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A organização do GP de São Paulo de Fórmula 1 foi denunciada pelos comissários da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) por causa da invasão de torcedores no Autódromo de Interlagos antes do fim da corrida deste domingo. Após avaliação, o GP brasileiro escapou de uma punição inicial, mas ainda poderá ser investigado pelo Conselho Mundial da FIA.

A denúncia foi feita pelos comissários após o fim da corrida deste domingo. Eles observaram que alguns torcedores pularam as grades da arquibancada e invadiram a área próxima à pista antes da finalização formal da prova. Naquele momento, o vencedor Max Verstappen já havia recebido a bandeirada, mas ainda havia pilotos completando a última volta.

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Na decisão tomada neste domingo, os comissários evitaram punições à organização do GP brasileiro. Porém, exigiram uma investigação interna do próprio GP para encontrar as brechas de segurança e também medidas para que o fato não se repita nas próximas edições da prova paulistana.

De acordo com o comunicado, a organização reconheceu que houve falhas. "A organização do GP de São Paulo de F-1 admitiu sinceramente que falhou em termos de protocolos e medidas de segurança", afirmaram os comissários, no documento oficial. "Eles reconheceram que situações semelhantes já haviam acontecido no Brasil e que isso era uma situação inaceitável que poderia ter consequências desastrosas."

A organização do GP concordou em realizar a investigação. E os comissários avisaram que vão revisar as medidas que vierem a ser tomadas pelo GP brasileiro. Além disso, indicaram que o caso será investigado pelo Conselho Mundial da FIA para avaliar "se novas medidas ou penalidades serão aplicadas".

A corrida brasileira é uma daquelas da F-1 que conta com a tradição de invasão da pista ao fim das provas. Os torcedores costumam se aglomerar na "Reta dos Boxes" para acompanhar mais de perto a festa no pódio. Mas, na prática, eles ocupam diferentes trechos do traçado.

Na edição deste ano, essa invasão foi potencializada por novo recorde de público em Interlagos. Ao longo dos três dias do evento, o GP brasileiro recebeu 267 mil fãs de automobilismo.

Max Verstappen reinou no Autódromo de Interlagos no fim de semana e coroou sua atuação no GP de São Paulo com a vitória na corrida principal. No circuito paulistano, o tricampeão mundial de Fórmula 1 liderou a corrida deste domingo de ponta a ponta, se manteve longe da confusão e faturou sua 17ª prova na temporada, ampliando seu recorde.

Foi a segunda vitória de Verstappen em Interlagos na carreira. O piloto da Red Bull foi acompanhado no pódio pelo britânico Lando Norris, da McLaren, e Fernando Alonso, da Aston Martin. O espanhol manteve até a reta de chegada uma disputa emocionante com Sergio Pérez, que terminou em quarto. Os carros da Mercedes foram a grande decepção da corrida, com Lewis Hamilton finalizando a prova em oitavo lugar, enquanto George Russell abandonou.

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A prova, antes mesmo de começar, ganhou ares de emoção. Na volta de apresentação, Charles Leclerc escapou da pista na subida do "Laranjinha" após uma falha do sistema hidráulico, bateu e sequer participou da corrida. "Por que sou tão azarado?", questionou o monegasco em contato por rádio com a Ferrari.

Quando foi dada a largada, houve uma batida envolvendo três carros: Hülkenberg tocou em Albon, que acertou Magnussen, provocando uma bandeira vermelha e paralisação da prova. O tailandês e o dinamarquês tiveram de abandonar. O carro de Ricciardo também sofreu avarias por causa do acidente, e o australiano foi obrigado a relargar dos boxes, assim como o compatriota Piastri.

A relargada, com os carros parados, foi limpa, sem toques. Verstappen manteve a liderança, seguido de perto por Lando Norris. Alonso se empenhou na batalha com Hamilton pela terceira colocação e deixou o heptacampeão mundial para trás.

Diferentemente de outras etapas, em Interlagos, Verstappen foi atacado por Norris. O público, que em maioria não simpatiza com o holandês, demonstrou seu apoio ao piloto da McLaren com gritos de "Landinho". A cada vez que Verstappen aparecia no telão ao longo do fim de semana, vaias escoaram pelo autódromo. Em contrapartida, Hamilton, Leclerc e Norris foram os mais aplaudidos.

Apesar das investidas iniciais, Norris não conseguiu sustentar o ritmo, permitindo que Verstappen abrisse vantagem na ponta. Mais atrás, Pérez precisava se recuperar da má colocação no grid e ficar à frente de Hamilton, com quem compete pelo vice-campeonato. Depois de passar Russell, o mexicano se aproximou do britânico da Mercedes. Na 18ª volta, veio a ultrapassagem do piloto da Red Bull.

Em resposta, Hamilton foi para os boxes para trocar pneus na volta seguinte. Com compostos novos, ele pôde ser mais rápido, enquanto Pérez continuou na pista com pneus já desgastados. Quando o mexicano fez seu pit stop, o britânico ficou à frente novamente. Essa estratégia é conhecida como "undercut". A alegria do heptacampeão, porém, durou pouco e o piloto da Red Bull ganhou novamente a posição no fim da reta oposta.

Instáveis e sem ritmo de corrida, os carros da Mercedes apresentaram grande desgaste com o pneus e foram presas fáceis para o primeiro pelotão. Sainz e Gasly se aproveitaram da fragilidade da escuderia alemã e tomaram os lugares de Russell e Hamilton. Na 59ª volta, Russell recolheu o carro para os boxes e abandonou a corrida diante de problemas de temperatura do óleo.

Na ponta, Verstappen não teve mais sustos e deixou de ver Norris em seu retrovisor. A briga pela terceira posição se intensificou entre Alonso e Pérez. O mexicano ficou perto de ultrapassar o espanhol, encurtou a distância, mas a experiência do bicampeão impedia que o piloto da Red Bull encontrasse qualquer atalho. Paciente, Pérez persistiu na caça ao piloto da Aston Martin. Na penúltima volta, o mexicano ultrapassou o espanhol, mas Alonso deu o troco e conseguiu segurar o lugar no pódio, cruzando a linha chegada praticamente lado a lado com o rival.

Confira a classificação final do GP de São Paulo:

1º - Max Verstappen (HOL/RED Bull), em 1h26min07s136

2º - Lando Norris (ING/McLaren), a 8s277

3º - Fernando Alonso (ESP/Aston Martin), a 34s155

4º - Sergio Pérez (MEX/Red Bull), a 34s208

5º - Lance Stroll (CAN/Aston Martin), a 40s845

6º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Ferrari), a 50s188

7º - Pierre Gasly (FRA/Alpine), a 56s093

8º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), a 62s859

9º - Yuki Tsunoda (JAP/AlphaTauri), a 69s880

10º - Esteban Ocon (FRA/Alpine), a 1 volta

11º - Logan Sargeant (EUA/Williams), a 1 volta

12º - Nico Hülkenberg (ALE/Haas), a 1 volta

13º - Daniel Ricciardo (AUS/AlphaTauri), a 1 volta

14º - Oscar Piastri (AUS/McLaren), a 2 voltas

Não completaram a prova:

Valtteri Bottas (FIN/Alfa Romeo)

Guanyu Zhou (CHN/Alfa Romeo)

Kevin Magnussen (DIN/Haas)

Charles Leclerc (MON/Ferrari)

Alexander Albon (TAI/Williams)

George Russell (ING/Mercedes)

Escolhida para ser a responsável para dar a bandeirada no GP de São Paulo deste ano, a atacante Marta afirmou neste sábado que treinou para não fazer feio na corrida deste domingo, no Autódromo de Interlagos. A Rainha do Futebol disse que deve torcer por Lewis Hamilton nesta etapa da Fórmula 1.

"Estou muito honrada com esse momento. Ainda mais aqui, no nosso País. Estou ansiosa também. Estava treinando lá fora. Perguntei quantos segundos era para segurar a bandeira. Acho que vai dar certo, uns 45 segundos", disse a experiente jogadora de futebol, em entrevista à rádio Band.

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Marta disse que vai representar neste domingo o futebol feminino em Interlagos. "Estou feliz porque aqui não é só a Marta. Representamos uma multidão de brasileiros apaixonados pela F-1. É muito grande. E estamos aqui representando todos eles, principalmente o futebol feminino."

Ela revelou que estará na torcida por dois pilotos. "Eu espero seja uma linda corrida. Tem o Hamilton, que é brasileiro praticamente, tem todo o carinho do povo brasileiro. Vim aqui para conhecer a equipe do Esteban Ocon, que é muito fã do nosso trabalho e do povo brasileiro. Espero que fique entre um deles", disse a brasileira, referindo-se ao piloto francês da equipe Alpine.

