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O líder norte-coreano Kim Jong Un supervisionou os testes de dois mísseis de cruzeiro lançados a partir de um submarino, informou a imprensa estatal nesta segunda-feira (29), em meio a tensões crescentes entre Coreia do Norte e Coreia do Sul.

Os dois mísseis Pulhwasal-3-31 "voaram no céu acima do Mar do Leste... para atingir o alvo insular" no domingo, afirmou a agência estatal de notícias estatal KCNA, acrescentando que Kim Jong Un "guiou" o lançamento.

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Segundo a KCNA, os mísseis permaneceram no ar por 7.421 segundos e 7.445 segundos, mas a agência não informou a distância percorrida ou se foram lançados abaixo ou acima da superfície do mar.

O Exército sul-coreano anunciou no domingo que detectou mísseis de cruzeiro lançados nas águas próximas à área de Sinpo, na Coreia do Norte.

O Pulhwasal-3-31 é uma nova geração de míssil de cruzeiro estratégico que Pyongyang afirmou ter testado pela primeira vez na quarta-feira da semana passada, com vários disparos em direção ao Mar Amarelo.

Os testes de domingo a partir de um submarino "não tiveram nenhum impacto na segurança de um país vizinho e não têm nada a ver com a situação regional", afirmou a KCNA.

A agência acrescentou que Kim "expressou grande satisfação" com os lançamentos, "que têm importância estratégica na execução do plano de modernização militar que pretende criar uma força naval poderosa".

O líder norte-coreano também inspecionou "a construção de um submarino nuclear" e discutiu questões relacionadas com a fabricação de navios, segundo a imprensa estatal..

A capacidade norte-coreana de lançamento a partir do mar não é clara. Testes anteriores foram realizados a partir de navios mais antigos ou de uma plataforma subaquática.

Em março do ano passado, a Coreia do Norte lançou dois mísseis de cruzeiro que percorreram 1.500 km, segundo Pyongyang, o que permitiria atingir todo o território da Coreia do Sul e do Japão.

O Norte também possui um míssil balístico lançado por submarino (SLBM) chamado Pukguksong-3, com alcance calculado de 1.900 km. Em outubro de 2021, o país anunciou o teste bem-sucedido de uma nova versão deste míssil.

- Desenvolvimento naval -

O SLBM pode ser lançado do fundo do mar, o que significa muita mobilidade e dificulta a detecção.

A capacidade comprovada de SLBM da Coreia do Norte levaria o arsenal do país a um novo nível, ao permitir o avanço além da península coreana e uma resposta em caso de um ataque.

Aumentar o poder naval do país foi uma das decisões da reunião de fim de ano do regime. A presença de Kim para supervisionar o lançamento de domingo é um indício da direção da política de defesa para este ano, segundo analistas.

O país também realizou exercícios com o que chamou de seu "primeiro submarino de ataque tático nuclear".

Pyongyang tem acelerado os testes de armas, incluindo testes do que chamou de "sistema de arma nuclear subaquático" e de um míssil balístico hipersônico de combustível sólido.

Ao contrário dos mísseis balísticos, os testes de mísseis de cruzeiro não são proibidos pelas atuais sanções da ONU contra Pyongyang.

Os mísseis de cruzeiro tendem a ser impulsionados por jatos e voam a uma altitude mais baixa do que os mísseis balísticos mais sofisticados, tornando-os mais difíceis de detectar e interceptar.

As relações entre as duas Coreias sofreram uma acentuada deterioração nos últimos meses, com ambos os lados abandonando acordos-chave de redução de tensões, intensificando a segurança na fronteira e conduzindo exercícios ao longo da fronteira.

O líder norte-coreano Kim Jong Un voltou a ameaçar com um ataque nuclear a Coreia do Sul e ordenou acelerar os preparativos militares em face de uma "guerra" que poderia "explodir a qualquer momento", informou neste domingo (31) a agência estatal KCNA.

Kim criticou duramente os Estados Unidos em um longo discurso, ao término de uma reunião de cinco dias do comitê central do Partido dos Trabalhadores da Coreia, um encontro anual que define a direção estratégica do país.

Durante essa reunião, o partido governante anunciou o lançamento de três novos satélites espiões em 2024, a fabricação de drones e o desenvolvimento das capacidades de guerra eletrônica, informou a KCNA.

Pyongyang colocou em órbita um satélite militar espião em novembro e, desde então, afirma que o equipamento lhe proporcionou imagens de posições militares tanto americanas como sul-coreanos.

Neste ano, também realizou um número recorde de testes armamentistas, incluindo o lançamento de seu mais poderoso míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês).

Durante a reunião, Kim acusou os Estados Unidos de apresentarem "vários tipos de ameaça militar" e ordenou que seu Exército monitore de perto a situação de segurança na península e que "responda sempre com uma atitude arrasadora".

"Uma guerra pode explodir a qualquer momento na península devido aos movimentos temerários dos inimigos para nos invadir", disse Kim.

Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos intensificaram sua cooperação em matéria de defesa este ano, diante das crescentes ameaças nucleares e de mísseis por parte de Pyongyang, e ativaram recentemente um sistema para compartilhar dados em tempo real dos lançamentos de mísseis norte-coreanos.

No início de dezembro, um submarino americano de propulsão nuclear chegou ao porto sul-coreano de Busan, e Washington enviou bombardeiros de longo alcance para executar manobras com Seul e Tóquio.

Para Pyongyang, o envio de armas estratégicas, como os bombardeiros B-52, aos exercícios conjuntos na península coreana são "ações intencionalmente provocadoras dos Estados Unidos para uma guerra nuclear".

"Devemos responder rápido a uma possível crise nuclear e continuar acelerando os preparativos para pacificar o território inteiro da Coreia do Sul, mobilizando todos os meios físicos e forças, incluindo a nuclear, em caso de emergência", disse Kim.

