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O ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta sexta-feira (25) que neutralizou 42 drones ucranianos perto da Crimeia, na maior tentativa recente de ataque aéreo contra a península, onde a Ucrânia reivindicou na véspera uma incursão terrestre de suas forças especiais.

O território, anexado por Moscou em 2014, é um alvo frequente das tropas ucranianas desde o início da ofensiva russa, mas nas últimas semanas Kiev intensificou os ataques.

"Nove drones foram destruídos depois que dispararam sobre o território da República da Crimeia. E 33 drones foram neutralizados por meios de guerra eletrônica e caíram sem atingir seu alvo", informou o ministério russo no Telegram.

O comunicado não cita possíveis danos ou vítimas após a tentativa de ataque, ou devido à queda dos drones abatidos.

O governador nomeado por Moscou para Sebastopol, Mikhail Razvozhayev, já havia anunciado que vários drones haviam sido destruídos "na área do cabo Quersoneso", a cerca de 10 km desta cidade que abriga a frota russa no Mar Negro.

Os serviços de emergência "não constataram danos nas infraestruturas civis", afirmou o governador. "Todas as forças e serviços estão preparados para o combate", acrescentou.

A Ucrânia não esconde a intenção de recuperar esta península no Mar Negro. Recentemente, o país aumentou a pressão na região, com ataques de drones navais e aéreos.

No final de julho, Moscou anunciou que derrubou 25 aparelhos na península. Algumas semanas antes, o balanço foi de 28 drones derrubados.

Além do ataque contra a Crimeia, a Defesa russa anunciou que interceptou um míssil ucraniano direcionado contra "alvos civis" na região de Kaluga, limítrofe com Moscou.

"Ninguém ficou ferido e não há danos nas infraestruturas", declarou o governador regional, Vladislav Shapsha.

- Operação na Crimeia -

Na quinta-feira, 24 de agosto e Dia da Independência, a Ucrânia anunciou uma operação especial na Crimeia, com forças especiais que hastearam a bandeira nacional no território.

A inteligência militar ucraniana não divulgou detalhes ad missão, mas destacou que as forças entraram pelo mar, cumpriram os objetivos estabelecidos e deixaram a região "sem baixas".

Na quarta-feira, o serviço de inteligência informou a destruição de um potente sistema russo de mísseis terra-ar, também na Crimeia.

As ações integram a contraofensiva de Kiev para tentar recuperar os territórios sob controle russo, mas que avança de maneira mais lenta que o esperado.

As autoridades ucranianas, em particular o presidente Volodimir Zelensky à frente, insistem que o país precisa de aviões de combate modernos para superar a atual situação.

Após vários apelos, a Ucrânia obteve a promessa da Dinamarca, Holanda e Noruega sobre o fornecimento de caças F-16 americanos. Os pilotos ucranianos, no entanto, precisam de treinamento para utilizar os aviões.

O Pentágono anunciou na quinta-feira que o treinamento começará em setembro nos Estados Unidos e que o processo vai demorar de cinco a oito meses, dependendo das habilidades dos militares ucranianos.

Zelensky conversou por telefone com o presidente americano Biden sobre o tema e para garantir que outros países aprovem rapidamente o envio de seus F-16 à Ucrânia assim que o treinamento for concluído, informou a Casa Branca.

- Putin fala sobre Prigozhin -

O conflito foi abalado nas últimas horas pelo acidente aéreo de quarta-feira nas proximidades de Moscou que supostamente matou o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin.

Na primeira reação do Kremlin ao acidente, o presidente Vladimir Putin elogiou na quinta-feira a "contribuição" de Prigozhin na Ucrânia e expressou "pêsames" aos parentes das vítimas da queda do avião.

O misterioso acidente que não deixou sobreviventes, apenas dois meses após a tentativa de motim do grupo Wagner contra o Estado-Maior russo, alimenta especulações de um eventual assassinato orquestrado.

Zelensky e Biden acusaram Putin.

"Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas não estou surpreso", disse Biden na quarta-feira. "Não há muita coisa que aconteça na Rússia que Putin não esteja por trás", acrescentou.

A Rússia derrubou drones ucranianos que visavam Moscou e a península da Crimeia neste domingo (30), em ataques que danificaram duas torres de escritórios na capital e forçaram o breve fechamento de um aeroporto internacional.

Um drone que visava atingir Moscou foi derrubado nos arredores da cidade e dois outros foram "suprimidos por guerra eletrônica" e colidiram em um complexo de escritórios, disse o Ministério da Defesa da Rússia, acrescentando que não houve feridos.

Moscou e seus arredores, a cerca de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, raramente foram alvo de ataques em 2022, mas foram atingidos por vários ataques de drones este ano.

O ataque deste domingo é o mais recente de uma série de ataques com drones - incluindo aqueles contra o Kremlin e algumas cidades russas perto da fronteira ucraniana - pelos quais Moscou culpa Kiev.

O Ministério da Defesa russo chamou de "tentativa de ataque terrorista".

"Na manhã de 30 de julho, o ataque terrorista que o regime de Kiev tentou realizar com veículos aéreos não tripulados na cidade de Moscou foi frustrado", disse a pasta em sua conta no Telegram.

"Um drone ucraniano foi destruído no ar por sistemas de defesa sobre o território do distrito de Odintsovo, na região de Moscou", detalhou a fonte.

"Dois outros drones foram suprimidos por guerra eletrônica e, tendo perdido o controle, caíram no terreno de um complexo de edifícios não residenciais Moscow-City", acrescentou.

