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Fortes chuvas em Hong Kong inundaram as ruas da cidade e algumas estações de metrô, com centenas de pessoas evacuadas e duas mortes relatadas. As negociações na bolsa de valores local nesta sexta-feira foram suspensas por conta do temporal.

Um funcionário do observatório de Hong Kong informou que a cidade registrou mais de 600 mm de chuva até agora - um quarto da precipitação média anual da cidade. Houve 158,1 milímetros de chuva entre 23 horas e meia-noite (horário local), o maior volume em uma única hora desde que os registros começaram em 1884.

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A polícia de Hong Kong revelou dois corpos foram encontrados flutuando em águas em diferentes partes da cidade.

O departamento de bombeiros da cidade disse ter evacuado 110 pessoas e auxiliado 20 feridos.

A resposta da cidade às chuvas e às inundações suscitou críticas dos residentes online, que questionaram a preparação das autoridades para tal emergência. Fonte: Associated Press.

Um francês conhecido por praticar esportes radicais morreu após cair do 68º andar de um residencial em Hong Kong, na costa chinesa. Remi Lucidi, de 30 anos, estava escalando o complexo Tregunter Tower quando se desequilibrou e caiu, de acordo com o South China Morning Post. O Tregunter é um complexo de três edifícios, todos arranha-céus, localizados em The Peak, na Ilha de Hong Kong.

Lucidi, conhecido online como Remi Enigma, foi declarado morto ainda no local. Segundo autoridades de Hong Kong, Lucidi chegou ao prédio por volta das 18h e disse à segurança que estava visitando um amigo no 40º andar. Um oficial tentou prender o aventureiro depois que o suposto amigo confirmou que não conhecia Lucidi, mas a investida não deu certo.

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Imagens de segurança mostraram Lucidi chegando ao 49º andar e novamente subindo as escadas até o topo do prédio. De acordo com testemunhas, a escotilha que leva ao telhado do prédio estava aberta, mas o francês não foi mais visto. A polícia informou que o homem foi visto pela última vez com vida às 19h38 e que apareceu batendo em uma janela da cobertura do complexo, levando uma empregada doméstica a chamar as autoridades.

A fonte - que não foi identificada - disse que a polícia acredita que Lucidi estava preso do lado de fora da cobertura e batia na janela pedindo ajuda antes do infeliz acidente. No local em que o corpo foi encontrado, havia uma câmera que pertencia ao aventureiro. Lucidi costumava divulgar nas redes sociais vídeos e fotos de suas conquistas. Atualmente, estava baseado em Hong Kong, mas já passou por países como Ucrânia, Polônia, Emirados Árabes e outros.

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O ex-marido, o sogro e o ex-cunhado da modelo esquartejada em Hong Kong foram acusados de assassiná-la. A acusação foi feita nesta segunda-feira (27), após a polícia ter anunciado que encontrou mais partes do corpo da modelo, que foi desmembrada neste fim de semana. 

Abby Choi, de 28 anos, era conhecida e tinha mais de 100 mil seguidores no Instagram, além de ter aparecido em várias revistas de moda. Choi foi dada como desaparecida na última terça-feira (21) e, no sábado (25), a polícia informou que pedaços de corpos foram encontrados em uma casa. Alguns membros foram localizados em uma geladeira e tecidos humanos foram encontrados em duas panelas.

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A polícia acredita ter encontrado o crânio da modelo, além de cabelos e várias costelas. O ex-marido Alex Kwong, o pai Kwong Kau e o irmão Anthony Kwong foram acusados pelo assassinato de Choi nesta segunda-feira (27). Já a ex-sogra Jenny Li, foi acusada de obstrução da justiça por destruir provas. 

Os quatro acusados por envolvimento no crime foram presos ainda no fim de semana. O tribunal determinou que eles não têm direito à fiança. 

Havia, ainda, uma serra elétrica na propriedade onde os restos mortais foram encontrados, além de um moedor de carne utilizado para moer carne humana, afirmou o superintendente Alan Chung. 

De acordo com a análise forense havia um buraco na parte de trás do crânio da modelo. “Acreditamos que a vítima foi atacada enquanto estava no veículo (que a levou para casa) e já estava inconsciente quando chegou”, disse. 

A Polícia informou que Choi estava numa disputa financeira com o ex-marido e a família dele por conta de uma propriedade luxuosa. 

 

O corpo da modelo Abby Choi, de 28 anos, foi encontrado esquartejado e com algumas partes cozidas, dentro de uma geladeira em Tai Po, distrito no território autônomo de Hong Kong, na China. Ela estava desaparecida desde a última terça-feira (21). De acordo com a mídia chinesa, os principais suspeitos do crime são o ex-marido e outros familiares e a motivação do crime pode ter sido uma fortuna de R$ 66 milhões. 

As partes do corpo de Abby foram encontradas em uma casa em Hong Kong, no sábado (25). Além dos pedaços na geladeira, tecidos humanos foram detectados em duas panelas. Posteriormente, a polícia encontrou o que acredita ser o crânio de Choi, além de cabelos e costelas. No local, também havia uma serra elétrica e um moedor de carne utilizado para moer carne humana, segundo a polícia distrital. 

