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Doze candidatos pró-democracia de Hong Kong, incluindo Joshua Wong, não foram autorizados a disputar as eleições legislativas de setembro, anunciou nesta quinta-feira (30) o governo, uma decisão denunciada pela oposição como um novo golpe às liberdades na região semiautônoma.

"O governo de Hong Kong apoia a decisão de invalidar 12 candidaturas às eleições do Conselho Legislativo (LegCo)", anunciou o Executivo em um comunicado.

Um dos candidatos eliminados é Joshua Wong, figura muito importante do movimento pró-democracia, anunciou o ativista no Twitter. Ele denunciou um "menosprezo total" das autoridades em relação aos cidadãos de Hong Kong.

"Acabo de ser desqualificado para as eleições ao LegCo, depois de ter sido o grande vencedor das primárias", afirmou o rosto mais conhecido do Movimento dos Guarda-Chuvas de 2014.

A Nova Zelândia suspendeu nesta terça-feira (28) o tratado de extradição com Hong Kong devido à "profunda preocupação" com a nova lei de segurança que a China impôs no território, uma medida adotada anteriormente por Canadá, Reino Unido e Austrália.

"A adoção por parte da China da nova lei sobre a segurança nacional corroeu os princípios do Estado de Direito" e "violou os compromissos da China com a comunidade internacional", declarou o ministro de Relações Exteriores da Nova Zelândia, Winston Peters.

A suspensão, que pode irritar Pequim, principal parceiro comercial de Wellington, é justificada porque "a Nova Zelândia não pode confiar mais na independência do sistema judicial de Hong Kong em relação à China", completou o ministro.

Peters disse também que a Nova Zelândia reforçará as restrições às exportações de material militar para Hong Kong e alertou os cidadãos neozelandeses que queiram visitar a antiga colônia britânica.

Três parceiros da Nova Zelândia nos serviços de inteligência "Five Eyes" (Canadá, Reino Unido, Austrália) também suspenderam seus tratados de extradição com Hong Kong, enquanto os Estados Unidos sinalizaram querer seguir os mesmos passos.

Pequim ainda não reagiu oficialmente, mas a diplomacia chinesa alertou que as pressões contra a China em relação à lei de segurança é uma "ingerência grosseira nos assuntos internos" do gigante asiático.

Os detratores do governo chinês denunciam que a lei de segurança coíbe as liberdades civis e os direitos humanos em Hong Kong.

A China anunciou, nesta terça-feira (28), a suspensão de acordos de extradição entre Hong Kong e três países ocidentais (Canadá, Austrália e Reino Unido), os quais criticaram a aplicação por parte de Pequim de uma lei de segurança no território semiautônomo.

Esses três países já haviam suspendido esses acordos, unilateralmente, em protesto contra a nova legislação em vigor desde 30 de junho na ex-colônia britânica.

"Essas ações equivocadas (...) prejudicaram gravemente as bases da cooperação judiciária", disse o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, à imprensa.

"A China decidiu suspender os tratados de extradição entre Hong Kong e Canadá, Austrália e Reino Unido, assim como os acordos de cooperação em questões de justiça criminal", enfatizou.

Vários países ocidentais, com os Estados Unidos à frente, pediram à China que recuasse em relação à lei de segurança nacional em Hong Kong.

Essa nova lei faz a oposição democrata local temer um retrocesso grave das liberdades em vigor nesse território de 7,5 milhões de habitantes, devolvido pelo Reino Unido à China em 1997.

 Após registrar recordes diários no número de casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2), o governo de Hong Kong anunciou a obrigatoriedade no uso de máscaras de proteção em locais públicos.

Segundo o secretário-chefe da administração do território, Matthew Cheung, as regras entram em vigor na quarta-feira (29) por conta da "situação epidêmica estar extraordinariamente grave" e seguem até, no mínimo, o dia 4 de agosto.

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Quem desrespeitar, pagará uma multa de cerca de US$ 645 (cerca de R$ 3,3 mil). Apenas crianças e pessoas comprovadamente com doenças graves estão isentas.

Além de impor o uso da máscara, o anúncio desta segunda-feira (27) ainda inclui a proibição de reuniões e aglomerações com mais de duas pessoas em locais públicos e a obrigação dos restaurantes apenas fornecerem alimentação para viagem. Também foram fechados centros esportivos e de recreação e as piscinas públicas.

"Sacrifiquem a convivência no curto prazo para ter saúde a longo prazo", acrescentou Cheung. Essa é a segunda vez neste mês que o governo local endurece as regras após focos da doença começarem a ser registrados frequentemente entre os mais de 7,5 milhões de habitantes.

Pelo sexto dia consecutivo, o território registrou mais de 100 novas infecções a Covid-19. Desde janeiro, Hong Kong contabiliza 2.633 casos da doença e 18 mortes, conforme dados do Centro Universitário Johns Hopkins. 

Da Ansa

Hong Kong informou, nesta quarta-feira (22), que registrou 113 novas infecções por Covid-19, um recorde diário neste território semi-autônomo, apesar das medidas que aplica.

"Hong Kong está em seu momento mais crítico", disse a ministra da Saúde, Sophia Chan, que pediu à população que "cancele todas as saídas inúteis".

Apenas oito dos 113 novos casos registrados na quarta-feira eram pessoas que vieram do exterior. As autoridades não conseguiram identificar a fonte de transmissão em 60% dos casos, o que significa que a doença está se espalhando.

Mais de 800 casos de contágio foram confirmados nas últimas duas semanas. No total, em Hong Kong, foram relatadas 2.132 infecções e 14 mortes.

As autoridades ordenaram há pouco mais de duas semanas novas medidas, como o fechamento de academias e boates, o uso obrigatório de máscaras nos transportes e, a partir de quinta-feira, em todos os espaços públicos fechados.

A ex-colônia britânica, de 7,5 milhões de habitantes, foi uma das primeiras áreas afetadas pela epidemia depois que surgiu no centro da China.

