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No telefone de Rita Safi, um vídeo mostra o caixão coberto com um lençol vermelho de sua irmã Frozan, assassinada após a volta dos talibãs ao poder no Afeganistão: um símbolo, para ela, dos dois pesos e duas medidas dos países ocidentais, que se preocupam com a situação das mulheres afegãs, mas não lhes oferece abrigo suficiente.

Frozan Safi era uma conhecida ativista dos direitos das mulheres de Mazar-i-Sharif, uma grande cidade no norte do Afeganistão. Seu corpo foi encontrado no final de outubro de 2021, dois meses e meio após a queda da República do Afeganistão.

"Atiraram nela sete vezes. Seu rosto ficou completamente destruído", lembra sua irmã caçula, Rita, com quem a AFP conversou em um centro de acolhida nos subúrbios de Paris, poucos dias depois de sua chegada à França.

O Ministério do Interior do novo regime afegão incriminou dois homens, em cuja casa foram encontrados os restos mortais de Frozan Safi e de outras três mulheres.

Rita rejeita esta versão oficial: "Foi brutalmente assassinada pelos talibãs", diz ela, que em breve completará 30 anos.

Os países ocidentais "disseram que apoiariam" as mulheres afegãs, "mas foram apenas palavras", lamenta Rita.

Após a morte da irmã, a jovem disse que também estava na mira das autoridades talibãs.

"Disseram ao meu pai que, se eu não parasse de falar, fariam o mesmo comigo", contou.

- "Casos enterrados" -

Em dezembro de 2021, Rita fugiu para o Paquistão com um visto de dois meses, na esperança de ser acolhida rapidamente no Ocidente. Acabou vivendo ilegalmente por dois anos, escondida nos subúrbios de Islamabad.

Enquanto isso, a situação das mulheres no Afeganistão continua piorando.

A administração talibã proíbe-lhes progressivamente o acesso a escolas de ensino médio e superior, a parques, a centros esportivos... Muitas perdem o emprego.

Para Rita Safi, a vida mudou quando um jornalista francês contou sua história e apoiou seu pedido de visto. Em 8 de dezembro, ela desembarcou em Paris com mais uma dúzia de afegãs que deixaram Islamabad. Todas pedem asilo na França, e é provável que consigam.

"No Paquistão, há muitas mulheres como Rita, com familiares assassinados ou sequestrados no Afeganistão, que foram ameaçadas e que agora vivem em condições terríveis. Mas se não encontrarem um ocidental disposto a ajudá-las, seus casos serão enterrados entre os demais", lamenta Margaux Benn, jornalista e membro do coletivo Accueillir les Afghanes (Acolher as Afegãs, em tradução literal).

O governo francês afirma ter emitido mais de 15.000 vistos para cidadãos afegãos desde 2021, "principalmente para mulheres, defensores dos direitos humanos, jornalistas e juízes".

Mas este número "não corresponde a nenhuma realidade", afirma a diretora-geral da France Terre d'Asile (França Terra do Asilo), Delphine Rouilleault.

Há mais de um ano, "não chega ninguém do Afeganistão, e as mulheres afegãs chegam do Paquistão a conta-gotas", relata.

Procurado pela AFP, o Ministério francês das Relações Exteriores não reagiu.

Desde o retorno dos talibãs ao poder em agosto de 2021, o Reino Unido acolheu 21.500 afegãos, 70% deles durante a retirada aérea de Cabul no final do referido mês. Os Estados Unidos acolheram 90.000 afegãos, e mais de 30.000 chegaram à Alemanha.

Já Suécia e Dinamarca, dois países muito rigorosos em matéria de imigração, decretaram a concessão automática de vistos às afegãs em dezembro de 2022 e em fevereiro de 2023, respectivamente. Suas estatísticas de imigração, nas quais o gênero não aparece, tornam impossível, no entanto, determinar o impacto dessa medida.

O Ocidente pretende "dividir" a Rússia na Ucrânia, afirmou neste domingo (25) o presidente russo, Vladimir Putin, após mais de 10 meses de ofensiva militar no país vizinho.

"Tudo se baseia na política dos nossos adversários geopolíticos, que pretendem dividir a Rússia, a Rússia histórica", denunciou em uma entrevista que teve um trecho divulgado por um canal de televisão do país.

"Nosso objetivo é outro: unir o povo russo", acrescentou.

