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Os Estados Unidos pediram, nesta sexta-feira (23), ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que reconheça a realidade e retire suas tropas da Ucrânia, depois de ele finalmente ter classificado o conflito como "guerra".

"Desde 24 de fevereiro, os Estados Unidos e o resto do mundo sabiam que a 'operação militar especial' de Putin era uma guerra não provocada e injustificada contra a Ucrânia. Finalmente, depois de 300 dias, Putin chamou a guerra como é", disse um porta-voz do Departamento de Estado.

"Como próximo passo para reconhecer a realidade, pedimos que ponha fim a esta guerra, retirando suas forças da Ucrânia", acrescentou.

Desde que Putin ordenou a invasão da Ucrânia, em fevereiro, a Rússia se refere oficialmente a uma "operação militar especial".

Mas, em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, o próprio presidente russo utilizou a palavra "guerra" e disse que esperava terminá-la o mais rápido possível.

Uma nova lei russa prevê punições severas para quem difundir informações "falsas" sobre o conflito, e algumas pessoas foram condenadas por utilizar publicamente a palavra "guerra".

Os governos da Alemanha e da Espanha anunciaram nesta terça-feira (15) a intenção de treinar milhares de soldados ucranianos como parte de um programa da União Europeia (UE) para reforçar a ajuda a este país em guerra com a Rússia.

Os ministros da Defesa europeus iniciaram uma reunião em Bruxelas nesta terça-feira para lançar a maior missão de treinamento militar da história do bloco, com o objetivo de preparar até 15 mil soldados ucranianos.

O centro principal desta missão será estabelecido na Polônia, e uma sede secundária na Alemanha também está prevista.

Chegando à reunião em Bruxelas, a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, disse que seu governo planeja treinar cerca de 5.000 combatentes ucranianos "em várias habilidades" já em junho do próximo ano.

Por sua vez, a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, destacou que seu país se propõe a treinar "400 soldados a cada dois meses", para um total de 2.400 combatentes em um ano.

A academia militar de Toledo, acrescentou Robles, "foi adaptada para que possam ser alojados e tenham condições de vida adequadas (...). É uma oferta aberta, com possibilidade de aumentá-la se necessário".

No mês passado, a França anunciou que treinaria 2.000 soldados ucranianos. O Reino Unido, Canadá e Estados Unidos já iniciaram o treinamento de pessoal ucraniano.

As operações de treinamento da UE devem durar dois anos, inicialmente, com um custo estimado de cerca de 62 milhões de dólares por ano.

Esses recursos viriam do Fundo Europeu para a Paz, que já foi usado para cobrir os altos custos de entrega de armas da UE para a Ucrânia.

Chegando ao encontro, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, destacou que "3,1 bilhões dos 5,7 bilhões de euros da dotação para sete anos já foram mobilizados para fornecer armas à Ucrânia".

Em sua reunião em Bruxelas, os ministros também revisarão suas próprias capacidades militares e manterão contato por videoconferência com o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov.

O ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, destacou ao chegar à reunião que "a ajuda à Ucrânia afeta muitos recursos em nossas reservas estratégicas e devemos ter a capacidade de regenerar esses recursos rapidamente".

A UE afirma que, juntamente com seus Estados-membros, já forneceu 8 bilhões de euros em equipamentos militares para a Ucrânia, sendo aproximadamente 45% fornecidos pelos Estados Unidos.

Os ministros da Defesa europeus destacaram a retirada das tropas russas da cidade de Kherson e prometeram manter o fluxo de apoio.

Essa retirada "significa que a ajuda que a Ucrânia está recebendo, em armas, mas também em treinamento, está funcionando", disse o ministro da Defesa holandês, Kajsa Ollongren.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, ordenou, nesta quinta-feira (20), que as Forças Armadas facilitem o acesso de seus integrantes ao aborto, enquanto um número cada vez maior de estados aprova restrições a este procedimento.

Em junho, a Suprema Corte anulou o direito constitucional federal ao aborto e devolveu aos estados a decisão sobre permiti-lo ou não. Desde então, mais de uma dúzia de estados aplicaram severas restrições ou proibiram a interrupção voluntária da gravidez.

Isso dificulta o acesso das integrantes das Forças Armadas ao aborto, pois obriga as que desejam realizar o procedimento a tirar uma licença e viajar para lugares onde é legalizado.

A decisão da Suprema Corte "diminuiu o acesso ao cuidado da saúde reprodutiva, com impactos no recrutamento, retenção e prontidão em toda a força", declarou um funcionário do Pentágono a repórteres.

"Isso criou complexos, confusão e ansiedade para membros do serviço e suas famílias, que agora podem precisar percorrer distâncias significativas para receber cuidados de saúde reprodutiva”, acrescentou.

A lei federal proíbe o Departamento de Defesa de financiar ou fornecer serviços para terminar uma gravidez, exceto nos casos em que a vida da mãe esteja ameaçada. No entanto, Austin emitiu um memorando descrevendo outros passos para facilitar o acesso.

Ele pediu que o departamento desenvolva uma política para permitir que militares tirem licença administrativa para receber "cuidados de saúde reprodutiva não cobertos" e estabeleça subsídios de viagem e transporte para ajudá-los a cobrir os custos.

O memorando também pede que sejam tomadas medidas para aumentar a privacidade de suas integrantes, como estender o tempo que elas têm para informar os comandantes que estão grávidas. Por sua parte, os profissionais de saúde do Departamento de Defesa que não poderão divulgar informações de saúde reprodutiva aos comandantes.