- 'Situação de crise incontrolável' -

Na reunião, Kim disse que não continuaria buscando a reconciliação e a reunificação com a Coreia do Sul, ao destacar uma "persistente e incontrolável situação de crise" na península, que, segundo ele, foi desencadeada por Washington e Seul.

As relações entre as Coreias estão em um de seus piores momentos, depois que o Norte lançou um satélite espião que levou Seul a suspender parcialmente um acordo militar de 2018 destinado a reduzir as tensões na península.

"Acho que é um erro que não deveríamos seguir cometendo considerar as pessoas que nos declaram como seu 'principal inimigo' [...] como alguém com quem buscar reconciliação e reunificação", reportou a KCNA, citando Kim.

O líder norte-coreano ordenou a elaboração de políticas para reorganizar os departamentos que gerenciam os assuntos fronteiriços para "mudar radicalmente de rumo".

Leif Easley, professor de Relações Internacionais na Ewha University de Seul, afirmou que a ênfase que a Coreia do Norte coloca em suas "significativas capacidades nucleares" busca, na realidade, esconder os escassos êxitos econômicos que o país teve este ano.

"Muito do que publicam os veículos controlados pelo Estado é propaganda", disse Easley. "A retórica belicosa de Pyongyang sugere que suas medidas militares não têm a ver apenas com a dissuasão, mas também com sua política interna e a coerção internacional", acrescentou.

No ano passado, o Norte se declarou como uma potência nuclear "irreversível" e, posteriormente, incorporou o esse status à sua Constituição. Pyongyang assegura que seu programa nuclear é crucial para a sua sobrevivência.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou diversas resoluções instando a Coreia do Norte a deter seus programas balísticos e nucleares desde o seu primeiro teste nuclear em 2006.

O líder norte-coreano, Kim Jong Un, instou seu partido a "acelerar" os preparativos de guerra, incluindo seu programa nuclear, informou a imprensa estatal nesta quinta-feira (28, noite de quarta em Brasília).

Os comentários de Kim chegam uma semana depois de ele advertir que seu país não hesitaria em lançar um ataque nuclear em caso de "provocação" com armas atômicas.

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Kim tratou do tema na reunião plenária do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que governa o país, na qual são esperados anúncios de decisões políticas para 2024.

O herdeiro da dinastia comunista urgiu seu partido a "acelerar mais os preparativos de guerra" em diferentes setores, como o de armas nucleares e defesa civil, informou a agência de notícias oficial KCNA.

Kim garantiu que "a situação militar" na Península da Coreia se tornou "extrema" devido às ações "sem precedentes" de Washington.

Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos intensificaram a cooperação militar diante da onda de testes armamentistas dos norte-coreanos este ano, e ativaram um sistema para compartilhar informação em tempo real sobre os lançamentos de mísseis de Pyongyang.

Há algumas semanas, um submarino americano de propulsão nuclear chegou ao porto sul-coreano de Busan, e Washington enviou bombardeiros de longo alcance para executar manobras com Seul e Tóquio.

Para Pyongyang, o envio de armas estratégicas, como os bombardeiros B-52, para as manobras conjuntas na Península da Coreia são "ações intencionalmente provocadoras dos Estados Unidos para uma guerra nuclear".

O Norte lançou este ano um satélite-espião de reconhecimento, consagrou em sua constituição a condição de potência nuclear e testou seu míssil balístico intercontinental mais potente, o Hwasong-18.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, prometeu acelerar o desenvolvimento nuclear do país e advertiu o governo dos Estados Unidos a não adotar "uma decisão equivocada", depois de supervisionar o lançamento do míssil balístico intercontinental (ICBM) mais potente do país, informou a imprensa estatal nesta terça-feira (19).

"Uma manobra de lançamento do ICBM Hwasong-18 foi efetuada como uma ação militar importante para mostrar claramente aos inimigos a vontade de reação esmagadora e a força incomparável das forças estratégicas nucleares norte-coreanas", afirmou a agência KCNA.

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O Hwasong-18, o maior míssil do arsenal norte-coreano, voou pouco mais de 1.000 quilômetros e demonstrou "a capacidade de combate do ICBM", acrescentou a imprensa estatal.

Kim disse que o lançamento do míssil, com capacidade de atingir o território dos Estados Unidos, envia um "sinal claro às forças hostis" e "coloca em marcha novas tarefas importantes para o desenvolvimento das forças nucleares estratégicas" da Coreia do Norte, segundo a agência de notícias.

Ele destacou que o lançamento evidencia as opções do país caso Washington "adote uma decisão equivocada contra" Pyongyang.

"A manobra bem sucedida é uma demonstração prática da atual condição e confiabilidade das formidáveis capacidades de ataque e dissuasão de guerra nuclear sob poder das Forças Armadas da Coreia do Norte", afirmou Kim.

O Exército sul-coreano anunciou na segunda-feira que o Norte disparou um ICBM de combustível sólido, o que faz com que os mísseis sejam mais fáceis de transportar e mais rápidos de disparar que os de combustível líquido.

A KCNA divulgou fotos de Kim acompanhado de sua filha no momento em que supervisionava o lançamento.

- Informação em tempo real -

Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão ativaram nesta terça-feira um sistema para compartilhar, em tempo real, informações dos lançamentos de mísseis norte-coreanos com o objetivo de fortalecer a cooperação na área de segurança, informou o ministério sul-coreano da Defesa.

"Os três países estabeleceram o sistema para garantir a segurança de seus cidadãos (...) com a detecção e avaliação dos mísseis lançados pela Coreia do Norte em tempo real", afirmou o ministério em um comunicado.

O lançamento de segunda-feira foi a terceira vez que a Coreia do Norte testou um ICBM de combustível sólido, o que, segundo analistas, indica esforços consistentes para melhorar esta tecnologia.

O novo teste ocorreu depois de uma reunião na sexta-feira em Washington, onde os Estados Unidos e a Coreia do Sul discutiram a dissuasão nuclear em caso de um conflito com o Norte.

