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Uma tecnologia voltada inicialmente à aplicação de biodefensivos para o controle biológico de pragas agrícolas poderá ser usada no ambiente urbano para ajudar a conter a proliferação de mosquitos transmissores de vírus causadores de doenças, como o Aedes aegypti.

Desenvolvida pela empresa Birdview, situada na cidade de São Manuel, no interior paulista, com apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a solução despertou o interesse de empresas produtoras de Aedes aegypti estéreis no Brasil para ajudar na erradicação de doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika, de acordo com a Agência Fapesp, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

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“Ao participar da última edição do Programa de Treinamento em Empreendedorismo de Alta Tecnologia [Pipe Empreendedor] identificamos algumas empresas produtoras de Aedes aegypti estéreis interessadas em firmar parceria conosco para fazer a soltura do inseto em áreas urbanas”, revela Ricardo Machado, cofundador da startup.

Drones

A tecnologia desenvolvida consiste em um sistema modular de liberação e embalagem - integrado a drones - que efetua a soltura controlada de insetos adultos em regiões demarcadas, minimizando danos e estresses induzidos.

No campo, a tecnologia permite liberar sobre as lavouras insetos para combater pragas agrícolas que são seus inimigos naturais. Já em áreas urbanas, a solução poderá ser empregada para soltar Aedes aegypti machos e estéreis para se acasalar com mosquitos fêmeas – que picam e transmitem vírus causadores de doenças e copulam uma vez na vida. Dessa forma, é possível diminuir a população do inseto, estimam especialistas.

Biodefensivos

Em oito anos de atuação, a empresa já realizou mais de 15 mil voos para a liberação de biodefensivos em mais de um milhão de hectares. Entre seus clientes estão as usinas São Martinho, São Manuel e a Suzano.

O projeto de liberação de mosquitos ainda é experimental e a empresa tenta fechar parceria com criadores de insetos estéreis, que arcariam com os custos do serviço. Os valores e o tempo necessário para a intervenção surtir efeito estão sendo avaliados.

“A solução também pode ser utilizada para lançar sementes visando a restauração de florestas”, afirma Ricardo Machado.

A Rússia disparou nesta sexta-feira (29) mais de 150 mísseis e drones contra várias cidades da Ucrânia, incluindo a capital Kiev, e provocou ao menos 16 mortes, em um dos ataques aéreos mais importantes em "muito tempo".

"O inimigo utilizou 158 meios de ataque aéreo contra a Ucrânia durante a noite passada, tanto mísseis de tipos diferentes como drones", indicou a Força Aérea ucraniana no Telegram, onde afirmou ter interceptado 114 desses mísseis e drones.

O governo ucraniano indicou ao menos 16 mortos e dezenas de feridos.

"Esta manhã, 150 mísseis e drones atacaram pacíficas cidades ucranianas. Sabemos que houve 16 mortos e 97 feridos", incluindo duas crianças de 6 e 8 anos, anunciou o procurador-geral ucraniano, Andrii Kostin.

"Há mortos por mísseis russos lançados contra instalações civis e edifícios civis", denunciou Andrii Yermak, chefe do gabinete presidencial ucraniano.

"Hoje, a Rússia utilizou quase todos os tipos de armas de seu arsenal", disse Zelensky na rede X (ex-Twitter).

As Forças Armadas russas lançaram primeiro um ataque com drones e depois com mísseis, disse Yuri Ignat, porta-voz da Força Aérea.

O ataque ocorreu três dias depois de Moscou ter reconhecido que o navio "Novocherkassk" foi danificado na terça-feira, devido a um bombardeio ucraniano em Feodosia, na península anexada da Crimeia.

Esta semana ficou também marcada pelo anúncio do Exército ucraniano de uma retirada para os subúrbios de Marinka, cidade no leste do país, onde o Exército russo afirma ter conquistado.

Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira o desembolso de 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais na cotação atual) em ajuda militar à Ucrânia, o mais recente pacote de apoio disponível ao governo sem a aprovação do Congresso.

"Fazemos tudo o que podemos para reforçar o nosso escudo aéreo, mas o mundo deve ver que precisamos de mais ajuda e meios para deter este terror", acrescentou Yermak no Telegram.

A embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, reforçou o pedido, afirmando nesta sexta que a Ucrânia precisa "dos fundos de ajuda neste momento". Nesse sentido, pressionou para que o Congresso americano valide o pacote anunciado pelo Executivo americano.

"A Ucrânia precisa de fundos de ajuda neste momento para continuar lutando pela liberdade e ante tanto horror em 2024", disse Brink na rede social X, poucas horas depois dos bombardeios russos.

Os atentados de sexta-feira ilustram "a horrível realidade" vivida pelos ucranianos, disse no X a coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, que denunciou "uma onda de ataques cheios de ódio".

O governo francês condenou, por sua vez, a "estratégia de terror" da Rússia.

- Maternidade atingida -

Durante as primeiras horas de quinta para sexta-feira, os prefeitos de Lviv (oeste) e Kharkiv (nordeste) relataram bombardeios noturnos contra suas cidades.

Os jornalistas da AFP também ouviram fortes explosões no início da manhã em Kiev. Em um bairro do norte da capital ucraniana, um hangar de 3.000 m2 pegou fogo, e houve "muitos feridos", segundo o chefe da administração militar da capital, Sergei Popko.

Segundo o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, sete pessoas "estão atualmente internadas em um hospital", e uma estação de metro usada como abrigo antiaéreo foi danificada.

Os bombardeios também afetaram as localidades de Dnipro (leste) e Odessa (sul), segundo as autoridades locais.

O Ministério da Saúde indicou que uma maternidade "foi muito danificada" em Dnipro, onde o prefeito relatou mortos e feridos.

Em Odessa, um prédio pegou fogo após ser atingido pelos restos de um drone abatido.

As autoridades locais indicaram que houve um morto e três feridos em Lviv, uma cidade muito distante do "front" e onde os ataques têm sido muito raros nos últimos meses.

Iniciada em junho, a contraofensiva ucraniana fracassou, e o Exército de Kiev não fez avanços territoriais ao longo de 2023, quando não houve mudanças significativas na frente de batalha.

Em uma entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o general alemão Christian Freuding, que supervisiona o apoio à Ucrânia por parte do Exército de seu país, reconheceu que a Rússia demonstrou "uma capacidade de resistência" maior do que a prevista pelos países ocidentais no início da guerra, em fevereiro de 2022.

Segundo Freuding, o Exército russo sofreu perdas "enormes", de cerca de 315 mil soldados mortos ou feridos, conforme uma estimativa dos serviços de Inteligência americanos, divulgada em 12 de dezembro e que este general alemão considerou verdadeira.

O Exército americano derrubou uma dúzia de drones e cinco mísseis disparados pelos rebeldes huthis do Iêmen contra embarcações no Mar Vermelho, informou o Pentágono nesta terça-feira (26).

"Não houve danos aos barcos na área, nem foram reportados feridos", informou o Comando Central do Pentágono em uma postagem nas redes sociais, descrevendo um bombardeio de 12 drones, três mísseis balísticos antinavio e dois mísseis de ataque terrestre durante um período de 12 horas.

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Os rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irã, haviam indicado algumas horas antes que realizaram o disparo de um míssil contra um navio cargueiro no Mar Vermelho e um ataque com drones em direção a Israel.

Os huthis, que se declaram solidários ao Hamas em sua guerra contra Israel em Gaza, afirmaram em um comunicado que realizaram "uma operação direcionada contra um navio comercial", identificado como "MSC UNITED", e lançaram "drones contra alvos militares" no sul de Israel.