Putin utiliza o conceito de "Rússia histórica" para argumentar que ucranianos e russos são apenas um povo, um discurso que afeta a soberania de Kiev e justifica a ofensiva na Ucrânia.

"Estamos agindo na direção correta, estamos protegendo nossos interesses nacionais, os interesses de nossos cidadãos, de nosso povo", declarou Putin.

O chefe de Estado russo insistiu que Moscou está "disposto a negociar com todos os participantes no processo (para encontrar) uma solução aceitável" ao conflito.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, viajou na quarta-feira a Washington, onde recebeu a promessa de apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, incluindo o fornecimento do sistema de defesa antiaérea mais avançado do Pentágono.

"Claro que o destruiremos, 100%", afirmou Putin, em referência à bateria de mísseis Patriot prometida a Zelensky.

Os países ocidentais estão preocupados com a possibilidade de a Rússia utilizar armas químicas na Ucrânia, o que traz à tona o espectro das atrocidades cometidas pelo regime de Bashar al Assad na Síria.

A Rússia "pagará um preço alto se utilizar armas químicas" na Ucrânia, advertiu nesta sexta-feira (11) o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante um discurso na Casa Branca.

Desde a quarta-feira, tanto os Estados Unidos como o Reino Unido garantem que a Rússia poderia usar armas químicas na Ucrânia.

Segundo Washington e Londres, o fato de a Rússia ter acusado os Estados Unidos e a Ucrânia de gerenciar laboratórios destinados à produção de armas biológicas na ex-república soviética é um sinal de que Moscou está considerando este tipo de cenário.

"O Kremlin difunde intencionalmente mentiras segundo as quais os EUA e a Ucrânia estariam realizando atividades relacionadas com armas químicas e biológicas na Ucrânia", reagiu na quarta-feira o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price.

Em 2018, a Rússia já havia acusado os Estados Unidos de realizar experiências biológicas secretas em um laboratório na Geórgia, outra ex-república soviética que, assim como Ucrânia, quer se juntar à Otan e a União Europeia.

A Ucrânia dispõe de "instalações de pesquisa biológica", confirmou a número três do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, ao enfatizar que os Estados Unidos estavam "agora bastante preocupados com a possibilidade de as forças russas tomarem o controle" desses lugares.

Os russos "começam dizendo que há armas químicas armazenadas por seus oponentes ou pelos americanos. Então, quando eles mesmos utilizam armas químicas, como acredito que farão, eles têm uma espécie de 'maskirovka' [termo russo que se refere à arte de enganar o inimigo], uma história falsa preparada", disse na quarta-feira o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

A Rússia é um dos 198 países que firmaram a Convenção sobre Armas Químicas, que entrou em vigor em 1997, e concluiu oficialmente a destruição de 100% de suas 40.000 toneladas de armas químicas.

- 'Aterrorizar a população' -

Contudo, nos últimos anos, os ocidentais culparam Moscou de dois casos de envenenamento com o agente nervoso Novichok, dirigidos contra o opositor preso Alexei Navalny, em 2020, e o ex-espião russo Sergei Skripal na Inglaterra, em 2018.

Por outro lado, a Rússia sempre negou o uso repetido de armas químicas pelo regime sírio contra a população civil.

Em grande medida, esses crimes ficaram impunes. Em 2013, o presidente americano Barack Obama (2009-2017), que os havia convertido em uma "linha vermelha", descartou realizar ataques punitivos na Síria.

A hipótese do possível uso de armas químicas na Ucrânia também preocupa a França, no momento em que as conquistas do exército russo em território ucraniano têm sido escassas.

A ofensiva iniciada em 24 de fevereiro "deveria mostrar a força da Rússia, mas acontece o contrário. Isso torna [o presidente russo] Vladimir Putin ainda mais imprevisível", advertiu na quarta-feira o chefe do Estado-Maior da França, Thierry Burkhard, em uma carta enviada a seus oficiais-generais.

"Vladimir Putin não entrou nessa guerra para perder. Em caso de impasse ou humilhação, o uso de armas sujas ou de armas nucleares táticas é parte das possibilidades", reagiu um alto funcionário francês sob condição de anonimato.

"A Rússia errou ao entrar na guerra. Agora é preciso salvar a imagem do Kremlin", analisou Mathieu Boulègue, especialista em Rússia do 'think tank' britânico Chatham House.

"A química é um vetor que [a Rússia] muito bem poderia usar. Não é improvável", acrescentou.

