base nas declarações dos dois governantes, confira uma lista do que podemos esperar no próximo ano de uma guerra que começou em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa.

- Guerra de desgaste -

Zelensky atribuiu o fracasso da contraofensiva de verão (hemisfério norte, inverno no Brasil) à falta de munições e de superioridade aérea. Duas carências que continuam afetando as forças ucranianas, quando o que surge é uma guerra de desgaste, com as forças russas novamente tomando a iniciativa em alguns pontos.

"Precisamos de apoio, porque simplesmente não temos munições", disse o presidente ucraniano, que não revelou mais detalhes sobre os planos de seu Exército para 2024.

Putin destacou que suas tropas estão "melhorando as posições em quase toda a linha de contato".

O presidente russo admitiu que os ucranianos conseguiram estabelecer uma cabeça de ponte na margem sul do rio Dnieper, mas afirmou que as tropas de Kiev estavam sendo "exterminadas" na área sob o fogo da artilharia de Moscou.

- Cansaço dos aliados ocidentais -

Putin, cuja reeleição em março é algo assegurado, também aposta na erosão do respaldo ocidental à Ucrânia, um tema que provoca divisões na Europa e nos Estados Unidos. Ele afirmou que o apoio político, diplomático, econômico e militar "poderia terminar", e de fato "parece que está acabando pouco a pouco".

Zelensky declarou, no entanto, acreditar que a ajuda continuará sendo enviada e, em particular, que os Estados Unidos "não trairão" a Ucrânia.

Ele, no entanto, reconheceu que teme uma guinada em Washington se Donald Trump retornar à presidência após as eleições de novembro de 2024.

"Se a política do próximo presidente (americano), independente de quem seja, for diferente em relação à Ucrânia, ou seja, mais fria ou menos generosa, penso que isso teria um impacto muito forte no curso da guerra", alertou Zelensky.

- Falta de soldados -

Diante da evidente falta de soldados na frente de batalha, de mais de mil quilômetros, Zelensky mencionou um plano do Exército que pretende convocar "entre 450.000 e 500.000 pessoas adicionais" em 2024, mas não revelou detalhes.

Para amenizar a falta de munições, ele também disse que o objetivo é produzir "um milhão de drones no próximo ano".

Putin considerou que "não é necessária" uma nova convocação depois da realizada em setembro de 2022, que foi muito impopular. Segundo ele, o país conseguiu recrutar 486.000 voluntários para aumentar o número de soldados do Exército em 2023, um esforço que prosseguirá.

Também prometeu seguir reforçando as capacidades militares do Exército, em uma Rússia que tem a economia concentrada no esforço de guerra e que pode ter recebido grandes quantidades de munições da Coreia do Norte.

- Sem negociações à vista -

Putin reiterou que a paz será possível apenas quando Moscou alcançar seus objetivos: "a desnazificação da Ucrânia, sua desmilitarização e o status de neutralidade".

Ele disse que Moscou e Kiev "estabeleceram" os critérios nas primeiras negociações em Istambul, no início do conflito, conversas que foram abandonadas em seguida.

"Há outras possibilidades: alcançamos um acordo ou resolvemos o problema pela força. É o que vamos tentar fazer", disse Putin.

Zelensky insistiu que o objetivo é recuperar o controle de todos os territórios ocupados pela Rússia no leste e sul do país, incluindo a Crimeia, anexada em 2014 por Moscou. "A estratégia não pode mudar", insistiu.

Também descartou qualquer negociação com Moscou. "Hoje não é pertinente. Não vejo que a Rússia esteja pedindo, não vejo em seus atos. E na retórica, eu vejo apenas insolência", afirmou.

- Quando acabará a guerra? -

Em tom firme, Putin prometeu a "vitória" aos compatriotas.

Ele disse que a Rússia acumulou bastante "margem de segurança para avançar". A sociedade russa está "fortemente consolidada" e a economia tem uma "reserva de força e estabilidade".

Zelensky pediu aos ucranianos que mantenham a "resiliência". Ele admitiu que não sabe se a guerra terminará em 2024: "Acho que ninguém tem a resposta".

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira (14), na abertura de uma grande coletiva de imprensa, que a Rússia confia que pode "avançar", apesar das sanções econômicas e do conflito na Ucrânia, onde afirma que a ofensiva chegará ao fim apenas quando Moscou alcançar seus "objetivos".

Durante uma grande coletiva de imprensa para fazer um balanço do ano, o presidente russo se mostrou convencido de que o tempo estará a seu favor na Ucrânia em 2024 e de que os reveses sofridos por seu Exército ficaram no passado.

Este evento foi anulado no ano passado, quando as tropas russas sofreram reveses e a economia se ressentiu pelas sanções das potências ocidentais.

Quase dois anos depois do início da ofensiva iniciada em fevereiro de 2022, Putin expressou, no entanto, sua satisfação com as operações lançadas pelo Exército russo desde o fim da fracassada contraofensiva dos ucranianos.

"Em quase todas as linhas de frente, nossas Forças Armadas melhoram suas posições. Quase todas estão em fase ativa", declarou.

Putin, de 71 anos e que foi eleito presidente da Rússia pela primeira vez em 2000, compareceu com um semblante relaxado. Na semana passada, anunciou sua intenção de se apresentar para um novo mandato em março de 2024, com o qual pode permanecer no Kremlin até pelo menos 2030.

- Firme em seus objetivos -

O presidente reafirmou que seus objetivos no país vizinho continuam os mesmos: "a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia e seu 'status' de neutralidade".

"Haverá paz, quando alcançarmos nossos objetivos", afirmou, insistindo em que a solução "será negociada, ou obtida com a força".

Também garantiu que não há planos para uma nova mobilização militar na Rússia, após a que foi feita no outono de 2022. "Atualmente não é necessário", considerou.

Pouco depois, indicou que 617.000 soldados se encontram hoje "na zona de hostilidade", mas não revelou as baixas desde o início da ofensiva em 24 de fevereiro de 2022. O governo americano estima que haja cerca de 315.000 soldados russos feridos, ou mortos.

Questionado sobre a resistência da economia às sanções, Putin disse que há uma "margem de segurança suficiente", graças à "forte consolidação da sociedade russa", à "estabilidade do sistema financeiro e econômico do país" e ao "aumento das capacidades militares" de Moscou.

Esta margem é "suficiente não apenas para sentir confiança, mas também para avançar", assegurou.

Ele disse que espera um crescimento do PIB de 3,5% este ano. "Isto significa que estamos em dia e demos um grande passo à frente", afirmou.

Moscou continua vendendo seus hidrocarbonetos, gerando receita suficiente para financiar o esforço bélico e centralizar a economia na produção de armas e munições.

- Pressão militar na Ucrânia -

No "front", a contraofensiva ucraniana lançada em junho fracassou, e as forças de Moscou retomaram a liderança, ganhando terreno nas últimas semanas.

