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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar sobre a guerra na Ucrânia em um evento diplomático. Desta vez, na cúpula do Brics, que acontece em Johannesburgo, na África do Sul. Durante o principal discurso da cúpula, Lula disse que o bloco - formado por Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul - deve atuar para favorecer o entendimento e reiterou a disposição do Brasil de ajudar a mediar a paz.

O conflito tem sido abordado por Lula em praticamente todos os espaços diplomáticos que participou desde que retornou à presidência este ano. Declarações sobre o tema também aconteceram em agendas de outra natureza e enquanto ele era candidato. Com a manutenção dos laços com Moscou, as declarações muitas vezes destoam uma da outra.

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Lula chegou a declarar em janeiro, durante a visita do chanceler alemão Olaf Scholz ao Brasil, que a Rússia estava errada em invadir a Ucrânia, mas também sinalizou para culpa do próprio país invadido. "Continuo achando que quando um não quer, dois não brigam", afirmou. Em maio, ao participar do G-7, no entanto, Lula disse que condenava a violação da integridade territorial da Ucrânia.

Um elemento comum nos discursos, no entanto, é a disposição do Brasil para ser mediador pela paz do conflito, algo que muitos analistas consideram irreal hoje. O presidente brasileiro já falou na formação de um clube de nações pela paz, cessar-fogo para discutir um acordo e na necessidade de ambos presidentes em guerra, Vladimir Putin e Volodmir Zelenski, estarem dispostos a ceder exigências. Na cúpula do Brics, Lula reiterou que a paz é "dever coletivo e imperativo".

'Tão responsável quanto Putin'

Em maio de 2022, Lula, então pré-candidato à presidência, afirmou à revista americana Time que Zelenski era tão responsável pelo conflito quando Putin. "Esse cara (Zelenski) é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado", disse. "(...) o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo."

Na mesma entrevista, Lula também apontou para uma responsabilidade dos Estados Unidos e da Europa para o estopim da guerra. "Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a Otan? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: 'A Ucrânia não vai entrar na Otan'. Estaria resolvido o problema", afirmou na época.

'Continuo achando que quando um não quer, dois não brigam'

Durante a visita do chanceler alemão Olaf Scholz ao Brasil, Lula, já presidente, voltou a responsabilizar a Ucrânia pela guerra contra a Rússia. "Continuo achando que quando um não quer, dois não brigam", declarou. A declaração viria a ser repetida em abril, em entrevista coletiva antes de deixar Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, no fim de uma viagem à Ásia.

O presidente brasileiro também negou o envio de armamentos para a Ucrânia no encontro com Scholz e reiterou a posição por uma saída pacífica. "O Brasil não tem interesse em passar munições para que sejam utilizadas na guerra entre Ucrânia e Rússia. O Brasil é um país de paz. Nesse momento, precisamos encontrar quem quer a paz, palavra que até agora foi muito pouco utilizada."

'É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz'

Na viagem que fez à China em abril, Lula defendeu a criação de um grupo de países dispostos a buscar a paz na região em conversas com o líder chinês Xi Jinping e criticou os Estados Unidos e a Europa pelo fornecimento de armas. Para o brasileiro, o apoio à Ucrânia acaba por incentivar a continuidade da guerra.

"É preciso ter paciência com o presidente da Rússia, é preciso ter paciência com o presidente da Ucrânia. Mas é preciso, sobretudo, convencer os países que estão fornecendo armas e incentivando a guerra pararem", disse Lula a jornalistas em Pequim. "É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz", completou.

As declarações do brasileiro contra a posição dos EUA e a Europa foram duramente criticadas por Washington e pela União Europeia, que acusaram Lula de aderir à propaganda russa. "Nós acreditamos que é profundamente problemático como o Brasil abordou de forma substancial e retórica esta questão, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra", disse John Kirby, porta-voz de Segurança Nacional da Presidência dos EUA, sem citar Lula. "Francamente, neste caso, o Brasil está repetindo propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos."

'Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia'

Após as críticas, Lula mudou de tom e passou a evitar fazer declarações direcionadas à Europa e os Estados Unidos. Em maio, na cúpula do G-7, Lula deu sua declaração mais enfática repudiando a invasão russa na Ucrânia. "Em linha com a Carta das Nações Unidas, repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia", disse.

"Ao mesmo tempo, a cada dia em que os combates prosseguem, aumentam o sofrimento humano, a perda de vidas e a destruição de lares. Tenho repetido quase à exaustão que é preciso falar da paz", acrescentou.

A condenação, no entanto, deixa dúvidas sobre detalhes do conflito, como a Crimeia, por exemplo. Anexada em 2014 do território ucraniano pela Rússia, a retomada da península está nos planos ucranianos para a guerra. Em abril, no entanto, o presidente brasileiro chegou a dizer que a Ucrânia deveria ceder a Crimeia à Rússia para alcançar a paz.

O ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta sexta-feira (25) que neutralizou 42 drones ucranianos perto da Crimeia, na maior tentativa recente de ataque aéreo contra a península, onde a Ucrânia reivindicou na véspera uma incursão terrestre de suas forças especiais.

O território, anexado por Moscou em 2014, é um alvo frequente das tropas ucranianas desde o início da ofensiva russa, mas nas últimas semanas Kiev intensificou os ataques.

"Nove drones foram destruídos depois que dispararam sobre o território da República da Crimeia. E 33 drones foram neutralizados por meios de guerra eletrônica e caíram sem atingir seu alvo", informou o ministério russo no Telegram.

O comunicado não cita possíveis danos ou vítimas após a tentativa de ataque, ou devido à queda dos drones abatidos.

O governador nomeado por Moscou para Sebastopol, Mikhail Razvozhayev, já havia anunciado que vários drones haviam sido destruídos "na área do cabo Quersoneso", a cerca de 10 km desta cidade que abriga a frota russa no Mar Negro.

Os serviços de emergência "não constataram danos nas infraestruturas civis", afirmou o governador. "Todas as forças e serviços estão preparados para o combate", acrescentou.

A Ucrânia não esconde a intenção de recuperar esta península no Mar Negro. Recentemente, o país aumentou a pressão na região, com ataques de drones navais e aéreos.

No final de julho, Moscou anunciou que derrubou 25 aparelhos na península. Algumas semanas antes, o balanço foi de 28 drones derrubados.

Além do ataque contra a Crimeia, a Defesa russa anunciou que interceptou um míssil ucraniano direcionado contra "alvos civis" na região de Kaluga, limítrofe com Moscou.

"Ninguém ficou ferido e não há danos nas infraestruturas", declarou o governador regional, Vladislav Shapsha.

- Operação na Crimeia -

Na quinta-feira, 24 de agosto e Dia da Independência, a Ucrânia anunciou uma operação especial na Crimeia, com forças especiais que hastearam a bandeira nacional no território.

A inteligência militar ucraniana não divulgou detalhes ad missão, mas destacou que as forças entraram pelo mar, cumpriram os objetivos estabelecidos e deixaram a região "sem baixas".

Na quarta-feira, o serviço de inteligência informou a destruição de um potente sistema russo de mísseis terra-ar, também na Crimeia.

As ações integram a contraofensiva de Kiev para tentar recuperar os territórios sob controle russo, mas que avança de maneira mais lenta que o esperado.

As autoridades ucranianas, em particular o presidente Volodimir Zelensky à frente, insistem que o país precisa de aviões de combate modernos para superar a atual situação.

