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O ex-ministro de Finanças do Reino Unido Rishi Sunak assumirá o cargo de primeiro-ministro do país, após a sua adversária Penny Mordaunt anunciar que se retirou da disputa na manhã desta segunda-feira (24). A notícia vem após relatos da imprensa britânica sugerirem que Sunak tinha apoio de mais da metade dos parlamentares do Partido Conservador britânico, o que abriu caminho para que ele suceda Liz Truss no cargo de premiê.

"Escolhemos o nosso novo primeiro-ministro. A decisão é histórica e mostra, mais uma vez, a diversidade e o talento de nosso partido. Rishi tem meu pleno apoio", disse Mordaunt, em comunicado divulgado nas suas redes sociais.

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De acordo com ela, a eleição de Sunak reflete a "necessidade atual por certeza" entre os membros do Partido Conservador. A escolha pelo ex-ministro ocorreu menos de uma semana após a atual premiê, Liz Truss, anunciar sua renúncia depois de apenas 44 dias no cargo.

Rishi Sunak torna-se a primeira pessoa vinda de uma família de imigrantes a ocupar o cargo. Ele foi o único deputado conservador a alcançar mais de 100 declarações de apoio no Parlamento, elegendo-se sem a necessidade de uma votação aberta entre os filiados do Partido Conservador.

O caminho de Sunak até o Número 10 de Downing Street ficou praticamente livre após o anúncio de Boris Johnson no último domingo, 23, de que não concorreria ao cargo.

O ex-premiê (e ex-chefe) do novo primeiro-ministro era a principal ameaça a Sunak, pois além de apoio no Parlamento, Johnson é uma figura mais popular entre os filiados do Partido, segundo pesquisas de opinião recentes realizadas pelo país. (Com agências internacionais).

Apoiadores de Boris Johnson estão confiantes de que o ex-premiê britânico irá conseguir as 100 assinaturas necessárias para emplacar seu nome nas cédulas de votação para primeiro-ministro do Reino Unido, de acordo com o Telegraph, após a renúncia de Liz Truss.

Entre os nomes que declararam publicamente o apoio em Johnson está Jacob Rees-Mogg, ministro para Oportunidades do Brexit e Eficiência do Governo, Simon Clarke, secretário de Estado do Nivelamento, Habitação e Comunidades, e Tom Pursglove, secretário de Estado da Imigração.

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Nas redes sociais circulam perfis para potencializar o nome do ex-premiê. A primeira votação entre os parlamentares para a escolha do novo primeiro-ministro do Reino Unido deve acontecer na próxima segunda-feira, dia 24, entre 11h30 e 13h30 (horário de Brasília).

A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, renunciou ao cargo nesta quinta-feira (20), cerca de um mês e meio após ter assumido o governo britânico.

A conservadora não resistiu à pressão interna por conta dos efeitos desastrosos de sua política econômica e se tornou a premiê mais breve da história do país.

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"Eu reconheço que, dada a situação, não posso cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador.

Portanto, falei com o rei para notificá-lo de que estou renunciando ao cargo de líder do Partido Conservador", disse Truss em um breve pronunciamento diante da sede do governo.

De acordo com a premiê demissionária, os "tories" vão promover uma eleição para escolher seu novo líder até o fim da semana que vem. "Isso vai garantir a estabilidade econômica do país e a segurança nacional. Vou permanecer como primeira-ministra até que um sucessor tenha sido escolhido", concluiu.

Truss havia tomado posse como premiê em 6 de setembro, após ter sido eleita como líder do Partido Conservador, que detém a maioria no Parlamento britânico, superando o ex-chanceler do Tesouro Rishi Sunak na votação entre os militantes da legenda.

No entanto, rapidamente entrou em crise por causa de um projeto de corte bilionário de impostos para os mais ricos, aliado a subsídios para contas de energia, ideia que foi criticada até pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e que causou o derretimento da libra esterlina.

Em alta nas pesquisas, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, já pediu a convocação de eleições antecipadas, mas os conservadores devem rejeitar a medida para não perder espaço no Parlamento.

Derrotado por Truss em setembro, Sunak é um dos cotados para substituí-la. 

Da Ansa

A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, pediu nesta segunda-feira (17) desculpa por erros em seu programa fiscal que afetaram os mercados e a confiança em seu governo, mas disse que não vai renunciar. "Quero pedir desculpa pelos erros cometidos", disse a premiê em entrevista à BBC. "Fui eleita para trabalhar por este país. E é isso que estou determinada a fazer."

Ontem, o novo secretário do Tesouro, Jeremy Hunt, prometeu reverter quase todos os cortes de impostos anunciados por Truss. O plano da premiê custaria 43 bilhões de libras (R$ 256 bilhões) aos cofres públicos. Pressionada, ela foi obrigada a voltar atrás.

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Hunt foi nomeado na sexta-feira, 14, após a demissão do ultraliberal Kwasi Kwarteng, que permaneceu no cargo por pouco mais de um mês. "A primeira-ministra e eu concordamos em reverter quase todas as medidas fiscais", disse Hunt, que anunciou que haverá aumento de impostos e corte de despesas.

A mudança ocorre no momento em que até aliados conservadores disseram que a premiê tem apenas alguns dias para mudar o rumo de seu governo. O Partido Trabalhista, de oposição, agora tem mais de 30 pontos de vantagem sobre os conservadores, segundo pesquisas, e faz campanha pela antecipação das eleições.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira-ministra britânica, Liz Truss, insistiu durante uma reunião de crise com seu ministro das Finanças, neste domingo (16), em seu apego a uma economia "sólida", após uma semana tensa sob o ataque de seu próprio partido que ameaça sua continuidade no cargo.