Esses ataques são os mais recentes de uma série de disparos de mísseis e lançamentos de drones realizados pelos huthis desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro.

Os rebeldes alertaram que podem considerar como alvo qualquer navio com vínculos com Israel que navegue ao largo do litoral do Iêmen.

A agência de segurança marítima do Exército britânico (UKMTO) informou, nesta terça-feira, que foram ouvidas explosões e mísseis foram avistados perto do porto de Hodeida, na costa oeste do Iêmen, sem consequências para um navio que passava pela área ou para sua tripulação.

A mesma entidade reportou explosões perto de outro navio próximo a Hodeida.

Explosões também foram relatadas ao largo da costa do Sinai egípcio, noticiaram meios de comunicação deste país, antes de o Exército israelense relatar que interceptou objetos durante o voo sobre o Mar Vermelho.

Segundo o Departamento de Defesa americano, os huthis lançaram, desde o início da guerra em Gaza, cerca de uma centena de ataques com drones e mísseis contra uma dezena de navios mercantes.

Essas ações afetaram a navegação marítima no Mar Vermelho, uma área estratégica para o comércio internacional.

Os Estados Unidos formaram uma coalizão, à qual mais de vinte países se juntaram, para proteger a navegação no Mar Vermelho, por onde passa grande parte do comércio mundial.

Os huthis também lançaram ataques contra Israel, a maioria dos quais não atingiu seus alvos.

A defesa aérea russa abateu 36 drones ucranianos sobre o Mar Negro e a península da Crimeia durante a noite de sábado (28) informou o Ministério da Defesa da Rússia neste domingo (29).

"Os sistemas de defesa aérea em vigor destruíram 36 veículos aéreos não tripulados ucranianos sobre o Mar Negro e a parte noroeste da península da Crimeia", escreveu o ministério no Telegram.

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As autoridades locais na região sul de Krasnodar, que faz fronteira com o Mar Negro, disseram que um incêndio eclodiu em uma refinaria de petróleo na madrugada de domingo, mas não especificaram a causa. "As razões para o incidente estão sendo estabelecidas", disse um comunicado das autoridades locais, em meio a alegações de meios de comunicação de que o incêndio havia sido causado por um ataque de drone ou por destroços de um drone abatido.

Ataques de drones e bombardeios nas regiões de fronteira com a Rússia e na Crimeia anexada a Moscou são uma ocorrência regular. As autoridades ucranianas negam responsabilidade pelos ataques ao território russo ou à península da Crimeia.

Na Ucrânia, a força aérea do país disse no domingo que havia abatido cinco drones explosivos Shahed de fabricação iraniana lançados pela Rússia durante a noite.

O exército ucraniano voltou a atacar diversos pontos da Rússia com drones, atingindo Moscou e seus arredores pelo sexto dia consecutivo, assim como a região fronteiriça Belgorod, onde três pessoas morreram nesta quarta-feira (23).

O ataque em Belgorod matou três civis na localidade de Lavy, informou o governador da região, Viacheslav Gladkov. "As Forças Armadas ucranianas lançaram um dispositivo explosivo a partir de um drone quando as pessoas estavam na rua", afirmou em uma mensagem publicada no Telegram.

Em Moscou, um drone "foi neutralizado por recursos de guerra eletrônica e, ao perder o controle, colidiu com um edifício em construção no complexo Moskva City", no distrito financeiro da capital, informou o ministério da Defesa da Rússia, da que atribuiu o ataque à Ucrânia.

O prefeito da cidade, Serguei Sobianin, disse que várias janelas de dois edifícios foram danificadas e que os serviços de emergência inspecionaram o local.

A agência de notícias RIA Novosti mencionou uma "explosão" no distrito financeiro, que fica na zona oeste da capital, a cinco quilômetros do Kremlin.

Os sistemas de defesa aérea russos destruíram outros dois aparelhos não tripulados nos distritos de Mozhaisky, a 12 km do centro, e em Khimki, a 20 quilômetros do Kremlin, informou o ministério.

Os aeroportos internacionais de Vnukovo, Domodedovo e Sheremetievo interromperam as operações por alguns minutos.

Nas últimas semanas, o território russo foi atingido quase diariamente por drones, em particular a região de Moscou - os ataques não provocaram vítimas ou danos consideráveis.

Durante o verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), vários aparelhos foram destruídos na área do distrito financeiro de Moscou. Em maio, a defesa russa interceptou dois drones perto do Kremlin.

- Ataque mortal em Liman -

No leste da Ucrânia, a administração regional de Donetsk leal a Kiev informou que três pessoas morreram e duas ficaram feridas em ataques da artilharia russa nos arredores da cidade de Liman.

As três vítimas fatais são duas mulheres e um homem, com idades entre 63 e 88 anos, que estavam sentadas em um banco no município de Torske no momento do ataque.

Um homem ficou ferido na mesma localidade. O segundo ferido foi atingido no município de Zakitne.

Em outro foco de tensão nas últimas semanas, a Rússia anunciou na terça-feira que "destruiu" dois navios militares ucranianos no Mar Negro.

O ministério da Defesa afirmou que afundou uma embarcação militar em uma área sob seu controle e uma lancha de fabricação americana na Ilha das Serpentes, liberada no ano passado por Kiev.

O Mar Negro virou um cenário de conflito desde que a Rússia abandonou, em julho, um acordo mediado pela ONU e a Turquia para permitir as exportações de grãos ucranianos.

A Ucrânia intensificou os ataques contra navios ou posições russas na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, enquanto a Rússia bombardeou em várias ocasiões as infraestruturas portuárias rivais no Mar Negro e no rio Danúbio.

Durante a madrugada de quarta-feira, um ataque de drones russos atingiu infraestruturas de grãos ucranianas na região de Odessa (sul), informou o governador local, Oleg Kiper.

A Rússia afirmou nesta sexta-feira (18) que destruiu drones ucranianos aéreos e navais em Moscou e no Mar Negro, alvos frequente das tropas de Kiev nas últimas semanas.

"Esta noite, em uma tentativa de atacar Moscou, as forças de defesa aérea destruíram um drone", afirmou o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.

"Os destroços do drone caíram na área do Centro de Exposições e não provocaram danos significativos ao edifício ou vítimas", acrescentou o prefeito.

O Ministério da Defesa atribuiu a ação Kiev. Um comunicado afirma que o ataque aconteceu às 4h (22h de Brasília, quinta-feira) contra "alvos em Moscou e sua região".

O Centro de Exposições, na zona oeste da cidade e a apenas cinco quilômetros do Kremlin, recebe vários congressos profissionais.

A agência estatal de notícias TASS informou que uma das paredes do pavilhão desabou parcialmente. O espaço aéreo nas proximidades do aeroporto de Vnukovo foi fechado por alguns minutos.

Os ataques com drones da Ucrânia contra territórios russos controlados pela Rússia aumentaram nas últimas semanas, mas geralmente não provocam vítimas ou danos.

A capital russa, que no início do conflito não sofreu com as hostilidades, virou um alvo frequente de ataques. No final de julho e início de agosto, a Força Aérea interceptou drones sobre o distrito financeiro de Moscou. Os destroços provocaram danos a um arranha-céu.

Em maio, dois aparelhos foram derrubados nas proximidades do Kremlin.

Há algumas semanas, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu que a "guerra" estava chegando à Rússia, "a seus centros simbólicos e a suas bases militares".

- Hostilidades no Mar Negro -

Outro foco de hostilidades é o Mar Negro, especialmente desde que a Rússia abandonou em meados de julho o acordo, mediado pela ONU e a Turquia, que permitia a exportação de grãos ucranianos.