A princípio, obteve resultados muito bons na luta contra a COVID-19, a ponto de quase ter parado a contaminação local no final de junho.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta segunda-feira (20) que o governo britânico vai alterar o tratado de extradição entre Reino Unido e Hong Kong por tempo indefinido. A iniciativa acontece em um momento de crescentes preocupações com uma nova lei de segurança nacional imposta por Pequim à ex-colônia britânica.

"Obviamente, temos preocupações sobre o que está acontecendo em Hong Kong", disse Johnson em entrevista à ITV News. O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, justificou a decisão alegando que a lei de segurança imposta em Hong Kong "mudou consideravelmente" a maneira como seu sistema judicial funciona. "É uma violação clara e séria do tratado que organizou o retorno de Hong Kong a Pequim em 1997", disse Raab.

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Segundo o chefe da diplomacia britânica, com a nova legislação, a China pode reivindicar "jurisdição sobre certos assuntos", que seriam então "apresentados aos tribunais chineses", o que contraria o acordo entre os dois países.

Raab também anunciou que o Reino Unido decidiu estender a Hong Kong o embargo de armas aplicado à China desde 1989. "A extensão deste embargo significa que não haverá mais exportação de armas potencialmente letais, seus componentes ou munições", explicou o ministro.

A decisão é tomada em meio a desacordos entre Londres e Pequim sobre variados temas, incluindo a decisão da Grã-Bretanha de barrar a gigante tecnológica chinesa Huawei de suas redes sem fio 5G e a crescente insatisfação pública na Grã-Bretanha pelo tratamento da minoria uigur em Xinjiang, uma região autônoma no território da China.

No domingo, 19, o embaixador chinês na Grã-Bretanha, Liu Xiaoming, foi entrevistado na BBC e foi confrontado com imagens que mostrariam uigures com os olhos vendados sendo forçados a entrar em trens. "Não existem campos de concentração em Xinjiang", disse. "Há muitas acusações falsas contra a China."

A iniciativa de Johnson teve apoio até da oposição. Keir Starmer, líder do partido trabalhista britânico, disse ontem que suspender o tratado de extradição foi um "passo na direção certa", mas acrescentou que o governo deve impor barreiras a autoridades chinesas envolvidas em violações de direitos humanos. "Algumas das ações do governo (chinês) são profundamente preocupantes e não podemos fechar os olhos", disse Starmer, em um vídeo postado em sua conta no Twitter.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, irá à Grã-Bretanha nesta semana para uma visita de dois dias, com a China e Hong Kong sendo um dos temas críticos do encontro com o governo local.

Britânicos mantinham um tratado de extradição com Hong Kong há décadas. Sob essa regra, as autoridades de Hong Kong poderiam pedir à Grã-Bretanha que extraditasse qualquer pessoa acusada de um crime e vice-versa. No entanto, a nova lei de segurança nacional que Pequim impôs a Hong Kong neste mês despertou preocupações crescentes de que a regra permita que extraditados pela Grã-Bretanha enfrentem punições excessivas. O Canadá e a Austrália já suspenderam tratados semelhantes.

Os residentes de Hong Kong desfrutavam de relativa liberdade de expressão sob a estrutura de "um país, dois sistemas" de Pequim. Agora, porém, a população de 7,5 milhões está sujeita às mesmas restrições que os chineses - qualquer um que seja considerado culpado de subversão pode enfrentar prisão perpétua.

O governo de Johnson já disse que ofereceria direitos de residência e um oportunidade para a cidadania britânica para até três milhões de cidadãos de Hong Kong. A China condenou a medida, com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, dizendo à Grã-Bretanha para "parar de interferir nos assuntos de Hong Kong e nos assuntos internos da China".

Há alguns anos, Londres e Pequim mantinham laços cada vez mais próximos, com muitos britânicos olhando para o comércio com a China como parte essencial do aspecto econômico pós-Brexit. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Reino Unido tensionou ainda mais suas relações com a China nesta segunda-feira (20), ao suspender seu tratado de extradição com Hong Kong, em protesto contra a nova lei de segurança aplicada por Pequim no território.

O ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, anunciou hoje a suspensão "imediata e por uma duração indeterminada" do tratado de extradição com Hong Kong, em reação à imposição por parte da China de uma polêmica lei de segurança nesta ex-colônia britânica.

Em um anúncio muito aguardado no Parlamento, o ministro justificou essa decisão pelo fato de que a lei de segurança imposta em Hong Kong "mudou consideravelmente" a maneira como seu sistema judicial funciona.

A China agora pode reivindicar "jurisdição sobre certos assuntos", que seriam então "apresentados aos tribunais chineses", argumentou o chefe da diplomacia britânica.

Raab também anunciou ao Parlamento que o Reino Unido decidiu estender a Hong Kong o embargo de armas "potencialmente letais", aplicado à China desde 1989.

"A extensão deste embargo significa que não haverá mais exportação de armas potencialmente letais, seus componentes ou munições", explicou o ministro, acrescentando que isso também se refere a "todos os equipamentos que não são mais proibidos (na China), mas que poderiam ser usados para repressão interna".

Ambas as decisões foram tomadas em resposta à promulgação da lei de segurança nacional em Hong Kong pela China, após uma onda de protestos em favor das liberdades na ex-colônia britânica.

Entre outras coisas, a lei pune atividades separatistas, "terroristas", subversão ou interferência estrangeira no território autônomo chinês.

"É uma violação clara e séria do tratado sino-britânico que organizou o retorno de Hong Kong a Pequim em 1997", disse Raab.

Graças a este tratado, Hong Kong recebeu até 2047 liberdades desconhecidas no resto da China, de acordo com o princípio "um país, dois sistemas".

Em reação, Londres já havia anunciado a ampliação dos direitos de imigração a milhões de habitantes de Hong Kong portadores do "passaporte britânico estrangeiro", o que facilitaria o acesso à cidadania.