Após vários apelos, a Ucrânia obteve a promessa da Dinamarca, Holanda e Noruega sobre o fornecimento de caças F-16 americanos. Os pilotos ucranianos, no entanto, precisam de treinamento para utilizar os aviões.

O Pentágono anunciou na quinta-feira que o treinamento começará em setembro nos Estados Unidos e que o processo vai demorar de cinco a oito meses, dependendo das habilidades dos militares ucranianos.

Zelensky conversou por telefone com o presidente americano Biden sobre o tema e para garantir que outros países aprovem rapidamente o envio de seus F-16 à Ucrânia assim que o treinamento for concluído, informou a Casa Branca.

- Putin fala sobre Prigozhin -

O conflito foi abalado nas últimas horas pelo acidente aéreo de quarta-feira nas proximidades de Moscou que supostamente matou o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin.

Na primeira reação do Kremlin ao acidente, o presidente Vladimir Putin elogiou na quinta-feira a "contribuição" de Prigozhin na Ucrânia e expressou "pêsames" aos parentes das vítimas da queda do avião.

O misterioso acidente que não deixou sobreviventes, apenas dois meses após a tentativa de motim do grupo Wagner contra o Estado-Maior russo, alimenta especulações de um eventual assassinato orquestrado.

Zelensky e Biden acusaram Putin.

"Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas não estou surpreso", disse Biden na quarta-feira. "Não há muita coisa que aconteça na Rússia que Putin não esteja por trás", acrescentou.

Hoje (24) é comemorado o Dia da Comunidade Ucraniana e, desde o ano passado, o país passa por uma guerra após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizar as tropas invadirem o seu território. O confronto está resultando na morte de militares e destruição de cidades. Alguns dos refugiados ucranianos estão localizados no aeroporto de São Paulo, Brasil. Pensando nisso, a equipe do LeiaJá separou cinco filmes para assistir e entender a guerra no país. 

Anton: Laços de Amizade - Disponível na Amazon Prime Video, a obra cinematográfica conta sobre a amizade entre um garoto judeu e outro cristão, companheiros inseparáveis, em uma pequena vila da Ucrânia invadida pelos bolcheviques depois da Primeira Guerra Mundial. 

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Klondike: A Guerra na Ucrânia - Em 2014, no momento em que começa a Guerra na Donbass, o casal de ucranianos Irka e Tolik vive na região da fronteira entre seu país e a Rússia. Mesmo grávida, ela se recusa a abandonar sua casa, mesmo quando seu vilarejo é tomado por forças armadas. Disponível no YouTube. 

Inverno em Chamas: A Luta pela Liberdade da Ucrânia - Disponível na Netflix e indicado ao Oscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem, a trama traz o começo da manifestação pacífica de estudantes se transformando em 93 violentos dias de revolução na luta pelos direitos civis na Ucrânia. 

Os Esquecidos - Nina, uma professora ucraniana, não pode sair da cidade de Luhansk, ocupada por separatistas no leste. Forçada a ensinar russo, seu caminho se cruza com o de Andrii, um estudante, quando ela testemunha o jovem sendo preso pela após colocar a bandeira ucraniana no telhado da escola. Nina arrisca sua vida para libertá-lo, e os dois se apaixonam enquanto lutam pela liberdade da região. Disponível no YouTube. 

Testemunhas de Putin – O filme explica a ascensão de Vladimir Putin, por meio de materiais inéditos, desde o colapso da União Soviética até os anos 2000, quando ele se candidatou para o poder Russo. Disponível no YouTube. 

Bônus: A Sombra de Stalin - Disponível na Netflix, o jornalista galês Gareth Jones (1905-1935) arrisca a vida para expor a verdade sobre a fome devastadora na União Soviética no início dos anos 1930. 

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou nesta quinta-feira (24) que os Brics decidiram na reunião de cúpula de Johannesburgo convidar seis países para aderir ao bloco de economias emergentes.

Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos passarão a integrar, a partir de 1º de janeiro de 2024, o grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, informou Ramaphosa.

A ampliação dos Brics foi um dos temas da reunião de cúpula de três dias na África do Sul e provocou divisões entre os atuais membros sobre o ritmo e os critérios para a entrada de novas nações.

Mas o bloco - que toma decisões por consenso - estabeleceu "princípios, diretrizes, critérios e procedimentos para o processo de expansão dos Brics", afirmou Ramaphosa.

Quase 40 países solicitaram a adesão ou demonstraram interesse em entrar para o bloco, criado em 2009 e que representa quase 25% do PIB e 42% da população mundial.

O fundador da Grupo Wagner, Yevgueny Prigozhin, estava entre os passageiros de um avião particular que caiu na região de Tver. A informação foi confirmada pela Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia (Rosaviatsiya).

"Uma investigação foi iniciada sobre o acidente de avião ocorrido esta tarde (23/8) na região de Tver. De acordo com a lista de passageiros, entre eles está o nome e o sobrenome de Yevgeny Prigozhin", disse o departamento de Rosaviatsiya.

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O jato executivo da Embraer, de propriedade de Prigozhin, caiu perto da vila de Kuzhenkino, na região de Tver, na noite desta quarta-feira (23). De acordo com dados preliminares do Ministério para Situações de Emergência da Rússia, 10 pessoas morreram: sete passageiros e três tripulantes. O avião voava de Moscou para São Petersburgo.

O canal de telegram da Grey Zoneo grey zone, ligado ao Grupo Wagner, publicou que o avião de Prigozhin foi abatido por defesa aérea. Não há confirmação oficial desta informação.

Por Serguei Monin, para o Brasil de Fato

As potências emergentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), reunidas em uma cúpula em Johannesburgo, abordam nesta quarta-feira (23) a questão da expansão do bloco, determinadas a fortalecer a sua influência global.

A China, o peso pesado econômico do grupo, reiterou claramente a sua posição a favor da expansão na abertura do encontro na terça-feira. Pequim quer "impulsionar a questão da abertura a novos membros", afirmou o ministro do Comércio, Wang Wentao, em discurso proferido em nome do presidente Xi Jinping, presente na cúpula.

A África do Sul e o Brasil seguem a mesma linha, enquanto a Rússia, sob sanções pela invasão da Ucrânia, precisa de aliados diplomáticos.

A Índia, a outra potência econômica do grupo, continua cautelosa em relação ao seu adversário regional chinês. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, não abordou a questão da expansão no primeiro dia da reunião.

Em um discurso com números e exemplos, Modi limitou-se a descrever o rápido crescimento do seu país. Os BRICS produzem um quarto da riqueza mundial e os seus cinco membros representam 42% da população mundial.

Quase 20 países solicitaram formalmente a adesão e outros manifestaram o desejo de aderir ao bloco. Cuba, Nigéria e Irã são candidatos.

"O mundo está mudando", disse o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, durante a abertura da sessão nesta quarta-feira, e fez um apelo a "uma reforma fundamental da governança global para que seja mais representativa".

- "Igualdade" -

Os BRICS reafirmaram por unanimidade sua posição de "não alinhamento" e a a reivindicação por um mundo multipolar, em um momento de divisão acentuada sobre a invasão russa da Ucrânia.

Os membros desta aliança, constituída por países geograficamente distantes e com economias de crescimento desigual, compartilham um desejo comum de afirmar o seu lugar no mundo, particularmente face à influência dos Estados Unidos e da União Europeia.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou à margem da cúpula que deseja estar em pé de igualdade com a União Europeia e os Estados Unidos.

Vladimir Putin aproveitou para denunciar mais uma vez as "sanções ilegítimas e o congelamento ilegal de bens" por parte dos Estados Unidos.