Na Ucrânia, as armas químicas seriam usadas "para aterrorizar a população civil e forçá-la a fugir. Mas não se trata de uma arma que mudaria o curso da guerra. Uma arma nuclear táctica que destruiria uma cidade ucraniana, sim", adverte Mathieu Boulègue.

Olivier Lepick, pesquisador associado da Fundação para a Pesquisa Estratégica (FRS, na sigla em francês), especializado em armas químicas, se mostra mais prudente.

"Daríamos mais um passo no terror e, portanto, na desaprovação da opinião pública internacional, que correria o risco de incrementar o regime de sanções, que já é extremamente severo", opina.

Após duas décadas de guerra contra os talibãs, as potências ocidentais enfrentam a encruzilhada de estabelecer ou não relações com o grupo fundamentalista islâmico que governa o Afeganistão agora.

Os insurgentes parecem receber uma acolhida internacional mais calorosa do que durante seu primeiro regime brutal (1996-2001). Rússia, China e Turquia saudaram suas primeiras declarações públicas.

Se os americanos negociam com os talibãs um "calendário" de evacuações, a Casa Branca insiste em que vai esperar para julgar seus atos, particularmente sobre os direitos humanos, antes de decidir a natureza de suas futuras relações diplomáticas.

"Caberá aos talibãs demonstrar ao resto do mundo quem são", disse nesta terça-feira (17) Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden.

"O balanço não é bom, mas é prematuro" dizer o que vai acontecer.

Os Estados Unidos, no entanto, se disseram prontos a manter sua presença diplomática no aeroporto de Cabul após a data limite para a retirada de suas tropas prevista para 31 de agosto, com a condição de que a situação seja "segura", informou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

No entanto, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borell, admitiu nesta terça que "os talibãs venceram a guerra. Devemos falar com eles".

O Canadá anunciou que não tem a intenção de reconhecer um governo talibã, enquanto o ministro de assuntos exteriores da Grã-Bretanha, Dominic Raab, disse que "normalmente" Londres não vai trabalhar com os insurgentes.

- Coordenar a decisão? -

Mas, com as negociações ainda em curso no Catar para se chegar a um governo que seja o mais representativo possível da sociedade afegã, "queremos avaliar se há uma possibilidade de moderar o tipo de regime" que vai governar o Afeganistão, acrescentou.

"Agora detêm o poder e devemos levar esta realidade em conta", afirmou Raab à Sky News, sem deixar de admitir que as possibilidades de ver instalado um governo inclusivo são pequenas.

As potências ocidentais têm muito menos capacidade de influência agora que os talibãs estão no poder do que quando estavam no campo de batalha.

Os Estados Unidos exercem, no entanto, uma influência sem igual nos credores internacionais e podem impor sanções drásticas ou condicionar as ajudas necessárias para reconstruir um país devastado por 20 anos de guerra.

Lisa Curtis, ex-conselheira da Casa Branca para a Ásia Central e do Sul na Presidência de Donald Trump, avalia que Washington deveria usar um possível reconhecimento diplomático dos talibãs para pressioná-los e exigir deles uma conduta melhor.

"Já que devemos fazer nossa ajuda chegar lá, vamos ter que nos relacionar com eles em certo nível", acrescentou. "Mas o reconhecimento diplomático não deveria ser entregue sem nada em troca", afirmou.

- Difícil perdoar -

Só três países - Paquistão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita - reconheceram o regime talibã precedente, que impôs uma versão ultrarrigorosa da lei islâmica.

Desta vez, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tentou impedir que o Paquistão, um histórico apoiador dos talibãs, reconhecesse o novo governo, assegurando que este reconhecimento deveria ser acordado "sobre uma base internacional, não unilateral".

Mas em termos de laços diplomáticos, os Estados Unidos não perdoam facilmente.

Washington esperou duas décadas após a queda de Saigon para estabelecer relações com o Vietnã comunista e 54 anos antes de reabrir uma embaixada em Cuba.

Ao contrário, nunca restabeleceu as relações com o Irã após a revolução islâmica de 1979.

Ao realizar um acordo de retirada com os talibãs em 2020, o então presidente Trump parecia apontar para a possibilidade de se entender com os insurgentes por considerá-lo útil para enfrentar o grupo Estado Islâmico.