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O ex-marido da modelo, Alex Kwong, o pai dele, Kwong Kau, e o irmão, Anthony Kwong, foram acusados de assassinato. Alex teria sido preso logo após a emissão do mandado, enquanto tentava fugir no sábado (25), de acordo com a correspondente chinesa da CNN. A ex-sogra de Choi, Jenny Li, foi acusada de obstrução de Justiça por destruir provas. Um quinto suspeito vinculado ao ex-sogro da vítima foi detido no domingo (26), acusado de "colaboração com criminosos". 

Ainda segundo a polícia, Choi tinha uma disputa financeira com o ex-marido e a família dele a respeito de uma propriedade milionária. A modelo se divorciou de Kwong e se casou com Chris Tam, que pertence a uma família influente de Hong Kong. Ela desapareceu após ter ido buscar o filho na casa do ex-marido. 

Como modelo, Abby teve exposição internacional e foi fotografada no desfile de Alta Costura Elie Saab Primavera Verão 2023 em Paris, França, no mês passado. Ela também apareceu recentemente como modelo de capa digital para a revista de luxo L'Officiel Monaco e participou da Paris Fashion Week. 

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Um episódio dos "Simpsons" com uma referência a "campos de trabalhos forçados" na China não pode ser mais assistido na plataforma de streaming Disney+ em Hong Kong, onde cresce o temor de censura.

O centro de finanças internacional tinha ampla liberdade artística e cultural em comparação com a China continental, mas as autoridades reprimiram com violência a dissidência após as manifestações pró-democracia pró-democracia de 2019, inclusive no cinema.

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O episódio afetado é o segundo da 34ª temporada da série americana, que inclui a frase: "Observem as maravilhas da China. Minas de Bitcoin, campos de trabalhos forçados onde crianças fazem smartphones e romance".

O episódio "One Angry Lisa", exibido pela primeira vez em outubro do ano passado, não aparece no Disney+ usando uma conexão de Hong Kong, mas pode ser assistido nos outros países, confirmou a AFP.

Esta é a segunda vez em três anos que o serviço de streaming retira de seu catálogo em Hong Kong um episódio dos "Simpsons" com sátiras a China.

O outro episódio censurado mostrava a família Simpson na Praça Tiananmen (Paz Celestial) de Pequim (local de uma repressão fatal em 1989 contra estudantes pró-democracia), onde eles encontraram uma placa com frase: "Neste loca, em 1989, não aconteceu nada".

O governo de Hong Kong e a Disney não comentaram a questão até o momento.

Uma lei em Hong Kong que penaliza a posse, consumo e venda de canabidiol (CBD) entrou em vigor nesta quarta-feira (1º), colocando esta substância no mesmo nível de legalidade da heroína e da cocaína.

O CBD, uma molécula de cannabis sem efeito psicotrópico, é usado por seu impacto na redução da dor, estresse, ansiedade e por suas propriedades anti-inflamatórias, de acordo com seus usuários.

As autoridades de Hong Kong, no entanto, consideram que esses efeitos não são baseados em "evidências científicas sólidas" e justificam sua proibição alegando que os produtos à base de CBD podem ser transformados em tetrahidrocanabinol (THC, uma molécula psicoativa da planta cannabis), substância que não está mais autorizada no território.

O CBD junta-se, assim, à lista de mais de 200 substâncias "perigosas" proibidas em Hong Kong.

A partir de agora, sua importação, exportação e produção podem acarretar penas de até prisão perpétua e multas que podem chegar a cinco milhões de dólares de Hong Kong (US$ 640 mil).

Possuir ou consumir CBD pode levar a uma pena de até sete anos de prisão e multa de um milhão de dólares de Hong Kong (US$ 127 mil).

Os produtos que contêm canabidiol cresceram em popularidade em todo o mundo nos últimos anos: doces, café, cerveja e até cosméticos chegaram ao mercado, em uma indústria que totalizará US$ 47 bilhões até 2028, contra US$ 4,9 bilhões em 2021.

O magnata da mídia de Hong Kong Jimmy Lai, fundador do hoje fechado jornal pró-democracia Apple Daily, recebeu neste sábado (10) uma nova sentença de cinco anos e nove meses de prisão por uma acusação de fraude em uma disputa contratual.

O empresário de 75 anos, uma das personalidades mais conhecidas do movimento pró-democracia da cidade semiautônoma chinesa, tinha acabado de cumprir recentemente penas no total de 20 meses de prisão por sua participação em protestos e assembleias.

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Também enfrenta uma possível pena de prisão perpétua em um julgamento próximo por acusações contra a segurança nacional.

Diferentemente das sentenças anteriores, vinculadas aos enormes protestos pró-democracia de 2019 na cidade, o último caso se deve a uma violação das condições do contrato do aluguel dos escritórios do jornal, agora fechado após uma operação policial.

Segundo o Ministério Público, uma empresa de consultoria de Jimmy Lai também usou o espaço da redação do jornal Apple Daily, embora o contrato de aluguel estipulasse que o propósito era exclusivo para atividades editoriais.