Na quinta-feira à noite, as forças russas impediram um ataque com um drone naval contra sua frota na região, que também é um alvo recorrente de Kiev, informou o Ministério da Defesa.

O drone ucraniano tinha como alvos dois barcos de patrulha que "cumpriam tarefas de controle de navegação na parte sudoeste do Mar Negro, 237 km ao sudoeste de Sebastopol", afirmou o ministério.

"O aparelho inimigo sem tripulação foi destruído pelos disparos dos navios russos sem conseguir cumprir seu objetivo", acrescenta uma nota oficial.

Um dos alvos era o navio "Vassili Bykov", que no domingo disparou tiros de advertência contra um cargueiro de uma empresa turca que seguia para o porto ucraniano de Izmail.

Desde o fim do acordo de exportação de grãos, os dois lados ameaçam atacar os navios de carga que avançam em direção aos portos do lado considerado inimigo.

Apesar da tensão, na quinta-feira um cargueiro que zarpou da Ucrânia chegou a Istambul, segundo sites que monitoram o tráfego marítimo, o primeiro a completar o trajeto desde o fim do acordo.

Moscou intensificou nas últimas semanas os ataques contra as infraestruturas portuárias ucranianas no Mar Negro e no Danúbio.

As hostilidades acontecem de modo paralelo à contraofensiva militar iniciada em junho pela Ucrânia, que registra um avanço mais lento do que o esperado por Kiev, apesar dos novos equipamentos de defesa fornecidos pelos aliados ocidentais.

As forças da Rússia derrubaram dois drones de combate que seguiam para Moscou, afirmou nesta quarta-feira (9) o prefeito da cidade, Serguei Sobyanin, no mais recente de uma série de ataques direcionados contra a capital do país.

"Registrada a tentativa de dois drones de combate de voar para dentro da cidade. Ambos foram abatidos pela defesa aérea", anunciou o prefeito moscovita no Telegram, sem nomear o responsável pela agressão.

Sobyanin afirmou que um drone foi derrubado na área de Domodedovo, sul da cidade, enquanto o segundo foi abatido na área da rodovia Minsk, ao oeste da capital.

Ele também informou que os serviços de emergência seguiram para os locais das quedas dos aparelhos e que não foram registradas vítimas.

O Ministério da Defesa da Rússia atribuiu a tentativa de ataque à Ucrânia. "A defesa aérea destruiu dois veículos aéreos não tripulados", afirmou em um comunicado, que também indica que as ações não provocaram vítimas ou danos.

Este foi pelo menos o terceiro ataque a Moscou em uma semana, de acordo com autoridades russas, que anunciaram a derrubada de drones ucranianos no domingo e na segunda-feira.

A capital russa praticamente não era afetada pelo conflito na Ucrânia até uma série de ataques neste ano.

O Ministério da Defesa anunciou na quinta-feira passada que neutralizou sete drones sobre a província de Kaluga, a menos de 200 quilômetros de Moscou.

Em 30 de julho, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou que a "guerra" estava chegando à Rússia, aos "centros simbólicos e bases militares" do país.

No início de agosto, um prédio de escritórios no principal distrito comercial de Moscou foi alvo de dois ataques de drones em poucos dias.

- Nove mortos em Pokrovsk -

A ação mais recente com drones aconteceu um dia após a Rússia reivindicar um ataque com mísseis contra um centro de comando do Exército ucraniano na cidade de Pokrovsk.

Dois mísseis, lançados em um intervalo de 40 minutos, atingiram edifícios residenciais, um hotel, cafés, lojas e prédios administrativos na segunda-feira.

Zelensky afirmou na terça-feira que o ataque matou nove pessoas e deixou 82 feridos, incluindo duas crianças.

A Ucrânia acusou a Rússia de mentir ao alegar que o ataque teve um centro de comando militar como alvo.

"É uma mentira completa", declarou Serguei Cherevaty, porta-voz do centro de comando para o leste da Ucrânia, à AFP. "Se bem me lembro, é a quarta vez que eles tentam algo assim", acrescentou.

"Se recordo bem, esta é a quarta vez que tentam algo do tipo", acrescentou.

A cidade de Pokrovsk fica a apenas 40 quilômetros da frente de batalha no leste da Ucrânia, onde a Rússia afirma que está avançado e impedindo ataques ucranianos.

A Rússia acusou as forças ucranianas de dispararem ontem pelo menos três drones contra Moscou, no mais recente de uma onda de ataques dentro do país que tem irritado o presidente Vladimir Putin. Segundo o Ministério da Defesa russo, um dos drones foi abatido nos arredores da capital e outros dois atingiram edifícios comerciais após serem interceptados pelas defesas aéreas. Não houve feridos.

O ataque foi o quarto na região de Moscou neste mês e o terceiro em uma semana. Eles começaram em maio, quando um drone atingiu o prédio do Kremlin e expôs a vulnerabilidade da capital russa em meio à guerra na Ucrânia.

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O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, declarou que os ataques forçaram o fechamento temporário do Aeroporto Internacional de Vnukovo, que serve a capital. Os voos foram redirecionados para outras cidades, e o aeroporto retomou as operações cerca de uma hora depois.

O ataque foi classificado como terrorista pelo Ministério da Defesa russo. O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, disse que eles não seriam possíveis sem a assistência militar fornecida a Kiev pelos Estados Unidos e os aliados da Otan.

A Ucrânia não reconheceu o ataque. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, limitou-se a dizer em seu discurso noturno que a guerra está "gradualmente se voltando ao território da Rússia". Já um porta-voz da força aérea ucraniana, Iurii Ihnat, declarou que o ataque expõe ao povo russo as consequências da guerra. "Todas as pessoas que pensam que a guerra não lhes diz respeito já estão sendo afetadas", disse ontem.

FRONTEIRA

A Rússia também culpou as forças da Ucrânia por atacar áreas próximas à fronteira entre os dois países. Ontem, o governador da região de Bryansk disse que um complexo de criação de suínos foi atingido por drones ucranianos e três pessoas ficaram feridas.

Na Ucrânia, a força aérea informou que destruiu quatro drones russos acima das regiões de Kherson e Dnipropetrovsk. As informações sobre os ataques não puderam ser verificadas de forma independente.

CONTRAOFENSIVA

Em paralelo, o país continua com a contraofensiva em diversas frentes, incluindo no sul e na Crimeia, onde armazéns de munição, suprimentos e combustível, cruciais para os esforços da Rússia na guerra, são os principais alvos de ataques.

Zelenski promete retomar todas as terras que as forças russas ocuparam, incluindo a Crimeia, e seus esforços são fortalecidos pelo recebimento e implantação de armas ocidentais cada vez mais avançadas. Na atual campanha contra a Rússia, soldados recém-treinados e novas armas têm sido cruciais para o progresso no campo de batalha. (Com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Três drones foram derrubados na madrugada desta quarta-feira (21) na região de Moscou, dois deles perto de uma base militar, anunciou o ministério da Defesa da Rússia, que acusou a Ucrânia pelo ataque.

"Hoje frustramos uma tentativa do regime de Kiev de executar um atentado terrorista com três drones contra pontos da região de Moscou", afirma um comunicado divulgado pelo ministério.

"Os drones foram neutralizados com sistemas de guerra eletrônica, perderam o controle e em seguida caíram", acrescenta a nota.

O ataque não provocou vítimas ou danos, informou o governador da região, Andrei Vorobiov.

"Dois drones caíram às 5H30 e 5H50 (23H30 e 23H50 de Brasília, terça-feira) quando se aproximavam dos depósitos de uma base militar no distrito de Naro Fominsk, 50 km ao sul de Moscou, anunciou Vorobiov no Telegram.