O chefe de Estado russo, que tem um mandado de prisão internacional por crimes de guerra na Ucrânia, discursou na cúpula por meio de uma mensagem de vídeo gravada. A Rússia está representada na reunião pelo seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

Os Estados Unidos afirmaram na terça-feira que não veem os BRICS como futuros "rivais geopolíticos" e esperam manter "relações sólidas" com Brasil, Índia e África do Sul.

Outro tema de discussão para os líderes do BRICS será como o bloco, que responde por 18% do comércio mundial, poderá se distanciar do dólar. Os países membros promovem o uso das suas moedas nacionais no comércio.

Quase 350 manifestantes anti-China agitaram faixas com a frase "O povo antes do lucro" do lado de fora do centro de conferências onde acontece a cúpula. Eles pediram a suspensão dos projetos de construção financiados por Pequim na África.

O exército ucraniano voltou a atacar diversos pontos da Rússia com drones, atingindo Moscou e seus arredores pelo sexto dia consecutivo, assim como a região fronteiriça Belgorod, onde três pessoas morreram nesta quarta-feira (23).

O ataque em Belgorod matou três civis na localidade de Lavy, informou o governador da região, Viacheslav Gladkov. "As Forças Armadas ucranianas lançaram um dispositivo explosivo a partir de um drone quando as pessoas estavam na rua", afirmou em uma mensagem publicada no Telegram.

Em Moscou, um drone "foi neutralizado por recursos de guerra eletrônica e, ao perder o controle, colidiu com um edifício em construção no complexo Moskva City", no distrito financeiro da capital, informou o ministério da Defesa da Rússia, da que atribuiu o ataque à Ucrânia.

O prefeito da cidade, Serguei Sobianin, disse que várias janelas de dois edifícios foram danificadas e que os serviços de emergência inspecionaram o local.

A agência de notícias RIA Novosti mencionou uma "explosão" no distrito financeiro, que fica na zona oeste da capital, a cinco quilômetros do Kremlin.

Os sistemas de defesa aérea russos destruíram outros dois aparelhos não tripulados nos distritos de Mozhaisky, a 12 km do centro, e em Khimki, a 20 quilômetros do Kremlin, informou o ministério.

Os aeroportos internacionais de Vnukovo, Domodedovo e Sheremetievo interromperam as operações por alguns minutos.

Nas últimas semanas, o território russo foi atingido quase diariamente por drones, em particular a região de Moscou - os ataques não provocaram vítimas ou danos consideráveis.

Durante o verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), vários aparelhos foram destruídos na área do distrito financeiro de Moscou. Em maio, a defesa russa interceptou dois drones perto do Kremlin.

- Ataque mortal em Liman -

No leste da Ucrânia, a administração regional de Donetsk leal a Kiev informou que três pessoas morreram e duas ficaram feridas em ataques da artilharia russa nos arredores da cidade de Liman.

As três vítimas fatais são duas mulheres e um homem, com idades entre 63 e 88 anos, que estavam sentadas em um banco no município de Torske no momento do ataque.

Um homem ficou ferido na mesma localidade. O segundo ferido foi atingido no município de Zakitne.

Em outro foco de tensão nas últimas semanas, a Rússia anunciou na terça-feira que "destruiu" dois navios militares ucranianos no Mar Negro.

O ministério da Defesa afirmou que afundou uma embarcação militar em uma área sob seu controle e uma lancha de fabricação americana na Ilha das Serpentes, liberada no ano passado por Kiev.

O Mar Negro virou um cenário de conflito desde que a Rússia abandonou, em julho, um acordo mediado pela ONU e a Turquia para permitir as exportações de grãos ucranianos.

A Ucrânia intensificou os ataques contra navios ou posições russas na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, enquanto a Rússia bombardeou em várias ocasiões as infraestruturas portuárias rivais no Mar Negro e no rio Danúbio.

Durante a madrugada de quarta-feira, um ataque de drones russos atingiu infraestruturas de grãos ucranianas na região de Odessa (sul), informou o governador local, Oleg Kiper.

A Rússia afirmou nesta sexta-feira (18) que destruiu drones ucranianos aéreos e navais em Moscou e no Mar Negro, alvos frequente das tropas de Kiev nas últimas semanas.

"Esta noite, em uma tentativa de atacar Moscou, as forças de defesa aérea destruíram um drone", afirmou o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.

"Os destroços do drone caíram na área do Centro de Exposições e não provocaram danos significativos ao edifício ou vítimas", acrescentou o prefeito.

O Ministério da Defesa atribuiu a ação Kiev. Um comunicado afirma que o ataque aconteceu às 4h (22h de Brasília, quinta-feira) contra "alvos em Moscou e sua região".

O Centro de Exposições, na zona oeste da cidade e a apenas cinco quilômetros do Kremlin, recebe vários congressos profissionais.

A agência estatal de notícias TASS informou que uma das paredes do pavilhão desabou parcialmente. O espaço aéreo nas proximidades do aeroporto de Vnukovo foi fechado por alguns minutos.

Os ataques com drones da Ucrânia contra territórios russos controlados pela Rússia aumentaram nas últimas semanas, mas geralmente não provocam vítimas ou danos.

A capital russa, que no início do conflito não sofreu com as hostilidades, virou um alvo frequente de ataques. No final de julho e início de agosto, a Força Aérea interceptou drones sobre o distrito financeiro de Moscou. Os destroços provocaram danos a um arranha-céu.

Em maio, dois aparelhos foram derrubados nas proximidades do Kremlin.

Há algumas semanas, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu que a "guerra" estava chegando à Rússia, "a seus centros simbólicos e a suas bases militares".

- Hostilidades no Mar Negro -

Outro foco de hostilidades é o Mar Negro, especialmente desde que a Rússia abandonou em meados de julho o acordo, mediado pela ONU e a Turquia, que permitia a exportação de grãos ucranianos.

Na quinta-feira à noite, as forças russas impediram um ataque com um drone naval contra sua frota na região, que também é um alvo recorrente de Kiev, informou o Ministério da Defesa.

O drone ucraniano tinha como alvos dois barcos de patrulha que "cumpriam tarefas de controle de navegação na parte sudoeste do Mar Negro, 237 km ao sudoeste de Sebastopol", afirmou o ministério.

"O aparelho inimigo sem tripulação foi destruído pelos disparos dos navios russos sem conseguir cumprir seu objetivo", acrescenta uma nota oficial.

Um dos alvos era o navio "Vassili Bykov", que no domingo disparou tiros de advertência contra um cargueiro de uma empresa turca que seguia para o porto ucraniano de Izmail.

Desde o fim do acordo de exportação de grãos, os dois lados ameaçam atacar os navios de carga que avançam em direção aos portos do lado considerado inimigo.

Apesar da tensão, na quinta-feira um cargueiro que zarpou da Ucrânia chegou a Istambul, segundo sites que monitoram o tráfego marítimo, o primeiro a completar o trajeto desde o fim do acordo.

Moscou intensificou nas últimas semanas os ataques contra as infraestruturas portuárias ucranianas no Mar Negro e no Danúbio.

As hostilidades acontecem de modo paralelo à contraofensiva militar iniciada em junho pela Ucrânia, que registra um avanço mais lento do que o esperado por Kiev, apesar dos novos equipamentos de defesa fornecidos pelos aliados ocidentais.

A Ucrânia anunciou, nesta quarta-feira (16), que um primeiro navio de carga comercial deixou o porto de Odessa por um novo corredor marítimo, desafiando a Rússia, que ameaçou afundar estes navios depois de abandonar o acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos.