Washington e Seul advertiram no sábado que um ataque nuclear de Pyongyang contra eles resultaria no fim do regime norte-coreano.

Um porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Norte criticou no domingo os planos dos países aliados de ampliar o exercício militar conjunto anual em 2024 para incluir uma simulação de operação nuclear, o que chamou de "declaração aberta sobre o confronto nuclear".

A Coreia do Norte realizou um número recorde de testes armamentistas em 2023.

Em novembro, o país lançou um satélite militar, que, segundo as autoridades do país, permitiu obter imagens de áreas militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte se declarou no ano passado uma potência nuclear "irreversível" e insistiu, em várias ocasiões, que nunca renunciará a seu programa nuclear, que o regime considera essencial para sua sobrevivência.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou diversas resoluções em que pede à Coreia do Norte a interrupção de seu programa nuclear e de mísseis balísticos desde que o país realizou seu primeiro teste nuclear em 2006.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, retornou a seu país depois de concluir a "visita oficial de boa vontade" à Rússia, que abriu "um novo capítulo" nas relações entre os dois países, informou a imprensa estatal nesta terça-feira.

Kim "completou sua visita oficial à Federação da Rússia e passou pela estação ferroviária de Tumangang, a estação fronteiriça, na manhã de segunda-feira", informou a agência estatal KCNA.

Durante a viagem, o dirigente "aprofundou ainda mais a relação de camaradagem e os vínculos de amizade com o presidente russo (Vladimir) Putin e abriu um novo capítulo no desenvolvimento das relações entre a RPDC e a Rússia", afirma a agência, que utiliza a sigla do nome oficial da Coreia do Norte.

Na visita de vários dias, Kim teve uma reunião com Putin, inspecionou foguetes espaciais, aviões e submarinos, além de ter acompanhado uma demonstração militar da Frota Russa no Pacífico.

A viagem provocou inquietação entre os países ocidentais por um possível acordo de venda de armas entre Coreia do Norte e Rússia, algo que o Kremlin negou.

Analistas acreditam que a Rússia está disposta a comprar munições norte-coreanas para utilizar na Ucrânia, enquanto a Coreia do Norte tem interesse na tecnologia de satélites de Moscou.

Durante a viagem, Kim afirmou que a relação com a Rússia será a "prioridade número um" da Coreia do Norte, que historicamente tem a China como sua principal aliada e benfeitora.

Pyongyang e Moscou enfrentam sanções internacionais devido as testes de armas nucleares e à guerra na Ucrânia, respectivamente.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, expressou "sinceros agradecimentos" ao presidente Vladimir Putin ao concluir uma viagem de quase uma semana à Rússia, que abordou principalmente as questões de defesa.

A visita de Kim pela região do extremo leste russo indicou as possibilidades de cooperação militar entre Pyongyang e Moscou, que enfrentam sanções internacionais devido ao programa armamentista e à guerra na Ucrânia, respectivamente.

O dirigente norte-coreano inspecionou foguetes espaciais, aviões e submarinos russos durante a visita. Além disso, Kim e Putin trocaram rifles como presentes, um gesto simbólico após a reunião de cúpula dos governantes.

A viagem de Kim alimentou os temores ocidentais de que o isolado país asiático, que possui armamento nuclear, poderia fornecer equipamento bélico a Moscou para a invasão da Ucrânia.

A agência estatal norte-coreana de notícias KCNA afirmou nesta segunda-feira que Kim "transmitiu sinceros agradecimentos ao presidente Putin e à liderança russa pelo tratamento especial e sua hospitalidade cordial".

Ele também desejou "a prosperidade da Rússia e o bem-estar de seu povo", afirmou a agência, ao informar que o dirigente iniciou a "volta para casa".

Durante a visita, Kim disse que a Coreia do Norte, que tem a China como principal aliada e benfeitora, transformará as relações bilaterais com Moscou em sua "prioridade número um".

Analistas destacam que a Rússia deseja munições norte-coreanas para a guerra na Ucrânia, enquanto a Coreia do Norte precisa de ajuda para desenvolver sua tecnologia de satélites e melhorar seus equipamentos militares.

Na quarta-feira da semana passada, os dois líderes se reuniram no cosmódromo de Vostochni, que fica a quase 8.000 quilômetros de Moscou.

Depois do encontro, Putin citou a perspectiva de uma cooperação maior com Pyongyang e reconheceu que existem "possibilidades" na área militar.

O Kremlin, no entanto, destacou que nenhum acordo foi assinado e que não havia a intenção de assinar qualquer acordo.

- Visita a um aquário -

No domingo, Kim visitou o Aquário de Primorie, o maior da Rússia e um dos principais do mundo, ao lado de comandantes militares.

Imagens publicadas pela imprensa estatal mostraram Kim sorrindo enquanto aplaudia a apresentação de uma morsa e seu tratador.

Kim também "observou golfinhos e outros animais realizando acrobacias e visitou vários pontos do aquário", segundo a KCNA.

O líder norte-coreano também elogiou as instalações por sua "reputação como base de pesquisa científica popular" sob a liderança de Putin.

A visita de Kim à Rússia "brilhará por muito tempo na história" e consolidará "a unidade militante" entre os dois países, ao mesmo tempo que "abre um novo capítulo" nas relações, afirmou a KCNA.

Durante a reunião de cúpula, Putin também aceitou o convite de Kim para visitar a Coreia do Norte em breve.

Antes de deixara a cidade de Vladivostok, Kim recebeu cinco drones explosivos, um de reconhecimento e um colete à prova de balas como presentes do governador da região russa de Primorie, fronteiriça com a China e a Coreia do Norte.

O líder norte-coreano Kim Jong Un visitou nesta sexta-feira (15) uma fábrica da aviação militar na Rússia, depois de uma reunião na quarta-feira com o presidente Vladimir Putin, em uma viagem que pretende consolidar a aproximação entre os dois países excluídos da comunidade internacional.