"Os destroços foram encontrados, não há vítimas ou danos", acrescentou o governador, que pediu calma aos moradores.

As autoridades russas não informaram se o terceiro drone estava direcionado contra a base militar ou tinha outro alvo.

O ataque aconteceu em plena contraofensiva ucraniana para recuperar parte do território tomado pelas tropas russas desde o início da operação militar, em fevereiro de 2022.

Vários ataques - a maioria com drones - foram registrados nas últimas semanas contra o território russo perto da fronteira com a Ucrânia.

Até recentemente, Moscou e seus arredores, a quase 500 quilômetros da fronteira ucraniana, estavam a salvo dos ataques.

Mas no início de maio, dois drones foram disparados na direção do Kremlin e, no fim do mesmo mês, vários drones atingiram arranha-céus de Moscou.

Também nesta quarta-feira, a Rússia aumentou para 41 o número de pessoas mortas em consequência das inundações nas áreas que suas tropas controlam no sul da Ucrânia, após a destruição de uma represa no rio Dnieper.

O balanço anterior registrava 29 vítimas fatais.

A represa hidrelétrica de Kakhovka, que fica em uma área sob controle russo na região de Kherson (sul da Ucrânia), foi destruída no dia 6 de junho.

Centenas de quilômetros quadrados foram inundados, o que forçou a retirada de milhares de moradores e provocou o temor de uma catástrofe humanitária e ambiental.

Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre a destruição da represa.

minis/mas/zm/mas/mis/fp

As forças russas executaram durante a madrugada um ataque em larga escala de drones contra Kiev e outras regiões, anunciaram nesta terça-feira (20) as autoridades ucranianas, que não relataram vítimas.

"Novo ataque aéreo em larga escala na capital", afirmou a administração militar de Kiev em um comunicado divulgado no Telegram. A nota também informou que há 18 dias os russos não utilizavam drones explosivos Shahed de produção iraniana para atingir a cidade.

"Seguindo as táticas habituais para os ataques em larga escala de UAV (veículos aéreos não tripulados), os drones entraram na capital em ondas, procedentes de várias direções. O alerta aéreo durou mais de três horas", acrescentou o comunicado.

"Quase duas dezenas de dispositivos inimigos foram detectados e destruídos por nossas forças e recursos de defesa no espaço aéreo ao redor de Kiev".

"Não há informações sobre vítimas ou danos até o momento", conclui a nota.

Em Lviv, oeste do país, "infraestrutura crítica" foi atingida por drones, afirmou o chefe da administração regional Maksim Kozitski no Telegram, sem revelar mais detalhes.

Ele não relatou vítimas ou feridos no ataque.

A administração militar de Zaporizhzhia também informou um grande ataque contra alvos civis na cidade do sul do país e seus arredores.

Na região de Mykolaiv (sul), o governador Vitaliy Kim reportou a destruição de três drones Shahed.

O Estado-Maior da Ucrânia informou posteriormente que a Força Aérea derrubou 28 dos 30 drones utilizados pela Rússia durante a noite.

A Rússia anunciou nesta terça-feira (30) que derrubou oito drones ucranianos lançados contra Moscou e as proximidades da capital, um ataque sem precedentes que coincide com a terceira onda de bombardeios russos contra Kiev, a capital da Ucrânia, em 24 horas.

O ministério russo da Defesa denunciou um "ataque terrorista" de Kiev e afirmou que neutralizou os oito drones com suas baterias de defesa antiaérea e sistemas de guerra eletrônica.

O prefeito da capital russa, Serguei Sobyanin, informou que duas pessoas ficaram levemente feridas no ataque, que aconteceu durante a madrugada e provocou "danos pequenos em vários edifícios".

"Todos os serviços de emergência da cidade foram acionados (...) Ninguém ficou gravemente ferido até o momento", escreveu Sobianin no Telegram.

A ação contra Moscou acontece em um momento de multiplicação dos ataques em território russo. Na semana passada aconteceu uma grande incursão na região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia. Kiev não reivindicou qualquer operação.

Pouco antes do anúncio do ataque com drones em Moscou, a Ucrânia informou que uma pessoa morreu em um novo "ataque em larga escala" contra Kiev durante a noite, o terceiro em apenas 24 horas.

"Das 23H30 às 4H30 (17H30 às 22H30 de Brasília, segunda-feira), as tropas russas da ocupação atacaram a Ucrânia com 31 drones de fabricação iraniana Shahed-136/131, mas 29 foram derrubados, quase todos perto da capital e no céu de Kiev", anunciou a Força Aérea ucraniana no Telegram.

"Uma pessoa morreu, uma mulher foi hospitalizada, duas vítimas receberam atendimento médico no local", declarou o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.

Vários mísseis russos foram lançados durante a segunda-feira contra Kiev, o que provocou cenas de pânico nas ruas, após uma noite de bombardeios. Muitos moradores procuraram abrigos subterrâneos, em particular as estações de metrô.

- Edifícios abandonados -

Em Kiev e outras cidades ucranianas, as explosões são parte do dia a dia dos habitantes. Porém, Moscou e as localidades próximas raramente foram atacadas com drones desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

As imagens publicadas nas redes sociais mostram vestígios de fumaça no céu. Outras mostram uma janela destruída em um edifício.

Testemunha citadas pelas agências de notícias russas afirmaram que um drone "entrou em um apartamento" no 14º andar de um edifício residencial.

"Não houve explosão. A polícia pediu a todos os moradores que abandonassem os apartamentos", disse uma testemunha à agência Ria Novosti.

De acordo com Sobianin, as autoridades determinaram a evacuação de dois prédios residenciais de Moscou atingidos pelos drones.

Os moradores "poderão retornar aos apartamentos após a conclusão do trabalho dos serviços especiais", declarou o prefeito da capital russa.

"Esta manhã, os moradores de alguns distritos de Moscou ouviram explosões: era o nosso sistema de defesa antiaérea", anunciou o governador da região, Andrei Vorobiov.

Ele pediu aos moradores que permaneçam calmos e insistiu que "todos os serviços de emergência estão trabalhando".

O Comitê de Inquérito da Rússia, responsável pelas principais investigações no país, informou em um comunicado que está analisando a queda de drones em Moscou e afirmou que vários aparelhos foram derrubados quando se aproximaram da capital.

Moscou e sua região, a mais de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, quase não foram alvos de ataques com drones, mas este tipo de operação foi registrada com mais intensidade nas últimas semanas em outras áreas do território russo.

No início de maio, dois drones foram derrubados sobre o Kremlin, sede do poder russo, em um ataque atribuído à Ucrânia.

Também foram registrados ataques de drones contra bases militares e infraestruturas de energia na Rússia.

A Rússia lançou nas últimas horas 24 drones de ataque contra a Ucrânia, que conseguiu derrubar 18 aparelhos, anunciou a Força Aérea de Kiev.

"Os invasores lançaram até 24 drones de ataque Shahed-136/131 (...) A Força Aérea da Ucrânia, em cooperação com outras unidades de defesa aérea, derrubou 18 drones de ataque", afirma um comunicado divulgado no Telegram.

Na quarta-feira, Moscou acusou Kiev de tentar atacar o Kremlin com drones para assassinar o presidente Vladimir Putin. O governo russo prometeu uma resposta dura.

A Ucrânia negou qualquer envolvimento em tal ação e os aliados ocidentais de Kiev também expressaram dúvidas sobre as acusações da Rússia.

