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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que, após a queda da União Soviética, se viu obrigado a dirigir um táxi para incrementar sua renda.

Putin, um ex-agente do antigo serviço de inteligência KGB, e que lamentou em outras ocasiões o fim da URSS, falou que a desintegração da potência comunista há três décadas continua sendo uma "tragédia" para "muitos cidadãos".

Os comentários, difundidos pela agência estatal de notícias RIA Novosti neste domingo (12), são trechos de um novo documentário da emissora russa Piervy Kanal, intitulado "Rússia. História recente".

"Depois de tudo, o que foi o colapso da União Soviética? Foi o colapso da Rússia histórica sob o nome da União Soviética", afirmou o líder russo.

Leal servidor da antiga potência comunista, Putin ficou consternado quando houve o fim da URSS, um acontecimento classificado por ele como o "maior desastre geopolítico do século XX".

Putin teme a expansão das ambiciones militares ocidentais para os países da antiga União Soviética e, inclusive pediu esta semana que a Otan retirasse formalmente a decisão tomada em 2008 de abrir suas portas para Geórgia e Ucrânia.

O fim da União Soviética coincidiu com um período de intensa instabilidade econômica que levou muito cidadãos à pobreza, enquanto a nova Rússia vivia a transição do comunismo para o capitalismo.

Ao citar fragmentos do documentário do Piervy Kanal, a RIA-Novosti assinalou que Putin revelou ter trabalhado ocasionalmente como taxista para ganhar um pouco mais de dinheiro naquela época. "Às vezes, tinha que fazer um dinheiro extra", disse o presidente russo.

"Isso significa, ganhar dinheiro extra como motorista privado. Não é agradável falar disso, para ser honesto, mas infelizmente esse foi o caso."

O presidente Vladimir Putin disse nesta quinta-feira (14) que mencionar a questão de sua sucessão é um tema "desestabilizador" para a Rússia e lembrou que uma recente reforma da Constituição permite-lhe concorrer às eleições presidenciais de 2024.

"Temos tempo antes das próximas eleições, e as discussões sobre este tema desestabilizam a situação", disse ele à rede de televisão americana CNBC, em entrevista transmitida na quarta-feira à noite.

"A situação tem que permanecer tranquila, estável, para que os órgãos do Estado, as estruturas do Estado, trabalhem e olhem serenamente para o futuro", afirmou Putin, ressaltando que a Constituição dá a ele o direito de se candidatar mais uma vez.

Putin disse, no entanto, que ainda não tomou uma decisão a esse respeito. Com a reforma constitucional, o presidente russo pode tentar buscar a reeleição até 2036.

No poder desde 2000, Putin se orgulha de ter tirado a Rússia da crise econômica e política aberta após a desintegração da União Soviética. O preço desta estabilidade foi a concentração de poderes nas suas mãos e nas dos seus serviços de segurança.

As autoridades russas intensificaram a repressão contra a oposição e os veículos de comunicação independentes este ano. Proibiram, por exemplo, que o movimento do principal crítico do Kremlin, Alexei Navalny, pudesse se candidatar às eleições legislativas de setembro.

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu a seus concidadãos, nesta quinta-feira (16), que mostrem "patriotismo" durante as eleições legislativas marcadas para esta semana, marcada pela ausência dos principais adversários do Kremlin.

"Conto com seu senso cívico de responsabilidade, sensatez e patriotismo, com sua preocupação em eleger deputados que trabalhem para o bem e o nome da nossa Rússia querida", declarou Putin em um vídeo publicado no portal do Kremlin na madrugada desta quinta.

Putin fez o apelo no momento em que se encontra fisicamente isolado, após a detecção de dezenas de casos de Covid-19 em seu entorno. Esta situação ilustra as dificuldades da Rússia em controlar a pandemia em meio a uma complicada campanha de vacinação.

Devido a sua quarentena, seu porta-voz, Dmitri Peskov, considerou possível que o presidente use o sistema de votação eletrônica, em vez de ir votar presencialmente.

O breve discurso do presidente Putin foi divulgado poucas horas antes do início das eleições legislativas que ocorrerão de 17 a 19 de setembro.

As primeiras seções eleitorais abrem em Kamchatka, no Extremo-Oriente, às 17h de hoje (horário de Brasília). Os resultados devem começar a ser divulgados a partir das 15h de domingo (também horário de Brasília).

Quase 108 milhões de russos são esperados nas urnas para eleger os 450 deputados à Câmara Baixa do Parlamento. Metade dos congressistas é designada segundo votação proporcional das listas, e a outra metade, segundo o modo majoritário uninominal.