- "Não seguir o caminho errado" -

Além das tensões, há também as críticas britânicas sobre o tratamento da China ao grupo étnico minoritário uigur, muçulmanos que --de acordo com denúncias de grupos humanitários-- são transferidos para centros de reeducação e submetidos a esterilizações forçadas.

Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, havia alertado o Reino Unido sobre possíveis represálias por se intrometer em seus assuntos internos, chamando as críticas à política de Pequim em relação aos uigures de "calúnias".

"Pedimos ao Reino Unido que não siga neste caminho errado, para evitar danos ainda maiores nas relações com a China", alertou Wang.

"As recentes observações e medidas erradas em relação a Hong Kong violam gravemente o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais...", continuou.

"A China condena e se opõe energicamente a isso", destacou.

A suspensão do tratado de extradição pelo Reino Unido ocorre depois que Estados Unidos, Canadá e Austrália tomaram medidas semelhantes.

Pequim acusou Londres de ser um 'fantoche' da política externa americana sobre a empresa Huawei, depois que Washington impôs sanções à sociedade chinesa por seu acesso a chips americanos que são essenciais para suas redes 5G.

Os Estados Unidos acreditam que a empresa privada está em conluio com o Estado chinês e que o uso de sua tecnologia pode colocar em risco questões relacionadas aos serviços de inteligência, o que a empresa nega.

O New York Times anunciou nesta quarta-feira que irá transferir seu serviço digital de Hong Kong para Seul, após a draconiana lei de segurança nacional imposta por Pequim na cidade.

"A radical lei de segurança nacional em Hong Kong criou muita incerteza sobre as consequências das novas regras para nossa atividade jornalística", escreveu a direção do jornal em mensagem enviada aos funcionários, segundo informação publicada no site do New York Times.

"Acreditamos ser mais prudente fazer planos de contingência e começar a mover nossa equipe editorial na região", completou o texto.

Há décadas, o New York Times tem sua sede regional em Hong Kong, de onde cobre a atualidade na Ásia e, mais recentemente, contribui na criação de conteúdo digital do jornal.

O New York Times informou que irá transferir sua equipe digital -cerca de um terço de seus funcionários em Hong Kong- para Seul no ano que vem.

Esta é a primeira saída importante anunciada por um meio de comunicação internacional desde a adoção no mês passado da lei de segurança nacional em Hong Kong.

Hong Kong fechará todas as escolas depois que o território registrou um aumento dos contágios locais do novo coronavírus, informou nesta sexta-feira o secretário de Educação da cidade.

O governo ordenou o fechamento de todas as escolas a partir de segunda-feira (13), antecipando o início das férias de verão, anunciou Kevin Yeung. Hong Kong registrou nos últimos dias um "aumento exponencial" de casos locais de Covid-19.

Nesta sexta-feira o território contabilizou 38 novos casos confirmados, 32 deles locais. O aumento dos contágios preocupa especialmente as autoridades do território de 7,5 milhões de habitantes, que até o momento havia conseguido frear os contágios locais.

A vida estava em ritmo normal na cidade, onde o confinamento nunca foi decretado. Hong Kong foi um dos primeiros locais do mundo afetado pelo coronavírus no início do ano, depois da detecção da doença na China.

Os novos focos virais foram localizados na terça-feira. Entre os locais estão uma casa de repouso, com 32 casos, e um edifício com 11 pessoas infectadas.

Ao menos 21 novas infecções dos últimos cinco dias não têm origem conhecida, o que significa que as autoridades não conseguem determinar como se propaga o vírus.

As escolas do território fecharam no fim de janeiro, quando o coronavírus foi detectado. Reabriram de forma progressiva a partir de maio.

Desde o início da epidemia, Hong Kong registra 1.403 casos de Covid-19, com sete mortes.

Os residentes da cidade, traumatizados pela epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2003, que deixou 299 mortos, usaram máscaras e observaram o distanciamento social recomendado.

A retirada da plataforma de vídeo viral TikTok de Hong Kong é uma iniciativa comercial que lhe permite se defender das acusações de conluio com a China, mas falha em dissipar completamente as dúvidas, estimam analistas.

A plataforma, de propriedade do grupo chinês Bytedance, anunciou na terça-feira (7) a suspensão do aplicativo na ex-colônia britânica, dias depois de Pequim promulgar uma nova lei de segurança nacional que dá mais poderes à polícia, especialmente em termos de vigilância.

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Algumas horas antes, Facebook, Google e Twitter anunciaram que não responderiam mais aos pedidos de informações sobre seus usuários enviados pelo governo e pelas autoridades de Hong Kong.

A decisão de se retirar de Hong Kong deve ajudar o TikTok a se livrar "do rótulo de uma empresa controlada pela China e que compartilha dados com o governo chinês", diz Zhu Zhiqun, professor de Ciências Políticas da Universidade Bucknell, nos Estados Unidos.

Permite melhorar sua reputação, sem perder muitos usuários, já que tem "relativamente poucos em Hong Kong", segundo Severine Arsene, da Universidade Chinesa de Hong Kong.

Também permitirá manter o foco no mercado americano, que lhe traz cada vez mais renda. "(O TikTok está) preocupado principalmente com a sobrevivência nos Estados Unidos", explica o especialista Elliott Zaagman, que colabora com o think tank Lowy Institute, na Austrália.

O aplicativo Douyin, também desenvolvido pela Bytedance e presente principalmente na China continental, deve recuperar, segundo acredita, uma parte dos usuários do TikTok.

Douyin - que compartilha dados do usuário com o governo chinês - não está oficialmente disponível em Hong Kong, mas a Bytedance apoia seu uso nesta cidade de sete milhões de habitantes.

"A empresa não pretende disponibilizar o Douyin na App Store de Hong Kong, mas Douyin tem usuários locais de Hong Kong que o baixaram na China continental", declarou à AFP um porta-voz da ByteDance.

O TikTok e o Douyin estão entre os aplicativos mais populares do mundo, com mais de 2,2 bilhões de downloads, de acordo com a agência de pesquisa americana SensorTower.