Apenas na noite de quarta-feira, o Exército russo lançou 42 drones contra o sul da Ucrânia. Kiev afirmou que derrubou 41 deles, mas a magnitude do ataque ilustra a crescente pressão militar de Moscou.

O Exército ucraniano lançou nove drones contra a Rússia, que afirmou que todos foram derrubados.

Vladimir Putin comparou a situação na Ucrânia com a guerra entre Hamas e Israel.

"Vejam a operação militar especial e vejam o que está ocorrendo em Gaza e verão a diferença. Não há nada parecido na Ucrânia", assegurou.

"O que acontece [em Gaza] é uma catástrofe", afirmou.

Apesar das tentativas do Ocidente de isolá-lo, o presidente russo iniciou seu retorno ao cenário internacional com recentes viagens aos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, onde foi recebido com honrarias, apesar da ordem de prisão contra ele determinada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

Com a invasão da Ucrânia, a repressão na Rússia e sua confrontação com o Ocidente, Vladimir Putin se tornou um chefe de guerra autoritário, no poder há um quarto de século e que agora aspira a permanecer no Kremlin por mais seis anos.

Nesta sexta-feira (8), Putin anunciou sua candidatura a um quinto mandato nas eleições de 17 de março de 2024. Já completou dois mandatos de quatro anos e dois mandatos de seis anos, com um interlúdio como primeiro-ministro.

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O sistema de poder de Vladimir Putin, oriundo da KGB soviética e que chegou ao Kremlin em 31 de dezembro de 1999, confirmou duas características ao longo dos anos.

A primeira é o constante endurecimento do sistema, contra os oligarcas, com a segunda guerra na Chechênia, a redução das liberdades públicas e a repressão dos meios de comunicação social e da oposição.

A segunda característica é o reforço de sua presença internacional, com a guerra da Geórgia (2008), a anexação da Crimeia ucraniana (2014), a intervenção militar na Síria (2015) e a invasão da Ucrânia (2022).

A Europa, em particular a Alemanha de Angela Merkel, acreditou equivocadamente que iria canalizar essas ambições, apostando na codependência econômica, mediante maciças compras de gás russo.

Mas Putin parece imparável e, aos 71 anos, aspira a uma nova eleição presidencial, marcadas para 17 de março.

Embora esteja envolvido na guerra na Ucrânia, onde seu Exército sofreu derrotas humilhantes, ele persiste e espera obter uma vitória por desgaste.

Em seus discursos de tom marcial, marcados pelo revisionismo histórico, Putin acusa a Ucrânia de nazismo, diz querer anexar territórios e considera esse conflito uma guerra com os Estados Unidos por trás.

Segundo ele, a sobrevivência da Rússia está em jogo. Por isso, pune com prisão aqueles que se opõem à invasão da Ucrânia. Há milhares de russos processados, perseguidos e presos.

Putin não se importa com as sanções ocidentais, nem com o fato de o Tribunal Penal Internacional (TPI) tenha-no processado pela acusação de deportação de crianças ucranianas. Considera que sua missão é se livrar da hegemonia ocidental.

- Marcado pela derrota -

Putin era um agente da KGB, instalado na Alemanha Oriental na década de 1980, e continua marcado pela desintegração da União Soviética, um sinal da derrota de Moscou na Guerra Fria.

Para atingir seus objetivos, conta hoje com o apoio diplomático da China. A Ásia, com a Índia à frente, está comprando petróleo russo, e Putin assegura que a África vê a Rússia como um aliado contra o "neocolonialismo" ocidental. Ele também pretende obter armas do Irã e da Coreia do Norte.

O líder russo quer, ainda, ser o porta-bandeira dos valores "tradicionais", frente ao que considera a decadência moral do Ocidente e, em particular, sua tolerância para com a comunidade LGTB+.

Com o fracasso da contraofensiva ucraniana em meados de 2023, Putin se sente mais forte e aproveita a divisão ocidental sobre a continuação da ajuda militar a Kiev.

Em plena pandemia da covid-19, conseguiu que a Constituição fosse modificada para poder concorrer à presidência em 2024 e 2030, mas tem muitos desafios pela frente.

A guerra na Ucrânia está longe de ser uma vitória russa e a capacidade dos russos, da elite e da economia para resistir a este conflito no longo prazo permanece uma incógnita.

Em junho, o motim dos mercenários do grupo Wagner, liderado por Yevgueni Prigozhin, até então leal a Putin, foi um exemplo de oposição, embora os líderes rebeldes tenham sido mortos mais tarde no que foi descrito como um acidente de avião fortuito.

Segundo a analista russa Tatiana Stanovaya, o custo do conflito está aumentando para Moscou.

"A guerra está esgotando a Rússia (…) claro que pode durar muito tempo, mas o preço a pagar é gigantesco", comentou a cientista política em uma nota recente no Telegram, lembrando que, aos 71 anos, "Putin não é eterno".

Para muitos russos, Vladimir Putin continua a ser o homem que devolveu a honra à Rússia, minada pela pobreza, pela corrupção e pelo declínio alcoólico do presidente Boris Yeltsin na década de 1990.

Aos 47 anos, quando chegou ao Kremlin, prometeu amizade aos líderes ocidentais e desenvolveu a economia, aproveitando o preço favorável dos hidrocarbonetos.

Em meados da década de 2000, porém, começou o divórcio com o Ocidente. Acusou a Otan de ameaçar a Rússia, ao se expandir, e censurou os Estados Unidos, por se considerarem o "único soberano" do mundo.

O presidente russo, Vladimir Putin, visitará os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita na quarta-feira (6) antes de receber o presidente iraniano em Moscou na quinta (7), continuando seu retorno ao cenário internacional, apesar das tentativas ocidentais de isolá-lo desde a ofensiva na Ucrânia.

Considerado um pária pelos países ocidentais e alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional pela "deportação" de crianças ucranianas, Putin decidiu reservar uma de suas poucas viagens ao exterior a seus aliados mais próximos.

"As visitas de trabalho do presidente Putin aos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita acontecerão amanhã (quarta-feira). Tudo acontecerá em apenas um dia", afirmou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

Putin esteve ausente nas últimas grandes reuniões internacionais: a cúpula do G20 na Índia em setembro e a dos países do Brics na África do Sul, em agosto. Ele explicou que evitou essas reuniões para não "causar um problema" aos organizadores.

Segundo o Kremlin, Putin se reunirá com o presidente Mohamed bin Zayed al-Nahyan nos Emirados para discutir questões de cooperação e a situação no Oriente Médio.

Em Riade, será recebido pelo príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, para falar sobre comércio, investimentos e política internacional.

Peskov confirmou que o presidente russo abordará o conflito israelense-palestino, assim como as reduções na produção de petróleo no marco da aliança Opep+, da qual a Rússia faz parte.

Putin criticou Israel desde o início da guerra com o Hamas, denunciou a "catástrofe" humanitária em Gaza e pediu a criação de um Estado palestino.