O juiz do distrito, Stanley Chan, considerou Lai e outro executivo do Apple Daily culpados de um esquema "planejado, organizado e de muitos anos", mas a duração da condenação não foi publicada até agora.

O magistrado o definiu como um "simples caso de fraude" e o desvinculou completamente da política ou da liberdade de expressão. "Não têm nenhuma conexão com a política", disse.

Os advogados da defesa tinham argumentado que o caso deveria ter tramitado por meio de uma denúncia civil e não penal, e ressaltaram que o espaço usado pela consultoria era mínimo.

O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, testou positivo para Covid-19 ao retornar da reunião de cúpula da APEC, na qual se reuniu com o presidente chinês Xi Jinping e outros chefes de Estado, informou o governo local nesta segunda-feira.

Lee visitou na semana passada a capital da Tailândia, Bangkok, para participar na reunião de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC).

De acordo com o governo municipal de Hong Kong, o líder do Executivo testou negativo nos exames de antígenos a que foi submetido nos quatro dias que passou em Bangcoc, mas o resultado foi positivo em um exame realizado no retorno à cidade do sul da China.

"O chefe do Executivo está cumprindo uma quarentena, de acordo com as diretrizes fornecidas pelo Centro de Proteção Sanitária”, afirma um comunicado.

Além de Xi, Lee se reuniu com os primeiros-ministros da Tailândia e Singapura, assim como os presidentes da Indonésia Vietnã. Também conversou com o presidente chileno Gabriel Boric.

Na reunião informal de líderes na sexta-feira, Lee sentou entre Xi Jinping e o presidente indonésio, Joko Widodo, os três sem máscara.

A reunião da APEC foi a primeira viagem ao exterior de Lee desde que assumiu o cargo de chefe do Executivo em julho.

Hong Kong anunciou nesta sexta-feira (23) o fim da quarentena obrigatória por Covid-19 para os estrangeiros que chegam ao território, uma decisão que acaba com dois anos e meio de isolamento.

"Com este dispositivo, o sistema de quarentena em um hotel será cancelado", afirmou o chefe de Executivo, John Lee, à imprensa.

Nos últimos dois anos e meio, Hong Kong adotou a mesma política da China de 'covid zero', o que provocou problemas para este centro financeiro porque as cidades concorrentes reabriram antes para os estrangeiros.

O anúncio deixa a China continental como a única grande economia que mantém a quarentena para as chegadas internacionais.

O chefe do Executivo de Hong Kong afirmou que o atual sistema de quarentena de três dias em um hotel acabará para aqueles que chegam a Hong Kong do exterior e de Taiwan.

Os viajantes serão submetidos a um teste PCR na chegada e não poderão frequentar bares e restaurantes nos primeiros três dias, de acordo com um sistema denominado "0+3" pelas autoridades.

"Alguém pode me dizer por que a segurança nacional é importante?", pergunta a professora Kan a estudantes do primeiro centro de educação patriótica de Hong Kong.

"Sem segurança nacional os humanos não vivem bem", responde um aluno da escola que pretende ensinar aos jovens a lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020.

"Muito bem", elogia Kan, que pediu para ser chamada por um codinome.

A televisão da sala está rodeada por pandas de pelúcia que os alunos podem brincar quando prestam atenção no que é passado na tela.

Um filme explica o que é um crime contra a segurança nacional e exemplos a serem evitados. A lei foi imposta após as grandes manifestações pró-democracia de 2019.

O centro também ensina a história e conquistas da China. Em torno de sua imagem, o Partido Comunista remodela o entendimento sobre a cidade onde, por muito tempo, a dissidência e o pluralismo político foram tolerados.

A prioridade, segundo Kan, é trabalhar com os alunos os quatro novos crimes introduzidos no sistema legal de Hong Kong através desta lei draconiana: a secessão, a subversão, conluio com forças estrangeiras e terrorismo.

- Maus exemplos a evitar -

Imagens do ex-presidente americano Donald Trump e da invasão ao Capitólio ilustram maus exemplos que não devem ser seguidos e o crime de subversão.

"Conluio com forças estrangeiras" é representado por Jimmy Lai, dono do jornal Apple Daily, agora fechado, acusado de fazer campanha para a imposição de sanções internacionais a Hong Kong.

Por último, a professora voluntária lembra que manifestantes entraram na sede do Legislativo da cidade em 2019. "Qual crime eles cometeram?", pergunta Kan aos alunos.

"Terrorismo", respondem alguns. "Não atiraram e também não mataram ninguém", corrige Kan, que em seguida afirma que a situação se enquadra melhor no delito subversão.

O centro de educação patriótica é dirigido pelo maior sindicato de professores de Pequim e foi instalado em uma antiga escola.

Os protestos de 2019 eclodiram após anos de crescentes demandas de uma parte dos habitantes que desejam ter voz na política de Hong Kong.

No entanto, os líderes de Pequim e da cidade rechaçaram estas demandas e descreveram o movimento como um conluio com forças estrangeiras para desestabilizar a China.

O chefe do Executivo John Lee, ex-chefe de Segurança que desempenhou um papel decisivo na repressão do movimento pró-democracia, participou da cerimônia de inauguração do centro patriótico em julho.