Os dois países são aliados históricos e enfrentam uma série de sanções: a Rússia devido ao conflito na Ucrânia e a Coreia do Norte por seu programa armamentista, que inclui testes nucleares.

A visita do dirigente norte-coreano à Rússia é sua primeira viagem ao exterior desde a pandemia e provocou inquietação na Ucrânia, Estados Unidos e outras potências ocidentais devido à possibilidade de um acordo para venda de armas entre Moscou de Pyongyang.

A Coreia do Norte busca a ajuda da Rússia para desenvolver seu programa de mísseis e funcionários do governo americano e analistas afirmam que Moscou deseja comprar munições norte-coreanas para usar na Ucrânia.

Dois dias após a reunião com o presidente russo no cosmódromo de Vostochni, Kim chegou em seu trem blindado a Komsomolsk do Amur, onde foi recebido pelo governador regional Khabarovsk, Mikhail Degtiarev.

Kim visitou uma fábrica aeronáutica de equipamentos civis e militares no polo industrial do extremo leste russo, informaram as autoridades de Moscou.

O norte-coreano acompanhou a produção de caças Sukhoi Su-35 e Su-57 e observou um voo de teste.

"Vemos potencial de cooperação tanto na área de fabricação de aviões como em outras indústrias", afirmou o vice-primeiro-ministro russo do Comércio e Indústria, Denis Manturov, que acompanhou Kim na visita.

"Isto é particularmente importante para cumprir as tarefas que nossos países enfrentam para alcançar a soberania tecnológica", acrescentou.

- Viagem em trem blindado -

O líder norte-coreano partiu em seu trem blindado de Pyongyang no domingo (10), mas só chegou à fronteira com a Rússia, uma viagem de 500 quilômetros, na terça-feira (12).

Na quarta-feira, Kim se reuniu com Putin durante mais de duas horas no cosmódromo de Vostochni, também no extremo leste russo.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, informou na quinta-feira que a visita de Kim seria prolongada "por mais alguns dias" e anunciou que Putin aceitou um convite do dirigente norte-coreano para viajar a seu país.

Esta será a segunda viagem do presidente russo à Coreia do Norte. Em julho de 2000, pouco depois de assumir a presidência, ele seu reuniu em Pyongyang com o pai do atual líder norte-coreano, Kim Jong Il.

Mais de duas décadas depois, a Rússia enfrenta um isolamento sem precedentes imposto pelas potências ocidentais devido à ofensiva na Ucrânia e Putin busca retomar as alianças da era soviética.

As autoridades russas também anunciaram que Kim visitará o porto de Vladivostok para acompanhar uma "demonstração" da capacidade militar da frota russa no Pacífico.

- EUA consulta Japão e Coreia do Sul -

A reunião entre os dois governantes gerou preocupação no Ocidente devido à possibilidade de negociação sobre um acordo de armas.

A Casa Branca informou que o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, entrou em contato com os homólogos do Japão e da Coreia do Sul para comentar o encontro.

Eles destacaram que "qualquer exportação de armas norte-coreanas para a Rússia seria uma violação direta de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, incluindo algumas que a Rússia aprovou", afirmou o governo americano.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, afirmou que está disposto ter uma reunião com Kim "sem condições prévias", afirmou uma fonte do governo nipônico.

Kishida já havia mencionado a disponibilidade para iniciar um diálogo com Kim, mas desta vez a declaração acontece em um momento de grande tensão na região, após o encontro entre Kim e Putin.

"Gostaríamos de manter conversações de alto nível sob o controle direto do primeiro-ministro para obter uma reunião de cúpula o mais rápido possível", disse o secretário-chefe de gabinete do governo japonês, Hirokazu Matsuno.

Seul estuda a possibilidade de impor novas sanções a Moscou e Pyongyang, em caso de um acordo armamentista.

"Se a Coreia do Norte alcançar um acordo sobre o comércio de armas após a reunião com a Rússia, isto seria um ato que ameaçaria gravemente a paz e a segurança na península coreana", afirmou o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Park Jin.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de adotar sanções adicionais, ele respondeu: "Estamos considerando todas as opções".

O presidente russo, Vladimir Putin, aceitou um convite do líder Kim Jong Un para visitar a Coreia do Norte, informou nesta quinta-feira (14) a agência de notícias estatal KCNA.

Após uma reunião realizada na véspera na Rússia, "Kim Jong Un convidou Putin para visitar a Coreia do Norte quando for conveniente", divulgou a KCNA. "Putin aceitou o convite com prazer e reafirmou sua vontade de avançar com a história e tradição de amizade entre os dois países", acrescentou.

Kim disse nesta quarta-feira a Putin que está certo de que a Rússia irá alcançar "uma grande vitória" contra os seus inimigos, enquanto os aliados ocidentais da Ucrânia alertaram para um possível acordo armamentista entre a Rússia e a Coreia do Norte.

A Rússia tornou-se um pária para o Ocidente após invadir a Ucrânia no ano passado, e busca fortalecer suas alianças com outros países isolados.

Kim Jong Un, o ditador de terceira geração, planeja se encontrar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, informou a mídia estatal de ambos os países na segunda-feira (11) - a primeira confirmação oficial da cúpula entre os dois líderes. Os relatórios não especificaram quando ou onde especificamente a conversa ocorrerá.

A viagem marcará a primeira viagem internacional de Kim em mais de quatro anos. O ditador partiu de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, na tarde de domingo no horário local, e pegou seu trem pessoal à prova de balas, informou a mídia estatal da Coreia do Norte. Fotos mostraram Kim, que estava acompanhado por altos funcionários do partido, do governo e militares, acenando para os norte-coreanos da porta do trem. O relatório não mencionou se Kim já havia chegado à Rússia.

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Autoridades dos EUA disseram esperar que Kim se reunisse em breve com Putin, onde os dois poderiam avançar nas negociações sobre a venda de munições de Pyongyang para ajudar Moscou a reabastecer seus suprimentos para a guerra na Ucrânia.