Moscow-City é um empreendimento comercial no oeste da cidade.

O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, postou no Telegram que "as fachadas de duas torres de escritórios da cidade foram levemente danificadas", acrescentando que não houve vítimas ou feridos.

O vidro de várias janelas se estilhaçou, segundo um fotógrafo da AFP. A polícia isolou a área.

- Aeroporto fechado brevemente -

A agência de notícias estatal russa TASS informou que o aeroporto internacional de Vnukovo, que serve a capital, foi "fechado para partidas e chegadas" e seus voos foram redirecionados para outras cidades.

Em menos de uma hora, as operações aéreas pareciam ter voltado ao normal.

No início de julho, uma salva de ataques de drones interrompeu brevemente o tráfego aéreo no mesmo aeroporto, localizado no sudoeste da cidade.

Pouco tempo depois, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas forças frustraram um ataque ucraniano noturno, envolvendo 25 drones, na Crimeia, uma península anexada à Rússia.

"Dezesseis drones ucranianos destruídos por fogo de defesa aérea", disse o ministério, acrescentando que não houve vítimas.

"Outros nove drones ucranianos foram neutralizados com recurso à guerra eletrônica e, sem atingir o alvo, caíram no mar Negro", disse a mesma fonte.

A Ucrânia declarou repetidamente sua intenção de recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Por isso, nas últimas semanas intensificou e aumentou seus ataques a esta península.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que esses ataques "não seriam possíveis sem a assistência prestada ao regime de Kiev pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan".

- Ataques com mísseis -

Na sexta-feira, a Rússia disse ter interceptado dois mísseis ucranianos sobre a região de Rostov, no sul e na fronteira com a Ucrânia, com um saldo de pelo menos 16 pessoas feridas pelos destroços que caíram na cidade de Taganrog.

O ministério disse que o primeiro míssil S-200 visava a "infraestrutura residencial" em Taganrog, uma cidade de cerca de 250.000 habitantes.

Pouco depois, disse ter derrubado um segundo míssil S-200 perto da cidade de Azov, cujos restos caíram em uma área desabitada.

Do outro lado da fronteira, um ataque com mísseis russos na cidade de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, matou duas pessoas, um homem e uma mulher, disseram as autoridades locais.

Além disso, pelo menos uma pessoa morreu por um ataque com míssil na cidade ucraniana de Soumy na noite de sábado e cinco pessoas ficaram feridas, segundo a polícia.

No início de julho, um ataque de drone russo atingiu um prédio residencial em Soumy, deixando três mortos e 21 feridos.

A Rússia acusou nesta segunda-feira (17) a Ucrânia de executar o ataque contra uma ponte que liga seu território à península anexada da Crimeia, uma ação que matou dois civis.

"O ataque de hoje contra a ponte da Crimeia foi executado pelo regime de Kiev", afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova.

"Dois civis morreram,: um homem e uma mulher, que estavam em um automóvel na ponte. A filha do casal ficou ferida", afirmou o Comitê de Investigação da Rússia.

Uma fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) declarou à AFP que as forças do país estão por trás do ataque executado com "drones navais".

"O ataque na ponte da Crimeia é uma operação especial do SBU e da Marinha", disse a fonte à AFP, especificando que "a ponte foi atacada com drones navais".

"Era difícil chegar à ponte, mas finalmente foi possível", acrescentou a fonte.

A ponte de Kerch, que liga a Rússia à Crimeia, península ucraniana que Moscou anexou em 2014, é crucial para o transporte de suprimentos para os soldados russos na Ucrânia.

Em outubro de 2022 a ponte foi atingida por um caminhão-bomba, um atentado que Moscou atribuiu à Ucrânia. Kiev negou estar por trás do ataque.

"Qualquer estrutura ilegal utilizada para entregar instrumentos russos de assassinato em massa é necessariamente efêmera", comentou no Twitter o conselheiro da presidência ucraniana, Mijhailo Podolyak, em uma aparente referência ao ataque contra a ponte.

O presidente russo, Vladimir Putin, chegou à Crimeia neste sábado (18), dia do nono aniversário de anexação da península ucraniana por parte da Rússia – anunciou a televisão pública russa.

Em uma viagem surpresa à cidade portuária de Sebastopol, no Mar Negro, Putin visitou uma escola de arte, acompanhado do governador local, Mikhail Razvojayev, segundo imagens transmitidas pela televisão.

"Nosso presidente Vladimir Vladimirovich Putin sabe surpreender. No bom sentido dessa palavra", escreveu Razvojaev no Telegram.

Segundo ele, uma escola de arte infantil seria inaugurada hoje com a participação do presidente russo por videoconferência.

"Mas Vladimir Vladimirovich veio em pessoa. Ele mesmo. Porque, em um dia histórico como hoje, ele está sempre com Sebastopol e seus habitantes", acrescentou Razvoyev.

Bombardeios russos atingiram a cidade ucraniana de Zaporizhzhia durante a madrugada deste domingo (9), matando muitos civis, no dia seguinte à destruição parcial por uma explosão da ponte da Crimeia construída pela Rússia após a anexação da península.

A explosão que atingiu a ponte que liga a península ucraniana anexada à Rússia, é outro grande revés para Moscou, após várias derrotas no front ucraniano.

O exército ucraniano e os serviços especiais (SBU) de Kiev não confirmaram nem negaram seu envolvimento na ação, e o presidente Volodymyr Zelensky apenas ironizou em um vídeo sobre o clima "nublado" no sábado na Crimeia - uma provável alusão à fumaça da explosão.