A ativista pró-democracia conhecida como "Vovó Wong" foi presa em Hong Kong nesta quarta-feira (13) por reunião ilegal.

Alexandra Wong, de 66 anos, junta-se a uma longa lista de ativistas presos como parte da repressão de Hong Kong a todos os dissidentes, lançada após grandes protestos pró-democracia em 2019.

Na terça-feira (12), Koo Sze-yiu, de 75, foi condenado a nove meses de prisão por sedição, apesar de sofrer de câncer terminal.

Wong é conhecida por sempre se manifestar com uma bandeira do Reino Unido, que, até 1997, tutelava Hong Kong como potência colonial, até ser devolvida à China.

A Promotoria acusou-a de ter participado de duas manifestações proibidas em 11 de agosto de 2019 e de ter gritado "palavras ofensivas".

As autoridades também estimaram que a bandeira brandida por ela e as palavras de ordem entoadas alimentaram essa reunião não autorizada.

A juíza Ada Yim condenou "Vovó Wong" a oito meses de prisão pela "magnitude" dos protestos e pela "desordem infligida à ordem social".

Câmeras de segurança em uma zona de vida noturna popular de Hong Kong revelaram, nesta sexta-feira (10), imagens impressionantes de um ataque lançado por um grupo de homens armados com facões que terminou em três feridos - um deles baleado, segundo a imprensa local.

A polícia de Hong Kong confirmou à AFP que o incidente ocorreu na madrugada de sexta-feira e que, por enquanto, três homens foram hospitalizados, e outros três, detidos.

Ao longo do dia, um trecho da rua perto da área de Lan Kwai Fong foi isolada pela polícia, que investigava um carro Lexus com uma colisão frontal e lateral como prova.

Um vídeo gravado por uma câmera veio à tona nesta sexta. A AFP não conseguiu rastrear a origem exata das imagens.

O vídeo mostra uma fila de automóveis parados em um cruzamento e o momento em que quatro homens armados com facões saem de um veículo que parece ser o Lexus encontrado posteriormente.

Os agressores começam a atacar o carro vizinho, um veículo branco que havia parado em um sinal. Quando o assalto começa, uma caminhonete preta atrás do automóvel branco bate no veículo dos assaltantes, atingindo pelo menos dois deles antes de fugirem em alta velocidade da cena do crime.

Outros indivíduos armados com facas entram em ação, mas, depois de participarem do ataque por alguns segundos, dão meia-volta e fogem.

Um dos homens atacados teria sacado uma pistola para atirar, disse uma fonte policial ao South China Morning Post.

No total, oito homens armados com facas chegaram em dois veículos e, durante o confronto, dois tiros foram disparados, acrescenta o jornal, que cita a polícia.

De acordo com a rede local HK01, o confronto começou em uma briga entre dois grupos em um bar próximo. O ataque aconteceu por volta das 2h da manhã, horário local (15h em Brasília).

Os moradores de Hong Kong que desejavam marcar, neste sábado (4), o 33º aniversário da sangrenta repressão da Praça da Paz Celestial (Tiananmen) em Pequim tiveram que fazê-lo com discrição ou em particular, depois que as autoridades alertaram que não tolerariam nenhuma reunião pública.

Há 33 anos, as autoridades chinesas fazem o possível para apagar esses eventos da memória coletiva: os livros de história nem os mencionam e os comentários nas redes são sistematicamente censurados.

Em 4 de junho de 1989, o regime enviou tanques e tropas para reprimir manifestantes pacíficos que ocupavam há semanas a icônica Praça da Paz Celestial para exigir mudanças políticas e o fim da corrupção sistêmica.

A repressão causou centenas de mortes (que podem ser mais de mil segundo algumas estimativas).

Neste sábado, em Pequim, Tiananmen acordou sob fortes medidas de segurança, com dispositivos de reconhecimento facial nas ruas ao redor e controles aleatórios de transeuntes que eram solicitados a se identificar.

Falar sobre os acontecimentos de 1989 é um tabu na China. E agora também o é em Hong Kong, a ex-colônia britânica que desfrutava de certas liberdades e autonomia desde sua devolução a Pequim em 1997.

Em Hong Kong, o massacre era recordado anualmente até Pequim impor uma lei de segurança nacional em 2020 para silenciar a dissidência.

Desde os enormes protestos pró-democracia de 2019, as autoridades de Hong Kong tentam apagar a memória do massacre, proibindo vigílias em 2020 e 2021 sob o pretexto da pandemia e removendo as estátuas de suas universidades.

No ano passado, a Aliança de Hong Kong, a associação que organiza as vigílias, foi dissolvida, seu museu fechado e seus organizadores presos.

Este ano, a polícia alertou que qualquer "assembleia não autorizada" seria considerada ilegal e fechou o parque Victoria, onde dezenas de milhares de pessoas se reuniam para uma vigília todo dia 4 de junho.

- Jejum na prisão -

Para este ano, não há evento previsto, nem mesmo as tradicionais missas católicas que costumavam ser organizadas nas igrejas - igualmente canceladas por medo de possíveis represálias.

