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O novo governo da Ucrânia, pró-União Europeia, demitiu neste domingo seu comandante-chefe da Marinha, depois que ele jurou fidelidade aos líderes da península separatista da Crimeia.

Em um vídeo transmitido pela TV ucraniana, o contra-almirante Denis Berezovsky aparece ao lado do recém-nomeado presidente da Crimeia, Sergei Aksyonov, e diz que cumprirá as ordens das autoridades da região autônoma, que é predominantemente pró-Rússia e rejeita a soberania dos atuais líderes ucranianos.

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Berezovsky havia sido empossado neste sábado pela Ucrânia para a chefia da Marinha, mas hoje o Ministério da Defesa informou por meio de um comunicado que ele foi afastado das funções, devido à sua "incapacidade para liderar tropas em condições extremas".

O texto também informa que o contra-almirante Serhiy Gaiduk foi nomeado comandante interino da Marinha ucraniana, substituindo Berezovsky.

Não ficou claro se algum subordinado de Berezovsky se uniu a ele na defesa do governo da Crimeia. No vídeo divulgado na TV, Aksyonov, líder da península separatista, aproveitou para anunciar o surgimento da Marinha de Guerra da Crimeia. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente russo Vladimir Putin disse ao presidente dos Estados Unidos Barack Obama que a Rússia se reserva o direito de intervir na Ucrânia para proteger seus interesses e aqueles da população de língua russa no país, informou o Kremlin em uma declaração divulgada na manhã de domingo (2) (sábado à noite no Brasil).

Em uma ligação telefônica, Putin falou a Obama de "provocações, crimes realizados por ultranacionalistas, apoiados principalmente por autoridades de Kiev". Não estava claro a quais incidentes Putin se referia.

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Tropas russas e seus aliados tomaram controle de uma grande parte da península da Crimeia, no sul da Ucrânia. O Parlamento da Rússia aprovou por unanimidade neste sábado (1°) um pedido de Putin para movimentar tropas na Ucrânia.

Putin informou Obama da "real ameaça à vida e à saúde de cidadãos russos e muitos compatriotas no território ucraniano" e advertiu que "se a violência se espalhar nas regiões orientais da Ucrânia e Crimeia, a Rússia se reserva o direito de defender seus interesses e aqueles da população de língua russa que moram lá".

EUA condena intervenção

A Casa Branca confirmou que Obama e Putin conversaram por 90 minutos sobre a Ucrânia. Em nota, Obama expressou estar "profundamente preocupado com a clara violação russa à soberania e integridade territorial ucraniana, o que é uma infração ao direito internacional, incluindo as obrigações da Rússia sob a Carta das Nações Unidas e de seu acordo militar com a Ucrânia de 1997, e incompatível com o Memorando de Budapeste de 1994 e a Ata Final de Helsinque".

A declaração divulgada neste sábado pela Casa Branca diz que "os Estados Unidos condenam a intervenção militar russa no território ucraniano" e exortam que a Rússia acalme as tensões, retirando suas forças da Crimeia e se abstendo de interferir em outros lugares na Ucrânia. "O povo da Ucrânia tem o direito de determinar seu próprio futuro", acrescenta.

Conforme a Casa Branca, a manutenção da violação russa da soberania e da integridade territorial ucranianas teria um impacto negativo na posição da Rússia frente a comunidade internacional. "Daqui para frente, a continuada violação russa do direito internacional levará a um maior isolamento político e econômico", diz a nota.

O presidente da França, François Hollande, também falou com o presidente russo neste sábado e pediu para que a Rússia não intervenha militarmente na Crimeia, informou o gabinete de Hollande, em comunicado. Durante a ligação, o presidente francês teria deixado claro suas preocupações "muito profundas" e pediu a Putin para evitar qualquer uso da força. Fonte: Dow Jones Newswire.