Oferecem grande quantidade de vídeos de 15 a 60 segundos, geralmente divertidos e bem-humorados, além de tutoriais de maquiagem e coreografia.

- Alvo dos Estados Unidos -

O governo americano monitora de perto o TikTok devido à sua crescente popularidade no país.

Em um contexto de grande tensão com a China pela maneira como o gigante asiático lidou com a pandemia de Covid-19, o presidente Donald Trump declarou esta semana que planeja proibi-lo.

O secretário de Estado Mike Pompeo também disse que Washington está considerando proibir vários aplicativos chineses, incluindo o TikTok, em meio a suspeitas de espionagem.

A Índia - onde o TikTok é muito popular - bloqueou recentemente a plataforma por motivos de segurança nacional após um conflito na fronteira entre seus soldados e militares chineses.

O TikTok nega categoricamente as acusações de espionagem. "Nunca fornecemos dados sobre nossos usuários ao governo chinês, e não forneceríamos se isso nos pedisse", disse um porta-voz na quarta-feira.

O TikTok também é suspeito de ter banido algumas imagens dos protestos em Hong Kong, na tentativa de apaziguar o governo chinês.

Pesquisas nesta semana no TikTok com as hashtags #democracy e #independence em Hong Kong não conectavam a nenhum vídeo, segundo a AFP. Outras, como #nationalsecuritylaw e #HongKongindependence, renderam resultados.

Um porta-voz do Tiktok negou a censura. "Não aplicamos nenhuma restrição ao conteúdo político, a menos que violem as normas da comunidade, como o discurso de ódio", disse ele à AFP.

Hong Kong reforçou, nesta quinta-feira (9), as medidas de distanciamento social para lutar contra um recente aumento de casos de coronavírus na cidade, que havia conseguido, em grande medida, limitar as infecções locais nos últimos meses.

As autoridades sanitárias deste território de 7,5 milhões de habitantes estão preocupadas com o recente aparecimento de novos surtos e com a multiplicação do número de casos.

Nas últimas 24 horas, a cidade registrou 34 infecções, o número mais alto em um único dia em mais de três meses.

As autoridades anunciaram que o número de pessoas que poderão se reunir em bares e restaurantes voltará a ser limitado, como há algumas semanas.

Hong Kong foi um dos primeiros lugares do mundo a ser atingido pelo novo coronavírus no início do ano, depois do surgimento da Covid-19 na China.

Os moradores da cidade nunca foram submetidos a um confinamento, mas, traumatizados pela epidemia de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) de 2003, que causou 299 mortes, usavam máscaras e mantinha distância uns dos outros.

Desde o início da epidemia, o número total de casos registrados em Hong Kong chega a 1.365, com sete óbitos.

Novos surtos começaram a aparecer nos últimos dois dias, particularmente em um lar para idosos, onde ao menos 32 casos foram relatados.

A origem de pelo menos 12 novas infecções nos últimos cinco dias é desconhecida.

Em junho, Hong Kong flexibilizou suas normas de distanciamento social para permitir reuniões públicas de até 50 pessoas, reabrir parques temáticos e eliminar as restrições de clientes nos restaurantes.

A China criticou nesta quinta-feira (9) a decisão da Austrália de oferecer refúgio a milhares de cidadãos de Hong Kong e de suspender um acordo de extradição com o território, medidas que chamou de "interferência" em seus assuntos.

"A China lamenta e se opõem com veemência às acusações e medidas infundadas anunciadas pelo governo australiano a respeito de Hong Kong", afirmou em um comunicado um porta-voz da embaixada da China em Canberra.

A Austrália decidiu prorrogar por cinco anos os vistos para que os quase 10.000 cidadãos de Hong Kong residentes em seu território possam permanecer no país. Também sugeriu a possibilidade de iniciar uma via legal para a residência permanente destas pessoas.

Além disso, o primeiro-ministro Scott Morrison afirmou que o governo suspenderá o acordo de extradição com o território semiautônomo, alegando que a adoção da nova lei sobre segurança nacional em Hong Kong "constitui uma mudança fundamental das circunstâncias".

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, afirmou nesta terça-feira que o governo implementará "rigorosamente" a controversa nova lei de segurança e fez uma advertência aos opositores "radicais".

"O governo de Hong Kong implementará rigorosamente a lei. E alerto os radicais que não tentem violar esta lei, ou atravessar as linhas vermelhas, porque as consequências serão muito sérias", disse Lam à imprensa.

Uma semana após a promulgação por Pequim da nova lei sobre a cidade semiautônoma, Lam aproveitou a entrevista coletiva para fazer advertências e apresentar garantias aos 7,5 milhões de moradores da cidade.

Ela, no entanto, negou as acusações de que a lei vai sufocar as liberdades e criticou o que chamou de "falácias" sobre seu impacto.

"Certamente isso não representa apenas obscuridade e pessimismo para Hong Kong", disse. "Tenho certeza de que com o passar do tempo... a confiança aumentará com (relação ao princípio de) 'Um país, dois sistemas' e no futuro de Hong Kong", completou.

O modelo "Um país, dois sistemas" permite a Hong Kong manter certas liberdades e autonomia em relação à China continental.

A lei de segurança nacional é a mudança mais radical no funcionamento de Hong Kong desde que o Reino Unido devolveu o território à China, em 1997.

O conteúdo da lei foi mantido em sigilo para os habitantes de Hong Kong até a promulgação do texto, na semana passada, sem passar pelo Legislativo da cidade.

A lei pretende reprimir crimes de quatro categorias: subversão, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras. Também concede jurisdição à China em alguns casos especialmente graves.

Analistas legais e críticos ocidentais alertam que as categorias criminalizam muitas opiniões dissidentes pacíficas.

O governo de Hong Kong deixou claro que defender a independência ou mais autonomia a partir de agora é considerado ilegal. Ao menos 10 pessoas já foram detidas com base na nova lei.