Em seu tradicional discurso anual, nesta quarta-feira (21), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez várias ameaças ao Ocidente, mas, apesar das grandes tensões com a Ucrânia, não chegou a anunciar novos movimentos militares ou de política externa. Ao mesmo tempo, milhares de pessoas protestavam para exigir a libertação do opositor Alexei Navalni.

A resposta da Rússia será "assimétrica, rápida e dura" se o país for forçado a defender seus interesses, disse Putin. Ele se referiu ao que chamou de tentativa do Ocidente de mudar o regime na vizinha Belarus como outra ameaça à segurança da Rússia.

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Ele prometeu que a Rússia "deseja ter boas relações com todos os participantes da sociedade internacional", mas observou logo em seguida que os sistemas de armas nucleares modernizados do país estavam prontos.

"Os organizadores de qualquer provocação que ameace os interesses fundamentais de nossa segurança se arrependerão de seus atos mais do que se arrependeram de qualquer coisa em muito tempo", disse Putin a um auditório com governadores e membros do Parlamento. "Espero que ninguém tenha a ideia de cruzar a chamada linha vermelha com a Rússia - e seremos nós que decidiremos onde isso funciona em cada caso concreto."

O discurso de Putin foi amplamente esperado, com cerca de 100 mil soldados russos concentrados na fronteira com a Ucrânia e Kiev alertando abertamente sobre a possibilidade de guerra. Alguns analistas especularam que Putin poderia usar seu discurso anual sobre o estado da nação como pretexto para anunciar o envio de tropas à Ucrânia.

Mas não foi o que aconteceu, mesmo que a enorme presença militar da Rússia perto da fronteira da Ucrânia não tenha dado sinais de recuo. Putin também não fez referência ao líder da oposição preso, Alexei Navalni, cujos apoiadores realizaram protestos em todo o país nesta quarta-feira.

Segundo a organização OVD-Info, mais de mil pessoas foram presas durante as manifestações em favor do opositor. De acordo com essa organização especializada em monitorar os protestos na Rússia, ao menos 1.004 foram detidas e as prisões ocorreram principalmente em São Petersburgo: 351.

Em Moscou, milhares se reuniram no centro para exigir a libertação de Navalni, que está em greve de fome desde o fim de março. "Navalni, liberdade!" ou "Putin, renuncie!" são algumas das palavras de ordem que puderam ser ouvidas ou lidas nas faixas carregadas pelos manifestantes.

Os apoiadores de Navalni se reuniram em frente à Praça Manezh, onde ocorreu o discurso de Putin. A polícia isolou a praça, fazendo com que os opositores se reunissem em frente da Biblioteca Lenin, na Rua Tverskaya e perto da Duma (Câmara Baixa).

Milhares de pessoas participaram do protesto na capital russa, mesmo com a ameaça do Ministério do Interior de punir com medidas firmes quem participasse de atos não autorizados.

"Isso é um absurdo total. Navalni está sendo morto na prisão. Tive de sair (para a rua) para me sentir como uma pessoa", disse uma mulher à agência EFE, em frente à estátua do escritor Fyodor Dostoyevsky.

Enquanto isso, sua amiga acrescentou: "Somos um povo pacífico. Não quebramos nem destruímos nada, não matamos nem roubamos ninguém. A polícia deve defender os trabalhadores, não o governo".

O presidente do Irã, Hassan Rouhani, conclamou neste domingo as potências ocidentais a deixarem a segurança do Golfo Pérsico para as nações regionais lideradas por Teerã, criticando uma nova coalizão liderada pelos Estados Unidos que patrulha as vias navegáveis da região.

Separadamente, Rouhani prometeu revelar um plano de paz regional nas reuniões de alto nível desta semana nas Nações Unidas. As tensões cresceram no Oriente Médio após uma série de ataques, incluindo um com mísseis e drones à indústria de petróleo da Arábia Saudita.

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Os EUA alegam que o Irã realizou o ataque de 14 de setembro ao maior processador de petróleo do mundo e a um campo de petróleo na Arábia Saudita. Embora os rebeldes houthis do Iêmen aliados do Irã tenham reivindicado o atentado, a Arábia Saudita diz que foi "inquestionavelmente patrocinado pelo Irã".