O navio "Joseph Schulte", com bandeira de Hong Kong, começou - segundo a Ucrânia - a navegar pelo Mar Negro, apesar de um novo bombardeio noturno contra depósitos de grãos e cereais no Danúbio, na região de Odessa (sul).

"O porta-contêineres 'Joseph Schulte' (...) saiu do porto de Odessa e navega ao longo do corredor temporário estabelecido para navios civis", anunciou o ministro ucraniano de Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, em um comunicado.

No dia 10 de agosto, a Ucrânia anunciou a abertura de corredores "temporários" no Mar Negro - controlado em grande parte pela Marinha russa - para permitir o trânsito dos navios que transportam os grãos do país.

No fim de semana, um navio de guerra russo disparou tiros de advertência contra um cargueiro que se dirigia para Izmail, porto do Danúbio.

Este porto tornou-se uma das principais rotas de saída dos produtos agrícolas ucranianos desde que Moscou encerrou, em meados de julho, o acordo sobre a exportação de grãos e cereais, fonte de renda para Kiev.

Na terça-feira à noite, o Exército russo atacou infraestruturas portuárias no Danúbio com drones.

"Como resultado de ataques inimigos em um dos portos do Danúbio, depósitos de grãos foram danificados", anunciou o governador regional de Odessa, Oleg Kiper.

Nesta quarta-feira, a Romênia condenou os novos ataques russos às infraestruturas portuárias do Danúbio, depois de vários ataques às portas deste país da Otan nas últimas semanas.

As forças ucranianas anunciaram que derrubaram 13 drones durante a noite nas regiões de Odessa e Mykolaiv.

O governador da região de Donetsk, Pavlo Kirilenko, informou na manhã desta quarta-feira que as forças russas mataram quatro pessoas e feriram sete na região nas últimas 24 horas.

- "A ofensiva continua" -

A Ucrânia anunciou a libertação de uma localidade da frente sul, onde se concentra a maior parte do esforço da sua difícil contraofensiva para liberar os territórios ocupados pela Rússia, iniciada em junho.

"Urozhaine foi libertada. Nossos defensores estão entrincheirados nos arredores. A ofensiva continua", disse a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar.

Localizada em uma zona limítrofe com as regiões de Zaporizhzhia e Donetsk, parcialmente ocupada pela Rússia, Urozhaine - cuja população antes da guerra era de cerca de 1.000 habitantes - faz parte de um grupo de localidades que as forças ucranianas tentaram libertar nas últimas semanas. Sua reconquista era esperada para o fim de semana.

Na segunda-feira, a Ucrânia já havia reivindicado alguns avanços no leste e no sul de seu território, especialmente em torno de Bakhmut.

Mas os avanços permanecem modestos após dois meses de combates. O Exército ucraniano também enfrenta dificuldades no nordeste, perto de Kupiansk.

A Rússia, por sua vez, afirma que as tropas ucranianas ficaram sem recursos e que sua contraofensiva fracassou, apesar da ajuda dos Estados Unidos e dos países da União Europeia.

"Os recursos militares da Ucrânia estão quase esgotados", disse o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu.

A Ucrânia insiste que sua contraofensiva avança metodicamente contra as linhas de defesa russas em trincheiras, campos minados e armadilhas antitanque.

O território russo fronteiriço com a Ucrânia é alvo de ataques ucranianos, vários deles com drones, alguns dos quais chegaram a Moscou.

Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas na terça-feira em um bombardeio ucraniano na região russa de Belgorod, afirmou o governador regional Vyacheslav Gladkov nesta quarta-feira.

A Rússia também enfrenta dificuldades na área econômica. Sua moeda desvalorizou consideravelmente, a inflação aumentou e o comércio externo despencou, principalmente nas vendas de petróleo, como resultado das medidas restritivas adotadas pelos países ocidentais.

Depois de muita hesitação, o Banco Central russo finalmente decidiu aumentar a taxa básica de juros de 8,5% para 12%.

O Exército russo afirmou, nesta sexta-feira (11), que "melhorou" suas posições no nordeste da Ucrânia, onde sua ofensiva na véspera forçou a retirada de civis, e bombardeou o oeste do país com quatro mísseis hipersônicos.

Um menino de oito anos morreu na região de Ivano-Frankivsk, no oeste da ex-república soviética, quando mísseis hipersônicos Kinzhal atingiram a área, informou o gabinete do procurador-geral ucraniano no Telegram.

A área sofreu poucos ataques desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, pois fica a centenas de quilômetros das linhas de frente de batalha.

Os confrontos se concentram, sobretudo, no sul e no leste, onde Moscou reivindica vários avanços há algumas semanas.

"Na direção de Kupiansk, as unidades de assalto dos grupos de combate 'Oeste' (...) continuaram suas operações ofensivas em uma ampla frente e melhoraram a situação tática", disse o Ministério russo da Defesa em seu relatório diário.

As tropas russas ocuparam essa localidade e seus arredores no início do conflito, mas foram expulsas em uma contraofensiva relâmpago realizada por Kiev em setembro de 2022.

O Ministério russo da Defesa afirmou que suas tropas melhoraram suas posições perto dos povoados de Olchana e Pershotravneve, na região de Kharkiv (nordeste).

Diante do avanço dos russos, as autoridades ordenaram na quinta-feira a evacuação de 37 cidades do distrito.

Em junho, a Ucrânia lançou uma contraofensiva, após receber um importante reforço militar das potências ocidentais, mas reconheceu dificuldades, ante a resistência das tropas russas.

O Exército ucraniano garantiu, ontem, que "a situação continua sendo difícil, mas se mantém sob controle" na região.

- Bombardeios russos -

A Rússia bombardeia diariamente localidades ucranianas, algumas delas distantes do "front".

O Exército ucraniano informou que a Rússia lançou quatro mísseis hipersônicos Kinzhal contra a região de Ivano-Frankivsk e que apenas um deles pôde ser interceptado.

"Um míssil Kh-47 pode ter sido destruído na região de Kiev. Os outros impactaram perto de um aeródromo e danificaram infraestruturas civis, e outro atingiu uma área residencial", disse ele.

Restos do míssil Kinzhal destruído caíram sobre dois bairros da capital ucraniana, sem causar danos significativos, segundo autoridades militares.

Na quinta-feira, um bombardeio em Zaporizhzhia (sul) deixou um morto e 16 feridos, de acordo com as autoridades locais. A polícia especificou que dois mísseis Iskander destruíram um hotel na cidade, onde delegações estrangeiras costumam se hospedar.

"Estou chocado que [o míssil] tenha atingido um hotel frequentemente usado por funcionários das Nações Unidas e nossos colegas de ONGs em Zaporizhzhia", disse o coordenador da ONU na Ucrânia, Denis Brown, que também se hospedou no estabelecimento.

"É totalmente inaceitável", acrescentou.

O Exército russo alegou ter atacado "um local de mobilização temporária de mercenários estrangeiros".

Nas últimas semanas, Moscou bombardeou repetidamente locais de lazer e descanso nesta cidade. Na terça-feira, nove pessoas morreram em um ataque contra a cidade de Pokrovsk, também no leste.

- Drone em Moscou -

O Exército russo disse, por sua vez, ter abatido um drone ucraniano a oeste de Moscou.

"O drone foi desativado eletronicamente e caiu em uma floresta no oeste de Moscou", declarou o Ministério russo da Defesa no Telegram, acusando o "regime de Kiev" da ofensiva.