Putin está programado para viajar na segunda e terça-feira para Vladivostok, a cerca de 1.200 quilômetros de Pyongyang, e participar do Fórum Econômico Oriental, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Kim e Putin conheceram-se em Vladivostok em 2019, o único encontro presencial até à data.

Peskov disse a um meio de comunicação russo na segunda-feira que não havia planos para conversações entre Putin e Kim no fórum econômico, que termina na quarta-feira.

O líder norte-coreano Kim Jong Un disse que seu país aspira à força nuclear mais poderosa do mundo ao comemorar o lançamento de seu mais novo míssil balístico intercontinental (ICBM), informou a mídia estatal neste domingo (27).

Kim também promoveu mais de 100 funcionários e cientistas por seu trabalho no Hwasong 17, que os analistas chamam de "míssil monstro" e que acredita-se que possa atingir o território continental dos Estados Unidos, poucos dias depois de seu lançamento em um teste.

Kim saudou o novo ICBM como "a arma estratégica mais poderosa do mundo" e disse que os cientistas norte-coreanos deram "um salto maravilhoso no desenvolvimento tecnológico da montagem de ogivas nucleares em mísseis balísticos", informou a agência de notícias oficial KCNA.

Construir a força nuclear para proteger a dignidade e a soberania do Estado e do povo "é a maior e mais importante causa revolucionária, e seu objetivo é ter a força estratégica mais poderosa, a força absoluta sem precedentes no século", disse Kim na cerimônia.

Os oficiais e cientistas promovidos demonstraram ao mundo o "objetivo de construir o exército mais forte do mundo", acrescentou.

O veículo de lançamento Hwasong 17 foi proclamado "Herói da RPDC (Coreia do Norte)", disse a KCNA em um relatório separado. "Demonstrou claramente ao mundo que a RPDC é uma potência nuclear de pleno direito", segundo a agência.

Hong Min, do Instituto Coreano de Unificação Nacional, comentou que a celebração do lançamento do Hwasong 17 visa elevar a imagem de seu país como uma potência nuclear.

"Se o Hwasong 15 de 2017 se concentrou em se tornar o país que pode ameaçar a pátria dos EUA com armas nucleares, o novo míssil pretende torná-lo o Estado mais poderoso com mísseis balísticos", disse ele.

Desde 2006, o Conselho de Segurança da ONU aprovou várias resoluções impondo sanções contra Pyongyang por sua atividade nuclear e de mísseis.

Durante uma sessão de fotos no sábado com autoridades e cientistas envolvidos no lançamento do míssil, Kim pediu "reforço ilimitado da força defensiva", disse a KCNA.

Kim exortou cientistas e trabalhadores a "expandir e fortalecer o elemento nuclear de dissuasão a uma velocidade excepcionalmente rápida".

O jornal oficial Rodong Sinmun publicou várias fotos de Kim com sua "amada filha", que apareceu pela primeira vez em fotos públicas durante o lançamento do ICBM na semana passada. Até então, a imprensa estatal nunca havia mencionado os filhos de Kim. Na verdade, a publicação da semana foi a primeira confirmação oficial de que ele tem uma filha, segundo especialistas.

As imagens mostram uma garota que se acredita ser a segunda filha de Kim, Ju Ae, vestida com um casaco de pele preto no braço de seu pai enquanto passa pelo míssil gigante.

O dirigente norte-coreano Kim Jong Un criticou duramente a resposta do país à pandemia e ordenou que o exército ajude na distribuição de medicamentos, informou nesta segunda-feira (16) a imprensa estatal, depois de revelar que 50 pessoas morreram no primeiro surto de Covid-19 no país.

Mais de um milhão de pessoas foram infectadas no que Pyongyang chama de "febre", segundo a imprensa oficial, embora Kim tenha ordenado confinamentos nacionais para frear a propagação da doença entre a população, que não foi vacinada contra a covid.

Kim "criticou de modo veemente" os funcionários da área de saúde pelo que considerou uma resposta deficiente à prevenção epidêmica, segundo a agência oficial de notícias KCNA.

O líder do país ordenou que a comissão militar atuasse "para estabilizar imediatamente o fornecimento de medicamentos na cidade de Pyongyang envolvendo as poderosas forças do ramo médico do Exército Popular", informou a KCNA.

O surto, que segundo Kim causou "grandes distúrbios", atinge um país que não possui vacinas contra a covid-19, medicamentos antivirais ou capacidade de testagem em massa.

De acordo com a KCNA, Kim afirmou no domingo que "as ordens não foram devidamente seguidas e os medicamentos não foram fornecidos às farmácias".

Também fez críticas ao afirmar que as farmácias não cumpriram a ordem de funcionar durante 24 horas por dia.

Segundo a mídia estatal, 50 pessoas morreram, 1.213.550 sofrem de febre e pelo menos 564.860 estão sob tratamento médico.

Kim assumiu a liderança na resposta à crise de saúde da Coreia do Norte, com reuniões quase diárias da comissão de emergência.

"Ao visitar uma farmácia, Kim Jong Un viu a escassez de remédios na Coreia do Norte", disse à AFP Cheong Seong-jan, pesquisador do Instituto Sejong. "A situação poderia ter sido pior do que esperava".

A Coreia do Norte mantém um rígido bloqueio ao exterior para se defender do coronavírus desde o início da pandemia, embora especialistas tenham dito que, com a presença da variante ômicron na região, seria uma questão de tempo até que a covid-19 se espalhasse pelo país.

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, supervisionou pessoalmente o disparo de um "novo tipo" de míssil balístico intercontinental e afirmou que seu país está preparado para um "confronto a longo prazo" com os Estados Unidos, informou a imprensa estatal nesta sexta-feira.

Pyongyang lançou na quinta-feira (25) pela primeira vez desde 2017 um míssil intercontinental de pleno alcance, que chegou mais alto e mais longe do que qualquer projétil previamente testado pelo país, que tem capacidade nuclear.