Líderes mundiais criticaram neste sábado (1°) a decisão do parlamento russo, após Moscou ter aprovado o envio de tropas para a região ucraniana pró-Rússia da Crimeia. Na Europa, um coro de autoridades expressou preocupação com os planos militares de Moscou, destacando o quanto foram pegos de surpresa com o rápido movimento do presidente Vladimir Putin.

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon declarou que está "seriamente preocupado com a deterioração da situação" na Ucrânia e disse que planeja falar em breve com o presidente russo, Vladimir Putin. Em nota, ele reivindicou "pleno respeito e preservação da independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia" e pediu a "restauração imediata do diálogo calmo e direto entre todos os interessados".

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O primeiro-ministro do Reino Unido David Cameron disse que não pode haver desculpa para intervenção militar externa na Ucrânia. A Grã-Bretanha pediu a Rússia para acalmar a situação perigosa do país e aconselhou os cidadãos britânicos a deixar a região da Crimeia imediatamente. "O Reino Unido vê os acontecimentos na Ucrânia com crescente preocupação", disse Cameron. "Não pode haver nenhuma desculpa para intervenção militar externa na Ucrânia - uma observação que eu fiz ao presidente [Vladimir] Putin quando nos falamos ontem (28). Todos devem pensar cuidadosamente sobre as suas ações e trabalhar para reduzir, não aumentar, as tensões. O mundo está assistindo".

O presidente francês François Hollande falou por telefone, neste sábado com o primeiro-ministro polonês Donald Tusk, dizendo que estava "profundamente preocupado" com envio de tropas russas, segundo um comunicado do gabinete de Hollande. O líder francês disse a Tusk que o movimento de Moscou "representava uma ameaça real" à soberania da Ucrânia e avisou que "tudo deve ser feito para evitar uma intervenção externa e o risco de uma escalada altamente perigosa".

Adotando um tom mais firme, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pediu a Moscou que esclareça não só os movimentos de suas tropas na Crimeia, "mas também os objetivos e a intenção por trás deles". Seu homólogo francês, Laurent Fabius, alertou para os significativos movimentos de tropas, que alimentam divisões na Ucrânia, enquanto o chanceler sueco, Carl Bildt, disse que o objetivo imediato da Rússia é provavelmente "a criação de um fantoche pró-Rússia na Crimeia."

A chefe da diplomacia da União Europeia Catherine Ashton lamentou a decisão da Rússia e avaliou que a ação "é uma injustificada escalada de tensões". Ela pediu que a Federação Russa não envie as tropas, mas promova seus pontos de vista "por meios pacíficos".

O primeiro-ministro da Finlândia, Jyrki Katainen, por sua vez, disse que "cucas frescas agora precisam prevalecer". "Desejo que todas as partes, incluindo a Rússia, tentem acalmar as coisas." Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

O ministro de Defesa da Ucrânia, Igor Tenyukh, acusou a Rússia de enviar 6 mil soldados e 30 veículos blindados para a região da Crimeia, península rebelde que tenta conquista maior independência dos novos líderes ucranianos pró-União Europeia.

O chefe da Defesa disse, durante reunião de gabinete, que a Rússia começou a enviar reforço militar para a região nessa sexta-feira (28), "sem aviso ou permissão da Ucrânia, em desafio ao princípio de não violação das fronteiras do Estado". Fonte: Dow Jones Newswires.

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Sergei Aksenov, primeiro-ministro da Crimeia, república autônoma da Ucrânia, afirmou neste sábado (1°) ter o controle das forças militares e de segurança da região. O político, pró-Rússia, reivindicou para si o poder da polícia, do exército, dos guardas de fronteiras, dos serviços fiscais, do Ministério do Interior e do Ministério de Situações de Emergência, com a justificativa de "proporcionar a paz e a calma no território da Crimeia".

"Todos os comandantes devem realizar apenas as minhas ordens. Peço a qualquer um que discorde que deixe o serviço", afirmou.