Mas há exceções para ambas, como "riscos à saúde ocupacional" no caso da primeira medida, e "danos à missão" na segunda.

Austin também quer proteger os provedores de saúde do Departamento de Defesa de ações legais resultantes do "desempenho adequado de seus deveres oficiais".

O exército russo anunciou nesta sexta-feira (9) que enviou reforços à região ucraniana de Kharkiv, em resposta a um aparentemente bem-sucedido avanço das forças de Kiev nesta zona de fronteira com a Rússia.

Autoridades ucranianas afirmaram na quinta-feira (8) que reconquistaram nos últimos dias cerca de 700 km2 na região nordeste, especialmente na cidade de Balaklia, além de vinte localidades.

O secretário americano de Estado, Antony Blinken, afirmou na quinta que o envio de reforços russos demonstra que Moscou paga um "alto preço" pela invasão da Ucrânia, lançada há mais de seis meses.

O Ministério russo de Defesa anunciou a mobilização de forças nesta região e divulgou um vídeo que mostra vários caminhões militares transportando canhões e blindados.

O funcionário da administração da ocupação russa Vitali Ganchov mencionou na televisão estatal "combates ferozes" em torno da cidade de Balaklia.

"Já não controlamos Balaklia. Estamos tentando dispersar as forças ucranianas, mas os combates estão intensos e nossas tropas permanecem nos arredores", afirmou.

- "Romper as defesas" -

Segundo Ganchov, combates também são travados nas proximidades de Shevchenkove, na mesma região de Kharkiv. "Neste local, as forças armadas ucranianas também tentam romper as defesas. Foram enviados reforços da Rússia, nossas tropas estão reagindo", afirmou.

A rodovia sudeste que liga Kharkiv a Balaklia estava aberta à circulação na manha desta sexta, constatou a AFP. Trata-se de uma área que o exército ucraniano parece ter reconquistado após combates nos últimos dias.

Kharkiv, capital da região homônima e segunda cidade da Ucrânia (depois da capital Kiev) fica muito próxima à fronteira com a Rússia e esteve na linha de frente desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.

Além do avanço na região, Kiev reivindicou uma série de reconquistas no leste e sul, com vários territórios retomados. Se confirmadas, seriam as mais importantes para a Ucrânia desde a retirada das tropas russas dos arredores de Kiev, no final de março.

Na bacia do Donbass (leste), onde se travaram os mais intensos combates nos últimos meses, Kiev anunciou na quinta-feira um avanço de 2 a 3 quilômetros em direção a Kramatorsk e de Sloviansk e ter retomado o povoado de Ozerne.

- Unidade da Otan -

Em Bajmut, 45 km ao norte, oito civis morreram e 17 ficaram feridos em bombardeios russos na quinta-feira.

"Vinte casas, seis edifícios, quatro lojas, a Casa de Cultura e o centro administrativo foram danificados", informou o governador regional Pavlo Kirilenko.

O mercado da cidade também ficou "sob o fogo" da artilharia da Rússia, acrescentou.

O secretário de Estado de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, elogiou as recentes conquistas da Ucrânia e destacou que as recentes entregas ocidentais de armas conseguiram "mudar a dinâmica no campo de batalha".

"Vemos vitórias em Kherson, em Kharkiv e tudo isto é muito animador", afirmou Austin em Praga.

Blinken viajou a Bruxelas para participar da reunião da Otan para reforçar a "unidade" de seus membros, com o objetivo de "garantir que nossa aliança seja forte o necessário para dissuadir a Rússia de qualquer nova agressão."

As tropas ucranianas resistiam diante de efetivos russos "mais numerosos e poderosos", na cidade estratégica de Severodonetsk, anunciou nesta segunda-feira o presidente Volodimir Zelensky, enquanto a Rússia alertou para o envio de mais armas ocidentais a Kiev.

Zelensky indicou que suas tropas enfrentam forças russas "mais poderosas" em Severodonetsk, cidade estratégica no leste que vem sendo bombardeada há semanas. "Estamos resistindo, mas eles são mais numerosos e mais poderosos", disse a repórteres em Kiev. O líder ucraniano informou que o comando do país tomaria "decisões de acordo com a situação".

"Os combates são intensos em Severodonetsk. Nossos defensores conseguiram contra-atacar e libertar metade da cidade, mas a situação se agravou para nós", declarou horas antes Sergei Gaidai, governador da região de Lugansk, ao canal de televisão ucraniano 1+1, sem revelar mais detalhes.

"Os russos destroem tudo com sua tática habitual de terra arrasada, para que que não reste mais nada por defender", acusou.

Com base em comunicações interceptadas do comando russo, o governante advertiu para uma possível intensificação da ofensiva sobre esta cidade industrial "até 10 de junho".

Para Moscou, que há alguns dias havia assumido o controle quase total da cidade, conquistar Severodonetsk seria uma alavanca para assumir completamente a bacia de mineração de Donbass.

A resistência ucraniana em Severodonetsk "provavelmente continuará captando a atenção das forças russas na região de Lugansk e provocará vulnerabilidades nos esforços defensivos russos na região de Kharkiv (nordeste) e ao longo do eixo meridional", analisou no domingo o Instituto dos Estados da Guerra (ISW) dos Estados Unidos.

Como o governo americano já havia feito, o Reino Unido anunciou que fornecerá para a Ucrânia lança-foguetes de longo alcance (80 quilômetros), ignorando as advertências contrárias do presidente russo Vladimir Putin.