Após a enorme explosão, mergulhadores examinaram a estrutura neste domingo para avaliar os danos estruturais.

O tráfego de automóveis e ferroviário foi parcialmente retomado no sábado. Um comboio de vagões com combustível também pegou fogo na ponte.

O ministério russo dos Transportes declarou neste domingo que os trens de passageiros da Crimeia para a Rússia estavam "funcionando de acordo com o plano normal".

As autoridades russas atribuíram a explosão, que matou três pessoas, a um caminhão-bomba de propriedade de um morador da região russa de Krasnodar.

Moscou não culpou imediatamente a Ucrânia e as autoridades ucranianas não assumiram formalmente a responsabilidade.

Kiev, porém, ameaçou várias vezes atingir esta ponte símbolo da anexação da Crimeia, que também é usada para abastecer as tropas russas na Ucrânia.

O presidente russo não reagiu publicamente. Mas durante a noite, ataques russos a prédios residenciais em Zaporizhzhia mataram entre 12 e 17 pessoas, três dias após outros ataques que fizeram 17 vítimas nesta cidade no sul da Ucrânia.

O último balanço fornecido pela administração regional de Zaporizhzhia indicava 13 mortos e 60 feridos, incluindo mulheres e crianças.

Já uma primeira avaliação da prefeitura apontou inicialmente para 17 mortos.

Zelensky, por sua vez, falou de 12 mortos e de 49 pessoas, incluindo seis crianças, levadas ao hospital.

- "Mal absoluto" -

"Sem sentido. Mal absoluto. Terroristas e selvagens. De quem deu esta ordem até quem a executou. Todos têm uma responsabilidade. Perante a lei e perante o povo", escreveu o presidente ucraniano em sua conta no Telegram.

O ataque russo "destruiu apartamentos onde pessoas viviam, dormiam sem atacar ninguém", acrescentou Zelensky.

A Força Aérea ucraniana disse que quatro mísseis de cruzeiro, dois mísseis disparados de caças e outros mísseis antiaéreos foram usados contra a cidade.

O Exército russo declarou que realizou ataques com "armas de alta precisão" contra unidades de "mercenários estrangeiros" perto de Zaporizhzhia.

Em Zaporizhzhia está localizada uma usina nuclear de mesmo nome que ocupa o centro das atenções há meses.

A usina perdeu novamente sua fonte de energia externa devido aos bombardeios e depende de geradores de emergência, alertou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no sábado.

O exército russo, em dificuldades em Kherson, no sul da Ucrânia, garantiu no sábado que o abastecimento de suas tropas não estava ameaçado.

A Ucrânia atingiu várias pontes na região de Kherson nos últimos meses, bem como bases militares na Crimeia, ataques pelos quais só assumiu a responsabilidade meses depois.

Desde o início de setembro, as forças russas foram forçadas a recuar em várias frentes. Em particular, tiveram que se retirar da região de Kharkiv (nordeste) e recuar em Kherson.

Putin decretou no final de setembro a mobilização de centenas de milhares de reservistas e a anexação de quatro regiões ucranianas, embora Moscou as controle apenas parcialmente.

Além disso, Moscou anunciou no sábado que havia nomeado um novo homem à frente de sua "operação militar especial" na Ucrânia, o general Sergei Surovikin.

E informou que Putin conduzirá na segunda-feira (10) uma reunião com seu Conselho de Segurança.

"Amanhã o presidente tem prevista uma reunião com os membros permanentes do Conselho de Segurança", declarou o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov.

O conselho inclui os principais ministros, dirigentes políticos e representantes dos serviços de segurança e do exército.

Um caminhão-bomba matou três pessoas e iniciou um grande incêndio na ponte da Crimeia, infraestrutura-chave e símbolo da anexação da península ucraniana de mesmo nome, anunciaram autoridades russas neste sábado (8), sem acusar imediatamente a Ucrânia.

Imagens de câmeras de segurança que circulam on-line mostram uma enorme explosão destruindo a ponte, enquanto alguns veículos passam por ela. O impacto pareceu ocorrer na passagem de um camião branco.

Outras imagens mostram a linha férrea em chamas por dezenas de metros e um trecho desabado da estrada.

IMAGENS FORTES

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Os investigadores russos evocaram três mortos, passageiros de um carro que passava perto do caminhão no momento da explosão.

"Os corpos de duas vítimas - um homem e uma mulher - já foram retirados da água", disse a Comissão de Investigação, anunciando que apurou a identidade do proprietário do caminhão, morador da região de Krasnodar, no sul da Rússia.

Esta ponte, construída com grande custo por ordem de Vladimir Putin para ligar a península anexada ao território russo, é usada principalmente para transportar equipamentos militares ao exército russo que luta na Ucrânia.

Se a Ucrânia estiver por trás do incêndio e da explosão na ponte da Crimeia, o fato de que uma infraestrutura tão crucial e tão longe do front possa ser danificada pelas forças ucranianas seria uma vergonha para Moscou.

"Hoje às 06h07 (01h07 de Brasília) na parte rodoviária da ponte da Crimeia (...) ocorreu uma explosão de um veículo-bomba, que incendiou sete tanques ferroviários que estavam indo para a Crimeia", declarou o Comitê Antiterrorista russo.

O órgão explicou que duas faixas rodoviárias foram danificadas, mas o arco da ponte não.