Depois de sua visita ao Oriente Médio, Vladimir Putin receberá o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, na Rússia na quinta-feira.

"Haverá negociações russo-iranianas em 7 de dezembro", disse o porta-voz do Kremlin.

Segundo a agência de notícias oficial iraniana Irna, eles discutirão "a situação em Gaza" e outros assuntos.

Os países ocidentais acusam o Irã de participar no esforço bélico russo ao fornecer grandes quantidades de drones explosivos Shahed e outras armas, que a Rússia utiliza em sua campanha de bombardeios em cidades ucranianas.

O presidente chinês, Xi Jinping, exaltou nesta quarta-feira (18) a crescente "confiança política mútua" entre Pequim e Moscou, em uma reunião com o homólogo russo Vladimir Putin em Pequim.

"A confiança política mútua entre os dois países está em crescimento constante", declarou Xi a Putin, segundo a agência estatal Xinhua.

Xi também pediu um esforço conjunto de China e Rússia para "salvaguardar a equidade internacional" e a "justiça", ao exaltar a "coordenação estratégica próxima e efetiva" entre os dois países.

Os dois líderes se reuniram em Pequim durante um fórum internacional que marca o 10º aniversário da iniciativa chinesa de infraestruturas conhecida como Novas Rotas da Seda, uma reunião com a participação de representantes de 130 países.

"O volume de comércio bilateral atingiu um nível histórico, que avança para a meta de 200 bilhões de dólares estabelecida pelas duas partes", acrescentou Xi.

Ele destacou que se reuniu com Putin "42 vezes nos últimos 10 anos e desenvolvemos uma boa relação de trabalho e uma profunda amizade".

- Sem "confrontos ideológicos" -

Ao inaugurar o fórum, o presidente chinês afirmou que a China é contra "as sanções unilaterais, a coerção econômica, a dissociação e a redução dos laços econômicos"

Também destacou que Pequim não participará em "confrontos ideológicos, jogos geopolíticos e confrontos de blocos".

Xi acrescentou que "considerar o desenvolvimento de outros como uma ameaça e a independência como um risco não vai melhorar sua vida ou acelerar seu desenvolvimento".

Ele afirmou que as Novas Rotas da Seda "pretendem aumentar a conectividade política, de infraestruturas, comercial, financeira e entre as pessoas, para injetar um novo ímpeto na economia global".

O projeto Novas Rotas da Seda é emblemático do governo Xi e pretende promover o comércio e as infraestruturas globais.

Putin elogiou a iniciativa chinesa em seu discurso na abertura do fórum em Pequim.

"Com as dimensões globais da iniciativa que o presidente chinês lançou há uma década, francamente, era difícil acreditar que funcionaria", admitiu Putin.

"Os nossos amigos chineses estão fazendo com que funcione. Estamos felizes de ver esta história de sucesso porque significa muito para muitos de nós", acrescentou o presidente russo.

- Modernização mundial -

Xi Jinping afirmou que "apenas por meio de uma cooperação em que todos ganham é possível fazer as coisas e fazê-las de modo bem feito".

"A China está disposta a aprofundar a cooperação com os seus parceiros na iniciativa (...) e trabalhar sem trégua para concretizar a modernização de cada país do mundo", disse.

Ele recordou que o projeto de infraestrutura e comércio nasceu na China, mas que as "conquistas e oportunidades pertencem ao mundo".

Xi e Putin participaram juntos na fotografia oficial do evento.

Apesar da presença de dois líderes de potências mundiais, o fórum de Pequim foi ofuscado pelo conflito entre Israel e a organização palestina Hamas.

O governo dos Estados Unidos pediu à China para usar sua influência e tentar conter o conflito no Oriente Médio, que provocou a fuga de mais de um milhão de pessoas do norte da Faixa de Gaza diante dos bombardeios incessantes de Israel.

O Exército israelense bombardeia o enclave palestino em resposta ao ataque do Hamas contra seu território em 7 de outubro, que provocou 1.400 mortes.

A China anunciou que enviará seu representante para o Oriente Médio, Zhai Jun, à região em conflito, mas não informou a data da viagem nem os locais que ele visitará.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, expressou "sinceros agradecimentos" ao presidente Vladimir Putin ao concluir uma viagem de quase uma semana à Rússia, que abordou principalmente as questões de defesa.

A visita de Kim pela região do extremo leste russo indicou as possibilidades de cooperação militar entre Pyongyang e Moscou, que enfrentam sanções internacionais devido ao programa armamentista e à guerra na Ucrânia, respectivamente.

O dirigente norte-coreano inspecionou foguetes espaciais, aviões e submarinos russos durante a visita. Além disso, Kim e Putin trocaram rifles como presentes, um gesto simbólico após a reunião de cúpula dos governantes.

A viagem de Kim alimentou os temores ocidentais de que o isolado país asiático, que possui armamento nuclear, poderia fornecer equipamento bélico a Moscou para a invasão da Ucrânia.

A agência estatal norte-coreana de notícias KCNA afirmou nesta segunda-feira que Kim "transmitiu sinceros agradecimentos ao presidente Putin e à liderança russa pelo tratamento especial e sua hospitalidade cordial".

Ele também desejou "a prosperidade da Rússia e o bem-estar de seu povo", afirmou a agência, ao informar que o dirigente iniciou a "volta para casa".

Durante a visita, Kim disse que a Coreia do Norte, que tem a China como principal aliada e benfeitora, transformará as relações bilaterais com Moscou em sua "prioridade número um".

Analistas destacam que a Rússia deseja munições norte-coreanas para a guerra na Ucrânia, enquanto a Coreia do Norte precisa de ajuda para desenvolver sua tecnologia de satélites e melhorar seus equipamentos militares.

Na quarta-feira da semana passada, os dois líderes se reuniram no cosmódromo de Vostochni, que fica a quase 8.000 quilômetros de Moscou.

Depois do encontro, Putin citou a perspectiva de uma cooperação maior com Pyongyang e reconheceu que existem "possibilidades" na área militar.

O Kremlin, no entanto, destacou que nenhum acordo foi assinado e que não havia a intenção de assinar qualquer acordo.

- Visita a um aquário -

No domingo, Kim visitou o Aquário de Primorie, o maior da Rússia e um dos principais do mundo, ao lado de comandantes militares.

Imagens publicadas pela imprensa estatal mostraram Kim sorrindo enquanto aplaudia a apresentação de uma morsa e seu tratador.

Kim também "observou golfinhos e outros animais realizando acrobacias e visitou vários pontos do aquário", segundo a KCNA.

O líder norte-coreano também elogiou as instalações por sua "reputação como base de pesquisa científica popular" sob a liderança de Putin.

A visita de Kim à Rússia "brilhará por muito tempo na história" e consolidará "a unidade militante" entre os dois países, ao mesmo tempo que "abre um novo capítulo" nas relações, afirmou a KCNA.

Durante a reunião de cúpula, Putin também aceitou o convite de Kim para visitar a Coreia do Norte em breve.