SELEÇÃO BRASILEIRA

Marta comentou também sobre a chegada de Arthur Elias ao comando da seleção feminina. Ele estreou no fim do mês passado com uma vitória e uma derrota, ambos em amistosos com o Canadá. Elias foi contratado para substituir Pia Sundhage, alvo de muitas críticas por causa da fraca campanha do Brasil na Copa do Mundo, no meio do ano - o time foi eliminado na fase de grupos.

"É muito cedo para falar (sobre o trabalho do treinador), acho que quem acompanhou os dois jogos com o Canadá viu uma equipe totalmente diferente, jogando com agressividade. Se conseguir manter essa agressividade com mais, digamos, precisão, temos tudo para voltar a jogar feliz, aquele futebol brasileiro que a galera gosta de curtir", declarou.

Questionada sobre sua permanência na seleção, Marta desconversou. "Espero que sim...", disse a Rainha, sem confirmar que continuará defendendo o time nacional na próxima temporada, ano da Olimpíada de Paris.

Mais do que lamentar a fraca largada na corrida sprint do GP de São Paulo de Fórmula 1, o piloto inglês Lando Norris deixou a pista do Autódromo de Interlagos incomodado com sua desatenção após perder a primeira posição para Max Verstappen, neste sábado. Ele se disse surpreso com a ultrapassagem de George Russell, da Mercedes.

"Eu estava 'dormindo' um pouco quando George passou na primeira volta. Mas o ritmo estava melhor depois. Eu tentei ir atrás de Max, mas simplesmente não tinha ritmo suficiente. De qualquer jeito, foi divertido hoje", comentou o piloto da McLaren, que largou da pole position numa corrida sprint pela primeira vez na F-1.

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Ele também reconheceu que, após perder a primeira colocação para Verstappen antes mesmo da primeira curva, não chegou a brigar pela posição novamente. "Não estávamos disputando a posição de Max. Estamos falando de enfrentar um dos melhores pilotos com um dos melhores carros que já vimos na F-1", comentou.

Norris destacou que a McLaren chegou ao Brasil sem maiores expectativas por saber que o traçado paulistano não é mais adequado para a equipe. "De uma hora para a outra não vamos lutar com a Red Bull numa pista onde nós já não esperávamos ser tão bons assim", declarou. "Na prática, tivemos muitas boas surpresas e pontos positivos."

A pole position na corrida sprint, que contou com apenas 24 voltas, já era uma surpresa para Norris na sexta-feira, dia em que ele foi apenas o penúltimo colocado no único treino livre.

O britânico disputa com o espanhol Fernando Alonso o quinto lugar da classificação geral do campeonato. O piloto da Aston Martin ocupa a posição no momento, com 183 pontos. Norris soma 176. E pode superar o experiente rival na corrida deste domingo, cuja largada está marcada para as 14 horas.

Os dois fãs de Fórmula 1 que precisaram de atendimento médico na sexta-feira, após incidentes causados pela tempestade no Autódromo de Interlagos, receberam alta neste sábado. Os torcedores estavam no circuito para acompanhar os primeiros treinos do GP de São Paulo.

Um deles deu entrada no Hospital Municipal de Parelheiros, na zona sul da capital paulista, por volta das 18 horas de sexta. Ele sofreu ferimentos considerados leves devido aos estragos causados na estrutura do Autódromo após o forte vento e a chuva, que atingiu o local a partir das 16h10.

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"Após realizados todos os exames preconizados e observação de 12h, o paciente recebeu alta hospitalar na manhã de hoje (04)", informou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). O órgão não informou mais detalhes sobre o quadro clínico do torcedor. O outro fã, cujo estado também não foi revelado, recebeu alta neste sábado também.

Na sexta-feira, a organização do GP de São Paulo confirmou que seis torcedores ficaram feridos durante a tempestade que antecipou o fim do treino classificatório e causou transtorno nas arquibancadas e na saída dos fãs do autódromo. Nenhum dos casos foi grave e apenas dois precisaram de atendimento médico.

A tempestade causou danos na estrutura de dois trechos das arquibancadas. Uma das arquibancadas afetada fica localizada na "Curva do Lago", ao fim da "Reta Oposta". Parte da lona foi arrancada pelo forte vento. Vídeos na rede social X (antigo Twitter) mostram o momento em que o vento causa o maior estrago, desprotegendo os torcedores na chuva. Em outro, espectadores correm para deixar as arquibancadas enquanto tentam se proteger da chuva e do vento forte. A pista de Interlagos ficou repleta de sujeira após o temporal.

Em outro setor, na "Junção", pouco antes da "Reta dos Boxes", o estrago foi maior, danificando uma das colunas de sustentação da própria arquibancada. Presente no local na hora em que o vento estava mais forte, o fotógrafo Andy Hone flagrou o momento que a estrutura envergou e disse ter corrido risco de morte. "Que dez minutos assustadores na pista! O teto de uma arquibancada colapsou na última curva e eu quase fui decapitado por detritos que caíram de lá", declarou o especialista em fotos de F-1.

O vento era tão forte que a chuva superou as brechas do teto do paddock e invadiu a área de convivência de pilotos, jornalistas e convidados. Integrantes das equipes da F-1 precisaram correr para escapar da chuva.

A organização passou a madrugada deste sábado fazendo os reparos necessários na estrutura do circuito. Em um dos trechos, a lona foi reinstalada. A outra parte afetada não contou com nova cobertura, mas a estrutura de ferro foi ajustada.

A reportagem do Estadão ainda verificou que outros serviços de limpeza, para retirada de folhas e galhos que ficaram espalhados pelo autódromo, ainda estavam sendo feitos no início da manhã deste sábado, a tempo de receber os fãs que acompanharam a corrida sprint.

Sem sustos ou tempestade, Max Verstappen dominou com facilidade a corrida sprint do GP de São Paulo de Fórmula 1, neste sábado. O tricampeão mundial superou o britânico Lando Norris logo na largada e não teve qualquer problema para confirmar o favoritismo no Autódromo de Interlagos. O piloto da McLaren terminou em segundo, seguido do mexicano Sergio Pérez, o outro piloto da Red Bull.

Apesar de afirmar que não gosta deste formato de prova curta, Verstappen venceu a sprint pela sétima vez, um recorde na F-1. Com o resultado, embolsou mais oito pontos no Mundial de Pilotos, do qual é o campeão antecipado. A corrida sprint, realizada pela última vez nesta temporada, em São Paulo, contou com 24 voltas - 103,3 quilômetros.

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Atual vencedor da corrida sprint em Interlagos, o inglês George Russell foi o quarto colocado, bem à frente de Lewis Hamilton. O piloto "mais brasileiro" do grid começou bem a corrida curta, chegou a figurar em terceiro, mas perdeu seguidas posições ao longo da prova e terminou somente na sétima colocação.

O resultado traz alívio para Pérez, que vinha pressionado dentro da Red Bull por causa do seu desempenho nas últimas etapas. Ele sofre a ameaça de Hamilton na briga pelo segundo lugar geral do campeonato. E, desta vez, pôde marcar posição ao superar justamente o inglês ao longo da prova.

A corrida sprint deste sábado começou com uma fácil ultrapassagem de Verstappen sobre Norris, antes mesmo da primeira curva do circuito paulistano. O britânico da McLaren também perdeu a posição para Russell logo na segunda volta. Atrás deles, Hamilton e Pérez faziam a disputa mais quente do início da prova.

O inglês da Mercedes, que largara em 5º, deixou o mexicano para trás logo na primeira volta. Mas o piloto da Red Bull recuperou a posição duas voltas depois. Após superar o heptacampeão mundial, seu rival direto na briga pelo vice-campeonato mundial, Pérez foi para cima de Russell.

E, mais uma vez, o mexicano passou a duelar com um carro da Mercedes. Novamente, levou a melhor. Lá na frente, Verstappen abria vantagem sobre Norris, que já vislumbrava a ameaça do outro piloto da Red Bull.

Ainda dentro do Top 10, o australiano Daniel Ricciardo, da AlphaTauri, e o espanhol Carlos Sainz Jr., da Ferrari, fizeram boa disputa pelo 8º lugar. Eles trocaram posições até que o também australiano Oscar Piastri, da McLaren, também entrou na briga. Sainz levou a melhor sobre os rivais, com Ricciardo em 9º e Piastri em 10º.

A corrida sprint é um aperitivo para a prova deste domingo, de 71 voltas e cerca de 1h40min de duração. A largada está marcada para as 14 horas.