O Irã nega ser responsável e alertou que qualquer ataque de retaliação tendo como alvo o país resultará em uma "guerra total". Rouhani falou durante desfile militar em Teerã, com oficiais uniformizados das Forças Armadas do país e a Guarda Revolucionária paramilitar ao lado dele. Mais tarde, o clérigo observou soldados marchando com metralhadoras e lançadores portáteis de mísseis como parte da "Semana Santa da Defesa", que marca o início da guerra Irã-Iraque em 1980.

Rouhani disse que o Irã está disposto a "estender a mão da amizade e

irmandade" às nações do Golfo Pérsico e "pronto para perdoar seus erros passados". "Aqueles que querem vincular os incidentes da região à República Islâmica do Irã estão mentindo como em suas mentiras do passado que foram reveladas", disse o presidente. "Se eles são sinceros e realmente buscam segurança na região, não devem enviar armas, aviões de combate, bombas e armamentos perigosos para a região."

O presidente do Irã acrescentou que os Estados Unidos e os países ocidentais devem "se distanciar". "Sua presença sempre foi uma calamidade para esta região e, quanto mais longe vocês ficarem de nossa região e de nossas nações, mais segurança viria para nossa região", afirmou.

Ele disse ainda que o plano do Irã se concentrará em fornecer segurança no Golfo Pérsico, no Estreito de Ormuz e no Golfo de Omã "com a ajuda de países da região". O Irã impulsionou sua cooperação naval com China, Índia, Omã, Paquistão e Rússia nos últimos anos. Fonte: Associated Press.

O simpático velhinho de roupa vermelha e barba branca que vemos nestes dias com destaque em centros comerciais de todo o mundo, tornou-se um ícone cultural da sociedade de consumo do terceiro milênio.

Apesar de ter se baseado em um bispo que viveu no século IV da nossa era, o sorridente personagem que encanta as crianças foi elaborado nos últimos 17 séculos com elementos de mitos de diversas regiões e países.

O personagem original foi um bispo da cidade de Mira, no antigo reino de Lícia - na atual Turquia - de nome Nicolau, célebre pela generosidade mostrada junto a crianças e pobres, mas que, mesmo assim, foi perseguido e preso pelo imperador Diocleciano.

Com a chegada de Constantino ao trono de Bizâncio, o bispo Nicolau foi libertado e pôde participar do Concílio de Niceia (325). Após a sua morte, foi canonizado pela Igreja Católica como São Nicolau. Surgiram, então, incontáveis histórias de milagres realizados pelo santo em benefício de pobres e desamparados.

Nos primeiros séculos após sua morte, São Nicolau tornou-se padroeiro da Rússia e Grécia, bem como de inúmeras sociedades beneficentes e das crianças, jovens solteiras, marinheiros, mercadores e prestamistas.

A partir do século VI, foram erguidas várias igrejas dedicadas ao santo, mas essa tendência foi interrompida com a Reforma, quando o culto a São Nicolau desapareceu da Europa protestante, com exceção da Holanda, onde era chamado de Sinterklaas.

Na Holanda, a lenda do Sinterklaas fundiu-se com antigas histórias nórdicas sobre um mago mítico que andava em um trenó puxado por renas, premiava com presentes as crianças boas e punia as que se comportavam mal.

No século XI, mercadores italianos que passavam por Mira roubaram relíquias de São Nicolau e as levaram para Bari, a partir do quê essa cidade italiana, onde o santo jamais pôs os pés, tornou-se um centro de devoção e peregrinação.

No século XVII, emigrantes holandeses levaram a tradição de Sinterklaas para os Estados Unidos, cujos habitantes adaptaram o nome para Santa Claus, mais fácil de ser pronunciado, e criaram uma nova lenda, consolidada no século XIX, sobre um velhinho alegre e bonachão que percorria o mundo em seu trenó no Natal, distribuindo presentes.

Enquanto nos Estados Unidos ele era conhecido como Santa Claus, do outro lado do Atlântico, no Reino Unido, chamava-se Father Christmas (Papai Noel). Com um nome ou outro, o certo é que o personagem baseado no bispo Nicolau tornou-se rapidamente o símbolo do Natal - estimulando as fantasias infantis - e, principalmente, um ícone do comércio de presentes de Natal, que envolve anualmente bilhões de dólares.

A tradição não demorou a cruzar novamente o Atlântico, dessa vez renovada, e se estender a vários países europeus, em alguns dos quais Santa Claus mudou de nome. Na França, o Father Christmas dos ingleses virou Père Noël, nome que os espanhóis e os portugueses traduziram para Papá Noel e Pai Noel - e a tradição se estendeu rapidamente à América Latina.