- 'Filme de terror' -

Os disparos de artilharia ficaram mais intensos em Severodonetsk e na vizinha Lysychansk, onde o aposentado Oleksandr Lyakhovets conseguiu escapar de sua casa e salvar o gato das chamas provocadas por um bombardeio russo. "Atiram sem parar... é um filme de terror", contou à AFP o homem, 67 anos.

Lysychansk, cidade vizinha de Severodonetsk - separada apenas pelo rio Donets -, foi um dos pontos visitados pelo presidente Zelensky no domingo, em uma viagem que serviu para "constatar a situação operacional na linha de frente", segundo o governo.

As forças russas continuavam sua ofensiva em outras frentes no leste da Ucrânia. Segundo o Ministério da Defesa russo, suas tropas atacaram três depósitos de armas e um depósito de combustível perto da cidade de Kodema, na região de Donetsk.

Kiev alertou que a situação na região de Kherson, um pouco mais ao norte, era crítica. Não há "redes de telefonia móvel e internet, alimentos, remédios e dinheiro". E em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, novos ataques russos atingiram uma fábrica de carros blindados perto de Lozova, segundo Moscou.

Pelo menos 10 pessoas morreram na região nas últimas 24 horas, de acordo com Kiev. A Ucrânia disse que repeliu sete ataques em Donetsk e Lugansk. Mas as tropas russas, admite, ocupam um quinto do território e impuseram um bloqueio aos portos do Mar Negro, provocando temores de uma crise alimentar global.

"Atualmente, 20 a 25 milhões de toneladas de cereais estão bloqueadas e, neste outono, esse número pode subir para 70 a 75 milhões de toneladas", alertou Zelensky. Em contrapartida, o Exército ucraniano assegurou nesta segunda-feira que fez recuar a frota russa em mais de cem quilômetros da costa.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, acusou o Kremlin de "chantagem" por paralisar as exportações, e afirmou que são confiáveis as informações de que está roubando a produção ucraniana.

- Mísseis de longo alcance -

Os ucranianos pedem há várias semanas lança-foguetes para que consigam atacar as posições russas e, ao mesmo tempo, posicionar suas baterias mais distantes da frente de batalha.

No domingo, as autoridades ucranianas afirmaram que o conflito com a Rússia virou uma guerra de desgaste e que precisam do envio constante de ajuda militar para derrotar o exército russo, que já ocupa 20% do território da Ucrânia.

O Reino Unido prometeu enviar lança-foguetes M270 MLRS, com um alcance de 80 quilômetros, que "aumentarão significativamente as capacidades das forças ucranianas", anunciou o ministério da Defesa britânico em um comunicado.

A decisão foi tomada em "estreita coordenação" com Washington, que anunciou na semana passada o fornecimento de equipamentos do sistema Himars, lança-foguetes que permitem disparos múltiplos e são instalados em veículos blindados leves com alcance similar aos dos equipamentos do Reino Unido.

Especialistas militares destacam que este alcance é ligeiramente superior ao de sistemas análogos russos, o que permitiria à Ucrânia atacar a artilharia inimiga sem ser atacada por esta.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, também fez um alerta aos países ocidentais a respeito do envio de armas de longo alcance à Ucrânia. "Quanto mais armas de longo alcance enviarem, para mais longe do nosso território as empurraremos".

Por outro lado, Lavrov foi obrigado hoje a cancelar uma visita à Sérvia, um dos poucos Estados europeus que se mantêm próximos de Moscou, depois que vários países vizinhos lhe fecharam o espaço aéreo.

Em entrevista coletiva, Lavrov descreveu como "inconcebível" e "escandalosa" a decisão dos três países europeus, um gesto considerado "hostil" pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Em sua batalha diplomática, Moscou ampliou a lista de americanos que não podem entrar em seu país, e Washington ordenou a apreensão de dois aviões pertencentes ao oligarca Roman Abramovich, considerado íntimo de Putin.

A Rússia reforça suas tropas em torno de Donbass, especialmente perto da cidade estratégica de Izium, mas ainda não lançou uma ofensiva para assumir o controle total dessa região do leste da Ucrânia, informou o Pentágono nesta segunda-feira.

"Eles estão se reposicionando, concentram-se em Donbass", afirmou o porta-voz do Pentágono, John Kirby. Ele garantiu que Mariupol "continua sendo uma cidade disputada", embora a queda desse porto estratégico pareça iminente.

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Um funcionário do Departamento de Defesa americano mencionou uma coluna de tanques ao norte de Izium, composta por comandos militares e de controle, um batalhão de apoio à manutenção de helicópteros e um batalhão logístico de infantaria. As forças russas também estão sendo reforçadas a sudoeste de Donetsk (leste), principalmente com artilharia, mas "não consideramos que a nova ofensiva tenha começado", acrescentou.

O funcionário confirmou que o general Alexander Dvornikov, apelidado de "o açougueiro da Síria", foi escolhido para liderar essa ofensiva. Mas "devido aos seus grandes problemas de logística e abastecimento, suas dificuldades de manobra, seus problemas de coordenação, estado de ânimo, organização hierárquica, não é certo que possa ser muito eficaz", estimou.

O general Dvornikov liderou a ofensiva no sul no começo da invasão, e os russos tiveram mais sucesso no sul do que no norte, assinalou a fonte.

O Parlamento da Eslováquia autorizou nesta terça-feira (15) o envio de tropas estrangeiras da Otan para o país, indicou o ministro da Defesa, Jaroslav Nad.