- 'Voto inteligente'

As eleições para a Duma (parlamento), que devem resultar em uma fácil vitória do partido da situação, o Rússia Unida, acontecem após uma repressão histórica que levou à prisão, ou ao exílio, dos mais proeminentes opositores do Kremlin.

É o caso, por exemplo, do principal inimigo de Putin, Alexei Navalny, que está preso. Seu movimento foi declarado proibido por "extremismo".

Nesta quinta, o poderoso Comitê de Inquérito russo anunciou que abriu uma investigação contra 11 pessoas. Elas são acusadas de convocarem, via Telegram, "distúrbios massivos" durante as eleições. Todas terão sua prisão preventiva solicitada.

Ontem, Navalny voltou a convocar os eleitores a fazerem uma "votação inteligente", apoiando o candidato mais bem posicionado em cada distrito e, com isso, colocar o da Rússia Unida em dificuldades.

"Desde 2003, ou seja, há quase 20 anos, nenhum candidato independente conseguiu uma vitória nas eleições para a Duma", lembrou Navalny, em mensagem publicada nas redes sociais na quarta (15).

Impopular, arranhado por escândalos de corrupção e em meio à queda do poder aquisitivo da população, o Rússia Unida teria menos de 30% de acordo com as pesquisas. Hoje, controla o Parlamento e apoia sem hesitar as políticas do Kremlin.

Ainda muito popular, Putin fez campanha por seu partido, à sua maneira, anunciando uma ajuda financeira excepcional para 42 milhões de aposentados, um eleitorado crucial, a poucas semanas das eleições.

Junto com isso, as autoridades russas multiplicaram os esforços para limitar o impacto do "voto inteligente" de Navalny, classificando-o como uma forma de "extremismo" e de exemplo da ingerência ocidental nas eleições.

- Contra os gigantes tecnológicos dos EUA

Moscou acusa, em especial, os gigantes americanos da Internet de se intrometerem nos assuntos russos, ao se recusarem a remover conteúdo considerado ilegal pelo governo.

Representantes da Apple e do Google foram convocados para comparecerem, nesta quinta-feira, a uma comissão da Câmara Alta do Parlamento, o Conselho da Federação. Eles terão de explicar por que não suprimiram o aplicativo "Navalny" de suas plataformas.

Twitter, Facebook e Telegram foram multados várias vezes nos últimos meses por se recusarem a deletar postagens, ou por não moderarem "adequadamente" seu conteúdo.

Na semana passada, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, denunciou "a recusa de toda uma série de plataformas de linha ocidental em suprimir conteúdo proibido".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu nesta quarta-feira (30) aos cidadãos que "escutem os especialistas" e se vacinem, mas se declarou contrário à imunização obrigatória a nível nacional, apesar de o país ter registrado um recorde de mortes por Covid-19 pelo segundo dia consecutivo.

"Não apoio a vacinação obrigatória", afirmou em uma sessão anual na televisão em que responde as perguntas dos cidadãos, aos quais pediu que se vacinem de maneira voluntária.

"Sempre houve pessoas que, de maneira geral, consideram que não devemos aplicar vacinas, e são muitas (...) não apenas em nosso país, mas também no exterior", disse.

"Mas não se deve escutar as pessoas que não entendem nada sobre estes assuntos, que se baseiam em rumores, e sim os especialistas", completou.

Apesar de não concordar com a imunização obrigatória a nível nacional, Putin destacou que, para evitar um confinamento estrito, "algumas regiões estão adotando a obrigatoriedade da vacinação" para determinadas categorias de pessoas".

O país, que enfrenta uma aceleração dos contágios pela variante Delta, muito infecciosa, registrou 669 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas, superando o recorde 652 vítimas fatais de terça-feira (29), de acordo com um balanço do governo.

As cidades mais afetadas são a capital, Moscou, e São Petersburgo, segunda maior localidade do país e sede de partidas da Eurocopa, que registraram 117 e 111 vítimas fatais em um dia, respectivamente.

No total, o país registrou 21.042 novas infecções nas últimas 24 horas e soma 5,5 milhões de casos desde o início da pandemia de coronavírus.

O número de mortes registradas oficialmente é de 135.214, mas a agência de estatísticas Rosstat, que tem uma definição mais ampla dos óbitos relacionados com a covid-19, havia contabilizado 270.000 vítimas fatais até o fim de abril.