Habitantes de Hong Kong apagaram suas contas das redes sociais, empresas eliminaram cartazes de protesto, enquanto as bibliotecas e escolas retiraram certos livros de suas estantes.

Lam rebateu as preocupações de que a lei provocou preocupação dos moradores e afirmou que o texto foi elaborado para proteger as liberdades da maioria.

"Não vi muitos temores entre a população de Hong Kong na última semana", disse.

"A lei de segurança nacional é, na verdade, leve", concluiu a chefe do Executivo.

Desativar as contas, migrar para outras redes "seguras", ou limpar o histórico de navegação. A lei de segurança imposta por Pequim provocou uma onda de pânico entre os internautas de Hong Kong, convencidos da importância vital de apagar dos computadores os vestígios de seu compromisso pró-democracia.

Na tarde de terça-feira (30), o regime chinês impôs à ex-colônia britânica um texto polêmico que, segundo alguns países estrangeiros, viola o princípio "um país, dois sistemas", garantidor das liberdades de Hong Kong desconhecidas em outras regiões da China.

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Até o último minuto, Pequim manteve em segredo o conteúdo dessa lei que busca suprimir a subversão, a secessão, o terrorismo e o conluio com forças estrangeiras, e que é uma resposta ao movimento de protesto que surgiu há um ano, sem precedentes desde 1997.

Muitos juristas alertaram sobre a redação vaga de um texto que, à luz de qualquer interpretação, leva à autocensura.

Pequim garante que as liberdades políticas de Hong Kong não estão ameaçadas. Muitos lembram, porém, que o Partido Comunista costumava usar essas leis para reprimir a dissidência na China.

- "Cuidado!" -

"Alterei o nome do meu perfil e adotei uma conta privada para que minha empresa não possa ver minhas publicações que poderiam ser consideradas antichinesas, ou uma violação da lei de segurança nacional", diz este funcionário de uma grande empresa, cuja diretoria é, segundo ele, "pró-Pequim".

Ele acrescenta, sob anonimato, que será "muito cauteloso" em suas próximas publicações, por medo de que seus colegas, ou mesmo amigos, possam denunciá-lo.

Depois que a lei foi aprovada, muitas pessoas de Hong Kong anunciaram que estavam excluindo suas contas no Twitter, no Telegram, ou no Signal, enquanto outras compartilharam conselhos sobre as melhores maneiras de reduzir os rastros deixados na Internet.

"Para sua segurança, estamos excluindo todas as mensagens", anunciou o administrador de um grupo no Telegram, muito seguido pelos grupos pró-democracia.

"Por favor, tenham cuidado com o que dizem", orientaram os administradores desse grupo.

Um advogado simpatizante do movimento pró-democracia enviou uma mensagem para um jornalista da AFP, pedindo-lhe que apagasse completamente sua conversa no WhatsApp. Outros relataram que migraram para o Signal, uma rede social considerada mais segura.

Os críticos da nova legislação denunciam, em particular, o fato de que a China terá jurisdição sobre alguns casos constitutivos de delito, minando a soberania judicial de Hong Kong, e que os policiais chineses poderão operar em Hong Kong, algo inédito até então.

Outras preocupações incluem os poderes ampliados de vigilância concedidos à polícia, especialmente na área de escutas e acesso a comunicações na Internet, sem supervisão judicial.

- "Questão de sobrevivência" -

Os provedores de redes virtuais privadas (VPN) constataram um aumento das vendas desde o anúncio da lei.

Billie, assistente de 24 anos de um vereador, diz que começou a usar uma VPN em maio, quando a China anunciou seu projeto.

Livrou-se de alguns seguidores em suas contas nas redes sociais e apagou postagens "sensíveis", mesmo que, em tese, a nova lei não seja retroativa.

"Sinto vergonha e me sinto desconfortável. Nunca quis fazer isso, mas me sinto obrigado. É uma questão de sobrevivência", diz ele à AFP, pedindo que sua identidade não seja revelada.

"Foi uma parte de mim que desapareceu", desabafa.

Essa limpeza não é apenas virtual.

Vários restaurantes "pró-democracia" também decidiram tirar a colorida propaganda que decorava seus salões, sinais de apoio à rejeição ao regime chinês.

Gordon Lam, um ativista pró-democracia, contou à AFP que pelo menos um restaurante lhe pediu conselhos após uma visita da polícia, que disse que os folhetos e cartazes nas paredes "poderiam estar violando a lei de segurança nacional".

"Parece que o governo está usando essa lei para pressionar as empresas amarelas", comentou ele, referindo-se à cor atribuída ao movimento pró-democracia, em oposição ao azul, que designa empresas favoráveis ao poder.

As primeiras prisões sob a nova lei ocorreram na quarta-feira (1o). Neste dia, milhares de pessoas protestaram contra a proibição de manifestação pelo 23º aniversário da devolução deste território semiautônomo à China em 1997. A maioria foi detida por exibir bandeiras, ou folhetos, a favor da independência.

O presidente chinês, Xi Jinping, promulgou nesta terça-feira (30) a polêmica lei de segurança nacional para Hong Kong, segundo a qual os crimes de segurança nacional podem ser punidos com prisão perpétua e a justiça chinesa será competente nos casos mais "graves".

Essa lei, considerada pelos críticos uma forma de silenciar a oposição e minar a autonomia do território, também prevê a criação de uma agência de segurança nacional na antiga ex-colônia britânica.

Ignorando os apelos dos países ocidentais, o Parlamento nacional aprovou o texto, um ano depois das grandes manifestações na ex-colônia britânica contra a influência do governo central.

O texto será incorporado à "Lei Fundamental" que serve desde 1997 de mini-Constituição em Hong Kong e entrará em vigor ainda nesta terça-feira, anunciou a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam.

Durante uma cerimônia por ocasião do 23º aniversário da devolução da antiga colônia britânica à China, Lam a qualificou nesta quarta de "fato mais importante nas relações entre o governo central e Hong Kong desde a retrocessão".

A nova lei será uma "espada" que paira sobre as pessoas que afetam a segurança nacional, disse o Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau logo após a sua promulgação.