Trata-se inicialmente de uma unidade da "Presença Avançada Reforçada" da Otan, composta por cerca de 1.200 efetivos de República Tcheca, Alemanha, Holanda, Estados Unidos, Polônia e Eslovênia. Também será incluído um sistema de mísseis antiaéreos Patriot, acrescentou Nad.

Os reforços acontecem com a invasão russa da Ucrânia como pano de fundo. "Dado que em um futuro próximo esperamos ataques militares diretos por parte da Federação Russa contra o aeroporto de Uzhhorod, situado (na Ucrânia) perto da fronteira com a Eslováquia, isso tem, obviamente, implicações militares", disse Nad, citado pela agência TASR.

A questão das tropas estrangeiras é controversa na Eslováquia, um país de 5,4 milhões de habitantes que é membro da União Europeia e da Otan.

A Ucrânia anunciou nesta quarta-feira (23) um plano para mobilizar os reservistas e pediu a seus cidadãos que saiam da Rússia, no momento em que o medo de uma invasão iminente por parte de Moscou aumenta, depois que Vladimir Putin reiterou que não vai ceder em suas exigências, apesar das sanções ocidentais.

Os anúncios representam o capítulo mais recente na escalada de tensões entre Ucrânia e Rússia, a maior crise geopolítica na Europa desde o fim da Guerra Fria.

Há várias semanas, a Rússia mantém 150.000 soldados na fronteira com a Ucrânia e na segunda-feira reconheceu a independência de dois territórios separatistas: as autoproclamadas 'repúblicas' de Donetsk e Lugansk. O anúncio intensificou as acusações de que o país prepara um ataque em grande escala contra o vizinho.

Diante da ameaça, a Ucrânia organiza a mobilização de reservistas do exército com idades entre 18 e 60 anos e recomendou a seus cidadãos que saiam da Rússia rapidamente.

Além disso, o conselho de segurança ucraniano pediu ao Parlamento a instauração do estado de emergência.

Na terça-feira, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, que pediu armas e garantias sobre sua adesão à União Europeia, também mencionou a possibilidade de romper relações diplomáticas com Moscou.

Na Rússia, Putin, apesar da série de sanções anunciadas pelos países ocidentais, prometeu que não cederá em suas exigências.

"Os interesses e a segurança de nossos cidadãos não são negociáveis para nós", declarou.

O presidente fez um breve discurso exibido na televisão por ocasião do Dia do Defensor da Pátria, no qual afirmou que está "aberto a um diálogo direto" com os países ocidentais, mas sempre exigindo que a Ucrânia nunca seja admitida como Estado-membro da Otan.

O medo de uma escalada militar às portas da União Europeia (UE) é cada vez maior desde que Putin reconheceu, na segunda-feira, a independência dos dois territórios separatistas do leste da Ucrânia e o Parlamento russo aprovou em seguida os acordos sobre a declaração, que incluem diversos compromissos com os rebeldes ucranianos pró-Rússia.

O texto prevê o envio de uma força de "manutenção da paz" aos territórios que integram a Ucrânia, o que autoriza uma possível operação militar.

Embora Putin não tenha revelado detalhes sobre seus planos, nem uma data sobre o possível envio de tropas, uma intervenção russa já tem o caminho legal preparado.

- Sanções -

Para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, as últimas decisões de Putin significam "o início de uma invasão", mas ele afirmou que ainda "é possível evitar o pior".

Na terça-feira, os países ocidentais aprovaram as primeiras sanções após o reconhecimento da independência dos separatistas. O conflito entre os insurgentes e as autoridades ucranianas já dura oito anos e provocou mais de 14.000 mortes.

A medida mais contundente foi a decisão da Alemanha de suspender a autorização do gigantesco gasoduto Nord Stream II, que transportará gás russo ao país europeu.

O governo dos Estados Unidos também reagiu com uma "primeira série" de sanções que pretendem impedir que Moscou obtenha fundos ocidentais para pagar sua dívida.

União Europeia, Japão, Austrália, Canadá e Reino Unido também divulgaram sanções.

As medidas punitivas são direcionadas principalmente contra bancos russos e alguns deputados. No momento, as sanções são cautelosas e menores que as anunciadas em caso de invasão.

A ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, declarou que considera "muito provável" que Putin decida invadir a Ucrânia.

Mas o calendário parece ser estabelecido por Putin, que mantém a comunidade internacional em suspense ao cercar de mistério suas intenções: invadir a Ucrânia, ampliar a área sob o controle dos separatistas ou negociar um novo status quo na região.

Na terça-feira, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticou a Rússia e afirmou que os princípios da "Carta das Nações Unidas não são um menu a la carte" e que o país deve "aplicar todos", em referência à crise na Ucrânia.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, respondeu que Guterres estava cedendo à "pressão dos ocidentais".

- "Medo" -

Na linha de frente, os combates continuam entre o exército da Ucrânia e os separatistas.

"Começaram a atirar com mais força", declarou à AFP Dmitri Maksimenko, que trabalha no setor de mineração na pequena cidade de Krasnogórivka, perto da frente de batalha.

Ele disse que ficou "chocado" com a notícia de que a Rússia reconheceu a independência dos separatistas. "Não sei o que vai acontecer, mas honestamente tenho um pouco de medo", admitiu.

Os separatistas de Lugansk anunciaram na quarta-feira a morte a morte de um combatente, atingido pelo tiro de um franco-atirador ucraniano, segundo os insurgentes.

Os rebeldes também anunciaram a morte de um civil em um bombardeio.