A Rússia é o país europeu com o maior número de mortes por covid-19, enquanto a campanha de vacinação iniciada em dezembro prossegue de maneira muito lenta, consequência da desconfiança da população.

Moscou voltou a adotar medidas de restrição, como o retorno ao teletrabalho para parte da população, a vacinação obrigatória para os trabalhadores do setor de serviços e um certificado sanitário para autorizar a entrada em restaurantes.

No momento, porém, as autoridades não cogitam um confinamento geral como o imposto no ano passado na cidade de 12 milhões de habitantes.

O governo admitiu na segunda-feira (28) que a meta de vacinar 60% da população até o outono (hemisfério norte, primavera no Brasil) é inalcançável.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegou nesta terça-feira (15) em Genebra, na véspera de um encontro com seu homólogo russo Vladimir Putin, que se anuncia especialmente difícil.

Biden desembarcou na Suíça depois de participar de reuniões com seus aliados mais próximos do G7 e da Otan, nas quais os tranquilizou após os agitados anos de governo de seu antecessor Donald Trump.

Às 16h23 (11h23 no horário de Brasília), o avião presidencial Air Force One pousou no aeroporto de Genebra, onde Biden foi recebido pelo presidente suíço Guy Parmelin e outras autoridades locais.

Depois de uma cúpula da Otan, Biden afirmou na segunda-feira que explicará a Putin quais são as "linhas vermelhas" que ele não deve cruzar e condenou as "ações agressivas" da Rússia na Ucrânia.

"Não procuro um conflito com a Rússia, mas responderemos se a Rússia continuar suas atividades prejudiciais", disse o líder norte-americano.

Mesmo em uma cidade como Genebra, acostumada às funções diplomáticas, a cúpula entre os presidentes dos Estados Unidos e Rússia representa um evento de grande magnitude.

Aproximadamente 4.000 policiais, militares e outros agentes de segurança foram mobilizados para garantirem que tudo aconteça sem contratempos.

Há mais de uma semana, a Villa La Grange e o parque adjacente, onde Joe Biden e Vladimir Putin devem se encontrar por algumas horas na quarta-feira, estão cercados por barreiras de metal e arames farpados.

O último encontro de Putin com um presidente americano foi em julho de 2018 em Helsinki, com Trump à frente da primeira potência mundial.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falará sozinho em uma coletiva de imprensa após seu encontro, na quarta-feira (15), em Genebra, com o russo Vladimir Putin, informou a Casa Branca neste sábado (12).

"Esperamos que esta reunião permita trocas francas e diretas", explicou uma autoridade do Executivo americano.

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Para a Casa Branca, uma coletiva de imprensa "solo" é "o formato certo" para apresentar as questões discutidas, tanto as convergências possíveis quanto as questões sobre as quais os Estados Unidos têm "preocupações reais".

O Kremlin, por sua vez, confirmou que Putin também dará uma entrevista coletiva solo.

"Ouvimos dizer que Biden está considerando realizar uma entrevista coletiva separada [após a cúpula com Putin]. Como já dissemos, o presidente Putin também se comunicará separadamente com a imprensa após as discussões", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, à agência de notícias estatal RIA Novosti.

O Executivo americano explicou que o encontro incluirá uma sessão de trabalho e outra de formato menor, sem dar mais detalhes.

O diálogo entre os dois abordará questões delicadas, como a situação na Ucrânia e em Belarus, ciberataques ou o destino do opositor russo Alexei Navalny.

A Casa Branca vem insistindo há várias semanas que seu objetivo é tornar as relações entre os dois países mais "estáveis e previsíveis".

O presidente russo, Vladimir Putin, pediu nesta sexta-feira (4) a seus cidadãos que se vacinem contra a Covid-19 com produtos desenvolvidos na Rússia e convidou estrangeiros a se imunizarem em seu país.

"Quero pedir aos nossos cidadãos que aproveitem esta oportunidade" para serem vacinados gratuitamente, disse o presidente russo no Fórum Econômico de São Petersburgo (SPIEF), e ordenou que seu governo trabalhe "na organização das condições para a vacinação paga de estrangeiros em nosso país".

"A vacina russa é reconhecida como a mais segura", disse Putin, explicando que até agora apenas 10% da população mundial foi vacinada, enquanto "centenas de milhões de pessoas não têm acesso às vacinas".

"Enquanto não tivermos amplo acesso às vacinas (...) em todos os continentes, o risco da pandemia não desaparecerá", acrescentou.