Na capital ucraniana, o comandante da administração militar da cidade, Serguei Popko, disse que, de acordo com as informações preliminares, "todos os mísseis e veículos aéreos não tripulados inimigos foram destruídos sobre Kiev pelas forças de defesa aérea".

Popko afirmou que esta foi a terceira tentativa de ataque na capital em maio. "Nossa cidade não registrava tamanha intensidade nos ataques desde o início do ano", afirmou.

O comandante militar destacou que alguns destroços dos drones abatidos caíram em diferentes partes de Kiev, sem provocar feridos.

Uma invasão da ilha de Taiwan pela China nunca pareceu tão perto de ocorrer. Em Pequim, Xi Jinping moderniza suas Forças Armadas. Do outro lado do Pacífico, americanos estimam que uma ação armada pode ocorrer até 2025. E, em meio a essa crescente tensão, Taiwan trata de se proteger.

No dia 14, a ilha apresentou a um grupo de jornalistas internacionais novos modelos de drones militares, exibindo como preparam suas defesas para caso sejam invadidos. O plano é inspirado no sucesso da Ucrânia no uso de drones em ataques contra a Rússia e conta com a experiência de ponta de Taiwan na produção de semicondutores para controlar essas armas.

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Os equipamentos foram desenvolvidos em meio à tensão crescente das relações políticas no Estreito de Taiwan nos últimos anos e acompanham os investimentos na área militar feitos em toda a região do Indo-Pacífico, incluindo a China.

O esforço da ilha autônoma de Taiwan em fortalecer a segurança começou em 2019, com a apresentação de diretrizes da presidente Tsai Ing-wen após o governo chinês - que reivindica a ilha como parte de seu território - propor o modelo "Um país, dois sistemas", usado em Hong Kong e Macau, para integrá-la à República Popular da China. Após a guerra na Ucrânia, esse esforço se intensificou, apesar de especialistas considerarem que o risco de um conflito não é iminente.

Oito tipos de drones desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan foram apresentados. Desses, cinco são modelos exibidos ao público pela primeira vez. Segundo o diretor da Divisão de Pesquisa de Sistemas Aeronáuticos do instituto, Eric Chi, os modelos têm funções de combate ou vigilância e foram projetados para diferentes áreas das Forças Armadas de Taiwan.

A ilha deve produzir cerca de 3 mil drones em parcerias com empresas no próximo ano e deixa claro que a produção é "em resposta às novas tendências de guerra global". "Nossos militares têm construído ativamente capacidades de guerra assimétrica (quando um dos lados em conflito tem superioridade militar evidente)", disse Chi, segundo a CNN.

Os detalhes técnicos dos drones não foram revelados por questões de segurança, mas os equipamentos foram construídos com a tecnologia de Taiwan, que produz os semicondutores mais avançados do mundo. Eles têm o objetivo de tornar as forças militares mais ágeis e difíceis de se atacar.

Alguns dos drones exibidos têm capacidade de atacar outros veículos que estejam no céu; outros possuem capacidade de vigilância para rastrear navios de guerra, por exemplo. Essas duas características são respostas a táticas utilizadas no ano passado pela China, que enviou drones para áreas próximas da ilha e aumentou a atividade da Marinha no Estreito de Taiwan após a visita da então presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi. A visita foi vista por Pequim como violação da política internacional de "Uma só China".

Para o analista David Sacks, do centro de estudos americano Conselho de Relações Exteriores, o desenvolvimento dos drones tem um papel crucial para Taiwan se tornar menos dependente dos EUA na área militar em um momento em que a indústria de defesa americana está sobrecarregada por causa da guerra na Ucrânia. "Está muito difícil para nós (americanos) fornecermos à Ucrânia o que ela precisa, aos militares dos EUA o que eles precisam e garantir que Taiwan tenha o que precisa", afirmou.

DESAFIO LOGÍSTICO. Além de ser o maior fornecedor de armas para Taiwan, os EUA se comprometem desde 1954 em defender a ilha caso ela seja atacada por Pequim, que também investe em seu Exército em um grande projeto de modernização. Um eventual conflito no estreito, no entanto, demandaria questões logísticas difíceis para os americanos. "Taiwan é uma ilha, enquanto a Ucrânia está cercada por países da Otan que fazem o transporte (de equipamento militar) até suas fronteiras", disse Sacks.

Além do desenvolvimento de drones de vigilância e de ataque, outros movimentos de Taiwan para fortalecer suas forças militares são o investimento, que resultou em um aumento de 13,9% no orçamento de defesa para este ano, e a extensão do serviço militar obrigatório, que vai passar de quatro meses para um ano a partir de 2024. Neste mês, o governo de Taiwan também obteve o aval do governo Joe Biden para realizar uma compra de US$ 619 milhões (R$ 3,2 bilhões) em equipamentos militares, incluindo mísseis para os caças F-16.

O que um conflito bélico com a China significaria para a sociedade de Taiwan e como ela responderia, no entanto, é desconhecido. Apesar das tensões políticas, a relação da ilha com o território continental chinês é forte, com grande fluxo econômico e de pessoas entre os dois lugares. Uma guerra no Estreito não teria um custo alto somente para Taiwan, mas também para a China.

"A elite econômica de Taiwan é muito consciente do que significaria uma guerra. A China é o maior importador de produtos da ilha e um conflito teria um impacto significativo", avaliou o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e pesquisador da China, Marcos Cordeiro Pires.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Antes de abrir a Operação Sequaz nesta quarta-feira, 22, e prender nove integrantes de uma quadrilha ligada ao PCC que planejava sequestrar o senador Sérgio Moro, a Polícia Federal vigiou os investigados em uma casa alugada pelo grupo para servir como base do crime. A residência localizada no bairro Jardim Social, em Curitiba, tem duas edificações.

Os agentes da PF não só observaram a movimentação de entrada e saída do imóvel, mas também usaram drones para tentar flagrar os investigados dentro da residência. Verificaram, em dias alternados, luzes acesas e sacolas de lixo. Também observaram que existiam roupas masculinas no varal da casa dos fundos e toalhas estendidas na casa da frente.

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As diligências em endereços usados pela quadrilha para arquitetar o plano contra Moro levaram à avaliação da juíza Gabriela Hardt - responsável pela decisão que abriu a Sequaz - de que os endereços estavam sendo utilizados pela organização criminosa.

Segundo a juíza, os atos sob suspeita 'estão efetivamente em andamento em Curitiba há pelo menos seis meses, contando com a presença física dos investigados, compra de veículos, aluguel de imóveis e monitoramento de endereços e atividades' de Moro.

Os investigadores chegaram os endereços após vasculharem as contas de e-mails da quadrilha e identificarem diversos documentos com 'prestação de contas' dos gastos com o plano de sequestro de Moro. Nas listas, é possível verificar valores dispendidos com aluguéis.

Além disso, com base na análise de chamadas, os investigadores observaram que a quadrilha buscava imóveis que não só serviriam de base para o grupo criminoso, mas também para um possível cativeiro, no caso de êxito no sequestro do senador.

A PF aponta também que os criminosos alugavam imóveis para servirem de 'paiol' - locais de armazenamento de armas e manutenção de cofres. A quadrilha ainda visitou chácaras na região de Contenda e São José dos Pinhais.

A corporação vasculhou imagens armazenadas nas contas em 'nuvem' da quadrilha e verificou fotos de áreas de lazer, casas e móveis, 'denotando indícios de que os imóveis fazem parte dos levantamentos para montagem das bases da facção em Curitiba'.

