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"Agora acabou tudo", afirmou Antonio Francisco de Assis Nunes, de 63 anos, produtor rural da região do Parque das Cachoeiras, na periferia de Brumadinho, uma área que foi devastada pela lama da barragem que se rompeu anteontem no município. Chorando e lamentando o estrago nas lavouras, ele contou que naquela área viviam cerca de 20 famílias: "Não sobrou ninguém".

Conhecido como Tonico da Horta, ele acompanhou o drama mais pesado bem de perto. A menos de cinco metros, remexendo a lama que invadiu o barracão sem paredes, um grupo de bombeiros se preparava para resgatar um corpo feminino da borda. "Olha isso, deve ser gente que veio arrastada."

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A lama mole devastou a baixada usada para plantio de frutas e legumes e avançou sobre o galpão de selecionar a produção agrícola, destruindo tudo e entrando pelo prédio. Tonico da Horta nem viu quando o corpo foi colocado dentro de uma caixa de plástico, envolto num saco preto, e retirado de helicóptero pelos Bombeiros. Era o resgate de mais uma das dezenas de vítimas ainda desconhecidas.

"Uns 300 metros daqui, já localizamos outros quatro corpos", afirmou o socorrista que vasculhava, numa equipe de quatro bombeiros, as bordas da lama e ia marcando os pontos de cadáveres. Logo adiante, um outro helicóptero acabara de içar outra vítima.

"Estamos neste local há umas duas horas e já localizamos quatro pessoas", afirmou o bombeiro. Eram 16 horas. Pouco antes de uma forte chuva que despertou temor na região, pelo menos mais dois cadáveres tinham as coordenadas definidas para recolhimento.

A devastação provocada pelo rompimento da barragem foi acompanhada de perto também pelo morador João Moreira do Carmo, de 63 anos. "Eu vi a lama descendo", contou. "Ela desceu arrastando tudo."

Auxiliar técnico de manutenção da Vale, Wilson Pereira de Souza estava com a família em um clube, a cerca de 800 metros do local do rompimento, na hora do acidente. "Subiu um poeirão lá", disse. "Isso não é normal", imaginou, ao correr com a filha procurando um local mais alto. "Eu sabia que aquilo estava errado."

Medo

O clima em Brumadinho, durante todo o dia, foi de medo e confusão. No fim da manhã, bombeiros pediram que quem estivesse na área do acidente deixasse o local porque a outra barragem seria drenada.

A notícia se espalhou na região e moradores começaram a temer um eventual novo rompimento. "Isso não é verdade, é fake news", afirmou o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil, por volta de 13 horas. Em seguida, o coronel Almeida, do comando dos Bombeiros, explicou que o trabalho era feito por funcionários da Vale: "É para evitar pressão no terreno".

"A gente não tem informação nenhuma, mas tenho fé que vamos encontrá-lo", disse Camila de Amorim, de 20 anos, namorada de Everton Guilherme Ferreira Gomes, um dos desaparecidos. Segundo ela, a tragédia aconteceu no primeiro dia de trabalho de Gomes em Brumadinho. "Ele estava muito empolgado, ansioso", disse. "Quando soube do que aconteceu, liguei para ele, mandei mensagem... No começo, pensei que era um problema de sinal."

Funcionários da Vale passaram a tarde procurando colegas nos pontos de informações e resgate da operação montada pelos órgãos de segurança e Defesa Civil. A empresa oferece acomodação em hotéis e apoio psicológico em um centro improvisado, ao lado de uma UPA.

Ainda assim, o dia foi de perplexidade e dúvidas. "Tem vários conhecidos e amigos nossos entre os desaparecidos", contou Wilson Pereira de Souza, conversando na porta do hospital. "Você viu, está lá o Weberth, o Alano, a Angelita..." Nas redes sociais, amigos publicaram telefones dos desaparecidos na tentativa de localização. Muitos, em vão.

Jipes e drones

Jipeiros e operadores de drones voluntários se mobilizaram em torno da localidade de Córrego do Feijão para tentar ajudar nas buscas aos desaparecidos, mas foram orientados a não entrar nas áreas mais atingidas pela lama. Policiais e bombeiros bloquearam os principais pontos de acesso, para prevenir acidentes. Moradores que não tiveram as casas atingidas permaneceram no local, mas em condições precárias. Não tinham água nem eletricidade.

Dono do Bar do Aritana, Genival Costa de Sá tinha ontem os olhos vermelhos de tanto chorar. Ele contava ao menos cinco conhecidos, frequentadores do local, como desaparecidos. Provavelmente eles ficaram embaixo das toneladas de rejeitos que desceram da barragem.

Para ele a esperança de voltar a ver os vizinhos com vida é pequena. "Só um milagre de Deus", disse. "Tem uns 30 metros de barro por cima." Em um esforço para encontrar desaparecidos, a Advocacia-Geral da União conseguiu liminar na Justiça para que as empresas de telefonia forneçam a relação de assinantes dos celulares que estavam conectados às estações que atendem a região da mina.

Sem serviços básicos - e sem fregueses -, Costa não abriu o bar, ponto de encontro do lugarejo. O ambiente era de tristeza e medo. "Hoje (ontem) era dia de estar todo mundo aqui, tomando uma", lamentou André José dos Santos, manobrista em outra mineradora, mostrando-se, agora, preocupado com sua segurança. "Trabalho há dez anos e acho que não tem perigo", disse. "Mas aqui também a empresa (Vale) fazia reunião e dizia que não tinha problema."

Moradores informaram que, antes de ruir, a barragem estava seca em sua superfície. Tanto que, em alguns pontos, era possível até andar sobre ela. Um funcionário da Vale que não quis se identificar contou que, no momento do rompimento, estava em um ponto acima da barragem. Com o barulho das máquinas não percebeu o que acontecia. Quando olhou para trás, estava tudo destruído. "Meu irmão e vários amigos estavam na parte de baixo. Foi muito rápido."