Apenas um trio de artistas de rua se atreveu a encenar pequenas performances com referências sutis a Tiananmen perto do parque Victoria na noite de sexta-feira.

Uma mulher foi levada pela polícia depois de esculpir uma batata em forma de vela e tentar acendê-la, segundo um jornalista da AFP.

Um jornalista da AFP viu um homem de camiseta preta sendo detido e levado para uma van da polícia.

Além disso, um ex-líder da Aliança de Hong Kong foi cercado e revistado por policiais enquanto caminhava pelo bairro ao redor do parque Victoria com um buquê de rosas vermelhas e brancas na mão.

Uma moradora de Hong Kong disse à AFP que acendeu uma vela em sua casa e colocou uma réplica da "Deusa da Democracia", símbolo do movimento Tiananmen, perto de uma janela.

O ex-líder da Aliança Lee Cheuk-yan anunciou que jejuaria, acenderia um fósforo e cantaria canções de sua cela na prisão.

"Acredito que os habitantes de Hong Kong se juntarão a mim para lembrar o dia 4 de junho com toda a sinceridade, usando seus próprios meios para expressar seu compromisso com a democracia", escreveu ele em uma carta postada online.

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, declarou que "a memória de 4 de junho em Hong Kong é sistematicamente apagada", mas "medidas tão grosseiras não poderão apagar a memória do povo", acrescentou.

Em um comunicado, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, prestou homenagem aos "corajosos" manifestantes de 1989 que "pediram pacificamente por democracia" na China.

Vários consulados ocidentais em Hong Kong postaram mensagens relacionadas a Tiananmen nas mídias sociais.

Os Estados Unidos colocaram o "Pilar da Vergonha" como foto de capa de sua página no Facebook.

Por sua vez, o escritório da União Europeia confirmou à AFP a informação avançada pela mídia local em Hong Kong segundo a qual as autoridades chinesas exigiram que os consulados se abstivessem de mencionar o evento histórico.

A chefe de Governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou nesta segunda-feira (4) que não vai disputar o segundo mandato nas eleições de maio na cidade, após uma gestão marcada pelas manifestações pró-democracia e as restrições severas contra a covid que isolaram o importante centro financeiro.

Com o anúncio, Lam acabou com meses de especulações. Ela não participará do processo em que um comitê da elite política escolherá um novo governante no próximo mês.

"Vou completar meu período de cinco anos como chefe do Executivo em 30 de junho e oficialmente terminará minha carreira de 42 anos no governo", declarou Lam à imprensa.

Ela disse que as autoridades chinesas "entendem e respeitam" sua decisão de não concorrer a outro mandato e que informou Pequim em março do ano passado.

Lam atribuiu a decisão a razões "familiares".

"Tenho que colocar os integrantes da minha família em primeiro lugar. E eles sentem que é o momento de voltar para casa".

Carrie Lam, funcionária pública de carreira, se tornou em 2017 a primeira mulher a governar Hong Kong depois de ser eleita pelo comitê pró-China de 1.500 integrantes que escolhe o ocupante do cargo. O colégio eleitoral equivale a apenas 0,02% da população do território, que tem 7,4 milhões de habitantes.

A governante de 64 anos evitou durante meses as perguntas sobre uma nova candidatura.

Sua saída encerra um polêmico período de cinco anos em que Pequim intensificou o controle da cidade após as grandes manifestações pró-democracia de 2019 e que também foi marcado pela resposta à pandemia, que isolou Hong Kong internacionalmente.

- Figura divisiva -

Os moradores da cidade não têm ideia sobre quem será o próximo chefe do Executivo, pois o cargo não é definido de maneira democrática, o que era uma das exigências dos protestos de 2019, aplacados pela repressão das autoridades.

O futuro governante será escolhido em 8 de maio, mas até o momento nenhum nome com perspectivas reais de vitória apresentou a candidatura.

O atual número dois do governo local, John Lee, que tem experiência em questões de segurança, é apontado pela imprensa como um possível aspirante, assim como o secretário de Finanças da cidade, Paul Chan.

Lam afirmou que não recebeu até o momento nenhum pedido de renúncia de seus ministros, um passo que integrantes do gabinete devem adotar se pretendem disputar o cargo de chefe do Executivo.

O sucessor deve assumir o cargo em 1º de julho, aniversário de 2 anos da devolução de Hong Kong do Reino Unido para a China.

Carrie Lam conclui o mandato como uma figura divisiva.

Os simpatizantes a consideram uma pessoa leal a Pequim que comandou a cidade durante os grandes protestos e a pandemia de covid-19.

Os críticos, incluindo alguns países ocidentais, a classificam como a figura que governou quando as liberdades políticas e a reputação de Hong Kong como um centro empresarial regional estável entraram em colapso.

Após os protestos de 2019, Pequim respondeu com uma repressão que submeteu Hong Kong à autoridade da China continental.

Lam foi a primeira governante de Hong Kong alvo de sanções dos Estados Unidos, por seu apoio à repressão, na qual as principais figuras pró-democracia da cidade foram presas ou fugiram para o exterior.