Antes de deixara a cidade de Vladivostok, Kim recebeu cinco drones explosivos, um de reconhecimento e um colete à prova de balas como presentes do governador da região russa de Primorie, fronteiriça com a China e a Coreia do Norte.

O presidente russo, Vladimir Putin, aceitou um convite do líder Kim Jong Un para visitar a Coreia do Norte, informou nesta quinta-feira (14) a agência de notícias estatal KCNA.

Após uma reunião realizada na véspera na Rússia, "Kim Jong Un convidou Putin para visitar a Coreia do Norte quando for conveniente", divulgou a KCNA. "Putin aceitou o convite com prazer e reafirmou sua vontade de avançar com a história e tradição de amizade entre os dois países", acrescentou.

Kim disse nesta quarta-feira a Putin que está certo de que a Rússia irá alcançar "uma grande vitória" contra os seus inimigos, enquanto os aliados ocidentais da Ucrânia alertaram para um possível acordo armamentista entre a Rússia e a Coreia do Norte.

A Rússia tornou-se um pária para o Ocidente após invadir a Ucrânia no ano passado, e busca fortalecer suas alianças com outros países isolados.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, recuou em seu compromisso de não deter o presidente da Rússia, Vladimir Putin, caso ele decida participar na próxima reunião de cúpula do G20 no Rio de Janeiro e afirmou que a decisão corresponde à Justiça.

"Não sei se a Justiça brasileira vai prender, isso quem decide é a Justiça. Não é o governo", declarou em uma entrevista coletiva um dia após a conclusão do encontro de cúpula do G20 em Nova Délhi.

Durante o fim de semana, em uma entrevista para um canal de televisão indiano, Lula afirmou que Putin não seria detido no Brasil, apesar de um mandado de prisão internacional emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de crimes de guerra.

A acusação é baseada na suposta deportação de crianças ucranianos durante a invasão russa à Ucrânia.

Lula questionou a participação do Brasil no TPI, quando outros grandes países não são signatários do Estatuto de Roma, que criou o organismo.

"Eu quero muito estudar a questão do Tribunal Penal. Estados Unidos não é signatário, a Rússia não é signatária. Então, eu quero saber por que o Brasil é signatário de um tribunal que os Estados Unidos não aceitam?", questionou.

O presidente brasileiro disse ainda que "os países emergentes são signatários de coisas que prejudicam eles mesmos" e prometeu estudar a questão.

"Não estou dizendo que vou sair de um tribunal. Eu só quero saber por que Estados Unidos não é signatário, por que a Índia não é signatária, por que a China e a Rússia não são signatárias e por que o Brasil é signatário", declarou.

Durante a entrevista, Lula afirmou esperar que, no momento da reunião de cúpula do G20 em novembro de 2024, a guerra na Ucrânia já tenha terminado.

Questionado sobre a ausência de Putin e do presidente chinês, Xi Jinping, no encontro de Nova Délhi, Lula limitou-se a informar que os dois "serão convidados e espero que participem" na cúpula de 2024, marcada para o Rio de Janeiro.

"Estou trabalhando para que, quando o G20 for realizado no Brasil, a guerra tenha acabado, que o povo ucraniano tenha voltado para casa, que a reconstrução tenha começado, que a produção de alimentos tenha retornado ao normal. Isso é o que desejo", disse.

Lula antecipou a intenção de organizar vários eventos em diversas cidades brasileiras para ter uma reunião com participação dos cidadãos, não apenas dos governantes.

"Queremos mostrar um G20 mais participativo e democrático", disse. "Temos um ano e dois meses pela frente".

O líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, cuja morte em um acidente de avião foi confirmada neste domingo (27), se tornou uma figura de destaque na Rússia pelo seu papel no conflito na Ucrânia, mas sua revolta contra o Kremlin no final de junho o transformou em um "traidor" para Vladimir Putin.

A morte de Prigozhin foi verificada por geneticistas e confirmada pelas autoridades russas neste domingo. O empresário estava na lista de passageiros de um avião que caiu na região de Tver, a noroeste de Moscou, em que todas as dez pessoas a bordo morreram.

A lista incluía o seu braço direito, Dmitri Utkin, chefe de operações do grupo paramilitar.

O bilionário de 62 anos organizou um motim armado contra o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, em 24 de junho, depois de acusá-lo de ordenar o bombardeio das bases do grupo Wagner na retaguarda da frente ucraniana.

Prometeu então "frear" a liderança militar em Moscou, ressaltando que possuía "25 mil" combatentes à sua disposição, e convocou os russos a se unirem a ele para "acabar com a desordem".

Esta revolta fez com que Putin o chamasse de "traidor" e alertasse para o risco de uma "guerra civil".

Os homens de Wagner conseguiram tomar quartéis no sudoeste da Rússia e iniciaram uma marcha em direção a Moscou, mas Prigozhin recuou e pôs fim ao motim naquele mesmo dia.

Em troca, o líder dos mercenários foi perdoado a princípio e chegou a um acordo que permitiu que ele se exilasse em Belarus e seus homens se juntassem ao Exército regular russo.

Mas o fundador do grupo Wagner voltou várias vezes à Rússia e chegou a ser recebido no dia 29 de junho por Putin no Kremlin.

Na noite de segunda-feira, ele apareceu em um vídeo divulgado por grupos próximos ao Wagner afirmando estar na África, para "tornar a Rússia ainda maior em todos os continentes e a África ainda mais livre".

- Na linha de frente -

O próprio Prigozhin esteve preso na Rússia por quase uma década no fim da era soviética, posteriormente, passou a vender cachorro-quente em São Petersburgo, antes de ganhar destaque no ramo hoteleiro e subir até chegar às altas esferas como empresário e entrar em outros negócios, como a criação de um grupo paramilitar, o Wagner.

Por anos, ele fez o trabalho nas sombras para o Kremlin, enviando mercenários de seu grupo privado a cenários de conflito no Oriente Médio e na África, mas sempre negando qualquer envolvimento.

A estratégia, entretanto, mudou com o início da ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Em maio daquele ano, o chefe paramilitar obteve sua consagração ao reivindicar a conquista da cidade de Bakhmut (leste), uma das poucas vitórias das forças russas, após meses de duros combates.

Meses depois, em setembro, quando os militares russos sofriam grandes perdas, Prigozhin se apresentou pela primeira vez como o fundador do grupo Wagner.

Mas durante a batalha por Bakhmut, as tensões com o Estado-Maior russo aumentaram. Prigozhin acusou os militares de economizarem munição e publicou vídeos nos quais insultava os comandantes russos.

Em outubro, instalou seus escritórios em um edifício espelhado e luxuoso de São Petersburgo, e começou a recrutar milhares de homens nas prisões russas.

A oferta feita aos condenados era lutar em troca de uma anistia, mas com uma advertência: os desertores e aqueles que se deixassem capturar seriam executados.

Quando circulou um vídeo de um suposto desertor do grupo sendo morto com golpes de marreta, Prigozhin não hesitou em elogiar o crime e classificar de "cão" o homem executado.