Aldeia indígena

A lama de rejeitos da barragem chegou ontem, pelo Rio Paraopeba, às margens da aldeia Naô Xohã, do povo Pataxó Hã-hã-hãe, em São Joaquim de Bicas (MG), segundo o Conselho Indigenista Missionário. Por causa do risco de transbordamento do rio, os índios tiveram de deixar a aldeia. Também foram evacuados alguns bairros do município.

Segundo o cacique Háyó Pataxó Hã-hã-hãe, a água do rio começou a sofrer alterações de coloração na madrugada de ontem, e durante o dia já foi possível ver peixes mortos. Após deixarem a aldeia, os índios decidiram não ir à cidade, mas ficar na parte alta da área de 33 hectares, ocupada há um ano e meio.

As 25 famílias indígenas foram orientadas a não usar água do rio. A aldeia se estabeleceu após a migração de pataxós do sul da Bahia para Minas. Além de São Joaquim de Bicas, cinco prefeituras da Bacia do Paraopeba emitiram alertas para que a população fique longe do leito do rio.

Endurecimento

Após reunião de duas horas no Palácio do Planalto com representantes dos ministérios envolvidos em ações governamentais referentes à tragédia em Brumadinho, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse a jornalistas que o governo tem a intenção de mudar o protocolo de licenciamento das barragens brasileiras.

O ministro informou que, no encontro, chegou-se à conclusão de que "é importante e urgente" que as barragens que ofereçam mais riscos sejam submetidas a uma nova vistoria para que eventuais desastres possam ser evitados.

Heleno disse ainda que o objetivo da reunião foi de que não haja a superposição de esforços e que cada ministério defina suas responsabilidades no desenvolvimento das ações de governo. De acordo com o general, as pastas especializadas no assunto atuarão para que o protocolo seja revisto. "Porque parece que há alguma coisa que está falhando nesse licenciamento", disse.

Mais cedo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, após fazer sobrevoo com o presidente Jair Bolsonaro na região afetada, afirmou que o governo não pretende afrouxar a fiscalização ambiental. "Nunca houve nenhum projeto de afrouxamento de fiscalização. Ao contrário, o que demonstramos hoje é que a fiscalização do Ibama é rigorosa e rápida. O que nós precisamos é de foco e dedicação", disse.

Ele afirmou que a legislação deve mudar para evitar que novas tragédias, como as de Brumadinho e Mariana, voltem a acontecer. "Não só é possível como é necessário. O que é preciso na legislação ambiental é tirar questões simples e aprofundar nas questões técnicas de maior risco", completou.

Pressão

Desde que aconteceu o acidente houve uma elevação do tom de cobrança ao governo sobre a possibilidade de flexibilizar o licenciamento ambiental. Uma de suas bandeiras durante a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou várias que pretendia simplificar o licenciamento e "tirar o Estado do cangote do produtor". Salles também defende ferramentas como o chamado autolicenciamento.

Para o especialista em Direito Ambiental Paulo Affonso de Leme Machado, o que é necessário neste momento é "um licenciamento ambiental mais forte, não mais fraco". Segundo ele, os dois desastres em Minas são exemplo disso. "Esses casos mostram que o licenciamento tem sido muito frouxo e inclusive com domínio inegável dos mineradores", diz.

"A lei de barragens é defeituosa. Ela facilitou demais os mineradores. São eles que dão a última palavra e no monitoramento. Eles se automonitoram", complementa o jurista.

ONGs devem intensificar a cobrança sobre o que chamam de risco de ocorrência de uma "fábrica de marianas". Nilo D'Ávila, do Greenpeace, afirma que o desastre joga o holofote sobre o governo, que terá de trazer uma resposta para o problema. "O licenciamento não é só uma etapa do empreendimento, mas é parte dele. É o que vai garantir a saúde do ambiente, mas também das pessoas e do próprio negócio."

Redes sociais

Personalidades brasileiras usaram as redes sociais para comentar o desastre provocado pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. A tragédia - que figurou ontem pelo segundo dia entre os assuntos mais comentados do Twitter - mobilizou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a modelo Gisele Bündchen e o jogador da seleção de futebol Neymar.

Pelo Twitter, FHC prestou solidariedade às vítimas e fez alerta ao governo: "Meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta", disse. "Que a tragédia de Brumadinho abra os olhos do governo", diz a mensagem do ex-presidente. "Solidariedade às vítimas, mais ação para o futuro."

No Instagram, Gisele Bündchen postou, acompanhada de uma foto própria, duas imagens com o antes e depois do avanço da lama. Ela também divulgou quais itens poderiam ser doados e os pontos de recolhimento em Minas Gerais.

Já Neymar publicou uma obra dos artistas plásticos Os Gêmeos. Na ilustração, uma família, afundada até a cintura na lama, aparece chorando em meio a casas soterradas. Acima, um engravatado despeja um balde de rejeitos sobre todos. A mesma imagem foi usada no perfil da jornalista e apresentadora da TV Globo Fátima Bernardes nas redes sociais.

"Não é desastre ambiental. É negligência, é ganância, descaso, é a certeza da impunidade. É cruel. É crime", escreveu a atriz Bruna Marquezine, no Instagram. Ela também divulgou informações sobre doações.

O ator Bruno Gagliasso publicou um vídeo que retrata uma correnteza de lama - as imagens, na verdade, não eram de Brumadinho. Horas depois, o ator compartilhou a foto de uma camiseta do Brasil suja de lama, com um poema na descrição. A atriz Fernanda Paes Leme e e a cantora Maria Gadú também se pronunciaram nas redes em solidariedade.

Para lembrar

Estima-se que pelo menos 500 mil pessoas tenham sido afetadas direta ou indiretamente pela tragédia de Mariana, em 5 de novembro de 2015, quando 19 pessoas morreram. A destruição foi notada ao longo do caminho percorrido pela lama, entre Minas Gerais e Espírito Santo. Foram 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério. Os resíduos desceram os rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce até desembocar no Oceano Atlântico. A lama atingiu muitas comunidades ribeirinhas, contaminando a água e matando animais e plantas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Desde essa sexta-feira (25), grupos de jipeiros e operadores de drones estão mobilizados no entorno da localidade de Córrego do Feijão, uma das mais atingidas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Eles estão sendo orientados a não entrar nas áreas mais afetadas pela lama. Os moradores que não tiveram as casas atingidas, porém, permanecem no local, mas sem água e sem luz.