O presidente russo pediu repetidamente aos seus concidadãos que se vacinem, embora o ritmo ainda seja muito lento devido à desconfiança da população.

De acordo com uma pesquisa realizada em abril pelo instituto independente Levada, mais de 60% dos russos não pretendem se vacinar, apesar de o número de novas infecções não ter diminuído por várias semanas.

A Rússia é um dos países mais afetados pela pandemia. De acordo com a agência de estatísticas Rosstat, no final de março cerca de 250.000 pessoas morreram em decorrência da pandemia, mais do que o dobro das reconhecidas pelo governo.

Em seu tradicional discurso anual, nesta quarta-feira (21), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez várias ameaças ao Ocidente, mas, apesar das grandes tensões com a Ucrânia, não chegou a anunciar novos movimentos militares ou de política externa. Ao mesmo tempo, milhares de pessoas protestavam para exigir a libertação do opositor Alexei Navalni.

A resposta da Rússia será "assimétrica, rápida e dura" se o país for forçado a defender seus interesses, disse Putin. Ele se referiu ao que chamou de tentativa do Ocidente de mudar o regime na vizinha Belarus como outra ameaça à segurança da Rússia.

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Ele prometeu que a Rússia "deseja ter boas relações com todos os participantes da sociedade internacional", mas observou logo em seguida que os sistemas de armas nucleares modernizados do país estavam prontos.

"Os organizadores de qualquer provocação que ameace os interesses fundamentais de nossa segurança se arrependerão de seus atos mais do que se arrependeram de qualquer coisa em muito tempo", disse Putin a um auditório com governadores e membros do Parlamento. "Espero que ninguém tenha a ideia de cruzar a chamada linha vermelha com a Rússia - e seremos nós que decidiremos onde isso funciona em cada caso concreto."

O discurso de Putin foi amplamente esperado, com cerca de 100 mil soldados russos concentrados na fronteira com a Ucrânia e Kiev alertando abertamente sobre a possibilidade de guerra. Alguns analistas especularam que Putin poderia usar seu discurso anual sobre o estado da nação como pretexto para anunciar o envio de tropas à Ucrânia.

Mas não foi o que aconteceu, mesmo que a enorme presença militar da Rússia perto da fronteira da Ucrânia não tenha dado sinais de recuo. Putin também não fez referência ao líder da oposição preso, Alexei Navalni, cujos apoiadores realizaram protestos em todo o país nesta quarta-feira.

Segundo a organização OVD-Info, mais de mil pessoas foram presas durante as manifestações em favor do opositor. De acordo com essa organização especializada em monitorar os protestos na Rússia, ao menos 1.004 foram detidas e as prisões ocorreram principalmente em São Petersburgo: 351.

Em Moscou, milhares se reuniram no centro para exigir a libertação de Navalni, que está em greve de fome desde o fim de março. "Navalni, liberdade!" ou "Putin, renuncie!" são algumas das palavras de ordem que puderam ser ouvidas ou lidas nas faixas carregadas pelos manifestantes.

Os apoiadores de Navalni se reuniram em frente à Praça Manezh, onde ocorreu o discurso de Putin. A polícia isolou a praça, fazendo com que os opositores se reunissem em frente da Biblioteca Lenin, na Rua Tverskaya e perto da Duma (Câmara Baixa).

Milhares de pessoas participaram do protesto na capital russa, mesmo com a ameaça do Ministério do Interior de punir com medidas firmes quem participasse de atos não autorizados.

"Isso é um absurdo total. Navalni está sendo morto na prisão. Tive de sair (para a rua) para me sentir como uma pessoa", disse uma mulher à agência EFE, em frente à estátua do escritor Fyodor Dostoyevsky.

Enquanto isso, sua amiga acrescentou: "Somos um povo pacífico. Não quebramos nem destruímos nada, não matamos nem roubamos ninguém. A polícia deve defender os trabalhadores, não o governo".

O presidente Vladimir Putin pediu neste domingo aos russos que se vacinem contra a covid-19, um gesto "necessário", menos de uma semana depois de ter sido imunizado em um evento privado, longe das câmeras.

O apelo foi feito no momento em que a Rússia luta para vacinar sua população, quase quatro meses depois do início da campanha com o fármaco Sputnik V.

Apenas quatro milhões de russos receberam as duas doses e outros dois milhões a primeira, o que significa apenas 4% da população do país, muito longe das taxas registradas em outras nações, como Estados Unidos ou Reino Unido.