No Paraná, os investigadores constataram que o líder da quadrilha Janeferson Aparecido Mariano, o 'Nefo', e seu braço-direito Claudinei Gomes Carias, o 'Nei', alugaram inicialmente um apartamento e uma casa em Curitiba. No entanto, 'por causarem transtornos' no prédio e não pagarem os valores devidos, foram procurados tanto pelo síndico do edifício quanto pela imobiliária.

Os agentes chegaram a visitar o prédio em questão, localizado no bairro Jardim Botânico, em Curitiba. Segundo os investigadores, o posicionamento é 'privilegiado para fugas', uma vez que é próximo da Rodoviária de Curitiba e no caminho para o Aeroporto de São José dos Pinhais, 'auxiliando tanto em um deslocamento para a prática de crime, quanto para a saída em locais de fácil deslocamento'.

A PF conversou com os condôminos, sendo que uma moradora lembrou que, em setembro e outubro do ano passado, três homens se hospedaram em um apartamento do prédio e 'de uma hora para outra', abandonam o local sem comunicar nada e sem pagar o devido aluguel.

Os investigadores levantaram fotos dos veículos que foram estacionados na garagem durante a estadia dos investigados no prédio, identificando um carro blindado, com comunicação de venda para o pai de uma outra investigada, Hemilly. A PF chegou a levantar a hipótese de que o veículo poderia ser usado no crime planejado pela quadrilha.

Outro endereço visitado pela Polícia Federal foi a primeira casa alugada pela quadrilha. Segundo uma das vizinhas ouvidas pelos investigadores, durante a estadia do grupo, foram realizados alguns churrascos no local. A vizinha também relatou que 'eram muito bagunceiros e deixavam muito lixo espalhado, mas conversavam pouco'.

Em meio às anotações dos criminosos, a Polícia Federal identificou o uso da expressão 'nova locação casa' chegando ao novo endereço usado pela quadrilha no bairro Jardim Social, em Curitiba. De acordo com a PF, 'Nei' comprou duas camas que foram entregues na residência.

Analisando conversas mantidas por 'Nei', a PF identificou que o número 2 da quadrilha se referia à casa e ao apartamento que foram alugados inicialmente pelo grupo como 'primeira casa' e 'apartamento'. Já a expressão 'segunda casa' faz referência ao imóvel localizado no bairro jardim social, havendo ainda uma edificação nos fundos do mesmo terreno, a 'casa do fundo'.

Em representação à Justiça, o delegado Martin Purper destacou que a casa locada pelos criminosos fica entre o escritório de advocacia da família Moro e um antigo apartamento, que é próximo da atual moradia da família. Ainda de acordo com o chefe da Operação Sequaz, o endereço é 'totalmente compatível' com o histórico de movimentação de 'Nei'.

'Iminência'

Ao requerer as medidas da Operação Sequaz à Justiça Federal, a Polícia Federal alegou 'iminência' do plano de sequestro de Moro argumentando que o líder da quadrilha, Janeferson, e sua mulher Aline de Lima Paixão, se mudaram no início de fevereiro 'buscando cadastrar todos os dados em nome de terceiros, notoriamente para tentarem ficar invisíveis quando do cometimento dos gravíssimos delitos'.

Os investigadores também sustentaram que o número 2 do grupo, Claudinei, um dos responsáveis pelos levantamentos e vigilâncias sobre as vítimas, 'apresenta constantes deslocamentos ao Paraná, não deixando qualquer dúvida que o crime está se concretizando em Curitiba'.

Considerando ainda que as vigilâncias, deslocamentos para a capital paranense e outras ações da quadrilha ocorrem desde meados de agosto de 2022, a Polícia Federal alegou que a 'situação do plano é de estabilidade nos propósitos ilícitos'.

O presidente Volodimir Zelensky afirmou nesta quarta-feira que a defesa aérea ucraniana derrubou 13 drones de fabricação iraniana utilizados para atacar a capital Kiev.

"Os terroristas iniciaram esta manhã com 13 (drones) Shahed... Todos os 13 foram derrubados por nossos sistemas de defesa aérea", afirmou Zelensky em um vídeo divulgado nas redes sociais, em uma referência aos drones iranianos utilizados pela Rússia contra alvos ucranianos.

A capital ucraniana foi alvo de "duas ondas" de ataques de drones que não provocaram vítimas, afirmou o comandante militar de Kiev, Serguei Popko, em um comunicado.

Ele informou ainda que "estilhaços de drones derrubados atingiram um prédio administrativo" no distrito de Shevchenkivsky, no centro-oeste da capital.

"Quatro edifícios residenciais sofreram danos leves", afirmou Popko.

A Rússia bombardeou durante várias semanas as infraestruturas de energia da Ucrânia com mísseis e drones, o que deixou milhões de pessoas no escuro às vésperas do inverno.

A Ucrânia denunciou nesta segunda-feira (17) que a Rússia voltou a atacar Kiev com vários "drones suicidas", um ato de "desespero" de Moscou, de acordo com as autoridades ucranianas.

"Esta manhã, os terroristas russos atacaram novamente as infraestruturas energéticas da Ucrânia em três regiões", lamentou o primeiro-ministro, que mencionou "cinco ataques com drones" em Kiev e "ataques com mísseis" em Dnipropetrovsk (centro-leste) e Sumi (nordeste).

Correspondentes da AFP em Kiev observaram drones sobrevoando um bairro central da capital e o momento em que policiais abriram fogo contra os aparelhos. Também foram observadas colunas de fumaça provocadas por explosões em toda a cidade.

Sirenes antiaéreas tocaram pouco antes das explosões, que aconteceram às 6H35 e 6H54 locais.

"O inimigo pode atacar nossas cidades, mas não conseguirá nos quebrar", afirmou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, antes de confirmar que "drones suicidas e mísseis estão atingindo toda a Ucrânia".

Um dos bombardeios atingiu um edifício residencial. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que o corpo de uma mulher foi encontrado entre os escombros e que três pessoas foram hospitalizadas.

- Ataques às segundas-feiras -

Os ataques aconteceram uma semana depois dos disparos em larga escala de mísseis por parte da Rússia, que duraram dois dias e atingiram cidades em toda a Ucrânia, provocando cortes de de energia elétrica.

"Parece que agora nos atacam todas as segundas-feiras", afirmou Sergiy Prijodko, enquanto aguardava do lado de fora da estação ferroviária central de Kiev.

"É a nova maneira de começar a semana", declarou à AFP.

Após os ataques, o chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy Yermak, afirmou que o país precisa de "mais sistemas de defesa antiaéreos o mais rápido possível".

"Os russos pensam que isto vai ajudá-los, mas demonstra apenas o seu desespero", destacou.

O ministério ucraniano da Defesa afirmou que "nas últimas 13 horas" os militares ucranianos derrubaram 37 drones Shahed-136 iranianos e três mísseis de cruzeiro lançados pela Rússia.

- "Drones iranianos" -

Na semana passada, Zelensky afirmou que os drones iranianos estavam sendo utilizados pelos russos para atacar a infraestrutura energética, embora Teerã negue que esteja fornecendo armas a Moscou para a guerra.

Em 10 de outubro, mísseis russos atacaram Kiev e outras cidades na campanha de bombardeios mais intensa em meses.

Os ataques deixaram pelo menos 19 mortos e 105 feridos, o que provocou a indignação da comunidade internacional.

Os disparos de Moscou voltaram a acontecer em 11 de outubro, mas em menor intensidade, e atingiram infraestruturas energéticas no oeste da Ucrânia, longe da linha de frente.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que os ataques foram uma resposta à explosão que danificou a ponte estratégica que liga a Rússia à península da Crimeia, anexada por Moscou

Na sexta-feira, Putin afirmou que estava satisfeito e que "no momento" não havia necessidade de executar mais ataques contra a Ucrânia.