É a terceira vez nesta semana que drones são derrubados sobre Moscou. Os ataques dentro do território russo se multiplicaram nas últimas semanas, na maioria dos casos sem causar danos, ou vítimas.

Na Ucrânia, o presidente Volodimir Zelensky anunciou a demissão de todos os funcionários regionais encarregados do recrutamento militar, no âmbito de uma campanha para erradicar a corrupção que permitia aos recrutas evitarem o alistamento. O combate à corrupção endêmica é uma das condições impostas pela União Europeia (UE) para a entrada do país no bloco.

A Rússia lançou nesta sexta-feira (11) sua primeira missão à Lua em quase 50 anos com o objetivo de dar um novo impulso ao seu programa espacial, que acumulou dificuldades nos últimos anos e está isolado pelo conflito na Ucrânia.

O lançamento do módulo Luna-25 é o primeiro à Lua desde 1976, uma época em que a então União Soviética estava na vanguarda da conquista espacial. Mas, desde o fim da URSS, Moscou enfrentou uma série de dificuldades, como falta de financiamento e escândalos de corrupção.

A sonda de 800 quilos foi lançada por um foguete Soyuz da base espacial de Vostochni, no extremo-leste do país, às 2h10 no horário de Moscou (20h10 em Brasília), segundo imagens transmitidas ao vivo pela agência espacial Roscosmos.

A aeronave se elevou deixando para trás uma espessa nuvem de fumaça e chamas que se destacava no céu.

O equipamento deve levar cinco dias para chegar à órbita lunar, onde estará entre três e sete dias para escolher um bom lugar para o pouso na zona do polo sul do satélite.

"Está previsto que a nave entre em órbita lunar (...) em 16 de agosto, com aterrissagem na superfície do satélite natural da Terra previsto para 21 de agosto, ao norte da cratera Boguslawsky", o polo sul lunar, acrescentou a Roscosmos em um comunicado.

"Pela primeira vez na história haverá um pouso no polo sul lunar. Até agora, todos pousaram na zona equatorial da Lua", disse Alexander Blokhin, da Roscosmos, em entrevista recente ao jornal oficial Rossíiskaya Gazeta.

De acordo com a agência espacial russa, a missão, que deve ter um ano de duração, tem o objetivo de coletar amostras e analisar o solo, além de realizar investigações científicas de longo prazo.

- "Ambição dos nossos ancestrais" -

O lançamento ocorre em meio a um contexto de isolamento do programa espacial do país, já que a Roscosmos está vetada pelas potências ocidentais e busca uma cooperação no setor com a China.

O analista independente russo Vitali Yegorov afirmou que esta missão é um teste para Moscou.

"A questão mais importante é: consegue aterrissar na Lua?", questionou à AFP.

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu dar continuidade ao programa espacial, apesar das sanções, recordando quando a URSS enviou o primeiro homem ao espaço, em 1961, em meio a tensões com o Ocidente.

"Estamos sendo guiados por nossos ancestrais para seguir adiante, apesar das dificuldades e das tentativas de nos obstaculizar", disse Putin em uma visita a Vostochni no ano passado.

- Uma missão "arriscada" -

O diretor da Roscosmos, Yuri Borisov, reconheceu em junho que a missão é "arriscada".

"No mundo, a possibilidade de sucesso desse tipo de missão é estimada em 70%", disse ele em um encontro com Putin.

A primeira parte do foguete Soyuz caiu a 28 km da localidade de Shakhtinski, na região de Khabarovsk, anunciou o governador regional, Mikhail Degtiariov, no Telegram.

As autoridades retiraram os moradores dessa área uma hora antes do lançamento. Eles puderam voltar para suas casas algumas horas depois.

A última missão soviética à Lua em 1976, Luna-24, trouxe amostras de solo do satélite para a Terra.

O programa espacial é motivo de orgulho na Rússia, devido ao lançamento do primeiro satélite em órbita, o Sputnik, o primeiro animal em órbita com a missão da cadela Laika, e o envio do primeiro homem ao espaço, o cosmonauta Yuri Gagarin.

Os Estados Unidos acabaram se impondo na corrida espacial, quando Neil Armstrong chegou à Lua em 1969.

No presente, as operações enfrentam dificuldades de inovação e falta de financiamento, já que Moscou prioriza os gastos militares. Além disso, o setor se viu abalado por escândalos de corrupção e fracassos de lançamentos, além da concorrência de Estados Unidos, China e empresas privadas, como a Space X, do bilionário Elon Musk.

As forças da Rússia derrubaram dois drones de combate que seguiam para Moscou, afirmou nesta quarta-feira (9) o prefeito da cidade, Serguei Sobyanin, no mais recente de uma série de ataques direcionados contra a capital do país.

"Registrada a tentativa de dois drones de combate de voar para dentro da cidade. Ambos foram abatidos pela defesa aérea", anunciou o prefeito moscovita no Telegram, sem nomear o responsável pela agressão.

Sobyanin afirmou que um drone foi derrubado na área de Domodedovo, sul da cidade, enquanto o segundo foi abatido na área da rodovia Minsk, ao oeste da capital.

Ele também informou que os serviços de emergência seguiram para os locais das quedas dos aparelhos e que não foram registradas vítimas.

O Ministério da Defesa da Rússia atribuiu a tentativa de ataque à Ucrânia. "A defesa aérea destruiu dois veículos aéreos não tripulados", afirmou em um comunicado, que também indica que as ações não provocaram vítimas ou danos.

Este foi pelo menos o terceiro ataque a Moscou em uma semana, de acordo com autoridades russas, que anunciaram a derrubada de drones ucranianos no domingo e na segunda-feira.

A capital russa praticamente não era afetada pelo conflito na Ucrânia até uma série de ataques neste ano.

O Ministério da Defesa anunciou na quinta-feira passada que neutralizou sete drones sobre a província de Kaluga, a menos de 200 quilômetros de Moscou.

Em 30 de julho, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou que a "guerra" estava chegando à Rússia, aos "centros simbólicos e bases militares" do país.

No início de agosto, um prédio de escritórios no principal distrito comercial de Moscou foi alvo de dois ataques de drones em poucos dias.

- Nove mortos em Pokrovsk -

A ação mais recente com drones aconteceu um dia após a Rússia reivindicar um ataque com mísseis contra um centro de comando do Exército ucraniano na cidade de Pokrovsk.

Dois mísseis, lançados em um intervalo de 40 minutos, atingiram edifícios residenciais, um hotel, cafés, lojas e prédios administrativos na segunda-feira.

Zelensky afirmou na terça-feira que o ataque matou nove pessoas e deixou 82 feridos, incluindo duas crianças.

A Ucrânia acusou a Rússia de mentir ao alegar que o ataque teve um centro de comando militar como alvo.

"É uma mentira completa", declarou Serguei Cherevaty, porta-voz do centro de comando para o leste da Ucrânia, à AFP. "Se bem me lembro, é a quarta vez que eles tentam algo assim", acrescentou.

"Se recordo bem, esta é a quarta vez que tentam algo do tipo", acrescentou.

A cidade de Pokrovsk fica a apenas 40 quilômetros da frente de batalha no leste da Ucrânia, onde a Rússia afirma que está avançado e impedindo ataques ucranianos.