Confira a classificação final da corrida sprint em São Paulo:

1º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), em 30min07s209

2º - Lando Norris (ING/McLaren), a 4.287

3º - Sergio Pérez (MEX/Red Bull), a 13s617

4º - George Russell (ING/Mercedes), a 25s879

5º - Charles Leclerc (MON/Ferrari), a 28s560

6º - Yuki Tsunoda (JAP/AlphaTauri), a 29s210

7º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), a 34s726

8º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Ferrari), a 35s106

9º - Daniel Ricciardo (AUS/AlphaTauri), a 35s303

10º - Oscar Piastri (ING/McLaren), a 38s219

11º - Fernando Alonso (ESP/Aston Martin), a 39s061

12º - Lance Stroll (CAN/Aston Martin), a 39s478

13º - Pierre Gasly (FRA/Alpine), a 40s621

14º - Esteban Ocon (FRA/Alpine), a 42s848

15º - Alexander Albon (TAI/Williams), a 43s394

16º - Kevin Magnussen (DIN/Haas), a 56s507

17º - Guanyu Zhou (CHN/Alfa Romeo), a 58s723

18º - Nico Hülkenberg (ALE/Haas), a 60s330

19º - Valtteri Bottas (FIN/Alfa Romeo), a 60s749

20º - Logan Sargeant (EUA/Williams), a 60s945

Em um imbróglio judicial com a Fórmula 1 e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Felipe Massa ainda não decidiu se vai comparecer ao GP de São Paulo, neste fim de semana, no Autódromo de Interlagos. O piloto brasileiro é "embaixador" da F-1, mas foi vetado do GP da Itália, no início de setembro.

Massa costuma frequentar o paddock de Interlagos, assim como outros ex-pilotos brasileiros da F-1, como Rubens Barrichello. Nos últimos anos, no posto de "embaixador" da categoria, algo equivalente a garoto-propaganda do campeonato, o brasileiro executava funções de destaque, como conduzir as entrevistas pós-treino ou pós-corrida nos boxes.

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Nesta temporada, porém, a situação é diferente. O clima entre o brasileiro e a F-1 mudou em razão da sua intenção de acionar a Justiça para tentar reconhecer o título do Mundial de 2008, quando foi vice-campeão. Ele contratou advogados de peso no universo do direito esportivo para enfrentar a F-1 e a FIA nos tribunais (leia mais abaixo).

A decisão fez a categoria desconvidar o brasileiro dias antes do GP da Itália. Por ter forte ligação com a torcida italiana, após oito temporadas na Ferrari, Massa costumava comparecer à corrida europeia. Além disso, os organizadores do GP italiano removeram uma faixa da torcida que afirmava que Massa era o verdadeiro campeão de 2008.

Questionado pela reportagem nesta semana, Massa disse, através de sua assessoria, que não sabe se estará em Interlagos no sábado ou no domingo. O Estadão apurou que a F-1 não vai se opor à presença do brasileiro no paddock do GP, neste fim de semana.

ENTENDA O CASO

A disputa entre Massa e F-1 e FIA remete ao GP de Cingapura de 2008, um dos mais polêmicos da história da F-1. Na ocasião, o brasileiro e Lewis Hamilton brigavam ponto a ponto pelo título. Antes daquela corrida, o inglês liderava o campeonato por apenas um ponto.

No auge de sua trajetória na F-1, Massa conquistara a pole position. Na corrida, liderava até a 14ª de 61 voltas. Foi quando Nelsinho Piquet bateu intencionalmente seu carro, por ordem do polêmico Flavio Briatore, para beneficiar Fernando Alonso, seu companheiro na Renault. O espanhol havia feito pit stop duas voltas antes e estava com o tanque cheio - na época, havia reabastecimento dos carros durante as corridas.

A batida provocou a entrada do safety car na pista, o que mudou totalmente a história da corrida. Alonso, que largara em 15º, herdou e manteve a primeira posição até a bandeirada final. Foi o maior beneficiado pela batida. Massa foi o maior prejudicado porque ainda viu a Ferrari cometer alguns erros nos boxes.

Após cair para o último lugar da prova, o brasileiro terminou a prova em 13º, sem somar pontos. Hamilton foi o terceiro e viu sua vantagem subir de um para sete pontos na tabela. O título, três etapas depois, foi definido por apenas um ponto de diferença.

No ano seguinte, Nelsinho Piquet admitiu publicamente que bateu de propósito em Cingapura para beneficiar Alonso. O Conselho Mundial de Automobilismo acolheu a denúncia, julgou o caso e distribuiu punições. Desclassificou a Renault no campeonato e suspendeu os dirigentes envolvidos na polêmica decisão: Briatore, chefe da equipe, e Pat Symonds, diretor de engenharia. Alonso e Nelsinho foram poupados.

Apenas um ano depois, tanto Briatore quanto Symonds fizeram acordos com a FIA para serem liberados para atuar na F-1. O primeiro vem sendo figura constante nos GPs da atual temporada, até mesmo tirando fotos com a cúpula atual da categoria, enquanto Symonds é o principal responsável pela área técnica da própria F-1.

O caso voltou aos jornais em março deste ano. Bernie Ecclestone, chefão da F-1 por quase 40 anos, fez revelações bombásticas sobre o caso em entrevista ao site F1-Insider. Questionado sobre os títulos de Hamilton, o inglês afirmara que considerava Michael Schumacher o único heptacampeão da história da F-1 porque Hamilton não seria o campeão moral de 2008, na sua avaliação.

Ecclestone disse que considerava Massa o campeão daquele ano em razão do que acontecera em Cingapura. O inglês revelou que ficou sabendo sobre a batida intencional de Nelsinho ainda durante 2008.

Essa informação é o grande fundamento das ações judiciais de Massa. O motivo é que, pelas regras da FIA, um campeonato não pode ter seus resultados alterados após finalizado. Assim, a confissão de Nelsinho, feita somente em 2009, não seria o suficiente para mudar o resultado daquela corrida.

Neste contexto, as declarações de Ecclestone promoviam uma grande reviravolta na discussão. "Max Mosley (então presidente da FIA) e eu fomos informados durante a temporada sobre o que havia acontecido na corrida de Cingapura. Nelsinho Piquet havia confessado ao pai, Nelson, sobre a ordem da equipe de acionar o safety car para ajudar Alonso a vencer. Implorei ao Nelson para manter a história em segredo", afirmou Ecclestone, que é próximo do pai de Nelsinho.

"Decidimos não fazer nada na época. Quisemos proteger a Fórmula 1 e salvá-la de um grande escândalo", declarou Ecclestone. "Tínhamos informação suficiente na época para investigar o caso. De acordo com o regulamento, teríamos que cancelar a corrida de Cingapura naquelas circunstâncias. Isso significa que aquela etapa não estaria contando para o campeonato. E aí Felipe Massa seria o campeão mundial, e não Lewis Hamilton."

A tempestade que atingiu o Autódromo de Interlagos no primeiro dia de treinos do Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, nesta sexta-feira, causou avarias na estrutura das arquibancadas e causou transtorno aos fãs de automobilismo. O Corpo de Bombeiros foi acionado ao local. Não há informações sobre feridos.

Imagens das estruturas avariadas foram compartilhadas nas redes sociais. Um vídeo que circula na rede social X (antigo Twitter) mostra o momento em que o vento arranca uma lona que protegia torcedores da chuva. Em outro, espectadores correm para deixar as arquibancadas enquanto tentam se proteger da chuva e do vento forte. A pista de Interlagos ficou repleta de sujeira após o temporal.

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A arquibancada que perdeu parte de sua lona de proteção fica localizada na "Curva do Lago", ao fim da "Reta Oposta". Em outro setor, na "Junção", pouco antes da "Reta dos Boxes", o estrago foi maior, danificando uma das colunas de sustentação da própria arquibancada.

Presente no local na hora em que o vento estava mais forte, o fotógrafo Andy Hone flagrou o momento que a estrutura envergou e disse ter corrido risco de morte. "Que dez minutos assustadores na pista! O teto de uma arquibancada colapsou na última curva e eu quase fui decapitado por detritos que caíram de lá", declarou o especialista em fotos de F-1.

O vento era tão forte que a chuva superou as brechas do teto do paddock e invadiu a área de convivência de pilotos, jornalistas e convidados. Integrantes das equipes da F-1 precisaram correr para escapar da chuva.

O mau tempo interrompeu a prova classificatória faltando quatro minutos para o fim. O tricampeão mundial Max Verstappen, da Red Bull, cravou a pole position, seguido de Charles Leclerc, da Ferrari, e Lance Stroll, da Aston Martin. Neste sábado, os pilotos voltam à pista às 11h, quando acontece o treino classificatório que define o grid da corrida sprint, marcada para 15h30.

Max Verstappen vai largar na pole position do Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, no domingo. O holandês tricampeão mundial cravou a volta mais rápida no treino classificatório, que terminou minutos antes do previsto diante da mudança drástica do tempo no Autódromo de Interlagos nesta sexta-feira. Uma tempestade fez o dia virar noite no circuito paulistano.