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Aksenov apelou para que o presidente Russo Vladimir Putin ajude a manter "paz e tranquilidade" na região. De acordo agências de notícias russas, a administração do país disse que não ignoraria o pedido de assistência da Crimeia.

Há pouco, o chefe de Defesa da Ucrânia afirmou que mais de 6 mil soldados russos teriam sido enviados para a região. Fonte: Dow Jones Newswires.

Dezenas de homens armados invadiram e tomaram o controle hoje do Parlamento e dos escritórios do governo local da república autônoma da Crimeia, no sul da Ucrânia. Após a invasão, a bandeira ucraniana do Parlamento foi substituída por uma da Rússia.

A invasão marca o aumento das tensões na região, que é etnicamente dominada por russos e virou o centro da reação contra manifestantes pró-Ocidente que derrubaram Viktor Yanukovich da presidência da Ucrânia no último sábado.

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Em mensagem publicada no Facebook, o ministro interino do Interior do país, Arsen Avakov, disse que os militares e polícia ucranianos foram colocados em estado de alerta.

A ocupação veio um dia depois de um confronto ocorrido em frente ao prédio do Parlamento entre milhares de manifestantes pró-Rússia e tártaros da Crimeia, que deram amplo apoio ao movimento que levou à deposição de Yanukovich.

Alguns radicais russos que vivem na Crimeia, uma península do Mar Negro que pertenceu à Rússia até 1954 e abriga uma frota naval russa, exigem que a região autônoma se separe definitivamente da Ucrânia ou volte a fazer parte do território russo. Fonte: Dow Jones Newswires.

Confrontos entre manifestantes pró e contra a Rússia foram registrados nesta quarta-feira (26) na estratégica região ucraniana da Crimeia, mesmo dia em que o presidente russo Vladimir Putin ordenou a realização de enormes exercícios militares do lado russo da fronteira com o país.

Na capital regional da Crimeia, Simferopol, mais de 10 mil muçulmanos tártaros se manifestaram em apoio ao governo interino. Carregando bandeiras ucranianas, eles gritavam "A Ucrânia não é a Rússia".

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O grupo entrou em confronto com um pequeno grupo de manifestantes pró Rússia, que carregava bandeiras russas. Os manifestantes gritaram e esmurraram o grupo rival, embora a polícia e os líderes dos dois grupos tentassem manter os protestos separados. O grupo pró Rússia cresceu e chegou a reunir cerca de 5 mil pessoas posteriormente, quando mais manifestantes chegaram de ônibus da cidade portuária de Sebastopol.

As tensões na Crimeia, uma península no sul da Ucrânia que abriga a Frota do Mar Negro da Rússia, destacam as divisões que permeiam o país de 46 milhões de habitantes e eleva os temores de que o leste e o sul, de fala predominantemente russa, não reconhecerão a legitimidade das autoridades interinas.

Os tártaros da Crimeia tiveram papel ativo no movimento de protesto contra o presidente Viktor Yanukovich e têm um profundo ressentimento em relação do Kremlin, pois foram deportados em massa da península por ordem do ditador soviético Josef Stalin durante a Segunda Guerra Mundial.

Também nesta quarta-feira, três antecessores de Yanukovich na presidência ucraniana emitiram um comunicado acusando a Rússia de "interferência direta na vida política da Crimeia". Autoridades russas negaram qualquer plano de intervir na Ucrânia.

"Este cenário é impossível", declarou Valentina Matvienko, presidente de câmara alta do Parlamento russo, conhecido como Federação Russa. Ela é aliada próxima de Putin e nasceu no oeste da Ucrânia.

"A Rússia tem mantido e reiterado sua posição de que não temos o direito e não podemos interferir nos assuntos domésticos de um Estado soberano", afirmou ela. "Somos a favor da Ucrânia como um Estado unido e não há alicerce para sentimentos separatistas."

Na capital Kiev, os manifestantes que exigem que o governo seja mais próximo do povo, cortaram a cerca ao redor do prédio do Parlamento. Fonte: Associated Press.

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