"Se uma pessoa deseja estar segura, não quer ficar doente e sofrer os efeitos graves de uma doença, então, claramente, o melhor é tomar a vacina", declarou Putin em uma entrevista à televisão pública, reiterando a "necessidade" do ato.

Putin, 68 anos, foi vacinado na terça-feira contra o coronavírus de maneira privada. Ao explicar sua decisão neste domingo, ele afirmou que não queria "fazer papel de bobo" diante das câmeras.

Ele também se negou a revelar a vacina que tomou, entre as três desenvolvidas na Rússia, mas destacou que todas eram eficazes.

Apesar do sucesso da vacina Sputnik V, aprovada em 56 países, a campanha de vacinação ainda luta para decolar na Rússia, sobretudo por causa da desconfiança de boa parte da população.

De acordo com uma pesquisa publicada no início de março pelo Centro Independente Levada, praticamente dois terços do russo acreditam que a covid-19 é uma "arma biológica" desenvolvida pelo homem e 62% dos entrevistados não pretendem ser vacinados.

Putin afirmou neste domingo que a Rússia poderia suspender as restrições que ainda vigoram pela pandemia depois da vacinação de 70% dos adultos contra o coronavírus.

Na opinião dele, a taxa pode ser alcançada no próximo verão (hemisfério norte, inverno no Brasil).

Quando Ivan Rudniev, membro da equipe do opositor russo preso Alexei Navalny, viu que milhares de manifestantes foram às ruas para protestar em Perm, mesmo com uma temperatura de -20 °C, se deu conta de que algo estava mudando.

Nesta cidade industrial dos Urais, entre 5.000 e 8.000 pessoas se manifestaram em 23 de janeiro em apoio ao opositor. Embora pareça pouco para uma cidade de um milhão de habitantes, é um recorde "na história moderna de Perm", afirma a imprensa local.

Rudniev sentiu que algo estava acontecendo. "As pessoas nos escreviam para dizer que vinham para a manifestação, pediam detalhes", conta à AFP este jovem de 27 anos, na ausência do líder opositor local, atualmente na prisão.

Cenários semelhantes foram vistos em todo o país: de Yakutsk na Sibéria, com temperaturas de -50 °C, até a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, mais de 119 cidades responderam ao apelo de Navalny para se manifestar.

Foi uma mobilização inédita, já que as manifestações estavam proibidas e o risco de ser preso era alto. Além disso, o ativismo político geralmente só é manifestado em Moscou ou São Petersburgo.

"Cidades que eu nunca teria pensado" se juntaram às manifestações, disse o sociólogo Alexei Levinson, do centro Levada: "Pela primeira vez vimos as pessoas saírem em massa não por uma causa local, mas por um programa comum russo".

A situação do opositor contribuiu para isso, preso desde que chegou à Rússia após cinco meses de recuperação na Alemanha, ou desde seu vídeo denunciando um luxuoso palácio que Vladimir Putin teria construído no mar Negro.

Mas, acima de tudo, deve-se ao fato de a população estar farta diante de eleições cujo resultado é conhecido de antemão, da corrupção do sistema judiciário e da estagnação do padrão de vida.

Perm, que apesar de tudo conserva uma forte base industrial, foi desprezada "para a periferia mundial", lamenta um militante opositor local, de 38 anos, Yuri Bobrov, em comparação com os "anos 70, quando construíamos os motores dos Proton, os foguetes mais poderosos do mundo".

Alexander Kynev, cientista político independente, afirma: "O principal organizador dessas ações é o próprio poder, seu comportamento".

No entanto, é impossível para os opositores e para os especialistas prever quanto tempo esta mobilização vai durar, apesar de Navalny ter convocado um novo dia de manifestações para este domingo.

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou nesta quarta-feira (13) que a campanha de vacinação em massa contra o coronavírus comece na próxima semana, chamando a Sputnik V, o nome de sua vacina, de "a melhor do mundo".

"Peço para começar a vacinação em massa de toda a população a partir da próxima semana", disse Putin em uma reunião governamental por videoconferência.

Em dezembro, a Rússia começou a vacinar segmentos prioritários da população, especialmente os idosos, profissionais da saúde e da educação, expandindo gradualmente a imunização para mais cidadãos.

De acordo com o Fundo Soberano da Rússia (RDIF), que financia a Sputnik V, mais de um milhão de pessoas na Rússia já foram vacinadas.

O país foi o primeiro no mundo a aprovar uma vacina contra o coronavírus, o que provocou críticas internacionais porque o anúncio foi considerado prematuro e nem todas as etapas necessárias haviam sido realizadas.