"Não bebam muito, não se droguem, não estuprem ninguém", disse também a um grupo de prisioneiros que havia lutado por seis meses e recuperado a liberdade.

Ao contrário dos generais russos, criticados por não comparecerem pessoalmente às batalhas, Prigozhin posou orgulhoso ao lado de seus mercenários, supostamente na linha de frente.

No início do ano, publicou uma mensagem da cabine de um caça Su-24 e desafiou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, para um duelo aéreo.

"Se você quiser, nos vemos nos céus. Se vencer, você fica [com Bakhmut]", afirmou.

O presidente Vladimir Putin agradeceu nesta terça-feira (27) aos militares que impediram uma "guerra civil" durante a rebelião do grupo paramilitar Wagner, uma situação que não exigiu, segundo ele, a transferência para a Rússia de nenhum soldado mobilizado na Ucrânia.

"Com seus irmãos de armas, vocês foram contrários aos distúrbios, cujo resultado teria sido inevitavelmente o caos", declarou Putin durante uma cerimônia militar em Moscou.

"Na prática, evitaram uma guerra civil", acrescentou, antes de pedir um minuto de silêncio para os pilotos que morreram em ataques dos rebeldes quando "cumpriam seus deveres com honra".

Putin disse ainda que nem o exército nem a população russa apoiaram a rebelião armada do grupo paramilitar Wagner.

"As pessoas que foram arrastadas para a rebelião viram que o exército e a população não estavam do seu lado", declarou.

O fundador do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, afirmou o contrário. Algumas pessoas em Rostov, onde seus combatentes ocuparam o quartel-general militar, aplaudiram os homens da milícia no sábado.

Putin disse ainda que o exército russo não precisou transferir nenhum soldado do território ucraniano para enfrentar a rebelião.

"Não precisamos retirar unidades de combate da zona da operação militar especial na Ucrânia", destacou.

Nesta segunda-feira (26), o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que “não interessa a ninguém” uma Rússia “debilitada” e “enfraquecida”.

A declaração ocorre ao mesmo tempo em que a Rússia enfrenta um clima de tensão, devido um motim realizado no último fim de semana, organizado pelo grupo de mercenários Wagner contra o governo de Vladimir Putin.   

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“A gente não sabe ainda como vai se desdobrar, mas evidente [que] nós temos todo o interesse que volte à normalidade. Eu acho que não interessa a ninguém uma Rússia debilitada, enfraquecida. Eu acredito que vá voltar à normalidade”, disse o assessor a jornalistas, no Palácio Itamaraty, em Brasília. 

Amorim acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na recepção ao presidente da Argentina, Alberto Fernandez, que faz nesta segunda, a quarta visita de Estado ao Brasil. 

O próprio presidente evita falar sobre o assunto. Em coletiva de imprensa na saída de Paris, na França, Lula afirmou que não tinha informações suficientes para opinar sobre a crise na Rússia, entre os mercenários comandados por Yevgeny Prigojin e o governo de Putin. 

“Não, eu não posso falar. Lamentavelmente eu não posso falar porque eu não tenho as informações necessárias para te falar. Eu, quando chegar ao Brasil, que eu me informar de tudo o que aconteceu ontem, que tiver várias informações, aí eu posso te falar, mas agora seria chutar, sabe, de forma precipitada uma informação que eu não tenho. Eu ouvi dizer, mas não tenho informação e eu pretendo não falar de uma coisa tão sensível sem ter as informações necessárias”, pontuou o líder petista.

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu punir os "traidores" do grupo de mercenários Wagner, depois que seu líder ameaçou derrubar o comando militar russo.

Yevgueni Prigozhin, de 62 anos, divulgou uma série de mensagens na noite de sexta-feira e na madrugada deste sábado (24), afirmando que ele e suas forças entraram na cidade russa de Rostov, no sul do país, e que tomaram suas instalações militares.

Confira o que se sabe até o momento:

- O que provocou a rebelião? -

Há meses, Prigozhin tem se envolvido em uma disputa pelo poder com os comandos militares russos, aos quais responsabiliza pelas baixas em suas tropas no leste da Ucrânia.

Em várias ocasiões, ele acusou o exército russo de não equipar suficientemente seus mercenários ou de dificultar seus avanços com trâmites burocráticos, além de atribuir a si vitórias que, na verdade - segundo Prigozhin - foram obtidas graças aos combatentes do Wagner.

Neste sábado, Prigozhin acusou o comando militar russo de ordenar bombardeios contra as bases de seu grupo paramilitar e de ter matado muitos de seus combatentes.

O líder do grupo Wagner afirmou que é preciso "frear" as lideranças militares russas e prometeu "ir até o final".

Mais tarde, afirmou que seus combatentes haviam derrubado um helicóptero militar russo e que tinham tomado várias instalações militares na cidade de Rostov (sul).

- Como Moscou está reagindo? -

Durante a noite, o Kremlin afirmou que estão sendo tomadas "medidas" contra o motim.

As autoridades reforçaram a segurança em Moscou e em outras regiões, como Rostov e Lipetsk.

Putin qualificou o motim do grupo Wagner de "ameaça mortal" para o país e fez um apelo à unidade.

Também assegurou que a "traição" do grupo Wagner resultaria em uma "inevitável punição".

- Quem são os combatentes do grupo Wagner? -

O grupo paramilitar Wagner, privado, esteve envolvido em conflitos no Oriente Médio e na África, mas sempre negou sua participação.

No ano passado, Prigozhin admitiu ter fundado o grupo recrutando soldados em prisões russas em troca de anistia.

No leste da Ucrânia, seus paramilitares têm se posicionado na linha de frente.

Eles lideraram a tomada de Bakhmut, que se estendeu durante meses, e reivindicaram ter tomado esta cidade para as tropas russas, embora a operação tenha causado muitas baixas ao grupo.

- Como isto afeta o conflito na Ucrânia? -

Este motim representa o mais grave desafio ao qual Putin teve que enfrentar em seu longo mandato, e a crise de segurança mais importante para a Rússia desde que chegou ao poder, ao final de 1999.

A situação poderia desviar a atenção e os recursos em plena ofensiva na Ucrânia, e coincide, ainda, com a contraofensiva anunciada por Kiev para recuperar territórios.

O exército ucraniano informou que está "observando" a luta interna entre Prigozhin e Putin.

Moscou, no entanto, advertiu que o exército ucraniano estava aproveitando a situação para reunir suas tropas perto de Bakhmut frente a uma ofensiva.

No plano internacional, Estados Unidos, França, Alemanha e União Europeia informaram que acompanham a situação de perto.

O presidente Vladimir Putin prometeu nesta terça-feira (9) a "vitória" na guerra na Ucrânia, que segundo ele foi orquestrada pelo Ocidente para destruir a Rússia, em uma tentativa de traçar um paralelo com Segunda Guerra Mundial, no dia em que o país celebra a vitória contra a Alemanha nazista em 1945.