Soldados de uma aliança de ex-repúblicas soviéticas, liderada pela Rússia, serão enviados ao Casaquistão para ajudar a estabilizar o país após protestos em massa que resultaram na morte de oito policiais e militares, segundo o Ministério do Interior Cazaque.

O presidente do Casaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, destituiu o governo e declarou ontem estado de emergência. Ele pediu ajuda à Rússia para controlar os distúrbios provocados pelo aumento do preço dos combustíveis. Segundo ele, grupos terroristas receberam treinamento no exterior para desestabilizar o país.

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Aliança

A Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) é uma aliança militar liderada pela Rússia e integrada por outras cinco ex-repúblicas soviéticas: Armênia, Belarus, Casaquistão, Quirguistão e Tajiquistão.

As manifestações começaram no domingo, 2, e se estenderam, na terça-feira, 4, a Almaty, maior cidade do país, quando cerca de 5 mil pessoas foram dispersadas pela tropa de choque da polícia com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

Ontem, milhares manifestantes invadiram a sede da administração de Almaty. Jornais locais disseram que os manifestantes seguiram rumo à residência presidencial na cidade, e ambos os edifícios foram incendiados.

A crise é o maior desafio enfrentado pelo regime estabelecido pelo ex-presidente Nursultan Nazarbayev, que dirigiu o país até 2019, mas continua exercendo grande influência. A Rússia, país-chave para a economia do Casaquistão, defendeu que a crise fosse resolvida pelo diálogo. Em Washington, a Casa Branca pediu moderação.

Os protestos começaram depois que o governo suspendeu os controles de preços do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) no início do ano. Muitos cazaques converteram seus carros para funcionar com GLP devido ao baixo custo. Ao gabinete interino, Tokayev ordenou que seja restabelecido o preço do gás, da gasolina, do diesel e de outros combustíveis. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Índia informou, neste domingo (21), que suas tropas e as da China concluíram a retirada de uma zona em disputa de sua fronteira no Himalaia, após meses de intensas tensões.

Ambos vizinhos e com armas nucleares, travaram uma guerra fronteiriça em 1962 e, há muito tempo, acusam-se mutuamente de tentar avançar suas fronteiras - o que nunca foi tratado de forma adequada - na região indiana de Ladakh, perto do Tibete.

O último conflito em meados de junho de 2020 terminou em 20 soldados indianos mortos no estratégico Vale do Rio Galwan, em Ladakh.

Na sexta-feira, oito meses depois, Pequim anunciou que quatro de seus soldados morreram nesse confronto. Foi sua primeira confirmação sobre baixas.

Após nove rodadas de negociações militares de alto nível, o ministro indiano da Defesa, Rajnath Singh, declarou na semana passada que ambos os lados se comprometeram a se retirar da área do lago Pangong.

Ontem, na 10ª rodada de negociações, o Ministério da Defesa da Índia manifestou que "ambas as partes consideraram positivo finalizar sem problemas a retirada de tropas da linha de frente na área do Lago Pangong".

Os Estados Unidos julgam "crível" e "grave" a informação sobre a presença de tropas da Eritreia no Tigré, a região da Etiópia em que os líderes locais enfrentam o governo de Adis Abeba - disse à AFP um porta-voz do Departamento de Estado nesta sexta-feira (11).

"Estamos cientes dos relatos críveis de um envolvimento militar eritreu no Tigré e consideramos um fato grave", afirmou.

"Pedimos que essas tropas se retirem imediatamente", acrescentou.

O porta-voz da diplomacia americana também mencionou informações sobre "violações dos direitos humanos" na região e pediu a "todas as partes" que respeitem o "direito internacional humanitário", exigindo "uma investigação independente".

"Continuamos pedindo a todas as partes que restabeleçam a paz, protejam os civis, incluindo os refugiados, e autorizem um acesso humanitário sem obstáculos no Tigré", insistiu.

As informações que Washington julga como "críveis" indicam a participação das tropas da vizinha Eritreia junto ao Exército do governo do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed.

Este último lançou em 4 de novembro uma ofensiva para perseguir os líderes do Tigré, da Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF), que desafiam sua autoridade há meses.

Desde sua chegada ao poder em 2018, Abiy Ahmed fez as pazes com a Eritreia, também inimiga frontal da TPLF desde uma sangrenta guerra entre ambos os países de 1998 a 2000. Esse movimento lhe rendeu o Prêmio Nobel da Paz em 2019.

Os Estados Unidos "continuarão reduzindo" sua presença militar no Iraque, centrada no combate ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI), "nos próximos meses", anunciaram nesta quinta-feira (11) os governos americano e iraquiano em declaração conjunta, após um "diálogo estratégico".

"Os dois países reconheceram que, tendo em vista o progresso significativo na eliminação da ameaça do EI, nos próximos meses os Estados Unidos continuarão reduzindo suas forças no Iraque", afirma o comunicado, que não cita números, nem datas.

Milhares de soldados patrulhavam neste domingo as principais cidades americanas, após cinco noites consecutivas de protestos contra o racismo e a brutalidade policial, que resultaram em distúrbios, violência que o presidente americano, Donald Trump, atribui a radicais da esquerda.

A indignação no país após a morte, em Minneapolis, de George Floyd, 46, negro, por um policial branco, na última segunda-feira, provocou distúrbios acompanhados de saques e incêndios criminosos na cidade.

"Não podemos e não devemos permitir que um pequeno grupo de criminosos e vândalos destrua nossas cidades e provoque devastação em nossas comunidades", disse Trump ontem. "Meu governo irá interromper a violência da multidão", advertiu o presidente americano, que acusou o grupo Antifa (antifascista) de orquestrar a escalada.