"A vacina russa, e isso está claro e os fatos confirmam, é a melhor do mundo, acredito", disse Putin, elogiando acima de tudo as condições de armazenamento e transporte, que "não exigem demandas extremas".

"É muito mais simples e eficaz", opinou, comparando-a a outras vacinas ocidentais.

A vice-primeira-ministra russa Tatiana Golikova, responsável pela saúde, disse que tudo está pronto para iniciar uma vacinação em massa a partir de segunda-feira.

A Rússia enfrenta uma forte segunda onda do coronavírus, mas as autoridades se recusam a decretar um confinamento nacional.

O presidente russo, Vladimir Putin, conversou com a chanceler alemã, Angela Merkel, sobre a possibilidade de uma "produção conjunta de vacinas" contra o coronavírus - anunciou o Kremlin nesta terça-feira (5).

Em uma conversa por telefone, Merkel e Putin discutiram "questões de cooperação na luta contra a pandemia do coronavírus" e se abordou "possíveis perspectivas para a produção conjunta de vacinas", segundo um comunicado do Kremlin.

"Decidiu-se continuar conversando sobre o tema entre os ministérios da Saúde e outras estruturas especializadas dos dois países", acrescentou o Kremlin.

A vacina russa Sputnik V foi recebida com ceticismo pela comunidade internacional, que a considerou prematura. Até agora, um milhão de pessoas foram vacinadas na Rússia.

Carregamentos deste imunizante foram enviados para Argentina, Belarus e Sérvia. Outros países, como Venezuela, México e Bolívia, encomendaram doses da vacina Sputnik V.

As autoridades russas reconhecem que não têm os meios para uma produção em larga escala. Com isso, a Índia ajudará na produção de 100 milhões de doses, e acordos nesse sentido foram firmados acordos com Brasil, China e Coreia do Sul.

Alguns analistas acreditam que a vacina Sputnik V seja uma ferramenta geopolítica para aprofundar a influência russa em certas partes do mundo.

Já a Alemanha passou a vacinar sua população com o fármaco produzido pelos laboratórios americano Pfizer e alemão BioNTech.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (17) que espera resolver com o novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, os problemas entre os dois países, cujas relações são conflituosas.

"Esperamos que todos os problemas que surjam, ou talvez não todos, mas pelo menos parte deles, sejam resolvidos sob o novo governo dos Estados Unidos", disse Putin em sua tradicional entrevista coletiva de fim de ano.

Putin foi um dos poucos líderes que esperaram o voto do Colégio Eleitoral dos EUA a favor de Biden para parabenizá-lo na terça-feira (15). Citou a incerteza sobre o resultado da eleição de 4 de novembro causada pela recusa de Donald Trump de reconhecer a derrota e por ações judiciais.

Biden se comprometeu a se manter firme ante Moscou, acusada de ter interferido no sistema eleitoral americano para ajudar Trump a vencer a eleição de 2016 contra a democrata Hillary Clinton.

Trump sempre negou ter-se beneficiado de ajuda russa, acusação também rejeitada por Putin, apesar das conclusões de investigadores americanos que levaram à imposição de sanções a Moscou.

Ontem, o presidente russo voltou a rejeitar que tenha havido qualquer interferência, por parte de Moscou, nas eleições americanas.

"São especulações, cujo objetivo é deteriorar as relações entre Rússia e Estados Unidos e também para que não se reconheça a legitimidade daquele que continua sendo o presidente dos Estados Unidos", disse ele, em referência a Donald Trump.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que será vacinado contra o coronavírus "quando for possível", com base na sua faixa etária, e repetiu que a vacina russa Sputnik V é "boa e segura".

"Escuto as recomendações dos especialistas e, portanto, ainda não o fiz, mas está claro que o o farei quando possível", afirmou o presidente, de 68 anos, durante sua entrevista coletiva anual.

"Temos uma boa vacina, segura e eficaz (...) com um nível de proteção de 96 a 97%, segundo os especialistas", completou Putin, que responde as perguntas dos jornalistas por videoconferência, devido à pandemia de covid-19.

O presidente russo disse esperar que seu país tenha "milhões de doses de vacina" no próximo ano.

Putin considerou que a Rússia administrou a pandemia "com dignidade e melhor que outros países do mundo", mas admitiu que "nenhum sistema (de saúde) no mundo estava preparado para enfrentar" um problema de "tal magnitude".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou nesta terça-feira (15) Joe Biden por sua vitória na eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos e se declarou disposto a colaborar com o democrata, apesar da relação bilateral abalada.