- Centro financeiro isolado -

O governo de Lam replicou a estratégia 'covid zero' da China, com a imposição de algumas das medidas mais restritivas no mundo para conter a propagação do coronavírus, o que irritou o mundo dos negócios que opera na ilha.

O centro financeiro permaneceu praticamente isolado do mundo por 18 meses, com as fronteiras quase fechadas e quarentenas rígidas.

Mas a estratégia naufragou com a chegada da variante ômicron, que se propagou com velocidade e levou Hong Kong a registrar uma das maiores taxas de mortalidade entre os locais desenvolvidos.

Nos últimos dois anos aconteceu uma saída constante da população, a uma velocidade que não era registrada desde a transferência do Reino Unido para a China.

Milhares de estrangeiros expatriados também deixaram a cidade, especialmente no primeiro trimestre, quando o surto da ômicron deixou claro que a ilha permaneceria isolada.

Lam deixa o cargo com o menor índice de popularidade para um chefe de Executivo, segundo uma pesquisa d do Kong Public Opinion Research Institut.

A Bolsa de Hong Kong encerrou a sessão de segunda-feira em alta de 2,10%.

Hong Kong fechará a maioria de suas praias, depois que fotos de moradores sem máscara e aproveitando o sol e o mar provocaram indignação na China continental - anunciou sua chefe de governo, Carrie Lam, nesta quarta-feira (16).

A medida se soma às rígidas disposições de distanciamento social, incluindo o uso de máscara no passeio nas montanhas e a proibição de reuniões de mais de duas pessoas.

"Ao ver um aumento de pessoas nas praias, temos que tomar as medidas adequadas para proteger nosso sistema, reduzir os deslocamentos para garantir a segurança", disse Lam à imprensa.

O isolamento das praias começa nesta quinta-feira (17).

Muitos chineses manifestaram sua revolta nas redes sociais, afirmando que o surto de Covid-19 na China continental se deve à fraca resposta de Hong Kong ao coronavírus.

A cidade registrou quase 750.000 casos em menos de três meses e não impôs um confinamento geral. Já na China, dezenas de milhões de pessoas estão confinadas desde que mais de 3.000 casos diários foram detectados nos últimos dias.

O polo tecnológico Shenzhen, uma cidade de 17 milhões de habitantes que faz fronteira com Hong Kong, foi confinado na segunda-feira após a detecção de casos de Covid-19 em fábricas e bairros.

"Como podem ser tão descuidados e ir à praia, enquanto Shenzhen está fechada? É egoísmo", afirmou um usuário da rede social chinesa Weibo.

Os pesquisadores consideram que a taxa de contágios em Hong Kong pode ser maior do que os números oficiais, atingindo metade de seus 7,4 milhões de habitantes.

Longas filas nos caixas e prateleiras vazias nos corredores: os supermercados de Hong Kong foram tomados por compradores em pânico nesta terça-feira (1º), após mensagens ambíguas do governo sobre um suposto confinamento total da cidade.

A incerteza levou os moradores da cidade a correrem para supermercados, farmácias e mercados, onde se viam longas filas de clientes e prateleiras vazias em seções de carnes, legumes, sopas instantâneas, ou comida congelada.

Nas farmácias, também era difícil encontrar paracetamol e kits de teste anticovid-19, por exemplo, segundo imagens publicadas nas redes sociais.

"Somos como formigas indo para casa, pegando um pouco em cada loja", disse à AFP uma mulher de sobrenome Wu em um supermercado onde a maioria das carnes e legumes já tinha acabado.

Este centro financeiro internacional enfrenta seu pior surto de coronavírus, com milhares de casos diários que saturaram os hospitais.

Este mês, as autoridades planejam testar todos os 7,4 milhões de moradores e isolar todos os infectados em casa, ou em acampamentos de quarentena que estão sendo construídos às pressas.

A chefe executiva da cidade, Carrie Lam, descartou a aplicação de um confinamento severo durante este processo, mas a secretária de Saúde, Sophia Chan, disse ontem que esta medida está sobre a mesa.

Nesta terça-feira, vários veículos de comunicação locais, como HK01, Singtao e South China Morning Post, noticiaram que as autoridades planejam algum tipo de confinamento durante esse período de triagem.

Diante do surto de Covid-19, Hong Kong está em "modo de combate", declarou neste domingo (20) uma autoridade da cidade, um dia após a chegada de reforços da China para construir dois centros de quarentena para pessoas portadoras do vírus.

A cidade, uma das mais densamente povoadas do mundo, enfrenta a pior onda de Covid-19 desde o início da pandemia com milhares de contaminações registradas todos os dias.

Assim como na China continental, Hong Kong adere à estratégia de "covid zero", que impediu em grande parte a propagação do vírus, mas isolou o centro de negócios do resto do mundo.

Porém, desde o surgimento da variante altamente contagiosa ômicron, as autoridades foram pegas de surpresa, principalmente devido à baixa taxa de vacinação entre os idosos e à falta de antecipação para lidar com esse surto epidêmico.