Ao mesmo tempo, o fundador do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, que está na linha de frente na localidade de Bakhmut, aproveitou a data simbólica para denunciar a incapacidade das autoridades russas de derrotar a Ucrânia e acusou a hierarquia militar de querer "enganar" o presidente russo.

Mais de um ano após o início da ofensiva na Ucrânia, Putin insiste em apresentar o conflito como uma estratégia dos países ocidentais.

"A civilização está novamente em um ponto de inflexão. Uma guerra foi desencadeada contra nossa pátria", disse Putin na Praça Vermelha de Moscou, diante de milhares de soldados, políticos e várias autoridades de ex-repúblicas soviéticas.

O chefe de Estado falou diretamente para as tropas russas, em particular para as centenas de milhares de reservistas mobilizados: "Nada é mais importante agora que a tarefa militar de vocês. A segurança do país depende, hoje, de vocês. O futuro do nosso Estado e do nosso povo depende de vocês".

Putin voltou a acusar as potências ocidentais de utilizar a Ucrânia para provocar "o colapso e a destruição de nosso país".

"Pela Rússia, por nossas corajosas Forças Armadas, pela vitória! Hurra!", clamou, antes do início do desfile de milhares militares e tanques blindados.

A cerimônia anual tem o objetivo de enaltecer o poder russo, em particular quando a vitória de 1945 ocupa um lugar central no nacionalismo promovido por Putin.

Mas em 2023, as celebrações acontecem à sombra dos reveses militares na frente de batalha, enquanto Kiev afirma que está preparando uma grande contraofensiva.

Na segunda-feira, 8 de maio, dia em que muitos países ocidentais celebram o fim da Segunda Guerra Mundial, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, prometeu que a Rússia será derrotada "como o nazismo foi derrotado".

Ao romper com a tradição soviética do dia 9 de maio, Kiev recebeu nesta terça-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para celebrar o Dia da Europa.

A União Europeia (UE) "não se deixará intimidar pela demonstração de força" exibida por Putin em Moscou, afirmou o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, no Parlamento Europeu.

Na frente de batalha, após 15 meses de ofensiva na Ucrânia, o exército russo parece enfraquecido por baixas, reveses nos combates e tensões entre o Estado-Maior e os paramilitares do grupo Wagner.

- Acusações do grupo Wagner -

O fundador da milícia escolheu a data simbólica de 9 de maio para acusar a hierarquia militar de querer "enganar" Putin sobre a ofensiva.

Prigozhin também disse que os soldados do exército oficial fugiram de suas posições em Bakhmut, epicentro dos combates no leste da Ucrânia.

"Hoje (terça-feira), uma das unidades do ministério da Defesa fugiu de um de nossos flancos (...) Eles abandonaram suas posições, todos fugiram", acusou Prigozhin em um vídeo postado no Telegram.

"Por que o Estado não consegue defender o país?", questionou, antes de destacar que o que é exibido na televisão russa não corresponde à realidade.

As comemorações de 9 de maio acontecem com grandes medidas de segurança, depois de um aumento considerável dos ataques em território russo que Moscou atribui a Kiev.

Os ataques acontecem quando muitos consideram iminente uma ampla contraofensiva ucraniana, com o objetivo de tentar recuperar os territórios ocupados pela Rússia no sul e leste do país.

O ataque mais chamativo, mas que provoca muitas perguntas, aconteceu na semana passada, quando dois drones se aproximaram do Kremlin.

Moscou apresentou o ato como uma tentativa de assassinato de Putin. A Ucrânia negou qualquer envolvimento e sugeriu que a ação poderia ser obra de um movimento rebelde interno ou uma tentativa de provocação do governo russo.

Também foram registrados nas últimas semanas ataques contra instalações do sistema de energia da Rússia, sabotagens em ferrovias e a tentativa de assassinato do escritor nacionalista Zakhar Prilepin, que ficou ferido em uma explosão no sábado.

- Desfiles cancelados -

Os ataques provocaram o cancelamento de vários eventos e cerimônias programadas para 9 de maio em diversas cidades da Rússia, em particular nas áreas de fronteira com a Ucrânia e na península anexada da Crimeia.

Ao mesmo tempo, a Rússia prossegue com os bombardeios na Ucrânia.

A Força Aérea ucraniana afirmou nesta terça-feira que derrubou 23 mísseis de cruzeiro russos, de um total de 25 lançados durante a noite.

O comando militar de Kiev anunciou que derrubou 15 "objetivos aéreos inimigos" ao redor da capital, mas não relatou vítimas ou danos consideráveis.

Xi Jinping e Vladimir Putin destacaram nesta segunda-feira (20) a força de sua aliança bilateral, momentos antes do desembarque do presidente da China em Moscou para uma reunião com o homólogo da Rússia, isolado no cenário internacional após a invasão da Ucrânia.

A visita de Estado de três dias à Rússia, país com o qual a China tem importantes vínculos diplomáticos e econômicos, é a primeira do governante chinês em quase quatro anos.

"Espero trabalhar com o presidente Putin para adotar, em conjunto, uma nova visão nas relações", escreveu Xi em um artigo publicado no jornal Rossiyskaya Gazeta e também divulgado pela agência estatal chinesa Xinhua.

"É uma viagem de amizade, cooperação e paz", acrescentou o presidente chinês.

Após a participação na recente reconciliação diplomática entre Arábia Saudita e Irã, a China deseja atuar na mediação do conflito entre Rússia e Ucrânia, com um apelo de diálogo entre os dois países.

Em um artigo publicado nesta segunda-feira por um jornal chinês, Putin elogia "a vontade da China de ter um papel construtivo na resolução" do conflito e afirma que "as relações Rússia-China alcançaram o ponto mais elevado".

Antes da viagem de Xi a Moscou, as autoridades ucranianas reiteraram o pedido para que a Rússia retire as tropas de seu território.

"Fórmula para o sucesso da aplicação do 'Plano de Paz' chinês. A primeira e principal cláusula é a rendição ou a retirada das forças de ocupação russas do território ucraniano", afirmou no Twitter o secretário do Conselho de Segurança ucraniano, Oleksiy Danilov.

- "Padrões duplos" -

A visita de Xi acontecerá poucos dias após o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitir uma ordem de detenção contra Putin devido à deportação ilegal de menores de idade ucranianos, ato considerado um crime de guerra.

Ao ser questionado sobre o tema, o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, afirmou que o tribunal deveria "manter uma postura objetiva e imparcial e respeitar a imunidade de jurisdição dos chefes de Estado com base no direito internacional. Também pediu ao TPI que "evite a politização e os padrões duplos".

Após o anúncio do TPI, o ex-presidente russo Dmitri Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança Nacional, declarou que o tribunal poderia ser alvo de um míssil russo.

"Alguém poderia muito bem imaginar um ataque de alta precisão com um míssil hipersônico russo Oniks a partir de um navio russo no Mar do Norte contra o edifício do tribunal em Haia", escreveu no Telegram o ferrenho defensor da ofensiva na Ucrânia.