O porta-voz do Kremlin disse à agência Ria Novosti que Putin ordenou a formação de uma comissão governamental para apurar os fatos.

O tráfego ferroviário e rodoviário foi interrompido e balsas foram colocadas em operação para permitir a travessia, segundo as agências russas.

 "Natureza terrorista"

Se a Ucrânia não assumiu a responsabilidade por este atentado, os seus responsáveis multiplicaram os comentários irônicos, chegando os correios ucranianos a anunciar que preparam um selo para celebrar a ocasião.

"Tudo que é ilegal deve ser destruído, tudo roubado deve ser devolvido à Ucrânia", tuitou Mikhailo Podoliak, conselheiro do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Essas reações levaram a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, a ver isso como um sinal da "natureza terrorista" das autoridades ucranianas.

O exército russo, em dificuldades em Kherson, no sul da Ucrânia, garantiu que o envio de suprimentos a suas tropas não estava ameaçado.

"O abastecimento (...) é feito de forma contínua e completa, ao longo de um corredor terrestre e parcialmente por mar", anunciou.

A Ucrânia atingiu várias pontes na região de Kherson nos últimos meses para interromper o abastecimento russo, bem como bases militares na Crimeia, ataques pelos quais só assumiu responsabilidade meses depois.

O chefe da Assembleia da Crimeia, o parlamento regional instalado pela Rússia, Vladimir Konstantinov denunciou um golpe "dos vândalos ucranianos".

O líder da península, Serguei Aksionov, tentou tranquilizar dizendo que a Crimeia tinha reservas de combustível para um mês e comida para dois meses.

Segundo ele, os trabalhos de reparação vão começar "quase hoje".

Um funcionário da ocupação russa na região ucraniana de Kherson, vizinha da Crimeia, Kirill Stremoussov, indicou que os reparos podem levar "dois meses".

Derrotas em série

A Rússia sempre sustentou que a ponte é segura apesar dos combates na Ucrânia, mas no passado ameaçou Kiev com represálias se as forças ucranianas atacassem essa infraestrutura ou outras na Crimeia.

O deputado russo Oleg Morozov, citado pela agência Ria Novosti, pediu neste sábado uma resposta "adequada".

"Caso contrário, esse tipo de ataque terrorista se multiplicará", disse.

Desde o início de setembro, as forças russas foram forçadas a recuar em muitos pontos.

Em particular, foram forçadas a se retirar da região de Kharkiv (nordeste) e recuar em Kherson.

Diante desses contratempos, o presidente Putin decretou no final de setembro a mobilização de centenas de milhares de reservistas para reverter a tendência.

Também decretou a anexação de quatro regiões ucranianas, embora Moscou as controle apenas parcialmente.

O único campo de batalha onde Moscou atualmente tem vantagem é perto da cidade de Bakhmut, na região de Donetsk (leste), que as forças russas tentam tomar desde agosto.

Usina nuclear sem fonte de energia

Paralelamente, a usina nuclear de Zaporizhzhia perdeu sua última fonte de energia externa devido a novos bombardeios e está funcionando com geradores de emergência, informou hoje a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

A usina obtém "a eletricidade necessária para resfriar seu reator e para outras funções essenciais" graças a geradores a diesel, acrescentou o órgão da ONU em comunicado.

"A conexão foi cortada por volta de 1h00, horário local", disse a AIEA, com base em "relatórios oficiais da Ucrânia" e sua "equipe" de quatro especialistas presentes na maior usina nuclear da Europa.

O diretor da AIEA, Rafael Grossi, considerou a retomada dos bombardeios como "totalmente irresponsável".

A agência nuclear ucraniana, Energoatom, escreveu no Telegram que "a última linha de conexão foi danificada e desconectada" devido a bombardeios russos. Os seis reatores da usina estão desligados, mas precisam de eletricidade para suas funções vitais de segurança.

Os geradores a diesel da usina têm combustível suficiente para pelo menos dez dias.

A operadora das centrais nucleares ucranianas denunciou nesta terça-feira (16) um ciberataque massivo russo contra sua página na internet, enquanto a Rússia indicou uma "sabotagem" na explosão de um arsenal militar na Crimeia.

O ciberataque contra a Energoatom "provém do território russo" e foi "o mais potente desde o início da invasão russa" contra esse portal, indicou a estatal ucraniana, acrescentando que "não houve impacto considerável no trabalho do site".

O setor nuclear ucraniano está na linha de frente desta guerra e das preocupações mundiais, com acusações mútuas entre os dois países de bombardear há vários dias a central de Zaporizhzhia (sul), ocupada pelas tropas de Moscou desde março.

O conflito na Ucrânia provocou tensões entre Rússia e Estados Unidos sem precedentes desde a Guerra Fria. O presidente russo, Vladimir Putin, acusou nesta terça-feira Washington de "prolongar" a guerra, que iniciou com a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Moscou esperava acabar rapidamente com o regime pró-ocidental de Kiev, mas não conseguiu ocupar a capital. Desde então, a ofensiva se concentra em uma ocupação parcimoniosa, porém mortal, do leste e sul da Ucrânia.

"A situação na Ucrânia demonstra que os Estados Unidos estão tratando de prolongar este conflito", afirmou Putin, criticando em particular o apoio militar americano a Kiev.

- Reunião Zelensky-Erdogan-Guterres -

Em meio a essas hostilidades, o primeiro navio fretado pelas Nações Unidas zarpou do sul da Ucrânia com grãos para a África, graças a um acordo entre Moscou e Kiev com mediação turca, para permitir a passagem por portos ucranianos bloqueados.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, receberá na quinta-feira em Lviv (oeste) seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.