O piloto da Red Bull, que largará da pole pela segunda vez no Brasil, terá a companhia do monegasco Charles Leclerc, da Ferrari, na primeira fila. A surpresa ficou pela Aston Martin, que se recuperou do fraco desempenho das últimas provas e colocou o canadense Lance Stroll e o espanhol Fernando Alonso na segunda fila.

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A sessão classificatória começou atrasada em 15 minutos para a limpeza da pista, que acumulou detritos. Mais cedo, durante o treino livre, houve reclamações dos pilotos e pneus furados. Alonso reclamou pelo rádio. "A pista está em péssimo estado e cheia de pedras. Não está no padrão da Fórmula 1".

As equipe tiveram de conviver com uma pista ondulada, que fazia com que os carros pulassem. Quando o treino começou, outra preocupação ressaltada foi a condição meteorológica. Ao longo do dia, houve um pouco de garoa, mas nada que impedisse a realização das atividades.

No Q1, a primeira parte do treino, os carros passaram ilesos, sem acidentes. No entanto, alguns pilotos se atrapalharam na saída dos boxes. Os franceses Pierre Gasly e Esteban Ocon ficaram muito lentos no pitlane e foram ultrapassados de forma perigosa por Yuki Tsunoda, que precisou desviar dos carros da Alpine abruptamente. Ao fim da primeira parte, Tsunoda, Daniel Ricciardo, Valtteri Bottas, Logan Sargeant - que vê sua titularidade em risco a cada prova, podendo perdê-la para o brasileiro Felipe Drugovich - e Guanyu Zhou foram eliminados.

No Q2, as atenções se voltaram para os limites da pista na "Curva do Lago", ao fim da reta oposta. Alexander Albon teve sua volta rápida deletada, por passar com quatro rodas para além da linha branca. Por isso, o tailandês acabou eliminado. Os carros da Haas, de Kevin Magnussen e Nico Hülkenberg, não repetiram o desempenho do Q1 e também se despediram do classificatório, assim como os pilotos da Alpine.

No Q3, as equipes se apressaram para mandar seus carros para pista. O céu escuro na direção da represa do Guarapiranga indicou que a chuva estava próxima, assim os pilotos tinham de acelerar para marcar os melhores tempos o quanto antes. A mudança do tempo fez a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) determinar bandeira vermelha, encerrando o treino a quatro minutos do fim. Em seguida, começou o temporal.

Confira o grid de largada para o GP de São Paulo de Fórmula 1:

1º - Max Verstappen (HOL/Red Bull) - 1min10s727

2º - Charles Leclerc (MON/Ferrari) - 1min11s021

3º - Lance Stroll (CAN/Aston Martin) - 1min11s344

4º - Fernando Alonso (ESP/Aston Martin) - 1min11s387

5º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - 1min11s469

6º - George Russell (ING/Mercedes) - 1min11s590

7º - Lando Norris (ING/McLaren) - 1min11s987

8º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Ferrari) - 1min11s989

9º - Sergio Pérez (MEX/Red Bull) - 1min12s321

10º - Oscar Piastri (AUS/McLaren) - sem tempo

11º - Nico Hülkenberg (ALE/Haas) - 1min10s475

12º - Esteban Ocon (FRA/Alpine) - 1min10s763

13º - Pierre Gasly (FRA/Alpine) - 1min10s793

14º - Kevin Magnussen (DIN/Haas) - 1min10s602

15º - Alex Albon (TAI/Williams) - 1min10s621

16º - Yuki Tsunoda (JAP/AlphaTauri) - 1min10s837

17º - Daniel Ricciardo (AUS/AlphaTauri) - 1min10s843

18º - Valtteri Bottas (FIN/Alfa Romeo) - 1min10s955

19º - Logan Sargeant (EUA/Williams) - 1min11s035

20º - Guanyu Zhou (CHN/Alfa Romeo) - 1min11s275

Lewis Hamilton ama o Brasil e não cansa de mostrar isso! Dessa vez, o piloto da Mercedes irá mostrar todo o seu amor ao nosso país com o capacete que vai usar neste final de semana, no GP de São Paulo.

Nas redes sociais, a Mercedes postou um vídeo mostrando o capacete de Hamilton. Além das cores do Brasil, o objeto terá detalhes do Cristo Redentor sob a frase Still we rise, ou Nós nos levantaremos.

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Já em suas redes sociais, Hamilton postou duas fotos do momento em que chegou a Interlagos. Para loucura dos fãs, o piloto usou e abusou de um look homenageando Ayrton Senna.

- Senna sempre.

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A Fórmula 1 e a Prefeitura de São Paulo chegaram a um acordo para estender o contrato para a realização do GP brasileiro no Autódromo de Interlagos até 2030. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, na presença do chefão da F-1, Stefano Domenicali, do prefeito Ricardo Nunes e do CEO do GP, Alan Adler.

"Quando tivemos conhecimento de que outras cidades estavam se candidatando para receber a Fórmula 1, tivemos um diálogo e estendemos o nosso contrato até 2030. Algo de suma importância para nossa cidade e nosso País", afirmou o prefeito.

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Originalmente, o contrato com São Paulo para a realização do Grande Prêmio tinha validade até 2025. Ele havia sido assinado pelo então prefeito Bruno Covas, que morreu em 2021, vítima de câncer. Com o novo vínculo, Interlagos garante mais sete etapas no mais tradicional autódromo brasileiro.

"Estou muito feliz com este anúncio. Temos de lembrar do Bruno Covas, que assinou aquele contrato. Agora estamos passando para a segunda fase, junto com o Nunes e a prefeitura que fizeram um grande investimento pensando no futuro", ressaltou Domenicali.

O valor do "fee", taxa paga pela cidade à F-1 para receber o Grande Prêmio, é estimado em US$ 125 milhões (cerca de R$ 612 milhões, na cotação atual) pelo cinco primeiros anos. De acordo com Nunes, um valor equivalente será replicado pelo restante do vínculo com a Fórmula 1. A prefeitura também pagou R$ 100 milhões para o fundo de investimento Mubadala para promover a organização do GP pelos cinco anos iniciais.

"Em 2019, a cidade de São Paulo estava longe de assinar com a F-1. Quero agradecer ao Domenicali por este voto de confiança. Serão mais sete anos gerando renda e empregos. Temos uma preocupação em deixar um legado de inclusão e diversidade, melhorando a experiência dos fãs a cada ano", disse Adler.

A Prefeitura afirma que o GP de São Paulo gera 20 mil empregos diretos e uma estimada movimentação de R$ 1,3 bilhão por ano. Há uma previsão de que nos próximos cinco anos haja um investimento de R$ 210 milhões na infraestrutura do autódromo para que ele esteja apto a receber concomitantemente a Fórmula 1 e outros eventos voltados para o entretenimento.

HISTÓRICO

O novo acordo confirma a confiança da cúpula da F-1 na capital paulista anos após uma dura batalha entre a cidade e o Rio de Janeiro para receber a etapa. A capital fluminense tinha projeto de construir um novo autódromo no bairro de Deodoro para fazer um contrato de longo prazo com a F-1.

O grande entrave de toda a negociação envolvendo as duas cidades foi o pagamento da taxa de promoção, cobrada pela Fórmula 1 para cada um dos promotores que realizam provas. Nas edições de 2017, 2018 e 2019, por exemplo, o GP do Brasil era o único ao lado de Mônaco a não pagar a taxa devido a um acordo feito com o então chefe da F-1, Bernie Ecclestone. Depois que o grupo Liberty Media assumiu o controle da categoria, a empresa procurou fazer da etapa brasileira um evento mais lucrativo e vantajoso.

Até 2019 a F-1 pendia para o lado carioca desta disputa nacional. O próprio Alan Adler admitiu nesta sexta que a categoria estava mais distante de São Paulo. O que mudou a história desta disputa foi a mudança na cúpula da F-1. Saiu o empresário americano Chase Carey, especialista em mídia e entretenimento, e entrou Domenicali, ex-chefe da Ferrari, com longa história no campeonato. E, desde sua chegada ao topo da F-1, o italiano demonstrou preferência por São Paulo e por Interlagos, um dos autódromos mais tradicionais da categoria.

O GP de São Paulo de Fórmula 1, um dos maiores eventos da capital paulista, vai ter um esquema especial de segurança, a partir desta sexta-feira, quando começam os treinos livres. O patrulhamento será feito por 1,1 mil policiais militares na região do Autódromo de Interlagos até a corrida de domingo. Com tropas especiais da corporação, comandos de Choque, Aviação e patrulhas territoriais.

Também serão usados drones pela Polícia Militar (PM) como reforço na vigilância dos arredores de Interlagos. Segundo o coronel Alexandre Prates, coordenador operacional da PM, as aeronaves vão monitorar a chegada de turistas e das dez equipes que disputam o GP de São Paulo. "Conforme a necessidade, distribuiremos as tropas nas imediações, de acordo com o fluxo de pessoas na localidade."