Dizem ainda que o visual moderno do Papai Noel (roupas vermelhas e gorro com barrete branco) teria sido uma invenção da Coca-Cola, que nos anos 30 promoveu uma campanha repaginando o Bom Velhinho com as cores oficiais de seu produto.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, colocou a Força Aérea russa em estado de alerta em meio a tensões com o Ocidente. O ministro de Defesa do país, Sergei Shoigu, disse que exercícios militares foram feitos nesta terça-feira para verificar a prontidão da força aérea e sua capacidade de repelir ataques inimigos.

Shoigu disse às autoridades militares que será dada especial ênfase à prática da implantação de sistemas de defesa aérea.

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As manobras são as últimas em uma série de decisões recentes para reforçar a prontidão das tropas russas. Apesar da desaceleração econômica da Rússia, o Kremlin continuou a gastar fortemente com treinamento militar e modernização de armas em meio a tensões com o Ocidente devido à crise na Ucrânia. Fonte: Associated Press.

A superioridade tecnológica ocidental em termos de armamento está se reduzindo, em particular em relação à China e à Rússia, afirma a organização londrina Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) em seu relatório anual difundido esta semana.

Segundo o IISS, atualmente se sobressaem duas tendências em termos de armamento. "A primeira é a proliferação de novas tecnologias entre uma série de países e atores não estatais, que reduz as diferenças na capacidade armamentística em todo o mundo", afirmou à AFP John Chipman, diretor do IISS.

Entre estas novas tecnologias, figuram os aviões não tripulados e as ciberarmas, que podem desestabilizar um país com ataques informáticos virais. "Nas últimas décadas, os países ocidentais eram os campeões das novas tecnologias, com uma clara vantagens sobre outros Estados e atores não estatais, e hoje em dia este avanço tecnológico está se reduzindo".

A segunda tendência é a decisão da Rússia e da China de investir nessas tecnologias para "modernizar suas forças armadas, o que desafia o atual equilíbrio de forças na Europa e desenha o futuro equilíbrio na Ásia". Segundo ele, os Estados Unidos "respondem à percepção de que a Rússia representa uma ameaça crescente, principalmente nos países bálticos e da Europa do Leste, e fortalecem sua presença na região".

Já no Oriente Médio, com a retirada das sanções contra o Irã graças ao acordo nuclear, Teerã terá oportunidade de modernizar seu armamento, que em sua maioria data dos anos 1970. Isso também levará a uma mudança de equilíbrio na zona, ao que as monarquias do Golfo responderiam reforçando sua cooperação. Na América Latina, o IISS destaca que a defesa se centra em combater o crime organizado e os traficantes de drogas.

Dois quenianos que estão sob custódia policial admitiram ajudar a Inteligência estatal iraniana a planejar ataques contra áreas do Quênia ligadas ao Ocidente, informou neste sábado o chefe de polícia queniano, Joseph Boinnet. Segundo ele, Abubakar Sadiq Louw, de 69 anos, e Yassin e Sambai Juma, de 25 anos, confessaram que atuaram como espiões para a Guarda Revolucionária do Irã.

"Temos provas irrefutáveis de que eles foram recrutados. A missão era montar ataques terroristas não só visando interesses no oeste, mas os nossos interesses também", afirmou Boinnet. Ele disse que os dois tinham feito várias viagens ao Irã e tinha recebido dinheiro de seus recrutadores para futuros ataques terroristas e para recrutar outras pessoas, incluindo crianças. Ele se recusou a dizer quais eram os alvos ligados ao Ocidente.

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As prisões dos dois reforçam o medo de ataques por parte de extremistas islâmicos quenianos. Em abril, 148 pessoas foram mortas quando extremistas atacaram uma faculdade na cidade de Garissa, ao norte, na fronteira com a Somália. Antes, 67 pessoas foram mortas, em setembro de 2013, quando extremistas atacaram um centro comercial em Nairobi, a capital do país. Agentes iranianos são suspeitos de ataques efetuados ou de ataques frustrados em todo o mundo nos últimos anos, incluindo Azerbaijão, Tailândia e Índia. A maior parte tinha conexões com alvos israelenses.