"Para a grande maioria dos residentes de Hong Kong essa lei é um espírito guardião de suas liberdades", acrescentou.

Com este texto, o governo central quer garantir a estabilidade e acabar com os protestos do ano passado, neste território de 7,5 milhões de habitantes. Ele também espera parar o movimento de independência.

"Isto representa o fim de Hong Kong como era conhecido em todo o mundo. Com poderes ampliados e uma lei mal definida, a cidade se transformará em um #estadodepolíciasecreta", tuitou Joshua Wong, um dos líderes do movimento pró-democracia Hong Kong, cujo partido político Demosisto anunciou a dissolução nesta terça-feira.

"Ao final de várias deliberações internas, decidimos pela dissolução e interromper todas as atividades como grupo dadas as circunstâncias", afirmou o Demosisto no Twitter.

- Agência de Segurança Nacional -

Esta lei permite reprimir quatro tipos de crimes contra a segurança do Estado: atividades subversivas, secessão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras.

Nesse âmbito, a China continental pode lidar diretamente com casos em três situações: se são casos complexos de interferência estrangeira, se os casos são "muito graves" e se existem "ameaças sérias e reais" contra a segurança nacional.

"Pouco importa que a violência tenha sido usada ou se tenha existido a ameaça de usá-la, os líderes ou autores de crimes graves serão condenados à prisão perpétua ou a um mínimo de 10 anos de prisão", declara a nova lei.

Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos haviam alertado para o risco de que a lei possa ser utilizada para calar as vozes críticas a respeito de Pequim, que recorre a leis similares para esmagar a dissidência no continente.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, ameaçou Pequim com novas represálias.

Os Estados Unidos "não ficarão de braços cruzados enquanto a China engole Hong Kong com sua boca autoritária", disse.

Antecipando-se à promulgação da lei, Washington anunciou nesta segunda-feira o fim das vendas de equipamento sensível de defesa a Hong Kong para evitar que "caia nas mãos" do exército chinês, ao que a China reagiu anunciando que adotará "represálias" por esta decisão.

O governo de Donald Trump já tinha anunciado na sexta-feira restrições de vistos para funcionários chineses acusados de "por em suspeita" a autonomia do território. A China respondeu nesta segunda com uma medida similar contra os cidadãos americanos "que se comportam mal", criticando a lei.

A UE criticou a adoção da lei. "Lamentamos esta decisão. A lei pode afetar gravemente o elevado nível de autonomia de Hong Kong e ter um efeito prejudicial sobre a independência do Poder Judiciário e o Estado de direito", declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

Em um comunicado conjunto, 27 países pediram na sede do Congresso de Direitos Humanos da ONU que a China reconsidere a lei.

- Mudança radical -

O compromisso alcançado entre Reino Unido e China para a devolução de Hong Kong em 1997 foi o de que a ex-colônia prosseguiria com certas liberdades, assim como com autonomia legislativa e judicial, durante 50 anos, no que foi denominado "um país, dois sistemas".

Os moradores de Hong Kong têm liberdade de expressão, liberdade de imprensa, uma justiça independente e um sistema capitalista.

A fórmula foi o pilar da transformação da cidade em uma plataforma financeira mundial, ancorada em sua segurança jurídica e nas liberdades políticas que não existem no continente.

A região está dirigida por um governo local cujos membros estão subordinados a Pequim, devido a um processo de seleção que afasta as figuras da oposição.

A partir de agora parece difícil que os cidadãos de Hong Kong possam organizar grandes manifestações, já que as autoridades da ex-colônia proíbem as reuniões com mais de 50 pessoas devido à epidemia de COVID-19.

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (29) que deixarão de exportar sistemas de defesa sensíveis para Hong Kong, em uma ação que responde a uma restrição de visto que Pequim anunciou anteriormente em meio a uma escalada em torno da autonomia da ex-colônia britânica.

"Não nos dá prazer tomar essa ação, que é uma consequência direta da decisão de Pequim de violar seus próprios compromissos sob a declaração conjunta sino-britânica registrada pela ONU", disse o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.

"Não é mais possível distinguir entre exportações controladas para Hong Kong ou China continental", afirmou Pompeo em um comunicado.

O Departamento de Estado encerrará todas as exportações para Hong Kong de sua lista de armas controladas, que inclui desde munições avançadas a equipamentos militares, que aguardavam apenas a anuência do governo e a aprovação do Congresso.

Mais cedo, a China disse que vai impor restrições de visto a cidadãos americanos que "se comportaram ofensivamente" em relação a Hong Kong, uma medida anunciada antes da aprovação esperada pelos legisladores chineses de uma controversa lei de segurança nacional para a ex-colônia britânica.

O país asiático está se movendo rapidamente para aprovar uma lei de segurança que punirá a subversão e outros ataques contra o estado em Hong Kong, palco de grandes, às vezes violentos, protestos pró-democracia no ano passado.

- "Ardil" dos EUA -

Na sexta-feira, a administração do presidente americano, Donald Trump, anunciou que restringiria os vistos para um número indeterminado de autoridades chinesas por infringir a autonomia de Hong Kong.

Em resposta, o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, disse nesta segunda-feira que o "ardil" dos Estados Unidos "para obstruir a aprovação da lei de segurança nacional de Hong Kong nunca prevalecerá".

"Para visar as ações ilícitas anteriores dos Estados Unidos, a China decidiu impor restrições de vistos a indivíduos americanos que se comportaram de maneira ofensiva em questões relativas a Hong Kong", afirmou o porta-voz.

Por conta dos gigantescos protestos do ano passado contra a influência de Pequim, o regime do presidente Xi Jinping anunciou uma lei de segurança nacional em Hong Kong no mês passado, mas a oposição democrática da ex-colônia britânica vê isso como uma ferramenta para silenciá-lo.

Os Estados Unidos estão liderando uma oposição global à lei de Pequim, que, segundo ativistas, limitará as liberdades desse território semi-autônomo.