Neste encontro "será analisada" a implementação do acordo que permite a exportação de grãos e será abordada "uma série de temas em geral, como a necessidade de uma solução política ao conflito", disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em coletiva de imprensa em Nova York.

"Não tenho nenhuma dúvida de que também será discutido o tema da central nuclear (de Zaporizhzhia)", acrescentou.

- "Sabotagem" na Crimeia -

As acusações de Putin contra os Estados Unidos coincidiram com novas explosões em bases militares da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014 e usada como base logística das operações na Ucrânia.

Um arsenal pegou fogo na madrugada desta terça-feira, provocando a explosão das munições no distrito de Dzhankoi (norte da Crimeia), informou o Ministério russo de Defesa.

Dois civis ficaram feridos e os moradores de uma cidade próxima foram evacuados, informou o governador da Crimeia, Serguei Aksionov.

O incidente foi provocado por "um ato de sabotagem", afirmou o Exército russo, sem indicar culpados.

"Algumas infraestruturas civis, entre elas, um cabo de alta tensão, uma central elétrica, uma via férrea, além de várias residências, ficaram destruídas", acrescentou o relatório militar.

Há uma semana, uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas em explosões semelhantes em uma base aérea russa na Crimeia.

No Donbass (leste), a Ucrânia denunciou uma ofensiva "massiva" russa sobre uma refinaria de petróleo na recém-tomada cidade de Lysychansk.

Desde o início da invasão, as potências ocidentais impuseram duas sanções à Rússia com o objetivo de isolar o país economicamente e diplomaticamente.

A Finlândia anunciou nesta terça-feira que a partir de 1° de setembro limitará os vistos turísticos a cidadãos russos a 10% do volume atual.

- Temores por "catástrofe" nuclear -

A central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, se tornou há vários dias a principal preocupação do conflito.

Zelensky advertiu nesta terça que uma "catástrofe" na central afetaria toda a Europa.

O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou em ligação telefônica com Zelensky sua "preocupação pela ameaça" das tropas russas "sobre as garantias e a segurança" da central e "pediu a retirada dessas forças", informou a Presidência francesa.

- Estônia retira monumentos soviéticos -

A Estônia, que como a Ucrânia já foi parte da União Soviética, decidiu retirar monumentos que remetiam a esta época.

"Como símbolos da repressão e da ocupação soviética, [esses monumentos] se tornaram fonte de crescentes tensões sociais", tuitou a primeira-ministra Kaja Kallas.

burs-jbr/dt/raz/dbh/zm/eg/jc/am

O presidente russo, Vladimir Putin, supervisionou nesta quinta-feira (9) exercícios militares na costa da península anexada da Crimeia, que incluíam disparos de mísseis hipersônicos.

Putin estava a bordo do cruzador "Marshal Ustinov" para observar essas manobras, das quais participaram as frotas russas do Mar Negro e do Mar do Norte. A presença do presidente se deu após seu retorno de uma viagem oficial à Síria e à Turquia.

De acordo com um comunicado do Kremlin, Putin observou, em particular, os lançamentos do míssil hipersônico Kinjal ("punhal" em russo) e do míssil Kalibr.

O presidente elogiou, repetidas vezes, as virtudes dos novos mísseis russos, que, em sua opinião, reforçam a incontestável vantagem tecnológica da Rússia.

O míssil Kinjal foi testado pela primeira vez em março de 2018 e, em dezembro passado, o Ministério russo da Defesa anunciou a entrada em serviço dos primeiros mísseis hipersônicos Avangard, classificados por Putin como "virtualmente invencíveis".

A Rússia anexou a península da Crimeia em 2014, um movimento que foi condenado pela comunidade internacional.

Logo depois, uma insurreição pró-Rússia estourou no leste da Ucrânia. Até o momento, este conflito deixou cerca de 13.000 mortos.

Os aplicativos da Apple, quando usados na Rússia, apresentam a península da Crimeia, anexada em março de 2014, como uma região russa.

Várias cidades nesta península, como Simferopol ou Sevastopol, aparecem como parte da "Crimeia, Rússia" nos serviços de navegação ou meteorológicos da gigante americana, disseram jornalistas da AFP.

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Quando os mesmos serviços são usados em outros países, como a França, por exemplo, as mesmas cidades não têm um país definido.

Vasili Piskarev, presidente do comitê parlamentar russo de segurança e combate à corrupção, confirmou que a Apple colocou todos seus serviços "de acordo com a lei russa", que reconhece a Crimeia como parte de seu território, informou a agência Interfax.

"O erro na sinalização das cidades da Crimeia no aplicativo de meteorologia foi corrigido", acrescentou.

A anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 - após um referendo que o governo ucraniano e os países ocidentais consideraram ilegais - causou tensões significativas, bem como sanções europeias e americanas contra Moscou.

A Rússia celebra nesta segunda-feira (18), com diversos eventos e a presença do presidente Vladimir Putin, o quinto aniversário da anexação da península da Crimeia, condenada pela Ucrânia e a comunidade internacional, mas elogiada pela maioria dos russos.

O presidente Vladimir Putin participará nas celebrações na península, situada no Mar Negro, onde vai inaugurar uma nova central de energia elétrica, informou o Kremlin.

O dia 18 de março foi proclamado em todo o território russo "Festa da Reunificação entre Crimeia e Rússia".