A Rússia lançará um módulo lunar, em sua primeira missão à Lua desde 1976, anunciou na segunda-feira, 7, a agência espacial russa Roscosmos. O lançamento do módulo Luna-25 acontecerá na sexta-feira (11), às 2h10'57 no horário de Moscou (20h10'57 de quinta-feira, 10, em Brasília), afirmou a Roscomos em comunicado, em um momento em que Estados Unidos e China intensificam suas missões espaciais ao satélite natural da Terra.

A agência espacial russa acrescentou que o foguete Soyuz foi "montado" na base espacial de Vostochni, no extremo leste do país, para o lançamento do Luna-25, que deve descer próximo ao polo sul da Lua, um "terreno difícil".

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O voo está programado para durar entre "quatro dias e meio e cinco dias e meio", segundo as informações publicadas pela Roscosmos e citados pela agência de notícias oficial TASS. Na Lua, o módulo de 800 quilos vai "colher amostras e analisar o solo, além de realizar investigações científicas de longo prazo", adicionou o comunicado.

Esta é a primeira missão do novo programa lunar russo, que pretende fortalecer a cooperação espacial com Pequim em meio às tensões com as potências espaciais ocidentais sobre a ofensiva na Ucrânia.

A última missão lunar da União Soviética foi a da sonda espacial Luna-24 em 1976. Mas, desde a queda da URSS, Moscou enfrenta uma série de dificuldades para inovar no setor, que agora conta com novas iniciativa privadas, como a Space X do bilionário Elon Musk.

As autoridades da região de Khabarovsk (extremo leste), já anunciaram a evacuação de uma cidade desde a manhã de quinta-feira, pois ela se encontra em um local onde o primeiro andar do lançador pode cair.

Passado glorioso, futuro incerto

Após o início da operação militar, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) afirmou que não cooperaria mais com a Rússia para o lançamento do Luna-25 ou mesmo em futuras missões.

A Rússia declarou que continuaria com seus projetos lunares e substituiria os equipamentos da ESA por equipamentos científicos de fabricação nacional, pois considera-se ainda como grande potência espacial tendo em conta seu passado soviético.

Em abril de 2022, em uma viagem ao cosmódromo Vostotchny, Vladimir Putin, recordou que a URSS conseguiu em 1961 enviar o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, apesar das sanções "totais" que tomaram contra ela.

Putin também assegurou que a Rússia seguiria implementando seu programa mesmo com as represálias ocidentais por causa do conflito na Ucrânia. "Estamos sendo guiados por nossos ancestrais para seguir adiante, apesar das dificuldades e das tentativas para nos obstaculizar", disse Putin aos empregados do complexo.

Em junho, o chefe da Roscosmos, Yuri Borisov, qualificou, no entanto, a missão lunar russa de "arriscada". "No mundo, a possibilidade de sucesso desse tipo de missão é calculado em 70%", destacou. (Com agências internacionais).

Uma força naval conjunta entre a Rússia e a China realizou uma patrulha perto da costa do Alasca no início desta semana, o que especialistas dos Estados Unidos (EUA) disseram parecer a maior flotilha desse tipo a se aproximar da costa americana.

Onze navios russos e chineses navegaram perto das Ilhas Aleutas, de acordo com autoridades dos EUA. Os navios, que não entraram em águas territoriais dos Estados Unidos, foram perseguidos por quatro destroyers americanos e aeronaves P-8 Poseidon.

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"É uma estreia histórica", disse Brent Sadler, pesquisador sênior da Heritage Foundation e capitão aposentado da Marinha. "Dado o contexto da guerra na Ucrânia e as tensões em torno de Taiwan, este movimento é altamente provocativo."

Um porta-voz do Comando Norte dos EUA confirmou que a Rússia e a China realizaram a patrulha naval combinada perto do Alasca, mas não especificou o número de navios ou sua localização precisa.

"Ativos aéreos e marítimos sob nossos comandos conduziram operações para garantir a defesa dos Estados Unidos e do Canadá. A patrulha permaneceu em águas internacionais e não foi considerada uma ameaça", afirmou o comando em comunicado.

Até então, a Embaixada da Rússia nos Estados Unidos não havia respondido a um pedido de comentário. Já um porta-voz da embaixada chinesa no país disse que a patrulha não tinha Washington como alvo.

"De acordo com o plano anual de cooperação entre os militares chineses e russos, as embarcações navais dos dois países conduziram recentemente patrulhas marítimas conjuntas em águas relevantes no oeste e norte do Oceano Pacífico. Esta ação não é direcionada a terceiros e não tem nada a ver com a atual situação internacional e regional", disse o porta-voz da Embaixada da China, Liu Pengyu.

As patrulhas navais conjuntas da Rússia e da China fazem parte de uma competição mais ampla de grandes potências no Ártico, que está se tornando cada vez mais um território contestado. As autoridades dos EUA também veem o aumento da cooperação entre as duas marinhas como uma tentativa de limitar as alianças dos Estados Unidos com o Japão, a Coreia do Sul e outros parceiros regionais.

(Fonte: Dow Jones Newswires)

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o Serviço de Segurança Ucraniana (SBU, na sigla em inglês) assumiu o ataque realizado mais cedo a um petroleiro russo. Ela classificou o episódio de "ataque terrorista" e destacou que os atos "não ficarão sem resposta" e que "seus autores e perpetradores serão inevitavelmente punidos".

"Condenamos veementemente o ataque terrorista a uma embarcação civil, que ameaçou não apenas a morte de sua tripulação, mas também ameaçou uma catástrofe ambiental em grande escala", afirmou, em comunicado oficial do Ministério.

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Ainda, Zakharova destacou que, segundo dados preliminares, o ataque ao navio-tanque "Sig" fez um buraco na casa das máquinas da embarcação, que perdeu a capacidade de se mover de forma independente.

Segundo ela, não houve feridos.

A Rússia acusou as forças ucranianas de dispararem ontem pelo menos três drones contra Moscou, no mais recente de uma onda de ataques dentro do país que tem irritado o presidente Vladimir Putin. Segundo o Ministério da Defesa russo, um dos drones foi abatido nos arredores da capital e outros dois atingiram edifícios comerciais após serem interceptados pelas defesas aéreas. Não houve feridos.

O ataque foi o quarto na região de Moscou neste mês e o terceiro em uma semana. Eles começaram em maio, quando um drone atingiu o prédio do Kremlin e expôs a vulnerabilidade da capital russa em meio à guerra na Ucrânia.

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O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, declarou que os ataques forçaram o fechamento temporário do Aeroporto Internacional de Vnukovo, que serve a capital. Os voos foram redirecionados para outras cidades, e o aeroporto retomou as operações cerca de uma hora depois.

O ataque foi classificado como terrorista pelo Ministério da Defesa russo. O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, disse que eles não seriam possíveis sem a assistência militar fornecida a Kiev pelos Estados Unidos e os aliados da Otan.

A Ucrânia não reconheceu o ataque. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, limitou-se a dizer em seu discurso noturno que a guerra está "gradualmente se voltando ao território da Rússia". Já um porta-voz da força aérea ucraniana, Iurii Ihnat, declarou que o ataque expõe ao povo russo as consequências da guerra. "Todas as pessoas que pensam que a guerra não lhes diz respeito já estão sendo afetadas", disse ontem.

FRONTEIRA

A Rússia também culpou as forças da Ucrânia por atacar áreas próximas à fronteira entre os dois países. Ontem, o governador da região de Bryansk disse que um complexo de criação de suínos foi atingido por drones ucranianos e três pessoas ficaram feridas.

Na Ucrânia, a força aérea informou que destruiu quatro drones russos acima das regiões de Kherson e Dnipropetrovsk. As informações sobre os ataques não puderam ser verificadas de forma independente.