A policial civil Janaina Menezes conta que a falta de luz foi o primeiro sinal de que alguma coisa estava acontecendo. Segundo ela, por volta das 12h40 os eletrodomésticos pararam de funcionar e, logo depois, vizinhos da parte mais baixa do lugarejo começaram a subir com a notícia de que a barragem havia rompido.

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Janaína, que mora com o marido, o comerciante Paulo Menezes, e cinco filhos conta que não precisou sair de casa nem teve nenhum parente próximo atingido. A sorte, diz, é que as crianças estão de férias.

"Durante as aulas, as crianças da escola usam o clube da Vale para esportes e para brincar", conta.

Além da atividade de mineração toda a região tem vários parques e atrativos turísticos. Uma das propriedades destruídas em Córrego do Feijão foi uma pousada. "Não dá para saber quantas pessoas estavam lá. É uma pousada antiga. Recebia sempre muita gente", conta Genival Costa de Sá, dono do bar do Aritana.

Ao menos duas pessoas - um homem e uma mulher - foram presos no Reino Unido sob suspeita de envolvimento no episódio com drones que levou ao fechamento do Aeroporto de Gatwick, em Londres, deixando 140 mil passageiros em solo na última quarta-feira (19). Os responsáveis pelos voos dos drones podem ser condenados a até cinco anos de prisão e a pagar multas.

O tráfego aéreo já foi retomado e, de acordo com as autoridades de Gatwick, devem pousar e decolar no horário os 757 voos previstos para hoje, que levam, ao todo 124 mil passageiros. O CEO do aeroporto, Stewart Wingate, disse que os drones que sobrevoaram Gatwick "foram concebidos para provocar o fechamento do tráfego e provocar o máximo de caos".

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"Eventos como esse evidenciam um desafio estratégico para a indústria aeronáutica, para o governo e para todas as outras autoridades envolvidas", ressaltou. "É inadmissível que os drones possam prejudicar uma parte tão importante da nossa economia dessa maneira", criticou.

O aeroporto de Gatwick tinha sido reaberto nessa sexta-feira (21), quando a ameaça, iniciada na quarta-feira, foi considerada encerrada. Mas novos drones surgiram na região os voos tiveram de ser novamente interrompidos. 

Da Ansa

A comemoração que celebra o aniversário da independência dos Estados Unidos na noite desta sexta-feira (4) será um pouco diferente na Base da Força Aérea Travis em Fairfield, na Califórnia. Em vez de fogos de artifício, 500 drones da Intel tomarão o céu para realizar uma rotina em homenagem ao feriado.

O show, que é gratuito, poderá ser visto a cinco quilômetros de distância. Os drones comunicam-se individualmente com o computador do piloto, criando formas, como a bandeira americana, através de GPS, de modo que eles não batam um no outro.

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Um dos responsáveis pelo show acredita que um dia apresentações de luzes com drones poderão se tornar tão comuns quanto as comemorações com fogos de artifício. A apresentação terá cerca de cinco minutos de duração, informou a Intel. A ideia é evitar barulhos que podem incomodar animais e crianças e incêndios florestais.

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A China está criando seu próprio bando de pássaros robóticos equipados com tecnologia de vigilância para espionar tudo o que acontece no solo. Segundo informações do jornal South China Morning Post, os drones já estão em operação em pelo menos cinco províncias.

Os drones semelhantes a pombas são desenvolvidos por pesquisadores da Northwestern Polytechnical University, na província de Shaanxi, que já trabalharam em caças furtivos usados ​​pela força aérea.

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Cada ave robótica é equipada com tecnologia GPS, uma câmera de alta definição e um sistema de controle de voo que se conecta aos satélites em órbita. Os drones também fazem uso de um pequeno motor elétrico para acionar o movimento das asas.

As máquinas do atual bando de robôs da China replicam cerca de 90% dos movimentos de uma pomba real, disse a pessoa envolvida no projeto, acrescentando que elas também produzem pouco ruído.

Apesar dos avanços tecnológicos, os drones da China ainda estão longe de serem perfeitos. Eles são incapazes de viajar longas distâncias ou manter o curso em ventos fortes. Seu desempenho também pode ser prejudicado pela chuva forte ou neve.

Além disso, a ausência de um mecanismo anti-colisão significa que os drones são propensos a colidir com objetos quando voam a baixas altitudes, enquanto seus circuitos eletrônicos são vulneráveis ​​a distúrbios eletromagnéticos.

No entanto, os pesquisadores estão trabalhando duro para resolver esses problemas, e com os avanços na tecnologia de inteligência artificial, eles esperam que a próxima geração de pássaros robóticos possa voar em formações complexas e tomar decisões independentes no ar.

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O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) voltou a fazer ameaças contra a Copa do Mundo na Rússia. Em um novo vídeo, os terroristas prometem "um massacre como nunca visto". A mensagem foi publicada em vários canais e chats extremistas nesta sexta-feira (15), um dia após a abertura do Mundial, com uma partida em Moscou entre Rússia e Arábia Saudita.

No vídeo, o Estado Islâmico diz que pretende se "vingar" da Rússia e do presidente Vladimir Putin devido ao envolvimento em operações contra o grupo terrorista na Síria. O vídeo se conclui com imagens panorâmicas dos estádios, como o de Sochi, sendo atingidos por explosões à bomba provocadas por drones.

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Especialistas internacionais em contraterrorismo acreditam que o vídeo não passe de uma fantasia, mas alertam para o risco de "lobos solitários" seguirem os chamados do Estado Islâmico e agirem na Rússia.

De acordo com Rita Katz, da agência SITE, jihadistas do EI têm postado nas últimas horas campanhas incitando ataques na Rússia e dando instruções detalhadas para atentados em restaurantes, shoppings centers e áreas de pedestres.

"Diante de várias derrotas militares na Síria e no Iraque, o Estado Islâmico está desesperado por atenção e tentando intimidar o público. Dito isso, faz sentido que eles lancem ameaças contra a Copa do Mundo", disse Katz.