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A escolta dos comboios das equipes que começaram a desembarcar nesta semana, no aeroporto de Viracopos, em Campinas, também foram ações feitas pelos policiais.

A expectativa é que 260 mil turistas passem pelo autódromo até a corrida, na tarde de domingo. Para atender ao público estrangeiro, a PM mobilizou policiais fluentes em inglês e espanhol para dar suporte aos visitantes.

Um posto de comando no autódromo para centralizar informações e coordenar o patrulhamento também vai ser organizado. Haverá uma sala de gerenciamento de crises com monitoramento por câmeras, com policial responsável por monitorar o que acontece dentro e ao redor de Interlagos.

Os fãs estrangeiros terão um atendimento especial por ligações telefônicas no 190 ou também nos números 911 e 112, telefones de emergência nos EUA e na União Europeia, respectivamente, com atendimento 24 horas.

A PM iniciou as operações nas imediações do autódromo há cerca de duas semanas. Os objetivos principais são a detenção de foragidos da Justiça e as apreensões de armas de fogo ilegais e veículos roubados.

Internautas brasileiros criticaram a Ferrari nas redes sociais por conta de um pôster para o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 que exibe um carro da escuderia italiana em uma paisagem que remete à Amazônia. Com a repercussão, a arte foi apagada.

Imagem: Reprodução

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"Olhares voltados para São Paulo", escreveu a equipe de Maranello no X (antigo Twitter), em mensagem que acompanha uma arte feita por Michele Pasta.

A imagem, que não tem nenhuma referência à capital paulista a não ser o nome, foi criticada por usuários da rede social. "No século XVIII ainda era assim, hoje só tem prédio", ironizou um internauta.

"O Brasil não é apenas uma selva", criticou outro, enquanto uma seguidora disse: "Gosto da maneira como você vê São Paulo, quando era tudo mato e rios, provavelmente na época dos dinossauros".

Um usuário ainda afirmou que o pôster vai "além do ridículo", e várias pessoas postaram fotos aéreas de São Paulo para mostrar a diferença em relação à paisagem amazônica retratada na arte divulgada pela Ferrari.

Da Ansa

A Fórmula 1 tem como meta zerar a sua emissão de poluentes até 2030. Para isso, diversas medidas estão sendo desenvolvidas, sendo uma das principais a busca por um combustível 100% sustentável até 2026. A organização do Grande Prêmio de São Paulo quer antecipar essas marcas e pretende neutralizar todas as emissões até 2025.

Com o objetivo definido, diversas atividades devem ser repensadas e remodeladas. Para ser net zero, a organização terá de zerar as emissões líquidas de carbono, sejam elas produzidas de maneira direta ou indireta por todos os envolvidos no evento. A compensação, por sua vez, busca anular as emissões com ações ecológicas, como plantio de árvores e reciclagem de materiais.

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"Levamos muito a sério a ideia da sustentabilidade. Nossa governança em relação ao meio ambiente, diversidade e inclusão não é só papo. Primeira coisa é você poder medir o seu impacto, para isso contratamos uma consultoria para de fato conseguir a neutralização. O mais importante é reduzir as emissões, a geração de lixo e temos várias iniciativas para isso", explica ao Estadão o CEO do GP de São Paulo de Fórmula 1, Alan Adler.

Entre as iniciativas citadas por Alan Adler, há três medidas que o CEO entende serem fundamentais e que envolvem não apenas a direção do evento, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e as equipes, mas o público que comparece às atividades do fim de semana.

"Reutilizar, reaproveitar e educar. Educar faz parte disso. Transformar em questões sociais, impor a destinação correta. O objetivo é chegar em 2025 totalmente zero. A gente quer 2025, a Fórmula 1, até 2030, com uso de um tipo de combustível renovável", afirmou Alan Adler, que também valoriza a posição do País como um polo ecológico relevante para o futuro. "O Brasil tem uma posição privilegiada. Nesta crise de combustível vimos isso. Diria que o Brasil tem bastantes oportunidades", pontua Adler.

De acordo com a organização do GP brasileiro, durante a edição de 2021 do evento foi feito um diagnóstico da coleta de resíduos que ditará as mudanças sustentáveis das temporadas seguintes.

ALIMENTOS

No Autódromo de Interlagos, são distribuídas caixas tetrapak de água, que serão após seu uso recicladas, transformadas em telhas e destinadas a comunidades locais. Sobras de alimentos serão destinadas a diferentes instituições. O lixo orgânico gerado no GP deste ano será transformado em adubo a ser usado por hortas vizinhas. A equipe das cozinhas montadas para atender o público em Interlagos foram treinadas para dar a destinação correta a esses resíduos. Cada tonelada de lixo orgânico gera 100 quilos de fertilizantes. Outros 90 integrantes de uma cooperativa fazem a coleta de itens recicláveis.

NAS PISTAS

Cerca de 10 mil pneus utilizados nas barreiras de proteção de todo o Autódromo de Interlagos serão triturados após o fim de semana, e o material resultante será devolvido ao mercado. O mesmo ocorre com os óleos utilizados pelos carros durante o fim de semana. Pela primeira vez, a organização coletou todos os óleos utilizados nos carros e fará novo refino.

Focada na compensação das emissões de carbono no evento deste ano, a organização também promove parcerias para obter créditos e adquirir unidades de estocagem de carbono originados na capital paulista e para a preservação da Floresta Amazônica.

A 50ª edição de um Grande Prêmio no Brasil teve emoção e feito inédito neste domingo. O britânico George Russell conquistou sua primeira vitória na carreira na Fórmula 1 ao liderar de ponta a ponta a corrida no Autódromo de Interlagos. O compatriota Lewis Hamilton ficou em segundo, marcando a primeira dobradinha da Mercedes na temporada. O espanhol Carlos Sainz Jr, da Ferrari, completou o pódio em dia de recorde de público no circuito paulistano.

A corrida foi marcada por pequenos acidentes, com a entrada de safety car por duas vezes. Bicampeão por antecipação, o holandês Max Verstappen não teve um bom domingo e terminou na modesta sexta posição. Destaque para o espanhol Fernando Alonso, da Alpine, que ganhou 12 posições e terminou em quinto.

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O GP de São Paulo também registrou quebra de recorde de público, com a presença de 235.617 pessoas em Interlagos ao longo do fim de semana.

A corrida começou com acidentes. Logo na primeira volta, na curva do Pinheirinho, Daniel Ricciardo, da McLaren, tocou na Haas de Kevin Magnussen, fez o dinamarquês rodar e acertar o próprio australiano, provocando o abandono de ambos e a entrada do safety car na pista.

No reinício da prova, na saída do "S do Senna", Hamilton e Verstappen se tocaram, o britânico saiu da pista, enquanto o atual campeão teve o bico danificado e precisou parar nos boxes para trocá-lo. Em seguida, Lando Norris também acabou tocando roda com roda com Charles Leclerc. O monegasco da Ferrari rodou e caiu para o fundo do pelotão. Norris e Verstappen foram punidos em cinco segundos cada por causarem os acidentes.

Na ponta, Russell passou a ter Sergio Pérez como seu principal concorrente pela vitória em Interlagos. O britânico da Mercedes largou pela segunda vez na primeira posição. O mexicano da Red Bull não conseguia encurtar a distância para o piloto da escuderia alemã, que matinha a vantagem entre dois e três segundos.

Russell foi para os boxes, Hamilton assumiu a liderança e mesmo com pneus macios, o heptacampeão fez seus pneus resistirem por 30 voltas. Ele trocou para o composto médio e voltou para a pista na quarta colocação, empurrando o companheiro de Mercedes de volta para a ponta.

Mas Hamilton ainda tinha o que mostrar na briga pelo pódio. O britânico retornou para a pista com ótimo desempenho, tirando praticamente um segundo por volta de Carlos Sainz Jr, da Ferrari, que ocupava a terceira posição. Para se prevenir, o espanhol antecipou sua parada nos boxes para retomar desempenho.

Enquanto isso, o bicampeão Max Verstappen seguia com dificuldades para escalar o pelotão, perdendo muito tempo com carros do fim do grid. A briga do holandês se resumia a marcar pontos em Interlagos.

O panorama indicava uma disputa de Hamilton com Pérez pelo segundo lugar, dada a vantagem ampla de mais de sete segundos de Russell na liderança. Na abertura da 45ª volta, Hamilton ultrapassou Sergio Pérez na reta dos boxes e assumiu a segunda posição.

Na volta 53, Norris teve problemas, sua McLaren simplesmente parou. Ele precisou abandonar, causando a entrada do safety car. Norris sofreu com uma intoxicação alimentar na quinta-feira e não conseguiu seu melhor desempenho. Foi um péssimo fim de semana para a escuderia britânica, que viu seus dois carros abandonarem, fato que não acontecia desde a Bélgica, em 2019.

