Moscou, 21/04/2014 - Autoridades tártaras da Crimeia disseram que um grupo de homens camuflados invadiu seus escritórios nesta segunda-feira e retirou uma bandeira ucraniana, horas antes de o presidente russo, Vladimir Putin, declarar oficialmente seu indulto sobre crimes políticos do grupo étnico referentes ao regime do ditador Josef Stalin.
Os tártaros da Crimeia, minoria muçulmana da região, boicotaram o referendo sobre a separação da península da Ucrânia em março e se opuseram à anexação pela Rússia. O grupo foi fortemente perseguido durante o regime Stalin e deportado em massa durante a Segunda Guerra Mundial. A decisão simbólica de Putin de conceder um indulto a eles foi vista como uma tentativa no sentido de suavizar as preocupações de que a minoria seria novamente alvo de repressões por parte das autoridades russas.
##RECOMENDA##Hoje, um grupo de homens não identificados usando uniformes camuflados e boinas marchou em direção ao escritório governamental dos tártaros e retirou uma bandeira ucraniana, substituindo-a por uma bandeira da Crimeia. Após a saída desses homens, tal bandeira foi removida e trocada por uma dos tártaros da Crimeia.
No domingo, o governador da Crimeia, Sergei Aksyonov, acusou o líder dos tártaros na região, Mustafa Dzhemilev, de "provocar conflitos étnicos" e os chamou de extremistas. Os tártaros da Crimeia correspondem a cerca de 12% da população regional de dois milhões de pessoas.
"Eles hastearam uma bandeira da Ucrânia no seu prédio. Estou cada vez mais convencido de que são provocadores. 97% votaram pela Rússia (no referendo). Se você não gosta disso, deixe a Crimeia!", escreveu Aksyonov em sua conta no Twitter. Fonte: Associated Press.