No sábado à noite, a chefe do Executivo, Carrie Lam, anunciou que a China State Construction International Holdings, a maior empresa de construção de Hong Kong, iniciará os trabalhos de construção de duas instalações temporárias para abrigar cerca de 10.000 pessoas em isolamento.

Lam também anunciou que hotéis serão convertidos em centros de quarentena para acomodar cerca de 20.000 pessoas.

Seu vice, John Lee, escreveu em seu blog oficial neste domingo que o governo está "em modo de combate".

"Com o forte apoio da pátria, venceremos a batalha", disse.

As autoridades parecem ter redobrado seus esforços para conter a pandemia depois que o presidente chinês, Xi Jinping, pediu na semana passada que Hong Kong tomasse "todas as medidas necessárias".

Nenhum cronograma foi comunicado sobre o tempo necessário para a construção dessas instalações. Também é difícil saber se a sua capacidade de acolhimento será suficiente dado o aumento vertiginoso do número de casos.

Assim como na China, Hong Kong segue uma política de tentar isolar todos que testam positivo para coronavírus e rejeitou os pedidos para mudar para uma estratégia de viver com o vírus.

Hong Kong registrou mais de 22.000 infecções em menos de dois meses, em comparação com 12.000 nos primeiros dois anos da pandemia, para uma população de 7,5 milhões.

Nos últimos dias, por falta de quartos disponíveis, os hospitais foram obrigados a fazer os pacientes esperarem horas no frio e na chuva em camas ou cadeiras.

Ben Cowling, especialista em coronavírus da Universidade de Hong Kong, explicou que, embora as instalações de quarentena sejam úteis, aumentar o número de leitos hospitalares deve ser a prioridade, porque, na situação atual, "novos casos que exigem internação serão sempre maiores do que os lugares que se tornam disponíveis".

Lam anunciou na sexta-feira planos para testar todos os 7,5 milhões de habitantes de Hong Kong até março, quando preveem que o número de casos diários pode chegar a 28.000.

Testes massivos são comumente praticados na China continental. A líder descartou qualquer confinamento estrito da cidade, uma prática comum na China assim que os primeiros surtos epidêmicos aparecem.

Hong Kong enfrenta seu pior surto de coronavírus, com um sistema de saúde em colapso e aumento das restrições à medida que a maior parte do mundo volta à normalidade. A política rígida de "covid zero" manteve o vírus fora da cidade por meses. Mas quando a variante ômicron penetrou em suas defesas, pegou as autoridades desprevenidas, com uma população perigosamente subvacinada.

A ômicron - altamente contagiosa - foi descoberta na comunidade local no final de dezembro. As autoridades proibiram voos de alguns países, limitaram as reuniões a duas pessoas e até lançaram uma ampla caça aos hamsters depois de encontrar casos positivos nesses roedores.

Mas essas medidas não conseguiram interromper a transmissão. Na sexta-feira, Hong Kong somou mais de 20.200 infecções nos últimos dois meses, superando o total de 12.000 acumulados nos dois primeiros anos da pandemia.

A chefe do Executivo local, Carrie Lam, admitiu esta semana que a quinta onda representava "um duro golpe".

O governo tenta encontrar um local para um mega-hospital temporário e busca ajuda da China continental para aumentar sua capacidade de testes e acelerar a construção de instalações de isolamento e quarentena.

"Acho que o governo nunca esteve preparado para um surto dessa escala", diz Karen Grepin, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong. "A nossa estratégia de combate à covid nunca evoluiu apesar do vírus se ter tornado muito mais transmissível".

Hospitais e vacinação

A política de Hong Kong em surtos anteriores era hospitalizar todos os infectados, mesmo os assintomáticos ou com sintomas leves. Mas isso levou a imagens chocantes esta semana de funcionários atendendo pacientes idosos em leitos nas ruas.

Pacientes também foram vistos esperando em longas filas do lado de fora de hospitais e potencialmente expondo o resto da população. Mas "apenas uma pequena minoria precisaria estar no hospital", diz o epidemiologista Ben Cowling.

A recente mudança no governo convidando pessoas com sintomas leves a ficarem em casa não aliviou a pressão e havia 12.000 pessoas esperando por um leito de hospital na quarta-feira.

Até agora, as autoridades de Hong Kong seguiram a política de "zero covid" de Pequim, que consiste em eliminar a transmissão do vírus com confinamentos rigorosos, testes massivos e fechamento de fronteiras, embora especialistas em saúde alertem que esses muros não durarão para sempre.

"O custo superou os benefícios para Hong Kong em meados de 2021", escreveu David Owens, fundador da operadora de saúde OT&P, em um artigo. "Uma vez que vacinas eficazes estão disponíveis, essa abordagem negativa e a política de covid zero impactam negativamente as taxas de vacinação", observou.

Hong Kong tem uma das taxas de vacinação mais baixas do mundo desenvolvido e os críticos culpam as autoridades por terem feito pouco para reverter a situação, especialmente entre a população vulnerável. Apenas 43% das pessoas com entre 70 e 79 anos e 27% das pessoas com mais de 80% receberam duas doses.

"A imunidade do rebanho caiu para um nível baixo, com nossas crianças e idosos não vacinados quando a nova onda chegou", disse Kwok Kin-on, da escola de saúde pública da Universidade Chinesa de Hong Kong.