CONTRAOFENSIVA

Em paralelo, o país continua com a contraofensiva em diversas frentes, incluindo no sul e na Crimeia, onde armazéns de munição, suprimentos e combustível, cruciais para os esforços da Rússia na guerra, são os principais alvos de ataques.

Zelenski promete retomar todas as terras que as forças russas ocuparam, incluindo a Crimeia, e seus esforços são fortalecidos pelo recebimento e implantação de armas ocidentais cada vez mais avançadas. Na atual campanha contra a Rússia, soldados recém-treinados e novas armas têm sido cruciais para o progresso no campo de batalha. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Ucrânia mudou seu feriado oficial do dia de Natal de 7 de janeiro para 25 de dezembro, a última medida para se distanciar de tradições russas por causa da invasão de Vladimir Putin ao país.

O presidente Volodmir Zelenski transformou em lei um projeto de lei parlamentar que visava "abandonar a herança russa de impor celebrações de Natal".

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"A população ucraniana esteve por muito tempo sujeita à ideologia russa em quase todas as esferas da vida, inclusive com o calendário juliano e a celebração do Natal em 7 de janeiro", afirmou a nota que explica a lei, cujo projeto foi aprovado pelos parlamentares em meados de julho.

O presidente Volodmir Zelenski transformou em lei um projeto de lei parlamentar que visava "abandonar a herança russa de impor celebrações de Natal".

"A população ucraniana esteve por muito tempo sujeita à ideologia russa em quase todas as esferas da vida, inclusive com o calendário juliano e a celebração do Natal em 7 de janeiro", afirmou a nota que explica a lei, cujo projeto foi aprovado pelos parlamentares em meados de julho.

Nos últimos anos, Kiev tem cortado laços religiosos, culturais e outros com a Rússia, alinhando-se com o Ocidente. Esse processo aumentou após a invasão em da Rússia em 2022.

Zelenski assinou o projeto de lei na sexta-feira - duas semanas depois de ter sido aprovado pelos legisladores ucranianos.

A legislação também transfere mais dois feriados estaduais, o Dia do Estado Ucraniano, de 28 a 15 de julho, e o Dia dos Defensores, que comemora os veteranos das Forças Armadas, de 14 a 1º de outubro.

Até agora, Moscou não fez comentários públicos sobre o assunto. Durante séculos, primeiro a Rússia imperial e depois a União Soviética dominada por Moscou tentaram - mas sempre falharam - controlar totalmente a Ucrânia.

Isso incluiu a autoridade imposta da Igreja Ortodoxa Russa (ROC) sobre as igrejas da Ucrânia. Mas em 2019, a recém-formada Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU) obteve a independência do Patriarca Ecumênico Bartolomeu, o líder espiritual dos cristãos ortodoxos em todo o mundo.

A medida provocou uma resposta furiosa no ROC, que está defendendo abertamente a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin.

Atualmente, existem duas grandes comunidades ortodoxas na Ucrânia: além da UOC, há também a Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou (UOC-MP), mais longeva -que também declarou sua independência em maio de 2022, quando o patriarca russo Cirilo apoiou a Guerra da Ucrânia.

Cirilo, o máximo representante da Igreja Ortodoxa Russa, é um antigo aliado de Putin. Em 2012, por exemplo, ele chamou o governo russo de "milagre de Deus".

Por que o Natal ortodoxo é em 7 de janeiro?

O motivo na diferença de datas é a existência de dois calendários seguidos pelas diferentes Igrejas.

Enquanto a Igreja Católica segue o calendário gregoriano, proposto pelo Papa Gregório em 1582 com a Bula Inter gravissimas, a maior parte das Igrejas Ortodoxas do mundo segue o calendário juliano, criado em 45 a.C., durante o Império de Júlio César.

Assim, o 25 de dezembro no calendário gregoriano corresponde ao 7 de janeiro no calendário juliano.

E o 6 de janeiro, vigília de Natal para as Igrejas ortodoxas, marca a Epifania, festa cristã que comemora a manifestação de Jesus Cristo como Deus encarnado, que é celebrada por sua vez em 19 de janeiro pelas Igrejas ortodoxas.

(Com agências internacionais)

A Rússia derrubou drones ucranianos que visavam Moscou e a península da Crimeia neste domingo (30), em ataques que danificaram duas torres de escritórios na capital e forçaram o breve fechamento de um aeroporto internacional.

Um drone que visava atingir Moscou foi derrubado nos arredores da cidade e dois outros foram "suprimidos por guerra eletrônica" e colidiram em um complexo de escritórios, disse o Ministério da Defesa da Rússia, acrescentando que não houve feridos.

Moscou e seus arredores, a cerca de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, raramente foram alvo de ataques em 2022, mas foram atingidos por vários ataques de drones este ano.

O ataque deste domingo é o mais recente de uma série de ataques com drones - incluindo aqueles contra o Kremlin e algumas cidades russas perto da fronteira ucraniana - pelos quais Moscou culpa Kiev.

O Ministério da Defesa russo chamou de "tentativa de ataque terrorista".

"Na manhã de 30 de julho, o ataque terrorista que o regime de Kiev tentou realizar com veículos aéreos não tripulados na cidade de Moscou foi frustrado", disse a pasta em sua conta no Telegram.

"Um drone ucraniano foi destruído no ar por sistemas de defesa sobre o território do distrito de Odintsovo, na região de Moscou", detalhou a fonte.

"Dois outros drones foram suprimidos por guerra eletrônica e, tendo perdido o controle, caíram no terreno de um complexo de edifícios não residenciais Moscow-City", acrescentou.

Moscow-City é um empreendimento comercial no oeste da cidade.

O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, postou no Telegram que "as fachadas de duas torres de escritórios da cidade foram levemente danificadas", acrescentando que não houve vítimas ou feridos.

O vidro de várias janelas se estilhaçou, segundo um fotógrafo da AFP. A polícia isolou a área.

- Aeroporto fechado brevemente -

A agência de notícias estatal russa TASS informou que o aeroporto internacional de Vnukovo, que serve a capital, foi "fechado para partidas e chegadas" e seus voos foram redirecionados para outras cidades.

Em menos de uma hora, as operações aéreas pareciam ter voltado ao normal.

No início de julho, uma salva de ataques de drones interrompeu brevemente o tráfego aéreo no mesmo aeroporto, localizado no sudoeste da cidade.

Pouco tempo depois, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que suas forças frustraram um ataque ucraniano noturno, envolvendo 25 drones, na Crimeia, uma península anexada à Rússia.

"Dezesseis drones ucranianos destruídos por fogo de defesa aérea", disse o ministério, acrescentando que não houve vítimas.

"Outros nove drones ucranianos foram neutralizados com recurso à guerra eletrônica e, sem atingir o alvo, caíram no mar Negro", disse a mesma fonte.

A Ucrânia declarou repetidamente sua intenção de recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Por isso, nas últimas semanas intensificou e aumentou seus ataques a esta península.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que esses ataques "não seriam possíveis sem a assistência prestada ao regime de Kiev pelos Estados Unidos e seus aliados da Otan".

- Ataques com mísseis -

Na sexta-feira, a Rússia disse ter interceptado dois mísseis ucranianos sobre a região de Rostov, no sul e na fronteira com a Ucrânia, com um saldo de pelo menos 16 pessoas feridas pelos destroços que caíram na cidade de Taganrog.

O ministério disse que o primeiro míssil S-200 visava a "infraestrutura residencial" em Taganrog, uma cidade de cerca de 250.000 habitantes.