"É uma data muito importante para todos os russos", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

As autoridades de Moscou planejaram um festival de rua com o título "Primavera da Crimeia", com apresentações de jazz, oficinas gastronômicas e uma mostra de fotografias.

Os organizadores esperam a participação de até 10.000 pessoas em um "flash mob" na região de Moscou ao ritmo de "Vals de Sebastopol", uma popular canção soviética de 1955 sobre esta cidade portuária da Crimeia onde fica a base da frota da Marinha russa no Mar Negro.

Em Yalta, estação balneária da Crimeia, 2.000 pessoas devem participar em outro "flash mob" para recriar a bandeira russa.

Autoridades russas estão procurando um possível cúmplice do ataque a uma escola que deixou pelo menos 20 mortos e mais de 50 feridos na Península da Crimeia na quarta-feira,17. A suspeita é de que o estudante apontado como autor dos disparos tenha contado com a ajuda de outra pessoa para planejar o crime.

O atirador, identificado como Vyacheslav Roslyakov, de 18 anos, chegou ao colégio com um fuzil, entrou de sala em sala disparando e cometeu suicídio em seguida. Até então, ele era o único suspeito do crime, mas, nesta quinta-feira, 18, o líder regional Sergei Aksyonov falou à imprensa russa sobre a possibilidade de que haja um segundo envolvido por trás do atentado.

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"O objetivo é descobrir quem o estava treinando para esse crime", afirma Aksyonov. De acordo com o líder na Crimeia, o estudante agiu por conta própria na escola, mas, na opinião dele e de outras autoridades, "não pode ter preparado esse crime sozinho".

Esse foi considerado o ataque mais mortífero realizado por um estudante na Rússia. O caso foi definido pelo presidente Vladimir Putin como um "resultado da globalização". Ele comparou o ataque em Kerch com os atentados em escolas dos Estados Unidos e disse também que o fato de adolescentes pegarem armas de fogo e saírem atirando representa uma falha dos adultos em oferecer alternativas à violência.

"Pessoas jovens com estado de fragilidade mental estão criando falsos heróis para eles mesmos", disse. Para o presidente, isso demonstra que "todos nós, não só na Rússia, mas no mundo inteiro, estamos reagindo mal às rápidas mudanças na realidade".

A avó do suspeito, Taisiya Roslyakova, afirmou ao jornal Komsomolskaya Pravda que seu neto não tinha muitos amigos, passava todo tempo livre isolado, jogando no computador, mas, por outro lado, sempre ajudava nas tarefas domésticas.

Dezenas de vítimas do atentado ainda estão internadas em Kerch. Pelo menos outras dez, que tiveram ferimentos mais graves, foram transferidas para realização de cirurgias, segundo informações da ministra da Saúde Veronika Skvortsova. (AP)

Um adolescente de 15 anos foi a vítima mais jovem do massacre em um centro de ensino profissionalizante da Crimeia, onde um aluno matou nesta quarta-feira 20 pessoas, incluindo nove menores de idade, antes de cometer suicídio, informaram as autoridades.

Sete feridos permanecem em estado "extremamente grave", afirmou a ministra da Saúde, Veronika Skvortsova.

A ministra explicou que os médicos foram obrigados a amputar membros ("pés e pernas", disse) de várias pessoas em consequência dos ferimentos provocados por pedaços de metal acoplados à bomba da fabricação caseira detonada pelo autor do massacre.

Em alguns casos, os músculos das vítimas foram literalmente "pulverizados", disse.

Um aluno de 18 anos de uma escola politécnica de Kerch, na península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, detonou uma bomba na quarta-feira no centro de ensino e depois matou, com um fuzil, estudantes e funcionários do local. As autoridades ainda não conseguiram determinar as causas do ataque.

Das 20 pessoas mortas, de acordo com balanço atualizado, nove eram menores de idade, informou o governo municipal de Kerch.

Quinze alunos da escola morreram no ataque, indicou o vice-prefeito de Kerch, Diliarver Melgaziev.

As outras cinco vítimas fatais trabalhavam no centro de ensino, completou Melgaziev. O jornal Moskovski Komsomolets informou que entre os mortos estão uma mãe e sua filha, ambas professoras.

As autoridades de Kerch também publicaram uma lista com os nomes de 44 feridos. Duas pessoas ainda não foram identificadas.

De acordo com a relação, 23 feridos são menores de idade.

Uma explosão atingiu nesta quarta-feira (17) o Instituto Politécnico de Kerch, na Crimeia, e deixou pelo menos 10 pessoas mortas e 70 feridas, das quais 20 foram hospitalizadas.

O balanço é do centro de emergência da península, citado pela agência de notícias russa "Tass". O incidente aconteceu no período da tarde e teria sido registrado no refeitório do colégio técnico.

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Inicialmente a imprensa local falou em um vazamento de gás, mas o Comitê Nacional Antiterrorismo diz que a explosão foi causada por um "artefato" ainda não identificado.

A Crimeia pertencia à Ucrânia e foi anexada pela Rússia em 2014, o que levou o país a ser removido do então G8 e provocou uma série de sanções internacionais contra Moscou. 

Da Ansa

O cineasta ucraniano Oleg Sentsov completa nesta terça-feira 100 dias em greve de fome em uma prisão do norte da Rússia sem que o Kremlin tenha dado sinais de querer libertá-lo, e apesar da deterioração de seu estado de saúde e da pressão dos países ocidentais neste sentido.