Na noite de ontem, a violência também ganhou as ruas de Nova York, Filadélfia, Dallas, Las Vegas, Seattle, Des Moines, Memphis, Los Angeles, Atlanta, Miami, Portland, Chicago e Washington D.C.. Os governadores dos estados envolvidos convocaram a Guarda Nacional e, em alguns, foi decretado toque de recolher.

Cerca de 5 mil soldados da Guarda Nacional foram mobilizados em 15 estados e na capital, e outros 2 mil estavam prontos para intervir se necessário, anunciou neste domingo a corporação. Segundo Tim Walz, governador de Minnesota, os responsáveis pelo caos podem ser anarquistas, supremacistas brancos ou narcotraficantes.

- Críticas da oposição -

Trump disse ontem aos manifestantes que chegavam muito perto da Casa Branca que iria recebê-los com "os cães mais ferozes e as armas mais perigosas", ameaça denunciada pela oposição democrata.

"Ele deve unir o nosso país, não aumentar o fogo", criticou hoje a presidente democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, em entrevista à rede de TV ABC.

O rival democrata de Trump na eleição presidencial de novembro, Joe Biden, condenou a violência, mas afirmou que os americanos têm o direito de se manifestar. "Protestar contra tal brutalidade é correto e necessário. É uma resposta totalmente americana", afirmou. "Mas queimar comunidades e destruição desnecessária, não. Violência que coloca vidas em risco não é. Violência que destrói e fecha negócios que atendem à comunidade não é."

- Corpo encontrado -

O corpo de um homem foi encontrado na madrugada deste domingo perto de um veículo incendiado em Minneapolis, informou a polícia da cidade. O cadáver, ainda não identificado, apresenta sinais evidentes de traumatismo, afirmou John Elder, porta-voz da polícia, antes de indicar que a unidade de homicídios da cidade investiga o caso. Ainda não foi determinado se o óbito está vinculado aos protestos na cidade desde a morte de George Floyd.

De Seattle a Nova York, dezenas de milhares de manifestantes exigiram acusações mais duras contra os policiais envolvidos na morte de Floyd, que foi a óbito depois que o policial Derek Chauvin o deixou de bruços no chão por quase nove minutos, apoiando o joelho contra o pescoço da vítima.

Na última sexta-feira, Chauvin foi acusado de assassinato em terceiro grau. Ele foi demitido, assim como os outros três policiais envolvidos na detenção, o que não foi suficiente para reduzir a indignação.

A morte de Floyd se tornou o mais recente símbolo da violência policial contra os cidadãos negros e provocou a maior onda de protestos dos últimos anos nos Estados Unidos. Manifestantes em todo o país gritaram frases como "Black Lives Matter" (A vida dos negros importa) e "Não consigo respirar", as palavras de Floyd antes de morrer.

Também houve protestos pacíficos, inclusive em Toronto, Canadá, em uma extensão internacional da indignação.

O secretário de Estado Mike Pompeo visitou nesta quinta-feira (20) as tropas americanas estacionadas na Arábia Saudita, depois de se encontrar com o rei Salman no segundo dia de uma visita concentrada no Irã.

Os Estados Unidos enviaram reforços militares para o Oriente Médio e, em particular, à Arábia Saudita, na base aérea Prince Sultan, cerca de 80 quilômetros ao sul da capital saudita, depois de uma série de ataques no Golfo imputados ao Irã por Washington e Riade.

"A visita de Pompeo destaca a relação de longa data entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos em matéria de segurança e reafirma a determinação da América de permanecer ao lado da Arábia Saudita diante do comportamento pernicioso do Irã", disse o Departamento de Estado americano em um comunicado.

"Em resposta aos ataques e à demanda da Arábia Saudita, os Estados Unidos implantaram um sistema de defesa antimísseis e um sistema de combate como parte de uma missão de dissuasão defensiva para proteger (o reino) de qualquer ataque futuro", de acordo com o texto.

A visita de três dias de Pompeo à Arábia Saudita, o maior aliado dos Estados Unidos na região, ocorre mais de um mês depois de um pico de tensão entre Washington e Teerã após o assassinato do poderoso general iraniano Qassem Soleimani em um ataque americano em Bagdá em 3 de janeiro.

As tensões aumentaram depois dos ataques iranianos a duas bases utilizadas pelos soldados americanos no Iraque, causando medo nos países do Golfo de represálias iranianas por causa da presença de tropas americanas em seu solo.

A crise entre os Estados Unidos e o Irã, agravada pela retirada unilateral de Washington em maio de 2018 do acordo nuclear internacional iraniano de 2015, já havia atingido um pico no ano passado, depois dos ataques a petroleiros e a infraestruturas de petróleo no Golfo e na Arábia Saudita atribuídos a Teerã por Washington e Riade. O Irã negou qualquer envolvimento.

Na Arábia Saudita, Mike Pompeo também deve encontrar o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, líder de fato do país, e o ministro da Defesa, príncipe Khaled bin Salman.

Pompeo disse que deseja discutir questões econômicas, mas também questões de direitos humanos na Arábia Saudita, um país criticado pela repressão contra ativistas e opositores.

Milhares de simpatizantes do líder xiita Muqtada al-Sadr protestaram ontem em Bagdá para pedir a expulsão das tropas americanas do Iraque, onde o sentimento antiamericano vem aumentando nas últimas semanas. Após Sadr convocar "uma manifestação pacífica de um milhão de pessoas contra a presença americana", postos de controle foram estabelecidos para garantir a segurança da marcha.