A viagem do presidente chinês ajudará a reforçar a posição de Putin, que está isolado no cenário internacional e que visitou no domingo a cidade ucraniana de Mariupol, seu primeiro deslocamento a um território capturado de Kiev desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro de 2022.

Xi, que tomou posse para o terceiro mandato presidencial recentemente, mencionou Putin como um "velho amigo".

Pequim e Moscou se aproximaram nos últimos anos com uma aliança "sem limites", que serviu de barreira diplomática diante das potências ocidentais.

A China critica o que considera uma campanha liderada pelos Estados Unidos contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia e pediu uma mediação "imparcial" no conflito.

O Kremlin acusou o governo dos Estados Unidos de fomentar o conflito na Ucrânia.

O governo dos "Estados Unidos segue firme em suas posições, que consistem em atiçar o conflito, impor obstáculos à redução da intensidade das hostilidades e continuar fornecendo armas à Ucrânia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

- "Posição objetiva e imparcial" -

Pequim apresentou em fevereiro um documento de 12 pontos para pedir o diálogo e respeito à soberania territorial de todos os países.

"Nenhum país individualmente deve ditar a ordem internacional", escreveu Xi no artigo publicado na Rússia nesta segunda-feira.

"A China sempre defendeu uma posição objetiva e imparcial baseada no teor do problema e impulsionou ativamente as negociações de paz", acrescentou.

A postura de Pequim foi criticada pelos países ocidentais, que consideram que o país oferece cobertura diplomática à guerra russa e que suas propostas não apresentam soluções práticas.

O governo dos Estados Unidos já afirmou que não apoiaria um novo pedido chinês de cessar-fogo durante a visita de Xi a Moscou.

Xi e Putin devem ter uma reunião "informal" nesta segunda-feira e um jantar antes das negociações de terça-feira, informou o conselheiro de política externa do presidente russo, Yuri Ushakov.

Também assinarão um acordo sobre o "fortalecimento da ampla associação e das relações estratégicas" dos dois países, informou o Kremlin, além de uma declaração conjunta sobre cooperação econômica até 2030.

O The Wall Street Journal informou que Xi pode estar planejando a primeira conversa por telefone com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, desde o início do conflito.

O presidente russo, Vladimir Putin, chegou à Crimeia neste sábado (18), dia do nono aniversário de anexação da península ucraniana por parte da Rússia – anunciou a televisão pública russa.

Em uma viagem surpresa à cidade portuária de Sebastopol, no Mar Negro, Putin visitou uma escola de arte, acompanhado do governador local, Mikhail Razvojayev, segundo imagens transmitidas pela televisão.

"Nosso presidente Vladimir Vladimirovich Putin sabe surpreender. No bom sentido dessa palavra", escreveu Razvojaev no Telegram.

Segundo ele, uma escola de arte infantil seria inaugurada hoje com a participação do presidente russo por videoconferência.

"Mas Vladimir Vladimirovich veio em pessoa. Ele mesmo. Porque, em um dia histórico como hoje, ele está sempre com Sebastopol e seus habitantes", acrescentou Razvoyev.

O Ocidente pretende "dividir" a Rússia na Ucrânia, afirmou neste domingo (25) o presidente russo, Vladimir Putin, após mais de 10 meses de ofensiva militar no país vizinho.

"Tudo se baseia na política dos nossos adversários geopolíticos, que pretendem dividir a Rússia, a Rússia histórica", denunciou em uma entrevista que teve um trecho divulgado por um canal de televisão do país.

"Nosso objetivo é outro: unir o povo russo", acrescentou.

Putin utiliza o conceito de "Rússia histórica" para argumentar que ucranianos e russos são apenas um povo, um discurso que afeta a soberania de Kiev e justifica a ofensiva na Ucrânia.

"Estamos agindo na direção correta, estamos protegendo nossos interesses nacionais, os interesses de nossos cidadãos, de nosso povo", declarou Putin.

O chefe de Estado russo insistiu que Moscou está "disposto a negociar com todos os participantes no processo (para encontrar) uma solução aceitável" ao conflito.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, viajou na quarta-feira a Washington, onde recebeu a promessa de apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, incluindo o fornecimento do sistema de defesa antiaérea mais avançado do Pentágono.

"Claro que o destruiremos, 100%", afirmou Putin, em referência à bateria de mísseis Patriot prometida a Zelensky.

A capital da Ucrânia foi alvo de um ataque nesta segunda-feira (19) com drones, que danificou infraestruturas "críticas" da cidade, poucas horas antes de uma reunião prevista entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu colega de Belarus, Alexander Lukashenko, em Minsk.

Antes da reunião, o exército russo anunciou que os militares de Moscou participarão em "exercícios táticos" em Belarus - em outubro os países anunciaram a formação de uma força conjunta de milhares de soldados.

Além disso, a Rússia também anunciou que vários navios de guerra participarão a partir desta semana em exercícios conjuntos com a Marinha chinesa, mais uma demonstração da aproximação entre Moscou e Pequim diante dos países ocidentais.

Durante a madrugada, a capital ucraniana voltou a ser bombardeada por drones russos.

"Durante o alerta aéreo registramos 23 VANT (veículo aéreo não tripulado) inimigos no céu da capital. A defesa aérea destruiu 18 drones", anunciou o comando militar de Kiev nas redes sociais.

As forças russas utilizam munições de bombardeio conhecidas como "Shahed", com as quais atingiram a capital ucraniana nas últimas semanas, acrescentou.

O governo municipal de Kiev emitiu um alerta aéreo às 1H56 locais. A segunda sirene, às 5H24, foi cancelada meia hora depois.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou explosões nos distritos de Solomiansky e Shevchenkivskyi da capital e que várias infraestruturas críticas foram "danificadas".

Após o ataque, a operadora ucraniana de energia DTEK anunciou apagões de emergência.

"Durante toda a noite, drones inimigos tentaram atacar instalações de energia, o que provocou uma situação difícil para o sistema (...) e cortes de emergência em Kiev" e outras 10 regiões do país, afirmou a operadora Ukrenergo.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, o país sofre bombardeios com frequência.

Os ataques se intensificaram a partir de outubro, depois que Moscou sofreu uma série de reveses militares.

Desde então, a Rússia optou por bombardear em larga escala as centrais e infraestruturas de energia elétrica do país, o que deixou milhões de ucranianos sem luz e água às vésperas do inverno (hemisfério norte).

O ministério russo da Defesa anunciou nesta segunda-feira que derrubou quatro mísseis HARM de fabricação americana em seu território, na região de Belgorod - fronteira com a Ucrânia.

- Reunião em Belarus -

França e União Europeia (UE) afirmaram que os ataques russos contra a infraestrutura civil constituem crimes de guerra. O chefe da diplomacia da UE chamou os atos de "bárbaros".