O diretor de 42 anos, opositor da anexação da Crimeia, deixou de se alimentar em 14 de maio e recebe apenas complementos alimentares injetados por ordem da administração da penitenciária russa.

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Apesar dos diferentes pedidos feitos por escritores, atores, cineastas e dirigentes em defesa do cineasta, o Kremlin mantém silêncio sobre o tema, recorda a gravidade dos crimes de "terrorismo" pelos quais foi condenado e defende que, para a sua libertação, pode pedir um indulto.

Os serviços penitenciários russos disseram na semana passada que o estado de saúde do cineasta ucraniano era "satisfatório".

Contrário à anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, Sentsov foi condenado a uma pena de 20 anos de prisão em 2015 por "terrorismo" e "tráfico de armas".

O presidente russo, Vladimir Putin, revelou os bastidores da operação para anexar a península da Crimeia, após a queda - há um ano - do então presidente da Ucrânia, o pró-russo Viktor Yanukovich, segundo extratos de uma entrevista divulgados neste domingo pela TV estatal.

Em trechos do documentário "Regresso à Pátria", difundido pelo canal Rossiya 1, Putin conta que na noite do dia 22 de fevereiro de 2014 se reuniu com os chefes dos serviços secretos e do ministério da Defesa para tratar da questão da Crimeia.

"Terminamos às sete da manhã e no final disse a todos que deveríamos trabalhar para o regresso da Crimeia à Rússia".

Quatro dias depois, soldados sem identificação tomaram o Parlamento da Crimeia, cujos deputados votaram a favor de um novo governo, aliado a Moscou. Após a realização de um referendo, esta península do Mar Negro foi incorporada oficialmente à Rússia, no dia 18 de março de 2014.

Kiev e os países ocidentais não reconheceram o referendo e a anexação da península, que até 1954 pertenceu à República Soviética da Rússia, quando foi entregue à República Soviética da Ucrânia.

Durante a reunião citada no documentário, Putin também encomendou aos responsáveis russos "uma missão para salvar a vida do presidente da Ucrânia", diante da possibilidade de uma execução sumária.

Segundo Putin, os serviços secretos estavam dispostos a tirar o ex-presidente ucraniano "de Donetsk por terra, mar ou ar". Yanukovich, destituído após três meses de revolta popular em Kiev, se refugiou nesta cidade do leste da Ucrânia.

Com o objetivo de "não conversar muito", as forças de segurança analisaram a utilização de metralhadoras pesadas na operação de resgate de Yanukovich, que finalmente chegou a cidade russa de Rostov del Don dias mais tarde.

O canal não precisou quando o documentário completo será exibido.

O governo da Ucrânia disse neste sábado que a interrupção dos transportes ferroviário e rodoviário para a península da Crimeia deve ser apenas uma medida temporária. Ontem, as conexões com a região - que foi anexada pela Rússia em março - foram interrompidas. O coronel Andriy Lysenko, porta-voz do conselho de segurança da Ucrânia, disse neste sábado que as conexões foram interrompidas porque "existe uma alta probabilidade de sabotagem por parte de grupos terroristas que se disfarçam de moradores locais". Ele não detalhou quanto tempo o bloqueio deve durar.

A polícia ucraniana está investigando três explosões no sul do país, duas delas em uma cidade perto da Crimeia e outra em Odessa, onde existe um grande porto no Mar Negro e forte concentração de descendentes de russos. Em Kherson, 100 quilômetros a norte da Crimeia, um homem se explodiu em uma casa de câmbio após exigir dinheiro e outro morreu quando os explosivos que carregava detonaram do lado de fora de uma loja. Já em Odessa, um homem morreu quando carregava explosivos antes do amanhecer, mas não há mais detalhes sobre o caso.

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Ontem, segundo comunicado da Ukrzaliznytsia, a estatal ucraniana de transporte ferroviário, o serviço para passageiros e carga para a Crimeia foi suspenso "para garantir a segurança dos passageiros". A distribuidora de eletricidade Ukrintenergo, que fornece cerca de 80% da energia elétrica usada na Crimeia, tem suspendido o serviço intermitentemente nos últimos meses. Em abril, a Ucrânia já havia fechado um canal de irrigação que respondia por 85% da água doce consumida na Crimeia.

A intensificação da pressão sobre a Crimeia acontece poucos dias depois de conversações em Minsk, na Bielorrússia, entre o governo ucraniano e os rebeldes separatistas de etnia russa que operam no leste da Ucrânia. As negociações, mediadas pela Rússia e pela Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), têm a meta de solidificar um cessar-fogo declarado pelos rebeldes em setembro. Mais de 1.300 pessoas morreram em combates no leste da Ucrânia depois de o cessar-fogo ser declarado, o que elevou o número de mortos nesse conflito a cerca de 4.700. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Uefa anunciou nesta sexta-feira (22) que não reconhecerá os jogos disputados por equipes da Crimeia em competições organizadas pela Federação Russa de Futebol (RFS). O Painel de Emergência da entidade europeia decidiu tomar a decisão devido à "situação política complexa" da região, como informou em comunicado oficial.

A região da Crimeia fazia parte da Ucrânia até o início deste ano, quando foi anexada pela Rússia. A união gerou uma guerra entre ucranianos e russos e o clima de tensão ainda toma conta da região. Além disso, ela ainda não é reconhecida por boa parte dos países. Enquanto não há uma solução para o caso, a Uefa decidiu se posicionar.

