Espanha e Alemanha querem treinar tropas ucranianas
Os países anunciaram nesta terça-feira (15) a intenção de treinar milhares de soldados ucranianos como parte de um programa da União Europeia (UE) para reforçar a ajuda a este país em guerra com a Rússia
Os governos da Alemanha e da Espanha anunciaram nesta terça-feira (15) a intenção de treinar milhares de soldados ucranianos como parte de um programa da União Europeia (UE) para reforçar a ajuda a este país em guerra com a Rússia.
Os ministros da Defesa europeus iniciaram uma reunião em Bruxelas nesta terça-feira para lançar a maior missão de treinamento militar da história do bloco, com o objetivo de preparar até 15 mil soldados ucranianos.
O centro principal desta missão será estabelecido na Polônia, e uma sede secundária na Alemanha também está prevista.
Chegando à reunião em Bruxelas, a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, disse que seu governo planeja treinar cerca de 5.000 combatentes ucranianos "em várias habilidades" já em junho do próximo ano.
Por sua vez, a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, destacou que seu país se propõe a treinar "400 soldados a cada dois meses", para um total de 2.400 combatentes em um ano.
A academia militar de Toledo, acrescentou Robles, "foi adaptada para que possam ser alojados e tenham condições de vida adequadas (...). É uma oferta aberta, com possibilidade de aumentá-la se necessário".
No mês passado, a França anunciou que treinaria 2.000 soldados ucranianos. O Reino Unido, Canadá e Estados Unidos já iniciaram o treinamento de pessoal ucraniano.
As operações de treinamento da UE devem durar dois anos, inicialmente, com um custo estimado de cerca de 62 milhões de dólares por ano.
Esses recursos viriam do Fundo Europeu para a Paz, que já foi usado para cobrir os altos custos de entrega de armas da UE para a Ucrânia.
Chegando ao encontro, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, destacou que "3,1 bilhões dos 5,7 bilhões de euros da dotação para sete anos já foram mobilizados para fornecer armas à Ucrânia".
Em sua reunião em Bruxelas, os ministros também revisarão suas próprias capacidades militares e manterão contato por videoconferência com o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov.
O ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, destacou ao chegar à reunião que "a ajuda à Ucrânia afeta muitos recursos em nossas reservas estratégicas e devemos ter a capacidade de regenerar esses recursos rapidamente".
A UE afirma que, juntamente com seus Estados-membros, já forneceu 8 bilhões de euros em equipamentos militares para a Ucrânia, sendo aproximadamente 45% fornecidos pelos Estados Unidos.
Os ministros da Defesa europeus destacaram a retirada das tropas russas da cidade de Kherson e prometeram manter o fluxo de apoio.
Essa retirada "significa que a ajuda que a Ucrânia está recebendo, em armas, mas também em treinamento, está funcionando", disse o ministro da Defesa holandês, Kajsa Ollongren.