"Da minha parte, estou pronto para uma colaboração e para estabelecer contatos com você", afirmou Putin em um telegrama, informou o Kremlin.

O presidente russo foi um dos poucos governantes que aguardou a votação do Colégio Eleitoral americano a favor de Biden para felicitar o presidente eleito. A explicação para a atitude era a incerteza a respeito do resultado das eleições de 3 de novembro, pois Donald Trump se negou a reconhecer a derrota e apresentou vários recursos à justiça.

"Putin desejou sucesso ao presidente eleito e garantiu que está convencido de que Rússia e Estados Unidos (...) podem, apesar das divergências, resolver numerosos problemas e desafios no mundo", acrescentou o Kremlin em seu comunicado.

Biden prometeu uma atitude firme com a Rússia, acusada de interferência no sistema eleitoral americano em 2016 para favorecer a eleição de Trump.

O presidente republicano sempre negou ter sido beneficiado por qualquer tipo de ação russa, assim como Putin, apesar das conclusões de investigadores americanos, que provocaram importantes sanções contra a Rússia.

O Centro Vektor registrou sua vacina contra o coronavírus, e a terceira vacina já está a caminho, segundo o presidente do país Vladimir Putin.

Durante encontro com membros do governo da Rússia, Putin declarou: 

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"Gostaria de começar com uma agradável informação: o Centro Vektor de Novossibirsk registrou hoje [14] a segunda vacina russa contra o coronavírus, a EpiVakCorona."

Além do mais, Putin afirmou que "até onde eu seu, estamos com a terceira vacina, [criada pelo] Centro de Pesquisas e Desenvolvimento de Medicamentos Imunobiológicos M. P. Chumakova da Academia de Ciências da Rússia a caminho".

Por sua vez, durante o encontro, a vice-premiê russa, Tatiana Golikova, afirmou:

"A vacina é caracterizada pela ausência de reatogenicidade e pelo nível suficientemente alto de segurança. As primeiras parcelas da vacina em um volume de 60 mil doses serão produzidas em breve. E o Vektor iniciará os testes clínicos pós-registro em diferentes regiões da Rússia com a participação de 40 mil voluntários."

Além disso, Vektor planeja realizar testes clínicos em 150 pessoas de mais de 60 anos.

Mais vacinas

O presidente russo defendeu a maior produção de vacinas russas contra o coronavírus, assim como também a garantia da disponibilidade de vacinas no mercado interno.

"Nós precisamos aumentar agora a produção da nossa primeira vacina, e da segunda vacina. E, obviamente, antes de tudo, é necessário abastecer o mercado russo com tais medicamentos: eles devem entrar nas cadeias de farmácia da Rússia, o mais amplamente possível", afirmou Putin.

Ainda sobre a terceira vacina russa, desenvolvida pelo Centro Chumakova, Golikova afirmou:

"Em 19 de outubro, começa a segunda fase [de testes da vacina do Centro Chumakova], com mais 285 voluntários sendo imunizados."

Putin também acentuou a parceria russa com outros países para maior produção de vacinas no exterior.

"Nós continuamos a cooperação com nossos parceiros estrangeiros e vamos promover nossa vacina no exterior, mas é preciso se empenhar para que a produção da vacina para o exterior seja realizada, antes de tudo e em todo o caso nesta etapa, segundo as capacidades produtivas nos países onde a vacina será vendida", explicou.

Vacinas russas

Com o advento do registro da vacina do Centro Vektor, a Rússia passa a ter duas vacinas registradas contra a COVID-19.

No início de agosto, foi registrada a vacina Sputnik V, que, com comprovação de eficácia e segurança em testes, acabou tendo mais de 1,2 bilhão de doses encomendas por mais de 50 países.

Da Sputnik Brasil

O opositor russo Alexei Navalny acusou o presidente Vladimir Putin de estar "por trás" de seu envenenamento, na primeira entrevista concedida desde que recebeu alta de um hospital da Alemanha.

"Afirmo que Putin está por trás do ato, não vejo outra explicação", declarou à revista alemã Der Spiegel, que publicou nesta quinta-feira (30) trechos da entrevista em seu site.

"Meu dever agora é continuar sendo como sou, alguém que não tem medo. E não tenho medo, afirmou o principal opositor do Kremlin.

Navalny também confirmou a intenção de retornar à Rússia quando estiver totalmente recuperado, de acordo com o semanário alemão, que publicará nas próximas horas a entrevista na íntegra.