Desde as primeiras horas de ontem, um dia de oração no mundo muçulmano, milhares de fiéis se reuniram no bairro de Khadriya aos gritos de "Fora ocupante" e "Sim à soberania". Em comunicado lido por um porta-voz, Sadr pediu a retirada das forças americanas, a anulação dos acordos de segurança entre Bagdá e Washington e o fechamento do espaço aéreo iraquiano aos aviões militares americanos. O líder xiita também pediu ao presidente americano, Donald Trump, que não seja "arrogante". Várias facções paramilitares iraquianas, como as milícias pró-Irã Hashd al-Shaabi, geralmente rivais de Sadr, apoiaram a manifestação.

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Ao mesmo tempo, o movimento de protesto contra o governo iraquiano, iniciado em 1º de outubro, foi retomado nos últimos dias. Os atos haviam perdido fôlego diante do ressurgimento das tensões entre Teerã e Washington, após o assassinato do general iraniano Qassim Suleimani, no dia 3, ordenado por Trump.

O episódio reavivou o sentimento "antiamericano". Dois dias depois, o Parlamento iraquiano votou a favor da expulsão das tropas estrangeiras, incluindo os 5,2 mil militares americanos enviados para ajudar os iraquianos na luta contra o extremismo islâmico.

As operações da coalizão internacional contra os jihadistas, liderada pelos EUA, foram suspensas após a morte de Suleimani, e as discussões com Bagdá sobre o futuro das tropas americanas ainda não começaram, segundo o coordenador americano da coalizão, James Jeffrey.

Nos últimos dias, milhares de apoiadores de Sadr chegaram a Bagdá de ônibus, procedentes de todo o Iraque. O bairro de Khadriya está localizado em frente à Zona Verde, na outra margem do Rio Tigre. Nesta área de segurança máxima estão localizadas as embaixadas, incluindo a dos EUA, e a sede do governo iraquiano.

Um opositor de longa data da presença americana no Iraque, Sadr reativou sua milícia, o Exército Mehdi, após a morte do general Suleimani. Este grupo lutou contra os soldados americanos durante a ocupação do Iraque, entre 2003 e 2011. Autoproclamado "reformista" depois de apoiar o movimento de contestação, ele também lidera o maior bloco parlamentar e vários de seus aliados ocupam posições ministeriais.

Esta semana, 12 manifestantes morreram em confrontos com as forças de segurança, somando 480 mortos desde o início dos protestos contra o governo, no ano passado. Sob pressão das ruas, o primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, renunciou. No entanto, ele ainda continua no cargo, já que os partidos políticos não chegaram a um acordo para designar seu sucessor. (Com agências internacionais)

Após uma escalada de tensão, depois que os EUA ordenaram a morte do general iraniano Qassim Suleimani, em ataque com drone em Bagdá, o presidente Donald Trump e seu colega iraquiano, Barham Saleh, concordaram nessa quarta-feira (22), em Davos, em manter a presença militar americana no Iraque.

"Os dois presidentes concordaram com a importância de continuar com a cooperação econômica e de segurança entre o Iraque e os Estados Unidos, até mesmo na guerra contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI)", declarou ontem a Casa Branca, em comunicado.

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As relações entre Bagdá e Washington se deterioraram após o assassinato do general iraniano. Pouco depois da morte, o Parlamento iraquiano aprovou resolução que determinava a saída imediata das tropas americanas do Iraque - os EUA mantêm por volta de 5 mil soldados no país.

Na ocasião, a resolução foi rejeitada pelo governo americano. Ontem, a Casa Branca "reafirmou o compromisso inabalável dos Estados Unidos de ter um Iraque soberano, estável e próspero". Durante entrevista em Davos, na Suíça, ao lado de Saleh, no intervalo das reuniões do Fórum Econômico Mundial, o presidente americano disse que o Iraque está satisfeito com o trabalho das tropas dos EUA no país. "Eles gostam do que estamos fazendo e gostamos deles. Sempre tivemos um relacionamento muito bom", disse Trump.

O presidente iraquiano afirmou que, apesar do acordo sobre a permanência dos soldados, é preciso que haja uma negociação paralela para a redução das tropas estrangeiras no solo iraquiano.

Trump afirmou que atualmente a presença americana no Iraque já é muito menor do que foi durante a ocupação, ocorrida entre 2003 e 2011, após a invasão que derrubou o ditador Saddam Hussein. "(Já) Reduzimos para 5 mil e reduziremos para um número muito mais baixo", disse o presidente.

Feridos

O Exército dos EUA enviou do Iraque para a Alemanha 11 soldados americanos feridos nos ataques iranianos a bases do Iraque, no dia 8.

Inicialmente, Trump havia garantido que a ofensiva não tinha ferido ninguém. Ontem, o presidente minimizou os ferimentos. "Ouvi dizer que eles tiveram dores de cabeça, mas não é muito grave", disse Trump. (com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os Estados Unidos reafirmaram nesta terça-feira que não há alteração em sua política em relação ao Iraque, e que manterão suas tropas naquele país, para defender seus interesses e impedir o ressurgimento do grupo Estado Islâmico.

O presidente Donald Trump declarou que retirar as tropas neste momento seria "o pior" para o Iraque, após o Parlamento em Bagdá exigir a saída das forças estrangeiras.

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"É o pior que poderia acontecer ao Iraque", declarou Trump no Salão Oval, onde recebeu a visita do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.

"Queremos sair em algum momento, mas esta não é a ocasião correta", disse Trump, destacando o risco que representa a vizinha República Islâmica do Irã.