Pouco depois, disse ter derrubado um segundo míssil S-200 perto da cidade de Azov, cujos restos caíram em uma área desabitada.

Do outro lado da fronteira, um ataque com mísseis russos na cidade de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, matou duas pessoas, um homem e uma mulher, disseram as autoridades locais.

Além disso, pelo menos uma pessoa morreu por um ataque com míssil na cidade ucraniana de Soumy na noite de sábado e cinco pessoas ficaram feridas, segundo a polícia.

No início de julho, um ataque de drone russo atingiu um prédio residencial em Soumy, deixando três mortos e 21 feridos.

O Ministério da Justiça do brasil negou um pedido dos Estados Unidos para extraditar o espião russo Serguei Vladimirovich Cherkasov, preso em 4 abril de 2022, após ser deportado da Holanda com um passaporte falso brasileiro. O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional considerou ‘improcedente’ a solicitação americana, feita em abril, por entender que Cherkasov já é alvo de pedido de extradição homologado pelo Supremo Tribunal Federal, só que para a Rússia.

A extradição de Cherkasov para seu país de origem foi homologada pelo STF em 17 de março. No entanto, a execução do pedido está suspensa em razão de uma previsão da Lei de Migração - quando o extraditando estiver sendo investigado no Brasil por crime punível com prisão, a entrega voluntária só pode ser executada após a conclusão do processo. Segundo o ministro da Justiça Flávio Dino, ele seguirá preso no Brasil.

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Traficante

A entrega do espião russo foi autorizada pelo ministro Edson Fachin. Ele condicionou a extradição à conclusão de um inquérito da Polícia Federal em São Paulo que mira atos de espionagem no Brasil atribuídos a Cherkasov, além de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

O espião russo foi condenado a 15 anos de prisão por uso de passaporte e documentos falsos, em junho, pela Justiça Federal em São Paulo. O pedido de extradição dos EUA foi apresentado em 25 de abril.

Cherkasov atuou durante anos como espião do serviço de inteligência militar da Rússia, o GRU, nos Estados Unidos, fingindo ser um estudante brasileiro. No entanto, antes da solicitação do governo americano, a Rússia já havia pedido a entrega do acusado. Moscou alega que ele é um traficante de drogas condenado que fugiu para não cumprir sua pena em território russo.

Cherkasov vivia como "Victor Muller Ferreira" no interior paulista. Ele usou identidade falsa brasileira para entrar na Universidade John Hopkins, nos EUA. Depois, conseguiu cargo no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda, mas foi foi descoberto e deportado para o Brasil.

A presidente do banco dos Brics, Dilma Rousseff, se reuniu nesta quarta-feira, 26, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em São Petersburgo. Em nota, a ex-presidente brasileira disse que o banco não considera ter novos projetos na Rússia, atualmente sancionada por países ocidentais por sua guerra na Ucrânia.

O encontro ocorreu em meio à 2ª Cúpula Rússia-África, que antecede a reunião dos países do Brics - acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. "O NDB [Novo Banco de Desenvolvimento, na sigla em inglês] reiterou que não está considerando novos projetos na Rússia e opera em conformidade com as restrições aplicáveis nos mercados financeiros e de capitais internacionais. Quaisquer especulações sobre tal assunto são infundadas".

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Desde de sua invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia vem recebendo uma série de sanções dos países aliados de Kiev. Desde que a viagem de Dilma se tornou conhecida, houve especulação sobre a possibilidade de o banco dos Brics dar dinheiro à Rússia. "Quaisquer especulações sobre a discussão de novas operações do NDB na Rússia são infundadas", reforçou o comunicado que Dilma compartilhou em sua conta no X, antigo Twitter.

No encontro, ambos também conversaram sobre transações internacionais em moedas locais e criticaram a hegemonia do dólar. Putin se mostrou confiante de que a ex-presidente brasileira conseguirá desenvolver "este mecanismo muito importante" em condições de tensão geopolítica e tendo em conta que o dólar é utilizado "como um instrumento de luta política".

O mandatário russo lembrou que o uso de moedas nacionais é cada vez mais comum nas transações comerciais entre os países membros do Brics. "A este respeito, o banco poderia desempenhar o seu papel", disse o chefe do Kremlin.

Dilma respondeu que não existe nenhum obstáculo que impeça os países em desenvolvimento de efetuarem transações internacionais nas suas moedas nacionais. "O banco deve desempenhar um papel importante no advento de um mundo multipolar", afirmou. A reunião ocorreu no Palácio Constantino, em São Petersburgo.

Cúpula Rússia-África

A nota ainda ressalta que ela não se reuniria apenas com Putin, mas também com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Ambos, Rússia e África do sul, são países fundadores do banco. "O objetivo de ambas as reuniões bilaterais é verificar as opiniões de ambos os países membros sobre o papel do NDB na próxima Cúpula do Brics, que será sediada na África do Sul em agosto de 2023?, diz uma segunda nota publicada no site do NDB.

"À margem da Cúpula Rússia-África em São Petersburgo, Dilma se encontrará com líderes de outros países africanos. Neste encontro, ela vai tratar da sua participação na próxima reunião de Cúpula dos Brics na África do Sul, em 22 e 24 de agosto", finaliza a nota de Dilma em sua rede social.

Embora tenha sido indicada ao banco por Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma não é uma funcionária do governo petista e seu encontro com Putin não era conhecido nos círculos do Ministério das Relações Exteriores.

Em decorrência do isolamento de Putin e sua figura como pária internacional, Lula não se encontrou com o russo desde que assumiu a presidência pela terceira vez. Os dois conversaram por ligação, o que o petista também fez com o presidente ucraniano Volodmir Zelenski.

Um membro do governo brasileiro que se reuniu com Putin foi o ex-chanceler e atual assessor especial, Celso Amorim, que, após críticas, viajou a Kiev para se encontrar com Zelenski. Da mesma forma que não se reuniu com o russo, Lula não se encontrou com Zelenski durante a cúpula do G-20.

O Brasil tem um posicionamento de neutralidade na guerra da Ucrânia, apesar de ter votado pela condenação da invasão na Assembleia Geral da ONU e com comentários de Lula atribuindo culpa a ambas as partes do conflito.

Havia a possibilidade de Lula e Putin se verem presencialmente na cúpula dos Brics, mas o russo cancelou sua participação presencial por causa do mandado de prisão expedido contra ele pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) por crimes de guerra. Já que a África do Sul é signatária do estatuto que fundou o tribunal, pela regra, ela estaria obrigada a prender Putin no momento em que ele chegasse ao país. Após tentativas do país de evitar a situação embaraçosa, com possibilidade de transferir a cúpula para a China, o Kremlin anunciou que Putin participaria apenas virtualmente, enviando seu chanceler Serguei Lavrov.

A cúpula de países africanos na Rússia, serve então para Putin se encontrar presencialmente com os líderes e demonstrar que ainda possui aliados, apesar do isolamento. Muitos países africanos, bem como a China, tem mantido laços fortes com Moscou, o que contribuiu para o países conseguir driblar parte das sanções à sua economia.

Segundo Kremlin, a Ucrânia será o principal tema a ser tratado com as nações africanas, especialmente o abandono por parte da Rússia do acordo de grãos com Kiev, que permitia a exportação de gãos pelo Mar Negro para vários países, incluindo da África. Nos últimos dias, a Rússia tem buscado tranquilizar esses países prometendo a exportação gratuita de cereais.

(Com agências internacionais)

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