A Força Aérea da Etiópia bombardeou neste domingo (24) alvos na zona oeste da região rebelde de Tigré, norte do país, anunciou o governo.
"Hoje (domingo) a frente oeste (de Mai Tsebri) que servia de centro de treinamento e posto de comando do grupo terrorista TPFL foi atacado pela aviação", declarou a porta-voz do governo, Selamawit Kassa, em uma referência à Frente de Libertação do Povo de Tigré (TPLF, na sigla em inglês).
Este é o sétimo bombardeio da aviação etíope em Tigré desde o início da semana. Dois foram executados contra a capital da região, Mekele, na segunda-feira passada, pela primeira vez desde o início do conflito há pouco menos de um ano, o que provocou as mortes de três crianças e deixou vários feridos, de acordo com a ONU.
Outros três bombardeios atingiram a capital regional e um apontou contra um alvo a 80 km da cidade.
Na sexta-feira, outro ataque contra Mekele deixou 11 feridos e obrigou um voo com ajuda humanitária da ONU a retornar para a capital federal, Adis Abeba, de acordo com médicos e fontes humanitárias.
A ONU decidiu suspender imediatamente os voos semanais de funcionários para Tigré.
Após vários meses de tensão, o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, mobilizou o exército federal nesta região em 4 de novembro de 2020 com a intenção de expulsar as autoridades regionais dissidentes da TPLF, que controlou o governo da Etiópia até 2018.
As forças federais conseguiram assumir rapidamente o controle da maior parte da região, incluindo Mekele ainda em novembro do ano passado.
Em junho, no entanto, a TPLF conseguiu recuperar a maior parte de Tigré e prosseguiu com a ofensiva nas regiões vizinhas de Amhara e Afar.
A intensificação dos combates aumentou a crise humanitária, que atualmente afeta centenas de milhares de pessoas.