Com a entrada do safety car, Hamilton pôde se aproximar de Russell, que, preocupado, foi informado pela Mercedes que teria liberdade na disputa por posição com o heptacampeão mundial. A demora para o safety car se recolher causou insatisfação em alguns pilotos. A pista só foi liberada na 59ª volta.

Com as duas Mercedes na ponta, a briga se intensificou pelo pódio entre Pérez e as Ferraris de Carlos Sainz e Charles Leclerc. O mexicano não segurou o espanhol nem o monegasco. Fernando Alonso foi no embalo e também deixou o piloto da Red Bull para trás. O espanhol da Alpine ganhou incríveis 12 posições ao longo da corrida. Verstappen também ganhou a posição de Pérez.

Russell não foi pressionado por Hamilton e conduziu sua Mercedes de ponta a ponta rumo à sua primeira vitória na carreira na Fórmula 1 e voltando a colocar a bandeira da Grã-Bretanha nos dois lugares mais altos do pódio.

RECORDE

O GP de São Paulo de F-1 bateu novo recorde de público. Na soma dos três dias de atividades no Autódromo de Interlagos, 235.617 pessoas estiveram presentes para acompanhar a categoria máxima do automobilismo mundial, representando o novo recorde. A marca anterior foi obtida na temporada passada, quando 181.711 torcedores acompanharam o fim de semana de GP.

Confira a classificação final do GP de São Paulo de F-1:

1º - George Russell (ING/Mercedes), em 1h38min34s044

2º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), a 1s529

3º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Ferrari), a 4s051

4º - Charles Leclerc (MON/Ferrari), a 8s441

5º - Fernando Alonso (ESP/Alpine), a 9s561

6º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 10s056

7º - Sergio Pérez (MEX/Red Bull), a 14s080

8º - Esteban Ocon (FRA/Alpine), a 18s690

9º - Valtteri Bottas (FIN/Alfa Romeo), a 22s552

10º - Lance Stroll (CAN/Aston Martin), a 23s552

11º - Sebastian Vettel (ALE/Aston Martin), a 26s183

12º - Pierre Gasly (FRA/AlphaTauri), a 26s867

13º - Guanyu Zhou (CHN/Alfa Romeo), a 29s325

14º - Mick Schumacher (ALE/Haas), a 29s899

15º - Alexander Albon (Williams), a 36s016

16º - Nicholas Latifi (CAN/Williams), a 37s038

17º - Yuki Tsunoda (JAP/AlphaTauri), a uma volta

Não completaram a prova:

Kevin Magnussen (DIN/Haas)

Daniel Ricciardo (AUS/McLaren)

Lando Norris (ING/McLaren)R

O circo da Fórmula 1 desembarcou em São Paulo nesta semana para a realização do 50º Grande Prêmio no País. Desde 1972, os fãs de automobilismo acompanham corridas emocionantes, ultrapassagens, conquistas de títulos e vitórias de pilotos brasileiros que levantaram o público nos Autódromos de Interlagos e Jacarepaguá, no Rio.

Entre esta sexta e domingo, novas marcas vão entrar para a história e serão capazes de reforçar ou modificar panoramas sobre as corridas da categoria máxima do automobilismo mundial na capital paulista. Veja 15 curiosidades sobre os 50 anos de Fórmula 1 no Brasil. A expectativa dos três dias de atividades da edição deste ano é levar ao autódromo de Interlagos 230 mil amantes da modalidade.

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PROST, O MAIOR VENCEDOR

Quem mais venceu corridas de Fórmula 1 no Brasil foi Alain Prost. Grande rival de Ayrton Senna na categoria máxima do automobilismo mundial, o piloto francês subiu no lugar mais alto do pódio em seis ocasiões: 1982, 1984, 1985, 1987, 1988 e 1990, sendo que somente a última foi em Interlagos, no retorno do Autódromo paulistano para a Fórmula 1.

EXPERIÊNCIA É TUDO

A seleta lista de maiores vencedores da Fórmula 1 no Brasil ainda conta com o alemão Michael Schumacher, que ganhou as provas de 1994, 1995, 2000 e 2002, além de Carlos Reutemann (1972, 1977, 1978 e 1981). A primeira vitória do argentino no Brasil não teve seus pontos contabilizados, porque o evento ainda era um teste.

Logo atrás aparecem os pilotos com maior número de títulos no grid da atual temporada: Sebastian Vettel (2010, 2013 e 2017) e Lewis Hamilton (2016, 2018 e 2021). Ambos venceram três corridas, mas não são apontados neste fim de semana como candidatos a subir ao pódio.

MODERNIZAÇÃO DO AUTÓDROMO

Interlagos já celebrou 40 Grandes Prêmios no Brasil. Desde 1990, a sequência só foi interrompida em 2020 pela pandemia do novo coronavírus. Em 1978 e entre os anos 1981 e 1989, o Grande Prêmio teve como caso o Autódromo de Jacarepaguá, no Rio, que foi demolido para abrigar estruturas dos Jogos Olímpicos de 2016.

Para voltar a receber a Fórmula 1, Interlagos fez diversas obras e também modificou o seu traçado. Uma das curvas icônicas do circuito é o S do Senna. Ayrton foi o responsável por sugerir o traçado da curva, mas ela não foi seguida da maneira como o tricampeão gostaria. O plano era ter uma curva de alta velocidade, mas a junção foi feita com uma angulação menor, forçando os carros a diminuírem a velocidade para o mergulho.

QUEM TEM MAIS TEM SEIS

O piloto com mais pole positions em Grandes Prêmios no Brasil é Ayrton Senna. Por seis vezes, o piloto brasileiro largou na primeira colocação (1986, 1988, 1989, 1990, 1991 e 1994). Quatro pilotos dividem a vice-liderança neste quesito, com três poles cada. São eles: Mika Hakkinen (1998, 1999 e 2000), Rubens Barrichello (2003, 2004 e 2009), Felipe Massa (2006, 2007 e 2008) e Lewis Hamilton (2012, 2016 e 2018).

 

HINOS E BANDEIRAS

Os hinos do Brasil e da Alemanha foram os mais executados em corridas no Brasil. As bandeiras dos dois países tremularam no lugar mais alto do pódio em nove ocasiões cada. Logo em seguida aparecem Reino Unido e França, com oito vitórias.

POR POUCO

O Brasil poderia ser o maior vencedor da prova isolado. Em 1982, Piquet ganhou a corrida em Jacarepaguá, mas foi desclassificado por estar com o carro mais leve que o permitido, assim como o segundo colocado Keke Rosberg. Alain Prost herdou o topo do pódio.

BRASILEIROS VENCEDORES

Cinco brasileiros ganharam o Grande Prêmio no País. Nelson Piquet, Ayrton Senna, Emerson Fittipaldi e Felipe Massa ganharam duas vezes, enquanto José Carlos Pace ganhou somente uma.

VELHOS TEMPOS

A McLaren é a equipe que mais venceu corridas no Brasil. Escuderia em que o Ayrton Senna faturou seus três títulos mundiais, a equipe de Woking ganhou 12 vezes no País. Seu último triunfo, porém, faz 10 anos. Em 2012, o britânico Jenson Button venceu. A Ferrari é a segunda escuderia com mais vitórias, mas também enfrenta certo jejum. Em 2017, Sebastian Vettel levou os italianos à primeira colocação.

LÍDER

O motor Ferrari empurrou mais vezes os pilotos às vitórias no Brasil. Foram 11 oportunidades. A vantagem é curta, no entanto. As unidades de potência de Renault e Mercedes ganharam 10 vezes, enquanto o motor Ford-Cosworth ganhou nove provas.

BRASIL EM DOBRO

A Primeira dobradinha brasileira na Fórmula 1 aconteceu no GP do Brasil de 1975, com José Carlos Pace, da Brabham, e Emerson Fittipaldi, da McLaren. Ambos corriam com motores Ford.

ESTREIA

A primeira corrida da Fórmula 1 no Brasil, em 1972, não contabilizou pontos para o campeonato mundial e serviu apenas de teste para o País ingressar definitivamente no calendário, fato que ocorreu na temporada seguinte.

FIM DA FILA

Desde 2004, o Brasil passou a receber o GP no fim do ano. Desde então, cinco pilotos faturaram o título na corrida brasileira: Fernando Alonso (2005 e 2006), Kimi Raikkonen (2007), Lewis Hamilton (2008), Jenson Button (2009) e Sebastian Vettel (2012). O único, porém, a vencer a corrida do título foi Kimi Räikkönen.

NOVIDADE APROVADA

Interlagos é o único circuito a receber a sprint race nestes dois anos desde a criação do novo evento do fim de semana (2021 e 2022).