Esta não é a primeira vez que o Estado Islâmico ameaça cometer atentados durante a Copa do Mundo. Em 2014, no Brasil, eles também pediram que os jihadistas agissem. Já o governo de Moscou diz há anos que teme que terroristas russos que deixaram o país para lutar pelo EI na Síria retornem e cometam atentados.

Da Ansa

A Alphabet, dona do Google, começou uma nova fase de teste de drones híbridos, entregando burritos e medicamentos a clientes em uma região rural da Austrália. Criados pelo laboratório de pesquisa blue-sky, os equipamentos são capazes de viajar por longas distâncias e em altas velocidades.

Na Austrália, dois parceiros da Alphabet já utilizam os drones para realizar entregas. O primeiro deles é uma rede de comida mexicana, que agora é capaz de levar burritos para seus clientes pelos céus. O segundo é uma cadeia de farmácias. Para solicitar um pedido, os usuários só precisam usar um aplicativo e aguardar a aeronave no endereço indicado.

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"Nossos drones são capazes de entregar itens em praticamente qualquer lugar - quintais, parques públicos, fazendas ou até em linhas de quebra-fogo. Mas precisamos treinar nossos sistemas para identificar com segurança locais de entrega seguros e convenientes. Isso é mais complicado do que parece. Temos que incorporar as preferências do cliente, por exemplo", explica a empresa, em um post de blog.

A Alphabet enfrenta uma forte concorrência em seu objetivo de disponibilizar a entrega por drones em todo mundo. A Amazon também está experimentando uma tecnologia similar no Reino Unido desde 2016. Além disso, várias empresas menores também querem seu espaço no mercado.

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Monitorar o avanço do desmatamento, ajudar no cálculo do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), construir mapas tridimensionais para incursões da polícia, acompanhar operações em áreas de risco e até ajudar no resgate de vítimas de afogamento. Nos últimos dois anos, o uso de aeronaves não tripuladas - conhecidas como drones - tem se multiplicado na administração pública. As operações, ainda experimentais, já são adotadas em pelo menos 36 órgãos de segurança pública e defesa civil do País, segundo a Aeronáutica.

Até março, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), havia 38,4 mil drones regulamentados no Brasil - mais do que o triplo (13,2 mil) em relação a julho do ano passado. Cerca de um terço dos equipamentos têm funções profissionais.

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Duas novas regulamentações aprovadas em 2017 pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo, do Ministério da Defesa, ajudaram a aumentar esse tipo de uso. O órgão facilitou voos em proveito de órgãos governamentais e exclusivos em operações de segurança pública, defesa civil e fiscalizações da Receita Federal. Antes dessas normas, não havia um padrão e era necessário analisar caso a caso, o que dificultava a operação prática dos equipamentos pelos órgãos públicos.

"O drone tem vocação importante dentro da segurança pública, que é na área de inteligência. Será cada vez mais empregado nesse sentido", prevê o consultor em aviação e gestão pública Eduardo Alexandre Beni, especializado em drones. Como a tecnologia ainda é nova, o uso é considerado experimental.

"Os órgãos estão criando as regulamentações e estabelecendo diretrizes, se aproveitando da expertise que já existe na área. Mas ainda é um processo de avaliação", diz. Beni ressalta que o equipamento não substitui nenhuma ação administrativa. "O drone ajuda a maximizar as operações, mas nunca a substituir. Há limitações, como o tempo de bateria, que dura no máximo 30 minutos."

Cracolândia

Cerca de 80% dos quase 10 mil voos já realizados por seis drones da Prefeitura de São Paulo tiveram como foco a região da Cracolândia, na região central, segundo dados obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação. São feitos pelo menos dois voos diários no local, nos períodos da manhã e tarde, para monitorar ações de limpeza, identificar possíveis traficantes e fazer a contagem do fluxo de usuários. O governo também estuda criar, com base nas imagens registradas, um banco de imagens de bandidos que atuam na área.

Antes o uso de drones era restrito a um programa, criado em maio de 2017 em meio à operação contra o tráfico na Cracolândia. Agora há um departamento na Secretaria Municipal da Segurança Urbana (SMSU) para gerir o uso dos equipamentos.

A pasta passou a realizar testes em outras áreas, como resgates nas represas, monitorar desmatamento ilegal, contar manifestantes ou participantes de eventos e até ajudar a Polícia Militar, com elaboração de mapas em três dimensões de locais vulneráveis, para incursão policial.

"Vemos esse espaço como uma espécie de laboratório", explica o coordenador de Tecnologia, Logística e Infraestrutura da SMSU, Rogério Peixoto. A pasta ajudou, em 2017, na estratégia de entrada da PM na Favela do Moinho, no centro, após a polícia detectar que a droga da Cracolândia vinha de lá.

Os equipamentos ainda estão sendo usados, experimentalmente, pela Secretaria da Administração Penitenciária do Estado, que adquiriu, em 2017, dez drones para varreduras em presídios. Comprados por R$ 157,5 mil, fizeram 193 ações entre junho e dezembro. Bombeiros também usam os aparelhos para tentar achar vítimas de desastres, como fizeram as equipes de resgate no local do desabamento do prédio no Largo do Paiçandu na última semana.

Já o Tribunal de Contas do Município contratou uma empresa para registro de imagens com drones em três fiscalizações: a obra do Hospital da Brasilândia, a reforma do antigo Othon Palace Hotel e a concessão de área municipal para o Sesc Parque Dom Pedro II.

PM da BA treina pilotos

Um dos órgãos públicos em que o uso de drones está mais avançado, a Polícia Militar da Bahia oferece treinamento para pilotos de drones de todo o País. Até agora, a corporação já formou 168 agentes.

"Foram 88 deles dentro do Estado da Bahia. Ajudamos na formação da Brigada do Rio Grande do Sul, PM do Rio de Janeiro, Corpo de Bombeiros do Mato Grosso e de Goiás, Polícia Federal, Exército, entre outros", afirma o comandante do Grupamento Aéreo da PM baiana, tenente-coronel Renato Lima. Em nota, o Exército informou que estuda utilizar os drones, mas ainda não emprega o equipamento em nenhuma ação.