O teste do "novo tipo de míssil balístico intercontinental", o Hwasong-17, foi realizado sob a "orientação direta" do líder Kim, informou a agência KCNA.

Ele afirmou que a nova arma "desempenhará sua missão como uma poderosa dissuasão ante uma guerra nuclear" e "tornará o mundo claramente consciente do poder" das forças armadas estratégicas do país", segundo declarações colhidas pela agência.

O país tem "uma formidável capacidade militar e técnica, imperturbável diante de qualquer ameaça militar ou chantagem", e está "totalmente preparado para um confronto de longo prazo com os imperialistas americanos", acrescentou.

O Hwasong-17 é um míssil balístico intercontinental (ICBM) gigantesco exibido pela primeira vez em um desfile em outubro de 2020 e definido como um "míssil monstro" por analistas.

Seu primeiro teste provocou indignação entre os países vizinhos e o governo dos Estados Unidos, que decretou novas sanções contra entidades e indivíduos na Coreia do Norte e na Rússia, acusadas de "transferir artigos sensíveis ao programa de mísseis" de Pyongyang.

- Supervisão de Kim -

A mídia estatal exibiu imagens de Kim caminhando na pista do aeroporto, em frente ao longo míssil ou celebrando com outras autoridades o lançamento.

"O míssil, lançado do aeroporto internacional de Pyongyang, deslocou-se a uma altitude máxima de 6.248,5 km e voou 1.090 km por 4.052 segundos antes de atingir com precisão uma área predefinida em águas abertas" no Mar do Japão, detalhou a KCNA.

O exército da Coreia do Sul calculou o alcance do míssil em 6.200 quilômetros, muito além da estimativa para o Hwasong-15, que Pyongyang testou em outubro de 2017.

O projétil caiu na zona econômica exclusiva do Japão, que provocou uma resposta furiosa de Tóquio. A KCNA garante que o lançamento foi feito "no modo vertical em consideração à segurança dos países vizinhos".

"A Coreia do Norte fez um progresso qualitativo importante", declarou à AFP o analista de segurança Ankit Panda.

"Os norte-coreanos estão no limiar de aumentar significativamente a ameaça aos Estados Unidos", advertiu, antes de apontar que este ICBM pode transportar várias ogivas e evitar de maneira mais fácil os sistemas de defesa antimísseis.

Seul, Washington e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticaram o lançamento, que violou as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que se reunirá nesta sexta-feira em caráter de emergência.

- Ruptura da moratória -

Apesar das sanções internacionais mais severas por seu programa armamentista e nuclear, a Coreia do Norte executou uma dezena de testes desde o início do ano.

Pyongyang suspendeu oficialmente os testes de longo alcance enquanto o dirigente Kim Jong Un participava em negociações de alto nível com o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Mas as conversações fracassaram em 2019 e estão paralisadas desde então.

O país havia alertado este ano que poderia abandonar a moratória, enquanto Washington e Seul alertaram que o disparo de um ICBM estava sendo preparado, com lançamentos de componentes do Hwasong-17 camuflados como satélites.

Na semana passada, a Coreia do Sul relatou um teste fracassado no mesmo aeroporto de Pyongyang: o projétil teria explodido no céu da capital. Analistas afirmaram que era o Hwasong-17.

A KCNA indicou que o teste mais recente demonstrou que a arma atende aos "requisitos de design" e pode ser usada "em tempos de guerra".

"Este teste parece 'compensar' o lançamento frustrado da semana passada", declarou à AFP Soo Kim, analista da Rand Corporation e ex-funcionária da CIA. "O regime parece bastante satisfeito com o resultado", acrescentou.

Os avanços acontecem às vésperas do 110º aniversário do nascimento de Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual líder, em 15 de abril. O regime costuma usar as efemérides para demonstrar sua capacidade militar.

Também ocorrem em um momento instabilidade internacional e regional, consequência do conflito na Ucrânia e do período de transição na Coreia do Sul até a posse do presidente eleito Yoon Suk-yeol em maio.

Donald Trump ofereceu ao líder norte-coreano Kim Jong Un uma carona para casa no avião Air Force One após a reunião de cúpula de Hanói há dois anos, informa um documentário da BBC.

Inicialmente, Kim e Trump travaram uma batalha verbal e trocaram ameaças, antes de uma extraordinária amizade diplomática que se traduziu em dois encontros e uma declaração de amor do ex-presidente dos Estados Unidos.

Nenhum avanço significativo foi registrado e o processo ficou paralisado após o encontro de Hanói, que terminou de modo abrupto na questão sobre o alívio das sanções e o que Pyongyang estava disposta a ceder em troca.

De acordo com o documentário da BBC, com o título "Trump Takes on the World", o ex-presidente americano "surpreendeu até os diplomatas mais experientes" com a oferta de carona até seu país a Kim no Air Force One depois do encontro de 2019 no Vietnã.

Se Kim tivesse aceitado a oferta, o líder norte-coreano - e provavelmente algumas pessoas de seu entorno - teria entrado no avião presidencial americano, assim como a aeronave teria penetrado no espaço aéreo norte-coreano, o que provocaria várias questões de segurança.

"O presidente Trump ofereceu a Kim uma carona no Air Force One", declarou à BBC Matthew Pottinger, principal especialista para Ásia no Conselho de Segurança Nacional de Trump.

"O presidente sabia que Kim havia feito uma viagem de vários dias de trem através da China até Hanói e o presidente disse: 'Eu posso levá-lo para casa em duas horas, se você desejar'. Kim recusou".

Para sua primeira reunião com Trump em Singapura em 2018, Kim viajou em um avião da Air China. As autoridades chinesas estão interessadas em manter a Coreia do Norte - cuja existência como Estado-tampão mantém as tropas americanas na Coreia do Sul longe da fronteira da China - sob sua esfera de influência.

Durante a reunião de Singapura, Trump mostrou a Kim o interior de seu veículo presidencial - um Cadillac de 1,5 milhão de dólares conhecido como "A Fera", em uma demonstração de amizade.