Ele também afirmou que Moscou está fazendo tudo da "maneira correta" na ofensiva, apesar de alguns reveses consideráveis.

No sul da Ucrânia, as tropas de Kiev se aproximam de Kherson, que é única grande cidade ucraniana tomada pelos russos e que fica ao norte da Crimeia.

A região de Kherson é um dos quatro territórios ucranianos reivindicados como zonas anexadas por Moscou.

Após os ataques da semana passada, o governo dos Estados Unidos anunciou um novo pacote de ajuda militar de 725 milhões de dólares, incluindo sistemas lança-foguetes Himars.

Com a nova assistência, o total da ajuda militar concedida pelos Estados Unidos à Ucrânia chega a 17,6 bilhões de dólares desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.

burs/an/es/fp

No início de setembro, as forças da Ucrânia relataram ter abatido o primeiro drone de fabricação iraniana utilizado pela Rússia na guerra. Conhecidos como "drones kamikaze", o Shahed-136 e o Mohajer-6 podem atingir infraestruturas críticas da Ucrânia e destruir os armamentos militares ocidentais entregues para Kiev. Por isso, o uso cada vez mais frequente desses veículos aéreos não-tripulados tem chamado atenção do Ocidente e levado a Ucrânia a apelar por mais ajuda militar, já que os drones podem de fato mudar o curso da guerra, até agora favorável para os ucranianos.

Embora o Irã negue fornecer drones para a Rússia, alegando neutralidade na guerra, o Washington Post reportou a primeira entrega dos armamentos em agosto. Para evitar inserir o Irã diretamente no conflito, a Rússia pintou as aeronaves com suas cores e as renomeou como Geranium 2. Até agora, a Ucrânia já informou ter abatido dezenas delas, incluindo uma a 80 km de Kiev na última quarta-feira, 5, e em Zaporizhzhia, onde fica a maior usina nuclear da Europa, na última sexta-feira, 7.

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O uso de drones kamikaze não é novidade em guerra, já sendo utilizado desde meados dos anos de 1980, mas é a primeira vez que a Rússia estaria utilizando um de bandeira estrangeira. A própria Ucrânia conta com os modernos Switchblade 600 dos Estados Unidos e dos Bayratkar TB2 da Turquia - que podem ou não carregar ogivas. Mas a experiência militar aérea russa pode ser um diferencial contra os ucranianos, além de a arma iraniana custar muito menos que a americana.

"Esses drones podem mudar de forma muito clara a orientação da guerra, porque a Ucrânia tem muita dificuldade do ponto de vista da força aérea", explica Christopher Mendonça, doutor pela UFMG e professor de Relações Internacionais do Ibmec-BH. "Em vários momentos, o presidente Volodmir Zelenski pediu à Otan que cedesse aviões ou aeronaves menores para que eles pudessem fazer a defesa do seu espaço aéreo, e esse talvez seja o grande furo das Forças Armadas ucranianas".

Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um think tank com sede em Washington (EUA), até o momento o uso dos drones não tem gerado efeitos significativos, especialmente frente aos poderosos Himars dos EUA que ajudaram a Ucrânia a mudar o curso da guerra a seu favor. Mas seu uso cada vez mais frequente na guerra está despertando alertas.

Precisos e indetectáveis

A principal característica de um drone kamikaze é a capacidade de não só inspecionar e localizar alvos de ataque, mas se lançar contra os mesmos e destruí-los. O Shahed-136, é lançado da traseira de um caminhão e carrega uma ogiva de cerca de 30 kg. Ele é de difícil detecção, por isso "cai" do céu sem qualquer aviso prévio e pode voar muitos quilômetros longe da base de lançamento para fazer reconhecimento.

Ao avistar um alvo, ele solta a ogiva que pode atingir locais com precisão. Segundo militares ucranianos, essas aeronaves já conseguiram destruir obuses e veículos blindados utilizados pela Ucrânia, além de matar e ferir soldados. Os militares relataram ter destruído e capturado pela primeira vez um Shahed-136 em 13 de setembro, em Kharkiv, depois que a cidade já havia sido recuperada pelos ucranianos em uma contraofensiva surpresa.

"Hoje, drones como o Shahed-136 oferecem uma maneira relativamente barata para estados e alguns grupos não-estatais montarem ataques de longo alcance em alvos fixos ou radares", explicou no Twiter Justin Bronk, pesquisador em ciências militares do think tank britânico Royal United Services Institute. Porém, o drone tem limitações significativas, segundo ele, como GPS comercial, que limita sua capacidade e está sujeito a bloqueios, e carrega ogivas leves (até 30kg). "O que limita os danos e os conjuntos de alvos viáveis em comparação com bombas, mísseis ou artilharia regulares".

Eles são pequenos e voam baixo, o que dificulta a sua localização por radares, e, quando são avistados, atacam. "Alguns países desenvolveram nos últimos anos alguns componentes de defesa aérea que estão sendo cedidos, ainda que de maneira informal, para a Ucrânia para no mínimo localizar ou verificar a presença e o caminho dos drones. Só que ainda sem condições de atacá-los", explica Mendonça.

O Irã não fornece muitas detalhes sobre os drones de fabricação da Iran Aircraft Manufacturing Industries (HESA), mas em um vídeo promocional de um exercício militar que visava provocar Israel em dezembro de 2021, Teerã mostrou a capacidade de seus veículos aéreos não-tripulados. Os Shahed - mais de uma linha - foram colocados de maneira disfarçada em caminhões basculantes antes de serem lançados. Segundo informações de inteligência ocidentais, seu alcance pode chegar a 2.000 km.

Em 23 de setembro, os militares ucranianos também divulgaram ter capturado o iraniano Mohajer-6 e exibi-lo como troféu. O veículo, que pode atingir até 5.400 metros de altitude e voar a 200 km/h, carregava duas bombas aéreas Ghaem-5, uma sob cada asa, informaram as forças da Ucrânia.

Ambos os drones estariam sendo utilizados pela primeira vez fora do Oriente Médio. Segundo revelou a revista Newsweek em setembro de 2021, os veículos não-tripulados iranianos são amplamente utilizados contra as forças pró-Arábia Saudita na guerra do Iêmen. Também há relatos de uso na guerra da Síria. Além disso, Israel e o Ocidente acusam o Irã de utilizar os drones kamikaze para atacar a indústria petrolífera da Arábia Saudita.

Uso estratégico

Para a Rússia, os drones são úteis neste momento em que há pouco pessoal disponível - ou disposto - a lutar na Ucrânia e com grandes perdas de equipamentos militares, segundo informações das inteligências ocidentais. Moscou possui entre 1.500 a 2.000 veículos não-tripulados de vigilância, mas poucos de ataque. As negociações com o Irã, que também é alvo de sanções dos EUA e aliados, foi de obter os veículos militares de primeira linha.

"Esses drones são um grande trunfo que a Rússia está tendo", afirma Christopher Mendonça. "Eles já perderam diversos deles, vários foram abatidos no ar por atiradores ucranianos. No entanto, os russos ainda têm uma grande capacidade, principalmente em razão dessa cessão de tecnologia que o Irã tem feito. O Irã tem sido um parceiro muito importante nessa questão tecnológica, além da China".

Segundo informou uma autoridade americana sob condição de anonimato ao Washington Post em agosto, o acordo entre Rússia e Irã determinou que especialistas técnicos iranianos viajassem para a Rússia para ajudar a configurar os sistemas, e oficiais militares russos passaram por treinamento no Irã para manusear os drones. Zelenski critica o Irã por negar a presença dos seus drones no conflito.