O ministério da Defesa da Rússia afirma que os ataques têm como alvo as Forças Armadas ucranianas e instalações de energia, com o objetivo de interromper "a transferência de armas e munições de fabricação estrangeira".

Enquanto Moscou bombardeava Kiev, Putin estava reunido com os comandantes responsáveis pela operação militar na ex-república soviética para ouvir propostas sobre futuras ações, segundo o Kremlin.

As autoridades ucranianas temem uma nova ofensiva nos primeiros meses de 2023.

Durante seu discurso diário, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky insistiu que "a proteção da fronteira com Rússia e Belarus é uma prioridade constante. Nos preparamos para todos os cenários possíveis".

Putin terá uma reunião com Lukashenko em Minsk, a capital de Belarus, onde as tropas de Moscou devem participar em exercícios militares, segundo a agência Interfax. Esta será a primeira visita do chefe de Estado russo ao país em três anos.

Em outubro, Belarus anunciou a formação de uma força conjunta com a Rússia e milhares de soldados do país foram enviados à ex-república soviética.

O presidente bielorrusso, no entanto, afirmou em várias ocasiões que não pretende enviar unidades militares de seu país à Ucrânia.

O presidente da Memorial, ONG russa ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, condenou, neste sábado (10), a "guerra insensata e criminosa" do presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia, ao receber a prestigiosa honraria em Oslo, também concedida a um ativista bielorrusso e uma organização ucraniana.

Sob a Presidência de Putin, "resistir à Rússia equivale ao fascismo", uma distorção que dá "justificativa ideológica à guerra insensata e criminosa de agressão contra a Ucrânia", afirmou Yan Rachinski em seu discurso de aceitação.

A diretora da ONG ucraniana Centro para as Liberdades Civis (CCL), coganhadora do prêmio, afirmou, ao receber o Nobel, que a paz na Ucrânia não pode ser alcançada "depondo as armas" frente à Rússia.

"O povo da Ucrânia quer a paz mais do que ninguém no mundo", declarou Oleksandra Matviichuk, durante a cerimônia do Nobel.

"Mas a paz para um país atacado não se consegue depondo as armas. Isso não seria paz, mas ocupação", acrescentou.

O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência de duas regiões no sul da Ucrânia, Zaporizhzhia e Kherson, segundo decretos presidenciais publicados na noite desta quinta-feira (29), antes de concluir a anexação destes territórios ocupados.

"Ordeno reconhecer a soberania do Estado e a independência" das regiões de Zaporizhzhia e Kherson, informou Putin nestes decretos.

Está prevista para a sexta-feira a anexação formal à Rússia destes dois territórios, assim como os de Donetsk e Lugansk, no leste, sob controle parcial de separatistas pró-russos desde 2014.

Moscou havia admitido a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk no fim de fevereiro, pouco antes de iniciar sua intervenção militar na Ucrânia.

Em setembro, as regiões de Zaporizhzhia, Kherson, Donetsk e Lugansk organizaram "referendos" de anexação denunciados como ilegítimos pela Ucrânia e seus aliados ocidentais.

As autoridades pró-russas nestas regiões ocupadas asseguraram que a grande maioria dos eleitores apoiou a anexação, resultados não reconhecidos por Kiev, nem pelas potências ocidentais.

Na tarde desta sexta-feira, o Kremlin organiza uma cerimônia para formalizar sua incorporação à Rússia.

Milhares de russos deram seu último adeus neste sábado (3) a Mikhail Gorbachev, o último líder da União Soviética, em uma cerimônia sem brilho e sem a presença do presidente Vladimir Putin.

Gorbachev, uma figura-chave da segunda metade do século XX, morreu na terça-feira aos 91 anos de uma "doença longa e grave".

Durante seu mandato no poder, de 1985 a 1991, ele impulsionou reformas democráticas e econômicas para tentar salvar a União Soviética, encerrando assim a Guerra Fria.

Mas o processo histórico que gerou precipitou o desmembramento do país que durante décadas disputou a primazia mundial com os Estados Unidos.

Esse legado ainda conta com a apreciação dos países ocidentais, que o veem como um homem de paz.

Muitos russos, por outro lado, atribuem a ele o recuo geopolítico de Moscou e o colapso econômico e moral da Rússia nos anos após o desaparecimento da URSS.

Confirmando esse descontentamento, o governo russo não decretou nenhum dia oficial de luto. E acima de tudo, a cerimônia ocorreu na ausência de Vladimir Putin, o que o Kremlin atribuiu a problemas de agendamento.

Centenas de pessoas fizeram fila, no entanto, durante a manhã diante da Casa dos Sindicatos, um local simbólico em Moscou onde os restos mortais de vários dignitários comunistas foram velados, incluindo os de Josef Stalin em 1953, para dar seu último adeus a Gorbachev.

No interior, um grande retrato do falecido ex-líder podia ser visto ao lado de seu caixão aberto. De um lado estava Irina, filha de Gorbachev, junto com outros parentes. Ao lado do caixão estavam dois guardas uniformizados, enquanto os visitantes colocavam flores e se curvavam em respeito.

"Um grande político se vai, a era Gorbachev termina hoje", diz um funcionário de 44 anos. "Ele apaziguou as relações com os Estados Unidos (...) O mundo inteiro o conhecia", acrescenta.

"Deu-nos um ar de liberdade, deu-nos transparência e pluralismo", sublinha Natalia Leleko, professora de 60 anos.

O ex-líder será sepultado no cemitério Novodievichi, junto com sua esposa Raísa, falecida em 1999.

- Viktor Orban presente -

Em meio a uma crise aberta entre Moscou e o Ocidente devido ao conflito na Ucrânia, nenhum grande líder mundial esteve presente na cerimônia.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, nacionalista próximo ao Kremlin, foi o único líder estrangeiro cuja chegada foi anunciada neste sábado. Orban curvou-se aos restos mortais de Gorbachev, mas, de acordo com a presidência russa, nenhum encontro entre o chefe de governo húngaro e Putin está planejado.

Por sua vez, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan apresentou suas condolências durante uma entrevista por telefone neste sábado com seu homólogo russo, disse o Kremlin.

Putin também não ignorou totalmente a morte. Na quinta-feira, ele visitou o hospital onde Gorbachev morreu e apareceu na televisão curvando-se ao caixão, no qual colocou flores.

Na quarta-feira, o atual homem forte da Rússia prestou uma homenagem a Gorbachev com implicações mínimas, dizendo que ele foi "um estadista que teve um grande impacto na evolução da história mundial" e se esforçou para encontrar "suas próprias soluções para problemas urgentes".

A relação entre Putin e Gorbachev oscilou entre momentos de estima e reprovação, antes de dar lugar a uma cordial indiferença mútua.

As capitais ocidentais, por outro lado, lembraram com carinho a figura de Gorbachev, por ter promovido a reaproximação Leste-Oeste e a redução dos arsenais nucleares, que lhe valeram o Prêmio Nobel da Paz em 1990.

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