LEMBRANÇAS

Atual bicampeão mundial de Fórmula 1, Max Verstappen disputou seis corridas em Interlagos e venceu somente uma, em 2019. Em 2021, teve um desempenho frustrante ao ver o rival Lewis Hamilton ultrapassá-lo, mesmo tendo saído do fundo do pelotão em uma corrida inesquecível. O holandês, porém, ficou fora do pódio somente duas vezes (2015 e 2017).

Lewis Hamilton está em São Paulo para participar da penúltima etapa da temporada 2022 da Fórmula 1 no Autódromo de Interlagos. Nesta quarta-feira, o heptacampeão mundial participou de um evento realizado pela Petronas, patrocinadora e fornecedora de combustíveis da escuderia Mercedes. Hamilton falou sobre a importância do seu papel como um porta-voz das causas sociais e raciais, contou o que mais gosta no Brasil e apontou qual sua principal lembrança do País.

"É muito emocionante vir ao Brasil, são experiências incríveis. Em 2021, foi a melhor corrida da minha vida. Nunca vi isso (apoio dos fãs) em lugar nenhum. Quero aprender mais sobre a cultura, comida, as pessoas... (O que mais gosto) são as comidas, cores e energia das pessoas. Aqui todo mundo trabalha, sorri. Tem muito trânsito também (risos). Há muito amor aqui", contou Lewis Hamilton.

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O britânico também contou sobre a vista que fez nesta quarta-feira a uma favela do Rio e deixou uma mensagem importante para as crianças, além de avaliar que a educação é fator crucial para a transformação social. "Encontrei crianças incríveis. Acredite em si mesmo. Não desista dos seus sonhos, mesmo que digam que é impossível."

Perguntado pelo Estadão, Hamilton novamente se provou engajado em valorizar as pautas sociais e raciais as quais defende e fez una importante associação com o modelo de desenvolvimento sustentável ao qual o planeta, assim como a Fórmula 1, tem voltado seus olhos nos últimos tempos. O heptacampeão também reivindicou o esporte como um espaço para se discutir questões políticas.

"As pessoas dizem que o esporte não é um espaço para política, mas direitos humanos não são puramente político, é algo que todos deveriam ter acesso. Não é fácil falar sobre questões sociais, mas é necessário abrir o coração e falar a realidade do que as pessoas estão vivendo ao redor do mundo. Eu tenho uma voz e vou usá-la", afirmou Hamilton.

A vitória impressionante no Grande Prêmio de São Paulo de 2021 ficou guardado em um lugar especial na memória de Lewis Hamilton. O britânico coloca a vitória à frente da sua primeira conquista mundial em 2008, alcançada na última curva após ultrapassagem sobre Timo Glock, impedindo que o Brasil comemorasse um título para Felipe Massa.

"A corrida de 2021 foi a mais importante. Parecia ser impossível, mas consegui chegar na frente. O apoio dos fãs é incrível. Quando pedi a bandeira do Brasil sabia que estava deixando todos orgulhosos", afirmou Hamilton.

Apesar de não dar indícios de que esteja próximo de parar de correr, Lewis Hamilton já traça perspectivas de como será a Fórmula 1 sem sua presença. O heptacampeão diz que gosta de pensar que os passos que deu podem ajudar outros pilotos a serem eles mesmos. O britânico diz que sempre estará envolvido com o esporte e entende ser difícil que haja novos pilotos que se envolvam tanto com temas delicados como ele. "Haverá outro piloto (engajado)? Difícil dizer. Não é fácil falar abertamente, mas espero compreendam o impacto positivo. No pior cenário, eu volto", finalizou.

No embalo do renascimento da Fórmula 1, o CEO do GP de São Paulo, Alan Adler, aposta no crescimento do evento para 2022 e já faz planos para a próxima temporada. O principal responsável pela etapa brasileira quer aumentar a capacidade de público do Autódromo de Interlagos e promete organizar uma fan fest, no estilo da Fifa durante a Copa do Mundo, em pontos centrais da capital paulista.

"É uma prioridade. Temos conversado bastante com o governador e o prefeito e queremos já para o ano que vem ampliar a capacidade. Público e apaixonados pela Fórmula 1 nós temos, falta ter mais capacidade. Não tem sentido ter um público menor que o México e até que os Estados Unidos", afirma Adler.

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A ideia é acrescentar de 8 mil a 10 mil pessoas no circuito. O autódromo, fora dos GPs da F-1, recebe apenas 20 mil torcedores em suas arquibancadas fixas. Com acréscimo de estruturas provisórias, a capacidade de Interlagos aumenta para quase 70 mil em um dia de evento da F-1. Para este ano, o local recebeu 181.711 torcedores nos três dias do GP, um recorde histórico. A previsão era de alcançar 170 mil.

Para quem não puder pagar pelos ingressos do GP, haverá a chance de participar das fan fests pela cidade. "Vamos levar essa experiência não apenas para 100 mil pessoas, queremos alcançar muito mais. Vai ser incrível. O projeto já está pronto. Depois precisamos viabilizar financeiramente porque queremos que seja acessível. As pessoas vão estar vivendo isso aqui (em Interlagos) e também lá. Vai ter muito entretenimento, pit stop, todas essas experiências", projeta Adler, em entrevista ao ESTADÃO.

Adler quer aproveitar o momento favorável da F-1 no mundo e no Brasil. O campeonato vem ganhando audiência e maior público em suas etapas, na esteira da popularidade que conquistou junto ao público mais jovem, principalmente pelos investimentos nas redes sociais, no e-sports e na série "Drive To Survive" (Dirigir para Sobreviver), da Netflix. "O produto está numa fase incrível", comenta o CEO do GP brasileiro.

O empresário carioca assumiu o comando da etapa brasileira no início do ano, substituindo Tamas Rohonyi, que comandou a corrida por 30 anos. Em sua estreia, Adler precisou encarar os obstáculos da pandemia de covid-19 para organizar a sua primeira corrida na F-1. "Como fazer um evento deste tamanho sem reuniões prévias? Isso aconteceu em todas as áreas da F-1. Nunca havíamos vivido uma situação como essa. É uma loucura. Não foi um ano fácil de entregar, ainda estamos entregando."

Adler revelou que, por conta das restrições da pandemia, problemas foram resolvidos de última hora. "Muita coisa foi resolvida na sexta-feira. São coisas que dão trabalho", comentou o organizador. Apesar disso, ele disse ter ficado satisfeito com o resultado. "Estou gostando muito da experiência."

Para 2022, além de planejar maior público e fan fest, ele prevê mais planejamento, possivelmente já sem a sombra da pandemia. "Para o próximo ano, não vamos fazer esse evento sem tanto planejamento. Acaba dando tudo certo, ninguém vê nada. Mas é muito estressante, consome muita energia."

Nem duas punições num mesmo fim de semana foram suficientes para parar Lewis Hamilton no Brasil. O piloto inglês, cada vez mais à vontade no país do seu ídolo, Ayrton Senna, brilhou novamente no Autódromo de Interlagos e venceu o GP de São Paulo neste domingo. De quebra, reduziu a vantagem de Max Verstappen na liderança do campeonato. O holandês chegou em segundo lugar, logo à frente do finlandês Valtteri Bottas.

Foi a 101ª vitória do inglês na F-1, a terceira no Brasil, comemorada com a torcida, que encheu as arquibancadas do circuito paulistano. Após cruzar a linha de chegada, Hamilton ganhou uma bandeira brasileira, com a qual desfilou em seu carro até parar diante do pódio. Ao longo da semana, o inglês declarou diversas vezes que se sentia cada vez mais brasileiro.

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Numa das melhores provas da temporada, Hamilton brilhou tanto no sábado quanto no domingo. Antes de chegar em primeiro ao fim das 71 voltas, ele surpreendeu no sprint race ao finalizar as 24 voltas em quinto lugar. Foram 15 ultrapassagens no sábado e mais 10 neste domingo, totalizando 25. E logo num fim de semana em que sofreu duas punições. No sábado, largou em último. Neste domingo, foi apenas o 10º no grid. Mas ele precisou de apenas 19 voltas para pular do 10º para o 2º posto.

No campeonato, a situação ficou mais equilibrada. Verstappen chegou aos 332,5 pontos, contra 318,5 de Hamilton. Faltam ainda três etapas para o fim da temporada.

Após vacilar na largada no México, há uma semana, Bottas voltou a vacilar em Interlagos. O companheiro de Hamilton foi superado por Verstappen no meio do "S do Senna" e por Pérez na reta oposta. No meio do pelotão, o inglês conquistou quatro posições na primeira volta. Na segunda, aparecia em terceiro, atrás apenas dos carros da Red Bull.