Segundo Scott Crino, fundador e CEO da Red Six Solutions LLC, uma empresa de consultoria estratégica, em entrevista ao The Wall Street Journal, o Shahed-136 poderia fornecer à Rússia um contrapeso importante para os sistemas de armas de alta tecnologia, como lançadores de mísseis Himars dos EUA. "A presença de Shahed-136 na guerra da Ucrânia está, sem dúvida, mudando os planos operacionais de Kiev", disse ele. "O tamanho do campo de batalha da Ucrânia dificulta a defesa contra o Shahed-136."

"Embora a Ucrânia tenha também os seus drones e as suas especificações de guerra, ela ainda não tem uma capacidade plena para proteger o seu território da ação desses drones iranianos", concorda Mendonça. "Nesses termos, a defesa debilitada ucraniana acaba dando uma vantagem muito grande para os russos do outro lado."

Mas ainda é cedo para dizer que os veículos serão responsáveis por mudanças no campo de batalha, especialmente com Vladimir Putin fazendo ameaças ainda mais sérias, como uso de armas nucleares. Até o momento, a Ucrânia conseguiu abater cerca de 60% dos Shahed-136 disparados pela Rússia, segundo o vice-chefe do Departamento Operacional Principal do Estado-Maior ucraniano, general de brigada Oleksi Hromov, que afirma que Moscou já usou ao menos 86 desses drones. A questão é saber quantos foram fornecidos pelo Irã.

Além disso, a Rússia não está utilizando as aeronaves diretamente no front - atualmente concentrado no leste e no sul -, segundo o Instituto para Estudo da Guerra. "(Os russos) usaram muitos drones contra alvos civis em áreas de retaguarda, provavelmente esperando gerar efeitos não lineares por meio do terror. Tais esforços não estão tendo sucesso", disse a organização em um relatório do front em 6 de outubro.

Desde a última quinta-feira (8), quatro drones despejam veneno contra terras de posseiros dos Engenhos Barro Branco, Caixa D’Água e Fervedouro, em Jaqueira, na Zona da Mata Norte pernambucana. Em situação de conflito fundiário, os trabalhadores já tinham sofrido ataques similares durante a pandemia de Covid-19. Em uma das ocasiões, camponeses chegaram a ser socorridos para uma unidade de saúde local.

Agora, um dos agricultores conseguiu registrar o momento em que o veículo aéreo não tripulado despeja o material tóxico, que põe em risco, além das plantações e dos trabalhadores, as fontes de água que abastecem as famílias que vivem nas comunidades. A população pede que as autoridades locais façam a coleta de material e averiguem a contaminação. 

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"Hoje deu pra notar que as folhas do pé de imbaúba já estão murchando, por causa do veneno. Hoje viemos na área atingida e ainda dá para sentir o fedor de veneno. De ontem pra hoje senti uma leve de dor de cabeça e garganta querendo inflamar", lamenta o agricultor Carlos Andrade, que reside no Engenho Fervedouro. Ele teme que mais veneno volte a ser despejado sobre as terras na noite deste sábado (10).

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Em abril de 2021, o LeiaJá esteve no Engenho Fervedouro para acompanhar a situação da comunidade que vive no local. Na ocasião, os agricultores informaram que drones também costumam ser utilizados para vigiar a população, inclusive violando a privacidade de suas residências.

Conflito

Em 2017, a empresa Negócio Imobiliária S/A - que posteriormente mudou seu nome para Agropecuária Mata Sul S/A- tornou-se cessionária de arrendamento de parte da desativada Usina Frei Caneca. A área compreende cinco mil hectares, que correspondem a 60% de todo o município de Jaqueira. Neste perímetro, vivem cerca de 1.200 famílias camponesas, distribuídas nas comunidades rurais de Caixa D’água, Barro Branco, Laranjeira, Fervedouro, Várzea Velha, dentre outras. Esta população vive no local há pelo menos 70 anos e reivindica a regularização de suas posses junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Segundo os trabalhadores, o empresário Guilherme Cavalcanti Petribú Albuquerque se intitula dono da Agropecuária Mata Sul S/A. Membro de uma tradicional família do estado, Guilherme é irmão de Marcello Maranhão (PSB), prefeito de Ribeirão, vizinha a Jaqueira. Desde a chegada da empresa na região, as comunidades que vivem nas áreas arrendadas denunciam uma série de violações, a exemplo de atropelamentos de camponeses, chuvas de agrotóxicos sobre as lavouras, vigilância constante com drones, emboscadas à mão armada, destruição de fontes d'água, ameaças e perseguições, além de esbulho de suas posses, por meio do cercamento das terras. Em agosto do ano passado, passou a circular uma lista com os nomes de dez camponeses marcados para morrer.

O LeiaJá apurou, por meio de consulta à Certidão Narrativa de Débitos Fiscais, que a empresa deve R$ 62.522.544,58 à Fazenda Estadual. Já junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT6), foi possível constatar que a empresa está envolvida em 121 ações trabalhistas. Assessores jurídicos da CPT informam que existe ainda uma dívida com o governo federal, de mais de R$ 92 milhões. Assim, camponeses reivindicam a desapropriação das terras.

A reportagem já havia levado essa demanda para o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), que garantiu que a dívida da usina com o Estado está sendo cobrada pelo Governo de Pernambuco, por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE), a partir de 16 ações de execução fiscal, as quais tramitam na Justiça. O Instituto informa que os processos são físicos e que já há, inclusive, penhora de engenhos para possibilitar o pagamento da dívida.

Taiwan e China trocaram críticas por uma série de voos de drones sobre as Ilhas Kinmen taiwanesas, alguns deles para monitorar postos militares.

Fotos e vídeos de drones voando neste arquipélago, localizado a poucos quilômetros da cidade chinesa de Xiamen, circulam nas redes sociais chinesas e taiwanesas.

Um dos vídeos mostra soldados taiwaneses jogando pedras em um dos drones na tentativa de afastá-lo.

Quando perguntado sobre os vídeos na segunda-feira, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que não era um "caso digno de alarido" porque os drones "voam pelo território chinês".

Essa resposta desencadeou a fúria de Taiwan, que comparou o assédio dos drones ao comportamento de um "ladrão".

"Aqueles que não são convidados são chamados de ladrões, sejam eles invadindo à força ou espionando do ar, o povo de Taiwan não recebe tais ladrões", disse o ministério das Relações Exteriores de Taiwan em comunicado.

As tensões no Estreito de Taiwan estão em seu nível mais alto em anos após a visita da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha no início de agosto.

Por uma semana, a China decidiu, em retaliação, realizar manobras militares em terra e mar não vistas desde meados da década de 1990, incluindo voos de drones sobre as Ilhas Kinmen.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) concedeu a primeira autorização para uma empresa utilizar drones para entregas comerciais. A contemplada foi a companhia Speedbird Aero, que poderá utilizar aeronaves não tripuladas em suas operações de entrega de produtos.

A Speedbird Aero utilizará a aeronave pilotada remotamente chamada DLV-1 NEO. Poderão ser carregadas cargas de até 2,5 quilos em um raio de até 3 quilômetros. A autorização contempla áreas rurais e urbanas.

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Mas a licença envolve uma série de requisitos e parâmetros de segurança. Entre eles estão não sobrevoar pessoas, manter distância de fontes de interferência eletromagnética e respeitar as alturas máximas e mínimas fixadas pela ANAC.

O processo de análise do pedido durou oito meses. Técnicos da ANAC acompanharam quatro ensaios com a empresa, sendo três voltados para observação das características físicas do equipamento e outro para analisar a atuação operacional.

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