O Estado da Bahia tem 20 drones, utilizados desde o ano passado. Segundo Lima, a ideia é que a aeronave sirva de apoio complementar ao trabalho dos agentes. "Se vamos fazer reintegração de posse, por exemplo, o drone vai no local antes, faz a observação, registra fotos, dá a dimensão da área, o relevo, a topografia. Esses dados são essenciais para o planejamento, permitindo que o comando tenha acesso a tudo mais rapidamente. Traz grande economicidade e agilidade em relação, por exemplo, um helicóptero."

A novidade tecnológica, de acordo com ele, é importante em locais onde o uso de aeronaves tripuladas traz riscos. "Em presídios, por exemplo, a probabilidade de causar grande agitação entre os presos se usarmos uma aeronave de grande porte é alta. Com o drone, eles nem ficam sabendo", explica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), está realizando com sucesso, no Brasil, testes com drones para combater mosquitos transmissores de doenças. Os pequenos veículos não tripulados transportam milhares de insetos tornados estéreis através de radiação, que são liberados no meio ambiente e cruzam com mosquitos nativos sem gerar descendentes. Com isso, ao longo do tempo, a população de insetos diminui, reduzindo a propagação de doenças como dengue, zika e outras. 

O Brasil deve começar a usar este sistema em zonas rurais e urbanas em janeiro do próximo ano, no pico do verão e época do mosquito. A biofábrica de insetos estéreis Moscamed Brasil, localizada na cidade de Juazeiro, na Bahia, que colabora com a agência da ONU, faz parte do projeto. 

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A instituição foi escolhida pela agência de energia nuclear das Nações Unidas e é a primeira biofábrica do mundo a utilizar a tecnologia de raios-x para esterilização de insetos e controle biológico de pragas. O doutor em radioentomologia pelo Centro de Energia Nuclear Aplicada à Agricultura da Universidade de São Paulo (USP) e diretor-presidente da Moscamed, Jair Virgínio, disse que está “esperançoso sobre os resultados”, devido aos testes já realizados.

Testes

O sistema foi testado, pela primeira vez no mês passado. Os machos são tornados estéreis com radiação, usando a Técnica dos Insetos Estéreis (Sterile Insect Technique, ou SIT, na sigla em inglês), e lançados na natureza. Como não produzem descendência, a população de insetos reduz-se ao longo do tempo.

O entomologista Jeremy Bouyer, pesquisador da divisão conjunta entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Aiea, explicou que o mecanismo de libertação de mosquitos usado até agora tem sido manual. Por isso, o uso de drones “é um grande avanço, abrindo caminho para libertações de larga escala, com custo controlado, em zonas densamente povoadas.” 

Um dos maiores desafios é manter os mosquitos vivos quando são transportados. Com outros tipos de insetos, são usados aviões na liberação, mas este tipo de prática é danosa para mosquitos, pois danifica suas asas e pernas. Já com a técnica dos drones, a taxa de mortalidade foi reduzida para apenas 10%.

50 mil por carga

Bouyer diz que “usando um drone, pode tratar-se 20 hectares de área em cinco minutos.” Um drone pesa apenas 10 quilos, mas carrega até 50 mil insetos. Além disso, o custo de cada aparelho é de cerca de US$ 10 mil, o que corta os custos de liberação dos insetos pela metade.

A Aiea e os seus parceiros tentam agora reduzir o peso do drone e aumentar sua capacidade de transporte para 150 mil mosquitos.

A técnica SIT, que faz a esterilização por radiação, é usada há mais de 50 anos para controlar pestes como a mosca da fruta, mas só nos últimos anos começou a ser usada em mosquitos. A Aiea trabalhou neste projeto junto com a FAO e com a organização americana WeRobotics (empresa com sede em Genebra e nos Estados Unidos, que trabalha para viabilizar a utilização drones em ações que tenham um impacto social positivo).

* Com informações da Agência Brasil

A Força Aérea está realizando o levantamento eletrônico de áreas estratégicas do Rio, no âmbito da operação de Garantia da Lei e da Ordem, por meio dos aviões sem piloto do Esquadrão Hórus, transferidos da base de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Os Veículos Aéreos não Tripulados (Vants) terão agora as ações intensificadas e expandidas, eventualmente envolvidos na vigilância das linhas de divisa com os Estados vizinhos.

De acordo com um oficial da Aeronáutica, além de monitorar os principais eixos rodoviários, as aeronaves têm capacidade para observar grandes porções do terreno e identificar situações de anormalidade também nas estradas secundárias. O principal Vant brasileiro (ou drone, na denominação internacional) é o Hermes RQ-450. Cada um custa em média US$ 2 milhões, pode permanecer 20 horas no ar e a altitudes de até 5,5 mil metros. A versão da FAB não incorpora armas.

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Dois helicópteros pesados H-36 Caracal foram colocados à disposição das atividades de garantia da segurança. São os maiores da frota. Cada um transporta 29 soldados armados, mais dois tripulantes à distâncias de até 800 quilômetros e pesam cerca de 11 toneladas. O Caracal é preparado para receber metralhadoras pesadas em suportes laterais.

A infantaria da Aeronáutica será mobilizada nas ações que atinjam aeroportos e estruturas da aviação, incorporada aos quadros do Exército e dos fuzileiros da Marinha. Segundo o brigadeiro Nivaldo Rossato, comandante da Aeronáutica, "a FAB está pronta para participar das ações de intervenção". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A fabricante de drones DJI anunciou que vai inaugurar sua primeira loja autorizada no Brasil, no dia 20 de janeiro. O espaço, localizado no Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, terá mais de 100 metros quadrados e será dedicado aos entusiastas do aeromodelismo e da fotografia, que poderão testar e comprar novos produtos da marca.

O novo estabelecimento permite que os clientes interajam com a linha completa de drones e estabilizadores de câmeras da DJI, incluindo o Spark, Mavic Pro, a series do Phantom 4 e o OSmo Mobile. A fabricante já possui oito lojas na América Latina, em países como México, Chile e Argentina.