A ascensão do heptacampeão ganhou uma ajuda na 7ª volta, quando o safety car entrou na pista porque Yuki Tsunoda perdeu a asa dianteira de sua AlphaTauri no "S do Senna" - o japonês acabou sofrendo punição de 10 segundos. Na relargada, três voltas depois, Verstappen sustentou a liderança, sendo protegido por Pérez, seu companheiro de equipe.

Logo na sequência o safety car virtual foi ativado por causa dos dedritos da asa dianteira de Mick Schumacher, após choque com Kimi Raikkonen. Na retomada das disputas, Hamiltou passou Pérez, que recuperou a posição em seguida, no 18º giro. Na volta seguinte, o inglês não repetiu o erro da primeira tentativa e deixou o mexicano para trás de vez.

Verstappen liderava com quatro segundos de vantagem sobre seu maior rival. Sem conseguir se aproximar do líder do campeonato, o inglês e a Mercedes apostaram na estratégia. Na 27ª volta, ele trocou os pneus médios pelos duros. Retornou em 6º para a pista.

Uma volta depois, Verstappen fez o mesmo e voltou para a pista em 3º, à frente de Hamilton. Na prática, a estratégia da Mercedes deu resultado. A diferença para o primeiro colocado caiu para 1s5 segundo. Nem mesmo uma nova ativação do safety car virtual, na 30ª volta, mudou o cenário da briga pela vitória.

A situação mudou no 41º giro, quando Verstappen surpreendeu ao ir aos boxes para colocar novos pneus duros. Voltou em quarto, enquanto Hamiltou herdou a liderança. Duas voltas depois, o inglês repetiu a estratégia do rival holandês, agora novamente em primeiro lugar na prova.

Mas a diferença entre os dois caía a cada volta. De 1s2, chegou a ser derrubada para 0s2 na 48ª, quando Hamilton foi para o bote. Ele tentou por fora no fim da reta oposta. Verstappen fechou a porta e ambos acabaram saindo da pista. A Mercedes reclamou, porém os comissários decidiram não investigar o caso.

Nova investida só veio dez voltas depois, sem sucesso. No giro seguinte, o heptacampeão não perdoou. Superou Verstappen, assumiu a ponta e não deu mais chance para o rival. Sem sustos, ele cruzou a linha de chegada na frente, recebendo a bandeirada da ginasta e campeã olímpica Rebeca Andrade, convidada da organização.

Pilotos e equipes agora rumam para o Catar. A corrida de estreia no país será já no próximo domingo, no Circuito de Losail. Será o terceiro final de semana consecutivo de corrida na F-1, incluindo ainda o GP do México, disputado no domingo passado.

Confira a classificação do GP de São Paulo de Fórmula 1:

1º - Lewis Hamilton (ING/Mercedes), em 1h13min860

2º - Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 10s496

3º - Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), a 13s576

4º - Sergio Perez (MEX/Red Bull), a 39s940

5º - Charles Leclerc (MON/Ferrari), a 49s517

6º - Carlos Sainz Jr. (ESP/Ferrari), a 51s820

7º - Pierre Gasly (FRA/AlphaTauri), a uma volta

8º - Esteban Ocon (FRA/Alpine), a uma volta

9º - Fernando Alonso (ESP/Alpine), a uma volta

10º - Lando Norris (ING/McLaren), a uma volta

11º - Sebastian Vettel (ALE/Aston Martin), a uma volta

12º - Kimi Räikkönen (FIN/Alfa Romeo), a uma volta

13º - George Russell (ING/Williams), a uma volta

14º - Antonio Giovinazzi (ITA/Alfa Romeo), a uma volta

15º - Yuki Tsunoda (JAP/AlphaTauri), a uma volta

16º - Nicholas Latifi (CAN/Williams), a uma volta

17º - Nikita Mazepin (RUS/Haas), a duas voltas

18º - Mick Schumacher (ALE/Haas), a duas voltas

Não completaram a corrida:

Daniel Ricciardo (AUS/McLaren)

Lance Stroll (CAN/Aston Martin)C

O GP de São Paulo de Fórmula 1, primeiro grande evento da capital paulista em quase dois anos, empolga o governador João Doria (PSDB). Horas antes de a corrida ter início no Autódromo de Interlagos, ele reforçou a importância do evento para a capital paulista, comemorou, mais uma vez, o fato de a etapa brasileira ter permanecido em São Paulo e não ter ido para o Rio de Janeiro e disse que esta edição, por vários motivos, é "histórica".

"É praticamente a retomada da normalidade na cidade, obviamente seguindo os protocolos. Os grandes eventos voltaram e voltaram a partir deste que é o maior evento gerador de receitas para São Paulo, que é a Fórmula 1", afirmou o governador em entrevista coletiva no autódromo.

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Na entrevista aos jornalistas, o governador esteve acompanhado do prefeito Ricardo Nunes, do CEO da Fórmula 1, o italiano Stefano Domenicali e do novo CEO do GP de São Paulo, o empresário Alan Adler.

"Interlagos é parte da história da Fórmula 1. Agora é parte do futuro da Fórmula 1 também", disse o CEO da categoria. "Os pilotos adoram correr aqui. Tivemos tantas corridas incríveis aqui. Vimos isso ontem, no sprint race".

Os organizadores do GP de São Paulo dizem que a corrida em Interlagos é o maior evento realizado durante a pandemia de Covid-19. A expectativa é de que 170 mil pessoas estejam no autódromo ao longo do final de semana. Os números serão divulgados na noite deste domingo, depois da corrida. Nos três dias em 2019, ano da última etapa no Brasil, Interlagos recebeu 158.213 torcedores, maior público desde 2001, quando o local era maior e contou com a presença de 174 mil fãs. Há o plano para aumentar a capacidade do autódromo para 2022.

Por enquanto, o evento com o maior público na capital paulista foi o jogo entre Corinthians e Chapecoense. Na Neo Química Arena, 39.734 pagantes assistiram à vitória do time paulista por 1 a 0. Ao todo, foram mais de 40 mil presentes no estádio em Itaquera.

O contrato de renovação com a Prefeitura de São Paulo para realizar por mais cinco anos - com renovação automática por mais cinco - em Interlagos uma etapa do Mundial de Fórmula 1 foi firmado no fim do ano passado. Havia o temor de que a prova não acontecesse mais na capital paulista, mas sim no Rio. O acordo anterior era válido somente até o fim de 2020. Domenicali participou pelo lado da Fórmula 1 das negociações e ficou contente com a manutenção da prova na capital paulista.

"Um conjunto de valores emocionais, técnicos, operacionais fazem de São Paulo o local ideal para a Fórmula 1. Estamos felizes de termos renovado o contrato por mais dez anos", pontuou Doria.

De acordo com o governo do Estado e a gestão municipal, o maior desafio para realizar o evento em meio à pandemia foi avançar a vacinação no Estado e na capital. "Em julho, assumimos o compromisso com o Stefano. Ele teve a coragem de acreditar e confiar em nós porque a Fórmula 1 poderia ter sido colocada em risco como um todo. Prometemos que teríamos vacinação majoritária até a data do início do GP de São Paulo e assim fizemos", comentou o governador.

"É importante mostrar que São Paulo não tem deixado nada além do que oferecem os outros grandes prêmios", completou o prefeito Ricardo Nunes.

Doria foi questionado sobre a ausência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no autódromo. O chefe do Executivo, que queria levar a prova brasileira para o Rio de Janeiro, preferiu ir a Dubai em vez de acompanhar a corrida. Ele diz não ter tomado a vacina, o que impossibilitaria a sua presença em Interlagos, já que apenas imunizados foram liberados para ir a Interlagos.

"Aqui no autódromo só entram pessoas vacinadas e o presidente, como todos sabem, não está vacinado. Logo, não pode ter acesso ao autódromo. Nem como convidado, nem se tivesse comprado o ingresso", ressaltou Doria, que disse seu governo ficou "longe do negacionismo, do kit covid e de outras colocações erráticas".

O secretário de turismo do Estado, Vinicius Lummertz, havia projetado nesta semana que o impacto econômico do evento em São Paulo chegaria próximo de R$ 1 bilhão, corrigindo os números pela inflação para este ano, além da geração de 8.500 empregos. Neste domingo, horas antes da prova, Doria reforçou que espera que os valores superem R$ 1 bilhão.

Segundo Doria, o governo montou o "maior esquema de segurança da história" para a corrida em São Paulo. O "projeto especial" de segurança incluiu 5 mil policiais, dentro e fora do autódromo, cães, cavalaria, dois helicópteros, cinco drones e sistema de monitoramento por GPS.

Tomás Covas, filho do ex-prefeito Bruno Covas, também veio acompanhar a 19ª corrida da temporada de 2021 da Fórmula 1. O governador e o prefeito Ricardo Nunes dedicaram a realização do GP a Covas, que morreu em maio por complicações de um câncer. "Esse grande prêmio nós dedicamos ao seu pai", falou Doria.

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