Parlamentares iraquianos exigiram do governo a expulsão dos 5.200 militares americanos estacionados no Iraque após o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani e do líder militar iraquiano Abu Mehdi Al Muhandis.

O secretário americano da Defesa, Mark Esper, já havia afirmado nesta terça que os Estados Unidos não retirariam suas tropas do Iraque, e negado a existência de uma carta anunciando a saída.

"Nossa política não mudou. Nós não estamos saindo do Iraque", disse Esper a jornalistas.

"Não há carta assinada que eu saiba", acrescentou Esper, afirmando que o comandante da Guarda Revolucionária iraniana, general Qassem Soleimani, planejava lançar um ataque em breve.

Mais cedo, o premiê iraquiano, Adel Abdel Mahdi, disse ter recebido cópias de uma carta "assinada", "traduzida" e "muito clara" do comando americano anunciando uma retirada militar do Iraque.

"Não é uma folha que caiu da fotocopiadora [...] Agora, eles dizem que foi um rascunho [...], mas poderiam ter enviado outra carta de esclarecimento", disse o chefe de governo durante o Conselho de Ministros, transmitido pela televisão estatal.

Sobre o documento, na véspera, o chefe do Estado-maior americano afirmou que a carta em questão era um simples "rascunho não assinado" transmitido por "erro".

"Era uma carta oficial com o formato de página tradicional", insistiu Abdel Mahdi.

Além disso, acrescentou que primeiro enviaram uma versão traduzida para o árabe, que continha erros, e depois transmitiram uma segunda versão corrigida.

A carta se referia a uma votação realizada no Parlamento iraquiano, no domingo, para exigir que o governo expulsasse tropas estrangeiras do Iraque.

A decisão do Parlamento iraquiano foi uma reação ao assassinato do general Soleimani, arquiteto da estratégia do Irã no Oriente Médio.

Segundo o secretário de Defesa americano, os Estados Unidos reorganizarão suas tropas, mas não abandonarão o país. "Não foi tomada uma decisão de deixar o Iraque. Ponto", disse o chefe do Pentágono à imprensa.

A carta em questão menciona uma reorganização "das forças para [...] garantir que a retirada do Iraque seja realizada com segurança e eficácia", e avisava que seriam realizados mais voos noturnos de helicóptero para esse objetivo.

Na noite de terça-feira, pelo quarto dia consecutivo, voos de helicóptero à baixa altitude foram registrados no centro da capital iraquiana, onde está localizada a Zona Verde, que abriga, entre outras instituições, a embaixada dos Estados Unidos.

Uma parte das tropas alemães presentes no Iraque para tarefas de formação será retirada do país, devido à tensão na região, e transferida para Jordânia e Kuwait - informou um porta-voz do Ministério alemão da Defesa à AFP.

O contingente alemão formado por cerca de 30 militares baseados em Bagdá e Taji, ao norte da capital iraquiana, vai ser "reduzido provisoriamente", anunciou a mesma fonte.

Além dos militares instalados perto de Bagdá, a Alemanha estacionou tropas no Curdistão iraquiano para treinar as forças de segurança locais.

No total, a Alemanha conta com 120 militares no Iraque, integrados à coalizão internacional contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) dirigida pelos Estados Unidos.

O anúncio de retirada parcial do Iraque foi informado pelo Ministério da Defesa à Câmara dos Deputados, que enquadra estritamente as missões militares alemães.

O Parlamento do Iraque votou neste domingo (5) pela expulsão das tropas dos Estados Unidos no país, depois de um ataque aéreo que matou o principal líder militar iraniano na última quinta-feira.

Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque exigiram que os parlamentares participassem de uma sessão do parlamento para votar a possível expulsão de tropas dos EUA do país, depois que a morte de um general iraniano colocou o país no centro de um conflito crescente entre seus dois aliados mais importantes .

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Dentro da sala do parlamento no domingo, os parlamentares gritaram: "América fora! Bagdá permanece livre!"

A votação representa um teste crucial para a presença de tropas americanas que tem sido fundamental na derrota do Estado Islâmico, mesmo quando poderosas facções apoiadas pelo Irã passaram a dominar o governo iraquiano.

Uma dessas milícias, o Kataib Hezbollah, ameaçou os legisladores que não compareceram à sessão ou votaram a favor de uma lei para despejar as forças americanas, chamando-os de "traidores".

Uma importante autoridade do Departamento de Estado americano disse recentemente que os EUA estavam trabalhando com seus aliados iraquianos para impedir a votação, caracterizando o assassinato do general Suleimani como apoio à soberania do Iraque contra o Irã. O Irã é também aliado do Iraque.

O ataque dos EUA em Bagdá que matou o major-general Qassim Suleimani, e um dos principais líderes paramilitares do Iraque, levantou a possibilidade de confronto direto entre os EUA e o Irã. Com seus dois principais aliados cada vez mais em desacordo, o governo iraquiano enfrenta a perspectiva de decidir se continua sendo parceiro do Ocidente ou acaba firmemente no campo iraniano.

Deputados turcos aprovaram nesta quinta-feira uma moção que permite ao presidente Recep Tayyip Erdogan enviar militares à Líbia para dar apoio ao Governo da União Nacional (GNA), reconhecido pela ONU e aliado da Turquia.

Um total de 325 deputados votaram a favor e 184 contra essa intervenção, segundo o presidente da Assembléia Nacional Turca, Mustafa Sent.

A decisão autoriza o exército turco a intervir na Líbia por um ano.

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