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"Estamos muito entusiasmados em expandir nossa rede de varejo no Brasil e oferecer um lugar na qual as pessoas possam descobrir o alcance da tecnologia DJI, seja para fins recreativos ou comerciais. Esperamos que essa loja sirva de ferramenta para que criadores e inovadores conheçam um novo mundo de possibilidades criativas", informou a senior brand manager da DJI, Cinzia Palumbo.

A loja autorizada da DJI no Brasil está localizada no Barra Shopping, no bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O endereço é Avenida das Américas, 4666. O horário de funcionamento é das 10h às 22h de segunda à sábado, das 13h às 21h aos domingos e das 15h às 21h nos feriados.

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Pensou em lavoura conectada, pensou em drone. Se o mundo ainda vem descobrindo a versatilidade dos veículos aéreos não tripulados (vants), criados para fins militares, o agronegócio foi um dos primeiros setores a apostar nessa tecnologia - que revolucionou o monitoramento da produção agrícola.

Pequenos e leves, os drones, munidos de câmeras e sensores, captam imagens de resolução muito superior às de satélite. Assim, detectam com precisão focos de pragas, estresse hídrico, déficit de nutrientes e danos ambientais, aumentando a produtividade e poupando recursos.

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Há alguns anos, os produtores tinham de recorrer a aparelhos importados. Hoje, diversas empresas brasileiras já desenvolvem tanto equipamentos quanto softwares - e até exportam essa tecnologia.

Uma das pioneiras do ramo foi a Horus Aeronaves, que desenvolve drones para mapeamento em agricultura, topografia e mineração. A startup foi criada por três engenheiros mecânicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 2014, em um programa de empreendedorismo.

Em abril deste ano, a empresa recebeu aporte de R$ 3 milhões da SP Ventures, gestora de fundos de investimentos de capital de risco. O valor foi repassado por meio do Fundo de Inovação Paulista (FIP). Com o aporte, a empresa abriu uma filial em Piracicaba (SP), considerada o polo tecnológico do agronegócio.

"O esforço da Horus é popularizar e tornar o uso do equipamento mais atrativo para o produtor", afirma Fabrício Hertz, presidente da empresa. "Além disso, a agricultura brasileira é tropical, com uma série de características à parte em relação a outros países do mundo, como os Estados Unidos. Portanto, é preciso produzir uma tecnologia própria", diz.

As aeronaves da Horus são programadas via GPS e podem ser controladas remotamente. Os equipamentos são feitos à base de fibra de carbono, que proporciona mais leveza e resistência. Um vant da empresa custa, em média, R$ 70 mil.

Na Agrishow deste ano, maior feira de tecnologia da América Latina, que ocorreu em Ribeirão Preto (SP) em maio, a Horus lançou seu terceiro modelo: um drone com autonomia de duas horas de voo, capaz de mapear até 5 mil hectares de área.

Além dos equipamentos, a empresa desenvolve softwares que processam e interpretam os dados coletados por meio de tecnologias embarcadas com sensores e sistemas de inteligência. "Tudo que o aparelho detecta no campo a gente transforma em informação: problema nutricional, porcentual de falhas na plantação e deficiência hídrica, por exemplo", diz Hertz. Com base nas imagens coletadas pelo drone, a empresa produz um relatório, que é enviado em até 48 horas para o produtor. "Assim, ele tem muito mais informações para as suas tomadas de decisão", pontua.

No ano passado, a empresa expandiu seu mercado para o exterior e já tem presença na Argentina, Peru, Uruguai, Chile e Paraguai.

Regulamentação

Em maio, porém, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) regulamentou o uso de vants em todo o território brasileiro, a fim de garantir a segurança nas operações e padronizar os procedimentos.

Dentre as novas obrigações está a exigência de licença e habilitação do órgão para controlar equipamentos com mais de 25 quilogramas. Vants mais leves ou que voem abaixo de 121 metros precisam apenas de um cadastro no site da Anac.

Está em cartaz, na Galeria Via Della Fontana, uma exposição de Fernando Duarte, que mostrará pinturas feitas pelo artista plástico após um ano inteiro de pesquisas. Os quadros expostos são parte da série 'Drones', que foca em objetos e máquinas quase vivos, explorando a relação entre humanos e tecnologia.

Fernando ainda traz um conjunto de pinturas em tecido que fazem referências a técnicas de pinturas chinesas e japonesas em nanquim, como os sumiês, compostas muitas vezes sem tirar o pincel da superfície e que prezam pela simplicidade. Serão também expostas cerâmicas. No total, são cerca de 60 obras na exposição, que fica em cartaz até o dia 11 de agosto, com visitas sempre entre 13h e 19h.

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Serviço

Exposição de Fernando Duarte

De 14 de julho a 11 de agosto | 13h às 19h

Galeria Via Della Fontana (Av. Conselheiro Aguiar, 1552 - Boa Viagem)

Pesquisadores da Suécia desenvolveram um drone que é capaz de carregar um aparelho desfibrilador no intuito de socorrer as vítimas de ataques cardíacos o mais rápido possível.

A pesquisa foi realizada por um grupo de cientistas do Instituto Karolinska que, para testar a invenção, colocaram equipamentos de primeiros socorros no robô e o levaram para uma região rural próxima a Estocolmo. Os drones comprovaram sua velocidade e eficiência: conseguiram percorrer aproximadamente 10 quilômetros em cerca de cinco minutos. De acordo com dados coletados pelo grupo, as ambulâncias demoram cerca de 22 minutos para prestarem socorro.

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Jacob Hollenberg, líder do projeto, acredita que se os resultados de testes em situações reais forem positivos, os novos socorristas mecânicos poderão ser implantados no sistema de resgate em cerca de dois anos.

O próximo passo do grupo de pesquisa será desenvolver um equipamento capaz de salvar vítimas de afogamento.

A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), usará drones para combater insetos como a mosca tsé-tsé, transmissora da chamada "doença do sono",  que afeta tanto humanos quanto animais.