Ativista da luta contra a corrupção, Navalny, 44 anos, passou mal a bordo de um avião na Sibéria em 20 de agosto.

Três laboratórios europeus afirmaram que ele foi vítima de um envenenamento com uma substância neurotóxica do tipo Novichok, criada na época soviética com fins militares. Vários países ocidentais exigiram da Rússia uma investigação do caso. Moscou nega todas as acusações.

O líder opositor recebeu alta na semana passada do hospital de Berlim em que passou um mês internado. Navalny permanecerá na Alemanha durante o período de recuperação, que, segundo a sua porta-voz, "levará muito tempo".

O presidente russo Vladimir Putin pediu, neste domingo (27), o fim dos confrontos mortais entre separatistas, apoiados pela Armênia, e as forças do Azerbaijão, na região de Nagorno-Karabakh.

"É importante fazer o possível para evitar uma escalada no confronto, mas o principal é dar um fim às hostilidades", disse Putin, citado em um comunicado do Kremlin após uma conversa telefônica com o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan. "A parte russa expressou sua séria preocupação em relação à retomada dos combates em grande escala", acrescentou o breve comunicado.

Ao menos 16 militares separatistas armênios morreram nesses confrontos e mais de 100 ficaram feridos, segundo o Ministério da Defesa de Nagorno-Karabakh, nos piores combates na região desde 2016. Ambas as partes relataram igualmente perdas civis, sem especificar o balanço até o momento.

Um conflito maior entre Armênia e Azerbaijão poderia gerar a intervenção de potências rivais na região, como Rússia e Turquia. O conflito de Nagorno-Karabakh, região separatista do Azerbaijão de maioria armênia e que conta com o apoio de Erevã, alimenta as tensões regionais existentes há trinta anos.

Nos últimos anos, Baku aproveitou suas reservas de petróleo para gastar amplamente em materiais de armamento e conta com o apoio da Turquia. A Armênia, muito mais pobre, é próxima da Rússia, que tem uma base militar no país. Pertence a uma aliança político-militar liderad por Moscou, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva. A Rússia, que se posiciona como árbitro regional, entrega armas aos dois países.

O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou seu homólogo russo, Vladimir Putin, nesta segunda-feira (14), que "esclareça, sem demora", a "tentativa de assassinato" sofrida pelo oponente russo Alexei Navalny - informou a Presidência francesa em um comunicado.

Em uma conversa com Putin pela manhã, Macron "expressou sua profunda preocupação com o ato criminoso" cometido contra Navalny e "enfatizou a necessidade de esclarecê-lo sem demora", acrescentou a nota do Palácio Eliseu.

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O presidente francês acrescentou que a França, com base em suas próprias análises, "compartilhou as conclusões de seus sócios europeus" de que o adversário de Putin foi vítima de "envenenamento com a ajuda de um neurotóxico [do grupo] Novichok".

Yevgeny Prigozhin, um polêmico empresário próximo ao presidente russo Vladimir Putin, prometeu nesta quarta-feira (26) "arruinar" o opositor Alexei Navalny, que permanece em estado de coma em Berlim depois de um suposto envenenamento.

Prigozhin, também conhecido como o "cozinheiro de Putin", já que sua empresa de restaurantes Concord trabalhou para o Kremlin, é suspeito de envolvimento com uma "fábrica de trols" que Washington acusa de tentar influenciar as eleições americanas e também com o grupo de mercenários Wagner.

Prigozhin tem a intenção de obter o pagamento de 88 milhões de rublos (1,17 milhão de dólares) de Navalny e seu aliado Liubov Sobol pelos supostos prejuízos provocados pela publicação de uma das investigações do opositor, informou a assessoria de imprensa da Concord.

"Tenho a intenção de arruinar este grupo de pessoas sem escrúpulos", afirmou Prigozhin em um comunicado da empresa.

Ele indicou que uma empresa de restaurantes em escolas, que assinou um acordo com a Concord, foi prejudicada após a publicação de um vídeo de Navalny.

"Se Navalny entregar sua alma a Deus, não tenho a intenção de persegui-lo neste mundo (...). Se sobreviver, terá que responder ao rigor da lei russa", acrescentou.

Navalny e sua equipe denunciam a corrupção das elites russas com a publicação de investigações que são lidas por milhões de pessoas nas redes sociais.

O principal opositor do Kremlin segue hospitalizado em Berlim, onde os médicos alemães afirmaram ter encontrado "sinais de envenenamento" em seu organismo.

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