Mas no mês passado. Kim declarou que Washington é o "maior inimigo" de seu país, que possui a arma nuclear, e afirmou que a a política dos Estados Unidos contra a Coreia do Norte "nunca mudará" independente de "quem está no poder".

A imprensa estatal norte-coreana ainda não citou o nome de Joe Biden, que venceu Trump na eleição presidencial de novembro.

O dirigente norte-coreano Kim Jong Un presidiu uma reunião do gabinete político sobre os preparativos para um raro congresso do partido que governa o país (será o primeiro em cinco anos), programado para janeiro, anunciou a imprensa estatal.

O congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que previsivelmente resultará na elaboração de um novo plano político e econômico para o país, será o oitavo da história.

O evento acontecerá um pouco antes da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em 20 de janeiro, quando as negociações entre Pyongyang e Washington sobre a questão nuclear estão paralisadas.

O regime norte-coreano está sob forte pressão financeira, consequência do impacto da pandemia, das sanções internacionais e das inundações registradas no verão.

Durante a reunião do gabinete político, na terça-feira, foi decidido que o congresso acontecerá em janeiro, informou a agência oficial KCNA, que não divulgou a data exata.

A Coreia do Norte enfrenta há vários anos graves problemas de má gestão econômica e um plano anterior foi discretamente abandonado há alguns meses.

Em agosto, uma reunião do partido concluiu que os "objetivos de melhoria econômica nacional sofriam graves atrasos".

Em outubro, Kim ordenou uma campanha de 80 dias para estimular a economia.

Antes do sétimo congresso, que aconteceu em 2016, uma campanha similar foi organizada. Na época, um novo plano quinquenal foi anunciado.

Aquele congresso foi o primeiro do tipo em 36 anos.

Pyongyang pretende transformar o emblemático balneário do monte Kumgang em um complexo turístico internacional, anunciou neste domingo (20) a imprensa oficial, um ano após a destruição dos prédios construídos pela Coreia do Sul por ordem do líder Kim Jong Un.

O balneário, símbolo da cooperação econômica entre as duas Coreias, foi construído por Hyundai Asan, uma filial do grupo sul-coreano Hyundai.

O objetivo era atrair milhares de turistas sul-coreanos para o monte Kumgang, que significa "a montanha do diamante", considerada um dos lugares mais bonitos da península.

No ano passado, durante um período de tensões entre as duas Coreias, Kim ordenou a destruição das instalações "em ruínas" que o Sul havia construído, comparando-as com "barracas improvisadas instaladas em uma região destruída".

A agência de notícias KCNA informou que o primeiro-ministro norte-coreano Kim Tok Hun visitou o local e destacou a "necessidade de reconstruir a estação turística ao nosso estilo" para transformá-la em um "complexo turístico invejado pelo mundo inteiro".

O líder norte-coreano Kim Jong Un ordenou o início de uma campanha nacional de 80 dias para estimular a combalida economia do país, antes da organização, em janeiro, de um congresso excepcional do partido único, anunciou a imprensa estatal.

A decisão, adotada durante uma reunião do Partido dos Trabalhadores, acontece após graves inundações e durante a pandemia do novo coronavírus, fatores que agravaram ainda mais a situação no país isolado.

As campanhas de mobilização em larga escala, nas quais os norte-coreanos devem trabalhar por horas extras e assumir novas tarefas, são frequentes no país em momentos de eventos extraordinários.

"Conseguimos proezas históricas graças aos nossos esforços, superando testes e dificuldades sem precedentes este ano, mas não devemos descansar sobre os louros", afirmou a agência estatal KCNA.

"Temos desafios importantes pela frente e objetivos que devem ser alcançados este ano", insistiu a KCNA.

O nível de participação da população nestas campanhas é monitorado e usado como um termômetro para medir a lealdade dos cidadãos ao regime. Grupos de defesa dos direitos humanos classificam as campanhas como trabalho forçado.

A economia norte-coreana foi muito afetada pelas sanções internacionais que desejam forçar Pyongyang a abandonar seu programa nuclear, que se desenvolveu muito rapidamente desde que Kim chegou ao poder.

Analistas esperam que o país apresente detalhes sobre os novos programas durante o 75º aniversário do Partido dos Trabalhadores no sábado.

A imprensa norte-coreana divulgou nesta quarta-feira (26) imagens de Kim Jong Un presidindo uma reunião dedicada ao coronavírus e à chegada iminente de um tufão ao país, no momento em que o estado de saúde do dirigente alimenta todo tipo de especulações no exterior.

O serviço de inteligência sul-coreano afirmou que líder norte-coreano delegou parte de suas prerrogativas à irmã Kim Yo Jong devido ao "estresse".

Um ex-assessor do falecido presidente sul-coreano Kim Dae-jung chegou a afirmar no Facebook que pensava que Kim estava em coma, mas sem apresentar qualquer prova.

Kim, no entanto, apareceu para presidir a importante reunião da comissão do Partido dos Trabalhadores, que teria acontecido na terça-feira para abordar as maneiras de enfrentar a pandemia, informou a agência oficial KCNA.

A Coreia do Norte, que fechou rapidamente as fronteiras quando a COVID-19 iniciou a propagação na vizinha China, não confirmou nenhum caso de contágio em seu território. Uma epidemia seria desastrosa no país, com infraestruturas de saúde insuficientes.

O jornal Rodong Sinmun publicou fotografias da reunião da comissão, que mostram Kim vestido de branco e discursando aos colaboradores. Em uma imagem ele parece estar fumando.

Kim admitiu "algumas lacunas" na prevenção e pediu medidas mais contundentes para remediar as "carências", de acordo com a KCNA.

No mês passado, Pyongyang ordenou o confinamento da cidade de Kaesong, próxima da fronteira com a Coreia do Sul, e afirmou que um desertor foi detido depois de entrar ilegalmente a partir do território sul-coreano e que ele era suspeito de ser positivo para o novo coronavírus.