Na sexta-feira, Carrie Lam disse que o governo planejava testar todos os 7,5 milhões de moradores, mas descartou a necessidade de um confinamento no estilo do continente.

O presidente chinês Xi Jinping havia instado as autoridades de Hong Kong dois dias antes a implantar "todas as medidas necessárias" para conter o surto.

"Não é mais uma decisão de saúde pública (...) É também uma decisão política", acredita Grepin, da Universidade de Hong Kong.

As autoridades de Hong Kong, confrontadas a um aumento sem precedentes de casos de Covid-19 desde o início da pandemia, anunciaram nesta sexta-feira (18) que vão testar os 7,5 milhões de habitantes da cidade e que a escolha do próximo chefe do Executivo será adiada.

"Uma das medidas que estamos preparando, e muito seriamente, é um teste universal obrigatório", disse a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, em entrevista coletiva, referindo-se à "situação crítica" na cidade.

Testes em massa da população são praticados rotineiramente na China continental, cujas autoridades observam uma política de "covid zero" que às vezes os leva a confinar cidades inteiras por semanas.

No entanto, Lam descartou a possibilidade de confinar Hong Kong, uma medida difícil de aplicar numa cidade cuja densidade populacional é uma das mais elevadas do mundo e onde a habitação é muitas vezes escassa e compartilhada.

Em fevereiro, as autoridades reforçaram as restrições para combater o vírus. Reuniões de mais de duas pessoas em locais públicos estão proibidas. Desde janeiro, bares e restaurantes devem fechar às 18h e cinemas, museus, pavilhões esportivos e outros locais de entretenimento suspenderam suas atividades.

Por outro lado, Lam informou que a nomeação do próximo chefe do Executivo de Hong Kong, inicialmente prevista para março, foi adiada para 8 de maio. Não se sabe se Lam, que dirige a cidade desde 2017, buscará um segundo mandato.

O momento é politicamente sensível para Hong Kong. O governo chinês impôs uma lei de segurança nacional que criminaliza todas as formas de dissidência, bem como novas regras para garantir que apenas "patriotas" pró-Pequim possam ocupar cargos políticos.

O adiamento está "em linha com as importantes instruções do presidente Xi Jinping de que devemos fazer do controle da epidemia nossa principal prioridade", explicou.

No início desta semana, o líder chinês instou Hong Kong a tomar "todas as medidas necessárias" para conter a pandemia.

A estratégia de "covid zero" do governo chinês inclui uma quarentena de várias semanas à chegada ao país, mesmo para passageiros de Hong Kong.

Mas as redes de contrabandistas entre o território semiautônomo e a China continental permitem que ela seja contornada.

As cidades chinesas oferecem agora milhares de dólares em recompensas por qualquer dica sobre entradas ilegais de Hong Kong, após a descoberta de imigrantes ilegais que testaram positivo para o coronavírus na China continental.

- Hospitais lotados -

Com pouco mais de 12.000 casos de Covid-19 registrados nos primeiros dois anos da pandemia, graças ao isolamento draconiano, Hong Kong enfrenta atualmente uma progressão exponencial do vírus ligada à variante ômicron altamente contagiosa.

Mais de 11.000 novos casos foram registrados apenas nesta sexta-feira, depois de 12.000 na quinta-feira, e o sistema hospitalar ficou completamente sobrecarregado em questão de dias.

Sem leitos disponíveis, dezenas de pacientes foram forçados a esperar horas em camas ou cadeiras de plástico do lado de fora dos hospitais.

As autoridades requisitaram hotéis vagos e habitações sociais para isolar pacientes com poucos ou nenhum sintoma, e planejam construir hospitais improvisados.

Até março, Hong Kong pode chegar a 300.000 infecções por dia, segundo especialistas em saúde.

Por outro lado, instituições de caridade denunciaram nesta sexta-feira que muitos trabalhadores domésticos foram “abandonados” por seus empregadores após contrair Covid-19. Alguns são forçados a dormir nas ruas ou até mesmo não recebem assistência médica.

Os hospitais de Hong Kong ficaram lotados com o aumento dos contágios de Covid-19, afirmou a chefe de Governo local, após a propagação da variante Ômicron que ameaça a política local de "covid zero".

Embora a taxa de contágio permaneça reduzida na comparação com grandes cidades do mundo, a política de Hong Kong de enviar inclusive casos assintomáticos para os hospitais e centros de isolamento superou a capacidade destas unidades.

"O avanço da quinta onda da epidemia provocou um duro golpe em Hong Kong e sobrecarregou a capacidade de tratamento da cidade", afirmou a governante Carrie Lam em um comunicado divulgado na noite de domingo.

Diante do cenário, os hospitais da cidade afirmaram no domingo que pacientes "estáveis ou com sintomas leves" devem permanecer em casa.

Apesar das dificuldades, Lam afirmou que seu governo "não poupará esforços para implementar" a estratégia de "covid zero" e que a China ajudará a reforçar a capacidade de testes da cidade, assim como dos espaços de quarentena.

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