Vários resorts na costa do Quênia são de propriedade israelense. Militantes bombardearam em 2002 um hotel de luxo de propriedade israelense perto de Mombasa, matando 13 pessoas. Eles também tentaram derrubar um avião israelense ao mesmo tempo. Em junho de 2013, um tribunal queniano condenou dois cidadãos iranianos por terem planejado ataques contra alvos ocidentais no Quênia. Ahmad Mohammad Abolfathi e Sayed Mansour Mousaviwere foram presos em junho de 2012 e levados às autoridades. Fonte: Associated Press.

Rumores de que o Ocidente está declarando uma "guerra do gás" contra a Rússia é uma "fantasia política", afirmou o representante permanente de Moscou para a União Europeia, Vladimir Chizhov, segundo a agência de notícias russa Interfax.

O comentário de Chizhov é a primeira reação do Kremlin após o discurso feito ontem em Bruxelas por Barack Obama, durante o qual o presidente dos EUA pediu a líderes europeus que encontrem formas de reduzir sua dependência da energia russa e explorar suas próprias fontes de energia após a crise da Ucrânia. Na ocasião, Obama disse que os EUA estão prontos para garantir que suas exportações de gás natural satisfaçam as necessidades energéticas da Europa.

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A crise, que ganhou força após Moscou anexar a região ucraniana da Crimeia, tem gerado apelos para que a Europa repense sua estratégia para o gás de xisto e reduza sua dependência em relação à Rússia.

Segundo Chizhov, planos da UE de migrar para o gás de xisto norte-americano "possivelmente só se tornarão realidade em 50 anos, ou até mesmo 100 anos".

"Isso vai custar bem mais que o gás entregue pela (empresa russa de gás) Gazprom, mesmo apesar das inúmeras queixas (na Europa) de que o gás (russo) está caro demais", concluiu Chizhov. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Rússia poderá rever a sua posição nas negociações nucleares com o Irã como retaliação às sanções do Ocidente, impostas depois do agravamento da crise com a Ucrânia, advertiu um diplomata russo nesta quarta-feira (19).

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que o seu país não queria usar as negociações nucleares iranianas como uma "moeda de troca", mas poderá ter de fazê-lo em resposta às sanções dos Estados Unidos e da União Europeia, anunciadas no início da semana.

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"Nós não gostaríamos de usar essas negociações como um elemento do jogo, tendo em vista que estão na mesa sentimentos de diversas nações, mas se os governos de Washington e Bruxelas nos forçarem a isso, nós vamos tomar medidas de retaliação aqui também", afirmou Ryabkov à agência russa Interfax.

O vice-ministro não deu mais detalhes de como a posição do governo de Vladimir Putin poderia mudar. Ryabkov, que é o enviado da Rússia para mediar as negociações com o Irã, disse também que o governo de Moscou considera a "reunificação com a Crimeia" muito mais importante que os desenvolvimentos em torno do programa nuclear iraniano.

"A importância histórica do que aconteceu nos últimos dias sobre a reunificação da Crimeia com a Rússia é incomparável ao que estamos lidando com a questão iraniana", reforçou Ryabkov. Fonte: Associated Press.

O Ministério de Economia da Rússia está atento para as possíveis sanções dos países do Ocidente ao país. O vice-ministro da pasta, Alexei Likhachev, disse nesta quinta-feira (13) que o governo está pronto para impor sanções semelhantes em resposta a qualquer bloqueio comercial ou político.

"Nós estamos pronto para qualquer situação, todas as opções estão sendo consideradas. Mas nós esperamos que sejam impostas sanções políticas, mas não uma ampla gama de bloqueios comerciais e econômicos", disse.

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Likhachev prevê que é improvável que a Europa imponha duras sanções contra a Rússia porque os dois lados têm fortes laços empresariais e comerciais. Ele acredita que, ao contrário dos europeus, o governo dos Estados Unidos tem mais possibilidades de aplicar sanções ao país.

Os Estados Unidos e a Europa têm condenado a estratégia do Kremlin sobre a atuação na região da Crimeia, localizada na Ucrânia. O governo local, apoiado por Moscou, fará um referendo no próximo dia 16 de março, no domingo, para votar uma separação do território ucraniano e ser anexado à Rússia.

Ontem, o presidente Barack Obama se encontrou com o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, na Casa Branca. Obama disse que espera que todos os envolvidos nos esforços para a separação da Crimeia repensem sua estratégia e prometeu que a Rússia pagará um preço caso decida não cumprir com o determinado. Fonte: Dow Jones Newswires.

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