Sob o princípio "um país, dois sistemas", Hong Kong se beneficia desde seu retorno à soberania chinesa em 1997 de uma ampla autonomia, liberdade de expressão e justiça independente.

Mas a região semiautônoma é governada por um Executivo que tem integrantes vinculados a Pequim.

Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia (UE) e o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU expressaram preocupação com a lei, que poderia ser usada para silenciar as críticas a Pequim, que usa leis similares para calar a dissidência.

Pompeo disse que Washington restringirá os vistos de autoridades chinesas, sem especificar nomes, por "eviscerar as liberdades de Hong Kong".

As autoridades chinesas são "responsáveis, ou cúmplices, por minar o alto grau de autonomia de Hong Kong", que Pequim havia prometido manter antes de recuperar a soberania do território, em 1997, disse Pompeo.

Na semana passada, o Senado dos Estados Unidos aprovou uma lei que imporá sanções econômicas a autoridades chinesas e policiais de Hong Kong que restrinjam a autonomia do território.

Zhao alertou nesta segunda-feira que os Estados Unidos "não devem revisar, adiantar ou implementar projetos de lei negativos relevantes em relação a Hong Kong, muito menos impor as chamadas sanções à China, caso contrário, a China tomará medidas firmes".

- Sete meses de protestos -

No final de maio, pouco antes da votação do parlamento chinês sobre a lei de segurança, Washington declarou formalmente que Hong Kong não tinha mais a autonomia prometida pela China.

Pompeo indicou nesse caso que a China não estava cumprindo suas obrigações negociadas com o Reino Unido. A declaração americana abriu o caminho para remover privilégios de negócios do centro financeiro.

Hong Kong foi cenário no ano passado de sete meses seguidos de protestos, que começaram contra um projeto de lei, abandonado mais tarde, que permitiria extradições à China continental.

Mas os protestos se transformaram em uma revolta popular contra Pequim e em apelos por democracia.

A China adotou nesta terça-feira (30) a polêmica lei de segurança nacional para Hong Kong, considerada pelos críticos uma forma de silenciar a oposição e minar a autonomia do território.

Ignorando os apelos dos países ocidentais, o Parlamento nacional aprovou o texto, um ano depois das grandes manifestações na ex-colônia britânica contra a influência do governo central.

"Isto representa o fim de Hong Kong como era conhecido em todo o mundo. Com poderes ampliados e uma lei mal definida, a cidade se transformará em um #estadodepolíciasecreta", tuitou Joshua Wong, um dos líderes do movimento pró-democracia Hong Kong, cujo partido político Demosisto anunciou a dissolução nesta terça-feira.

"Ao final de várias deliberações internas, decidimos pela dissolução e interromper todas as atividades como grupo dadas as circunstâncias", afirmou o Demosisto no Twitter.

Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertaram para o risco de que a lei possa ser utilizada para calar as vozes críticas a respeito de Pequim, que recorre a leis similares para esmagar a dissidência no continente.

O conteúdo do texto, que foi apresentado no domingo ao comitê permanente do Parlamento Nacional, um instituição vinculada ao Partido Comunista Chinês, é um mistério para os 7,5 milhões de habitantes da cidade.

Em poucas semanas, Pequim vai impor a lei, que contorna o Conselho Legislativo local e provoca o temor da oposição de Hong Kong de um retrocesso inédito das liberdades desde a devolução do território à China em 1997.

"A lei de segurança nacional em Hong Kong foi aprovada oficialmente", celebrou em um comunicado o DAB, principal partido pró-Pequim do território.

Em sua entrevista coletiva semanal de terça-feira, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam - designada por Pequim - evitou fazer comentários sobre o teor da lei.

"O fato de a população Hong Kong só saber o que afirma a lei depois do fato é mais que absurdo", declarou à AFP Claudia Mo, deputada de oposição.

Com esta lei, o governo central pretende garantir a estabilidade, acabar com o vandalismo que foi registrado nas manifestações de 2019 na cidade e reprimir o movimento pró-independência.

- Mudança radical -

O compromisso alcançado entre Reino Unido e China para a devolução de Hong Kong em 1997 foi o de que a ex-colônia prosseguiria com certas liberdades, assim como com autonomia legislativa e judicial, durante 50 anos, no que foi denominado "um país, dois sistemas".

Os moradores de Hong Kong têm liberdade de expressão, liberdade de imprensa, uma justiça independente e um sistema capitalista.

A fórmula foi o pilar da transformação da cidade em uma plataforma financeira mundial, ancorada em sua segurança jurídica e nas liberdades políticas que não existem no continente.

A agência de notícias estatal Xinhua resumiu recentemente a lei, afirmando que o texto prevê reprimir o "separatismo, o terrorismo, a subversão e o conluio com forças externas e estrangeiras".

Na mira de Pequim estão os partidários da independência e inclusive alguns países estrangeiros, em particular os Estados Unidos, acusados de apoiar os manifestantes.

Além disso, um "órgão de segurança nacional", vinculado ao governo central, deve ser criado em Hong Kong para atuar especialmente no serviço de inteligência.

"É uma mudança fundamental que abala a confiança da comunidade, tanto local como internacional, a respeito do modelo de Hong Kong", disse à AFP o analista político Dixon Sing.

- Represálias -

Mas a região está dirigida por um governo local cujos membros estão sistematicamente subordinados a Pequim, devido a um processo de seleção que afasta as figuras da oposição.

A UE criticou a adoção da lei. "Lamentamos esta decisão. A lei pode afetar gravemente o elevado nível de autonomia de Hong Kong e ter um efeito prejudicial sobre a independência do Poder Judiciário e o Estado de direito", declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

O G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) já havia criticado o projeto.

Por considerar que a lei seria aprovada e por expressar oposição veemente a Pequim sobre a questão de Hong Kong, Washington anunciou na segunda-feira o fim das vendas de equipamentos sensíveis de defesa a Hong Kong para evitar que passem ao exército chinês.