Em uma primeira etapa, um drone teleguiado será lançado no Sul da Etiópia, a cerca de 200 metros de altura. Pequenas caixas abertas terão moscas esterilizadas previamente com tecnologia nuclear.

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Esse método, que existe há décadas, consiste em esterilizar os insetos machos para que se reproduzam com as fêmeas infectadas, reduzindo, de forma paulatina, a população desses insetos.

O avião não tripulado, construído pela empresa Embention, tem, embaixo das asas, dois tubos dotados de um mecanismo para soltar as caixas biodegradáveis nos locais indicados.

Com apenas 25 quilos e capacidade de liberar cerca de 5 mil moscas em cada voo, o aparelho custa 15 vezes menos que os drones utilizados até agora, disse, em entrevista à Agência EFE, o fundador da Embention, David Benavente.

A "doença do sono" afeta, na Etiópia, tanto humanos quanto animais, com graves efeitos sobre a economia e a sociedade. As moscas tsé-tsé também provocam nos animais a "nagana", uma doença que os deixa muito frágeis e os impede de colaborar nas tarefas agrícolas, o principal motor da economia africana.

O principal problema enfrentado para implantar o projeto na Etiópia é a falta de legislação sobre drones no país. Por isso, as autoridades têm que estudar o uso dos equipamentos caso a caso.

"Como não existe um regulamento, temos que mostrar que o drone é seguro, seja na Etiópia ou em qualquer outro país", explicou o fundador da Embention.

Com autonomia de três horas, o drone está programado para percorrer um máximo de 300 quilômetros a 200 metros de altura, nível considerado espaço aéreo "não controlado". Assim, não há chance de um pequeno avião surgir no caminho do equipamento.

Ainda que o drone seja completamente autônomo da decolagem à aterrissagem, deve haver um responsável na base que o controle, para verificar todos os mecanismos durante o voo, ressaltou Benavente.

A Aiea já está em contato com as autoridades etíopes para iniciar o projeto o mais rápido possível. Antes de cada voo, será preciso informar a rota do drone à Aviação Civil da Etiópia.

"Os drones são cegos, não são capazes de ver em tempo real se existe alguma ameaça para evitá-la. Algo assim só pode ser feito por um piloto humano", acrescentou Benavente.

O uso de drones vai melhorar a eficácia da chamada Técnica do Inseto Estéril (TIE), disse o diretor-geral adjunto da Aiea para a Ciência, Aldo Malavasi Filho, por permitir soltar as moscas em locais específicos.

Enquanto os aviões utilizados atualmente para lançar as moscas alcançam uma velocidade de 200 quilômetros por hora (km/h), os drones não superam os 80 km/h, o que permite uma liberação mais eficaz e precisa.

Em entrevista à Agência EFE, o especialista brasileiro estima que os drones estarão prontos para uso geral em pouco mais de um ano.

A introdução dos drones nessa batalha é apoiada pela Aiea e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Se o atual projeto-piloto com a Embention evoluir, a ideia é estendê-lo para novas regiões da África e para novas espécies de insetos.

"O uso de drones permitirá também dispersar mosquitos menores, que são muito mais delicados que as moscas", afirmou Malavasi.

Com mosquitos estéreis será possível combater outros vírus perigosos, como da zika, dengue e chikungunya.

No começo de maio, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) homologou o uso de drones no Brasil após anos de discussão. Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento do setor, a CEAB (www.ceabonline.com.br), escola para profissionais da aviação civil, lança, em junho, um curso livre online de pilotagem de drones.

Dividido em oito módulos de aulas em vídeo, o curso busca capacitar os alunos nas partes teórica, de legislação e de operação dos drones. Também indicará os melhores equipamentos e dará orientações práticas a respeito dos modelos mais comuns do mercado brasileiro.

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Além dos oito módulos em vídeo, o curso da CEAB oferece material de apoio escrito, exercícios, tira-dúvidas e orientação com os professores. O custo é de R$ 1.397 e as aulas podem ser assistidas conforme o ritmo de cada aluno. A CEAB é uma escola de formação profissional de aviação civil atuante no mercado desde 1998. Mais informações podem ser encontradas no site oficial.

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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou, nesta terça-feira (2), o regulamento especial para utilização de aeronaves não tripuladas, popularmente chamadas de drones, no Brasil. A partir de agora, as operações destes equipamentos devem seguir as novas normas, e o não cumprimento poderá implicar em processo administrativo, civil e criminal.

Segundo a Anac, o objetivo da regulamentação é tornar viáveis as operações desses equipamentos, preservando a segurança das pessoas e do espaço aéreo. A instituição das regras também deverá contribuir para promover o desenvolvimento sustentável e seguro para o setor, segundo a agência.

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As regras dividem as aeronaves de uso comercial, experimental ou corporativo em três categorias a partir de seu peso. Entre as novidades está a exigência de habilitação para os pilotos de equipamentos com mais de 25kg. Além disso, para qualquer tipo veículo não tripulado categorizado desta forma haverá a exigência de que o usuário tenha mais de 18 anos.

Pela regra geral, os drones com mais de 250g só poderão voar em áreas distantes de terceiros, sob total responsabilidade do piloto operador e conforme regras de utilização do espaço aéreo. Para operar estes equipamentos perto de pessoas é necessário que elas concordem previamente com a atividade.

Pousos e decolagens também só podem ser feitos em áreas distantes de terceiros e desde que não haja proibição de operação no local escolhido. Caberá aos órgãos de segurança pública fazer a fiscalização no dia-a-dia. A utilização destes aparelhos em desacordo com a norma implicará em processo administrativo, civil e criminal.

Um drone branco com asas vermelhas parte de uma rampa de lançamento: a bordo, transporta sangue para o hospital de Kabgayi, oeste de Ruanda, a poucos quilômetros de distância.

Esta semana Ruanda apresentou a primeira base de drones que serão utilizados para abastecer de sangue 21 clínicas da região oeste do país. A base fica em Muhanga, a 50 km da capital do país, Kigali, e será inaugurada esta sexta-feira (14) na presença do presidente Paul Kagame.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a África tem a maior taxa de mortalidade materna do mundo por causa das hemorragias pós-parto. O acesso às transfusões de sangue é crucial para as mulheres do continente.