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"Até que seja encontrada uma solução negociada em relação aos acontecimentos na Crimeia, o Painel de Emergência da Uefa decidiu, esta sexta-feira, que todos os jogos disputados por clubes da Crimeia em competições organizadas pela Federação Russa de Futebol (RFS) não serão reconhecidos pela Uefa até novo aviso", explicou.

Três clubes da Crimeia, o TSK Simferopol, SKCF Sevastopol e Zhemchzhina Yalta, já estrearam semana passada na Copa da Rússia. Além disso, foram incluídos na terceira divisão do Campeonato Russo, o que deve ser desconsiderado pela Uefa. A entidade, no entanto, garante que a medida não tem a intenção de impedir que esses times atuem.

"A Uefa não tem a intenção de impedir os clubes de competirem. Pelo contrário, a Uefa considera que o futebol pode ter efeitos muito positivos e benéficos para unir as pessoas, especialmente em tempos de conflitos e de agitação. No entanto, para que o futebol possa ser disputado num enquadramento desportivo e legal, essa participação tem de estar de acordo com os termos estabelecidos nos Estatutos da Uefa", apontou.

A entidade ainda prometeu buscar uma solução para o caso. "O Painel de Emergência da Uefa solicitou igualmente que a administração da Uefa, em conjunto com a Fifa, facilitem as conversações com os representantes da RFS e da Federação Ucraniana de Futebol (UFF) de forma a encontrar uma solução comum para esta questão."

Os clubes de futebol da região da Crimeia, que foi anexada pela Rússia, poderiam jogar nas ligas russas nesta temporada, informou nesta quarta-feira o presidente da federação de futebol desse país. Nikolai Tolstykh disse que nesta quinta-feira será decidido se os times Simferopol, Sevastopol e Yalta serão integrados à terceira divisão russa.

A Rússia registrou cinco clubes novos desde que anexou a península da Crimeia em fevereiro. Os clubes Simferopol e Sevastopol disputaram o Campeonato Ucraniano na temporada passada e depois mudaram seus nomes, pedindo uma licença na Rússia. A Federação de Futebol da Ucrânia disse que a Rússia não tem direito de registrar times de onde o país considera ser o seu território.

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A federação russa "não tem dúvidas" de que os clubes da Crimeia devem jogar os torneios da Rússia, ainda que seja possível a imposição de sanções pela Fifa e pela Uefa, disse Sergei Stepashin, um ex-primeiro-ministro russo que agora está no comitê executivo da entidade.

A expectativa da federação é para que o ministro do esporte da Rússia, Vitaly Mutko, membro do Comitê Executivo da Fifa, defende a sua posição perante Joseph Blatter, presidente da entidade. Anteriormente, os organizadores da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, disseram que pretendem construir centros de treinamentos para as seleções na Crimeia.

O banco francês Crédit Agricole fechou suas quatro agências na Crimeia, segundo uma pessoa com conhecimento do assunto, um mês depois de a república autônoma decidir abandonar a Ucrânia e voltar a fazer parte da Rússia.

Ainda não está claro se o fechamento é temporário, de acordo com a fonte. Mas o Crédit Agricole, que tem cerca de 200 agências e emprega mais de 2,6 mil pessoas em toda a Ucrânia, foi obrigado a interromper todas as operações na península do Mar Negro por questões legais, disse a fonte.

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Vários bancos estrangeiros foram forçados a se retirar da Crimeia nas últimas semanas após a anexação da região pela Rússia, que é considerada ilegítima pelo Ocidente.

Na semana passada, o também francês BNP Paribas disse ter decidido suspender atividades na Crimeia "por motivos que vão além de seu controle".

O banco italiano UniCredit também interrompeu as operações na Crimeia e fechou suas 14 agências locais. Fonte: Dow Jones Newswires.

Moscou, 21/04/2014 - Autoridades tártaras da Crimeia disseram que um grupo de homens camuflados invadiu seus escritórios nesta segunda-feira e retirou uma bandeira ucraniana, horas antes de o presidente russo, Vladimir Putin, declarar oficialmente seu indulto sobre crimes políticos do grupo étnico referentes ao regime do ditador Josef Stalin.

Os tártaros da Crimeia, minoria muçulmana da região, boicotaram o referendo sobre a separação da península da Ucrânia em março e se opuseram à anexação pela Rússia. O grupo foi fortemente perseguido durante o regime Stalin e deportado em massa durante a Segunda Guerra Mundial. A decisão simbólica de Putin de conceder um indulto a eles foi vista como uma tentativa no sentido de suavizar as preocupações de que a minoria seria novamente alvo de repressões por parte das autoridades russas.

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Hoje, um grupo de homens não identificados usando uniformes camuflados e boinas marchou em direção ao escritório governamental dos tártaros e retirou uma bandeira ucraniana, substituindo-a por uma bandeira da Crimeia. Após a saída desses homens, tal bandeira foi removida e trocada por uma dos tártaros da Crimeia.

No domingo, o governador da Crimeia, Sergei Aksyonov, acusou o líder dos tártaros na região, Mustafa Dzhemilev, de "provocar conflitos étnicos" e os chamou de extremistas. Os tártaros da Crimeia correspondem a cerca de 12% da população regional de dois milhões de pessoas.

"Eles hastearam uma bandeira da Ucrânia no seu prédio. Estou cada vez mais convencido de que são provocadores. 97% votaram pela Rússia (no referendo). Se você não gosta disso, deixe a Crimeia!", escreveu Aksyonov em sua conta no Twitter. Fonte: Associated Press.

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