A China reagiu nesta terça-feira e anunciou que adotará "represálias" pela decisão do governo americano.

"Estados Unidos nunca conseguirão obstruir os esforços da China para faze avançar a legislação de Hong Kong em termos de segurança nacional", afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa, Zhao Lijian.

Washington já havia anunciado na sexta-feira restrições de visto para funcionários chineses acusados de "questionar" a autonomia do território. Pequim respondeu na segunda-feira com uma medida similar contra os cidadãos americanos que criticaram a lei.

A partir de agora parece difícil que os cidadãos de Hong Kong possam organizar grandes manifestações, já que as autoridades da ex-colônia proíbem as reuniões com mais de 50 pessoas devido à epidemia de Covid-19.

A China informou nesta segunda-feira (29) que adotará restrições de vistos a cidadãos americanos que se "comportaram de maneira ofensiva" a respeito a Hong Kong, uma medida anunciada antes da aguardada aprovação pelos legisladores chineses de uma polêmica lei nacional de segurança para a ex-colônia britânica.

"A China decidiu impor restrições de vistos a indivíduos americanos que se comportaram de maneira ofensiva em assuntos que envolvem Hong Kong", afirmou o ministério das Relações Exteriores.

Na sexta-feira (26), a administração do presidente americano Donald Trump anunciou que restringiria os vistos para um número não determinado de autoridades chineses por infringir a autonomia de Hong Kong.

Após as gigantescas manifestações do ano passado contra a influência de Pequim, o regime do presidente Xi Jinping anunciou no mês passado uma lei de segurança nacional em Hong Kong, mas a oposição democrática da ex-colônia considera a medida uma ferramenta para reduzir o movimento ao silêncio.

Sob o princípio "um país, dois sistemas", Hong Kong se beneficia desde seu retorno à soberania chinesa em 1997 de uma ampla autonomia, liberdade de expressão e justiça independente.

Mas a região semiautônoma é governada por um Executivo que tem integrantes vinculados a Pequim.

A polícia de Hong Kong proibiu neste sábado (27) uma manifestação contra o plano do governo chinês de aprovar uma Lei de Segurança, cujos críticos temem que reduza as liberdades deste território semiautônomo.

Segundo a Frente dos Direitos Humanos Civis (Civil Human Rights Front, CHRF), a polícia rejeitou o pedido de manifestações para 1º de julho, o 23º aniversário da devolução dessa ex-colônia britânica à China.

A polícia mencionou o risco de violência e argumentou que a mobilização pode "representar um sério risco para a saúde pública", devido à epidemia de Covid-19.

O grupo CHRF, que organizou algumas das grandes manifestações pró-democracia do ano passado em Hong Kong, anunciou que vai recorrer da decisão da polícia.

Antes de recuperar esse território em 1997, a China prometeu preservar um sistema autônomo para Hong Kong.

Apesar da oposição do G7, a China iniciou nesta quinta-feira (18) uma nova etapa para a adoção de uma controversa lei de segurança nacional em Hong Kong, quando o principal órgão legislativo da China começou a examinar o texto.

O território semiautônomo chinês foi palco em 2019 de grandes manifestações contra a influência do governo central, que levou a atos de vandalismo e violência e reforçou o movimento de independência na ex-colônia britânica.

Diante da mobilização, Pequim e o Executivo local de Hong Kong querem aprovar uma lei de segurança nacional para o enclave o mais rápido possível.

Tanto a oposição pró-democracia de Hong Kong quanto vários países ocidentais alertaram que a iniciativa de Pequim poderia questionar a autonomia concedida ao território semiautônomo. O G7 também manifestou sua oposição à lei na quarta-feira.

Mas as críticas não pararam Pequim. O projeto já havia obtido uma primeira aprovação em maio na sessão plenária do parlamento chinês, controlado pelo Partido Comunista (PCC).

O texto agora está sendo examinado pela comissão permanente do parlamento, que se reúne até sábado, anunciou a agência de notícias Xinhua. Esta assembleia tem 175 legisladores.

O texto, apresentado no mês passado, prevê punir atividades separatistas, "terroristas", subversão ou "interferência" estrangeira em Hong Kong.

- "Inventar acusações" -

No entanto, a Xinhua não mencionou o termo "interferência" nesta quinta-feira, substituindo-o por "conluio" com forças estrangeiras ou externas.

"Esta lei busca mais reduzir a oposição ao silêncio do que proteger a segurança nacional", disse o legislador pró-democracia Dennis Kwok, que se perguntava se ele poderia ser acusado de "conluio" caso se reúna com autoridades estrangeiras.

"Estou muito preocupado que o escopo deste termo 'conluio' (...) que pode servir para inventar acusações", diz Tanya Chan, outra deputada pró-democracia.

Pequim acusou repetidamente outros países, principalmente os Estados Unidos, de apoiar manifestantes.

Esse projeto suscita forte oposição entre os governos ocidentais, preocupados com o status internacional de Hong Kong, um dos principais centros financeiros do mundo.

Os ministros das Relações Exteriores do G7 (Estados Unidos, Canadá, França, Japão, Reino Unido, Itália e Alemanha) instaram a China na quarta-feira a reconsiderar sua proposta de lei.

"Pedimos fortemente ao governo chinês que reconsidere essa decisão", disseram eles. "Põe em risco o sistema que permitiu a Hong Kong prosperar e que tem sido a chave do seu sucesso há tantos anos", disseram.

"Também estamos extremamente preocupados com a possibilidade de que essa medida reduza e ameace os direitos e liberdades fundamentais de toda a população", acrescentaram.

A resposta da China foi rápida, rejeitando firmemente a declaração do G7.

Segundo Pequim, a lei quer encerrar as atividades que buscam separar Hong Kong da China, bem como a violência que ameaça a segurança nacional.

Sob o princípio "um país, dois sistemas", Hong Kong se beneficiou de ampla autonomia, liberdade de expressão e justiça independente desde seu retorno à soberania chinesa em 1997.

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