Ruanda não é uma exceção e a topografia íngreme do "país das mil colinas" dificulta o transporte por rodovias, sobretudo durante a temporada de chuvas.

"O sangue é um bem precioso e não é possível armazená-lo em grande quantidadee em cada centro de saúde do país", explica à AFP Keller Rinaudo, diretor geral da empresa americana de robótica Zipline, que projetou a base e seus 15 drones.

"O sistema permitirá ao governo de Ruanda fornecer instantaneamente transfusões de sangue vitais a qualquer cidadão no país em entre 15 e 30 minutos", garante.

O projeto é realizado com a colaboração da aliança internacional Gavi, criada no ano 2000 para facilitar a distribuição de vacinas em todo o mundo, e a Fundação UPS, que desembolsou 1,1 milhão de dólares.

O governo ruandês terceiriza o fornecimento das bolsas de sangue a Zipline por um custo quase equivalente ao do transporte viário, segundo a empresa americana.

Os drones "Zips" têm o formato de um pequeno avião. Funcionam com energia elétrica graças a baterias e dispõem de uma autonomia de 150 quilômetros. Cada drone pesa 13 quilos e pode transportar uma carga de 1,5 kg, o que representa três bolsas de sangue.

Os aparelhos partem com uma propulsão de 80 km/h da rampa de lançamento e alcançam até 70 km/h em pleno voo: podem realizar 150 entregas por dia de forma autônoma.

Sob uma tenda, os técnicos acompanham as operações em laptops e vários funcionários reúnem as pequenas caixas vermelhas de papelão equipadas com um paraquedas que contém as bolsas de sangue. Os aparelhos devem lançá-las quando estiverem a 20 metros do chão.

Em 2017 será construída uma segunda base com o objetivo de que os drones possam percorrer os 26.000 quilômetros quadrados do pequeno país da região dos Grandes Lagos. "São voos que salvarão vidas", comenta entusiasmado Gregg Svingen, diretor de comunicação da UPS.

"Hoje é o sangue, amanhã as vacinas", completa, antes de indicar que o projeto pode ser exportado para outros países.

A polícia holandesa informou nesta segunda-feira que contará com um exército de águias para interceptar drones que sobrevoam zonas proibidas, convertendo-se na primeira força do mundo a adotar este método de caça milenar aplicado a objetos modernos.

"É uma solução 'low-tech' para um problema 'high-tech'", disse à AFP Dennis Janus, um porta-voz policial, antes de uma demonstração no terreno em uma academia de polícia no sul do país. Os animais serão utilizados em situações nas quais os drones representem um perigo para a população, durante eventos especiais, como uma visita de Estado, ou quando os pequenos veículos não tripulados voarem muito perto de aeroportos, por exemplo.

A série de testes, cujo objetivo era determinar a melhor maneira de interceptar drones, começou em 2015 e se revelou concludente. "Nenhuma das águias ficou ferida, e nenhum dos drones sobreviveu", garante Janus, rejeitando as acusações de maus-tratos aos animais feitas por alguns especialistas no início deste ano.

"As águias veem os drones como presas e os interceptam em voo para depois posar onde se sentem seguras, com os drones entre as suas garras", acrescentou. "Ainda não encontramos outra solução para interceptar drones, mas continuamos explorando outras possibilidades mais técnicas", como hackear um aparelho para tomar o seu controle ou utilizar redes transportadas por outros drones, afirma o porta-voz.

As aves utilizadas até agora provém de uma empresa especializada, mas a polícia já está criando suas próprias águias, que atualmente têm cinco meses de idade e que começarão a participar das operações no ano que vem.

Os drones civis constituem uma ameaça real e crescente para os aviões civis, afirmou nesta segunda-feira (15) a Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata), que pediu uma regulamentação da atividade para impedir eventuais acidentes.

O perigo representado por esses pequenos aviões sem piloto aumenta na medida em que as pessoas descobrem as diversas aplicações da tecnologia não militar, declarou o diretor geral da Iata, o britânico Tony Tyler. "Não podemos permitir que o desenvolvimento de drones se torne um obstáculo para a segurança da aviação civil", acrescentou Tyler em uma coletiva de imprensa em Cingapura, na véspera da abertura do salão aeronáutico nesta cidade-Estado no sudeste asiático.

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"Devemos adotar uma abordagem cautelosa em termos de regulamentação e um método pragmático para aplicar a lei para aqueles que ignoram as regras e colocam em risco a vida dos outros", insistiu Tyler. O uso crescente de drones militares, comerciais e de entretenimento poderia provocar colisões entre estes dispositivos de controle remoto e aviões de linha com consequências catastróficas, estimam os especialistas.

"É um problema real. Recebemos muitos relatos de pilotos indicando a presença de drones em lugares inesperados, incluindo voando baixo em torno dos aeroportos. Não há como negar que é um problema real e crescente para a segurança de aeronaves civis", declarou Tyler. A Iata não dispõe de estatísticas sobre o número de drones no mundo, mas não há dúvidas de que estas pequenas aeronaves têm se proliferado, afirma Rob Eagles, especialista em drones dentro da organização da aviação civil.

Até agora, apenas 63 dos 191 países membros da Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci) adotaram regulamentos sobre a utilização de drones, observou Eagle. A principal preocupação da Iata tem a ver com os drones que sobrevoam áreas próximas de aeroportos e que representam um perigo para as aeronaves no momento da decolagem e pouso, segundo Eagle. A Iata também quer garantias de que as frequências utilizadas pelos drones não interfiram nos sistemas de controle de tráfego aéreo, indicou Eagle.

O Centro de Estudos de Drones da Universidade Americana de Bard indicou que entre dezembro de 2013 e setembro de 2015 foram registrados 921 incidentes envolvendo drones no espaço aéreo dos Estados Unidos. Trinta e seis incidentes foram classificados como perto de uma colisão, indica o relatório da universidade. Em 28 ocasiões, os pilotos dos aviões tiveram que executar manobras para evitar uma colisão com um drone, disse o relatório.

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