As restrições foram retiradas posteriormente e o possível caso de COVID-19 nunca foi confirmado.

A reunião presidida por Kim também abordou as medidas que devem ser adotadas para proteger a população e as colheitas da aproximação do tufão Bavi.

O estado de saúde do líder norte-coreano é um segredo de Estado muito bem guardado, em um país fechado e sem liberdade de imprensa. Os rumores sobre Kim são recorrentes e até os serviços de inteligência sul-coreanos se equivocam com frequência sobre a situação na Coreia do Norte.

Em abril, os alarmes voltaram a disparar quando Kim não fez aparições públicas por três semanas e nenhuma foto oficial do dirigente foi divulgada durante as celebrações do aniversário de nascimento de seu avô, Kim Il Sung, fundador do regime, uma data muito importante no calendário político norte-coreano.

O norte-coreano Kim Jong Un classificou sua relação com o presidente americano, Donald Trump, como "filme de fantasia", segundo a editora de um livro que será publicado em 15 de setembro e que revela a correspondência entre os dois governantes.

A relação entre os dois líderes está no centro da diplomacia entre Washington e Pyongyang, uma relação que passou de trocas de insultos e ameaças de guerra a uma declaração de amor de Trump.

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Para o trabalho, o jornalista investigativo americano Bob Woodward obteve as 25 cartas "nunca publicadas até agora" que os dois governantes trocaram, de acordo com a editora Simon & Schuster.

Nas cartas, "Kim descreve o vínculo entre os dois líderes como digno de um 'filme de fantasia'", afirma editora na página do livro na Amazon.

Com o título "Rage" (Raiva), o livro é uma sequência de "Medo: Trump na Casa Branca", publicado em 2018.

Trump e Kim se reuniram três vezes, a primeira delas em um encontro de cúpula histórico em junho de 2018 em Singapura.

As negociações sobre a desnuclearização da Coreia do Norte, no entanto, não avançaram muito e passam por uma estagnação desde o fiasco do segundo encontro de cúpula em fevereiro de 2019 em Hanói.

Isto não impediu Trump de elogiar com frequência sua relação com Kim.

"Ele escreveu cartas bonitas, são ótimas cartas. Nós nos apaixonamos", afirmou Trump em um comício em setembro de 2018.

Woodward, repórter do Washington Post, é famoso por ter revelado, ao lado de Carl Bernstein, o escândalo de Watergate, que provocou a renúncia do presidente Richard Nixon em 1974.

Trump tentou em várias ocasiões desacreditar o livro anterior de Woodward, que chamou de "piada" e "fraude". Mas em janeiro anunciou que se encontrou com o jornalista para esta nova obra.

O líder norte-coreano Kim Jong Un assumiu neste domingo (26) pela primeira vez que "o vírus" pode ter entrado no país, ao confirmar o primeiro caso de suspeita de infecção pelo novo coronavírus, de acordo com informações da imprensa estatal. Diante das suspeitas foi declarado lockdown (bloqueio total) na cidade de Kaesong, próxima da fronteira com a Coreia do Sul, desde a tarde de sexta-feira.

Se esse paciente for oficialmente declarado com Covid-19 este será o primeiro caso confirmado no país. Até agora a Coreia do Norte tem afirmado veementemente que não teve nenhum caso da doença. Tal alegação, entretanto, é questionada por especialistas externos.

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A Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA, em inglês) informou que o caso suspeito é de um fugitivo do país que cruzou a fronteira há três anos e retornou ilegalmente no início da semana passada.

De acordo com a KCNA, amostras de secreção das vias aéreas e exames de sangue indicam que o paciente "é suspeito de ter sido infectado" pelo coronavírus e foi colocado em quarentena. Pessoas que estiveram em contato com o paciente e as que estiveram em Kaesong nos últimos cinco dias também foram colocadas em quarentena.

Com uma população estimada em 200 mil pessoas, a cidade de Kaesong está localizada próxima da zona desmilitarizada (DMZ) que separa as duas Coreias. O local já abrigou o complexo industrial conjunto das Coreias, fechado desde 2016 em meio a tensões nucleares.

No mês passado, a Coreia do Norte explodiu um escritório que intermediava as relações entre os dois países em Kaesong em protesto contra uma campanha de ativistas sul-coreanos que estavam enviando panfletos anti-Pyongyang através da fronteira. As informações são da Associated Press.

Os promotores de Seul abriram uma investigação sobre Kim Yo Jong, a irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, sobre a destruição do escritório de ligação intercoreano no mês passado, disseram as autoridades nesta quinta-feira (16).

Os promotores do distrito central receberam uma denúncia de um advogado que trabalha em Seul e iniciaram uma investigação, disse um porta-voz à AFP.

No mês passado, Pyongyang destruiu o edifício de escritórios de ligação intercoreana, alguns dias depois de sua irmã e conselheira dizer que era "inútil" e que em breve seria "completamente derrubado".

Antes da demolição, a Coreia do Norte havia criticado os panfletos de propaganda que chegam ao seu país vindos do Sul.

Em sua denúncia, o advogado Lee Kyung-jae afirma que o prédio destruído é propriedade da Coreia do Sul e que foi renovado com dinheiro do governo sul-coreano, apesar de estar no Norte.

Segundo o advogado, Kim Jong Un "usou explosivos para destruir (...) a missão quase-diplomática que serviu ao interesse público" da Coreia do Sul.

Lee também abriu um processo contra Pak Jong Chon, o chefe de Estado Maior do exército norte-coreano.

Na prática, é provavelmente impossível que as autoridades de Seul apliquem qualquer tipo de sanção contra Kim Yo Jong ou Pak Jong Chon, mas o advogado disse que quer "informar o povo norte-coreano da hipocrisia de seus líderes".

As relações entre as duas Coreias continuam tensas desde o fracasso de uma cúpula no ano passado no Vietnã entre Kim Jong e o presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o programa nuclear norte-coreano.

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