Sob uma onda de críticas que incluíram as do presidente americano, Joe Biden, Truss admitiu que foi doloroso demitir Kwasi Kwarteng do cargo de ministro das Finanças.

Mas, neste domingo, escreveu no jornal The Sun on Sunday: "Você não pode pavimentar o caminho para uma economia com impostos baixos e alto crescimento sem manter a confiança do mercado na força de nossa moeda".

A erosão da confiança começou em 23 de setembro, quando Kwarteng e Truss revelaram seu programa ultraliberal, inspirado nas políticas do presidente americano Ronald Reagan nos anos 1980, para implementar um corte de 45 bilhões de libras (US$ 50 bilhões) em impostos, financiados exclusivamente por um aumento da dívida.

Os mercados despencaram, o que fez as taxas de dívida e o Partido Conservador afundar nas pesquisas.

Começou então uma guerra interna, apenas algumas semanas depois que Truss sucedeu Boris Johnson.

Em uma tentativa de permanecer no cargo, ela demitiu seu recém-nomeado ministro das Finanças e o substituiu por Jeremy Hunt.

Truss se reuniu com seu novo ministro das Finanças no domingo para delinear um novo programa antes da apresentação do orçamento em 31 de outubro.

"Vai ser muito, muito difícil e teremos que ser honestos com as pessoas sobre isso", disse Hunt em entrevista à BBC no mesmo dia.

O ministro das Finanças britânico, Kwasi Kwarteng, foi demitido nesta sexta-feira (14) em meio a uma tempestade econômica e política que também ameaça a continuidade da cada vez mais questionada primeira-ministra conservadora Liz Truss.

Kwarteng, que na quinta-feira declarou que não iria a lugar nenhum, apesar da turbulência nos mercados financeiros provocada pelo planos econômicos polêmicos do governo, "não é mais o ministro das Finanças", informou a BBC.

Pouco depois, o ultraliberal de 47 anos, nascido em Londres, de pais imigrantes de Gana, confirmou no Twitter que Truss, sua aliada de longa data, o demitiu do cargo.

"Você me pediu para deixar o cargo de ministro das Finanças. Eu aceitei", escreveu Kwarteng em uma carta dirigida a Truss e publicada em sua conta no Twitter.

Em um mercado extremamente volátil por dias, a instabilidade política pesou sobre a libra esterlina, que perdeu 1,10% frente ao dólar, para 1,1199 dólares, e 0,57% frente ao euro, para 86,83 centavos.

Apenas um dia antes, a moeda britânica havia disparado devido a especulações sobre possíveis mudanças na controversa política fiscal britânica.

Kwarteng estava em Washington para participar das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, mas foi divulgado nesta sexta-feira que ele estava retornando a Londres um dia antes do planejado.

Como sinal de grande expectativa da mídia, os canais de notícias locais exibiram ao vivo o pouso do avião da British Airways em que ele chegou ao aeroporto de Heathrow, em Londres.

Pouco depois, foi anunciado que Truss concederia uma coletiva de imprensa à tarde, e muitos já especulavam que a chefe do Governo teria demitido seu ministro das Finanças e braço direito, na tentativa de se manter no cargo.

- Sob forte pressão -

A primeira-ministra conservadora, cujo governo parece estar à beira da implosão, falará em um contexto particularmente tenso, em meio a uma crise de confiança.

Segundo a imprensa britânica, alguns membros de seu próprio partido já tentam destituí-la, dadas as desastrosas pesquisas que preveem uma derrota esmagadora para os conservadores nas próximas eleições legislativas.

As eleições estão programadas apenas para janeiro de 2025, no mais tardar, mas a tempestade política e econômica causada pelos controversos cortes de impostos decididos por Kwarteng e Truss parecem impossibilitar a permanência da líder conservadora no poder até então.

Sob pressão do partido, Truss e Kwarteng já tiveram que abandonar uma de suas medidas mais polêmicas no início de outubro.

Trata-se da abolição da alíquota máxima, de 45%, para rendas acima de 150.000 libras (170.000 dólares) por ano, acusada de favorecer os ricos quando muitos britânicos afundam na pobreza oprimidos pela inflação que já está próxima de 10% e deve continuar aumentando.

Também buscando garantias, Kwarteng concordou mais tarde em antecipar a publicação de suas previsões orçamentárias para 31 de outubro, em vez de 23 de novembro como anunciado inicialmente.

Mas não foi suficiente e a apresentação agora deve ser feita por seu sucessor.

A nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, entrou em conflito com o líder da oposição nesta quarta-feira (7) sobre como ajudar os britânicos com suas exorbitantes contas de energia, em um primeiro confronto parlamentar onde também reabriu a frente pós-Brexit com a União Europeia.

"Entendo que as pessoas em todo o país estão sofrendo com o custo de vida e com as contas de energia e por isso (...) tomarei medidas imediatas", disse na Câmara dos Comuns, confirmando que anunciará medidas na quinta-feira no Parlamento.

Nomeada na segunda-feira como a nova líder do Partido Conservador para substituir Boris Johnson, e empossada chefe de Governo na terça-feira pela rainha Elizabeth II, Truss, até agora ministra das Relações Exteriores, nomeou um governo composto por figuras ultraliberais.

Seu novo ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, está finalizando um plano de ajuda que, segundo a imprensa, incluiria o congelamento dos preços da energia.

As famílias britânicas sofreram em abril um aumento de quase 55% nas tarifas de gás e eletricidade.

E em outubro deve aumentar em 80%, deixando muitos sem condições de pagar.

Muitas empresas e instituições, incluindo hospitais e escolas, alertaram que teriam que fazer cortes dramáticos ou até fechar, já que os custos crescentes ameaçam um outono de protestos e greves.

Truss se recusou nesta quarta-feira a responder a repetidas perguntas de deputados da oposição sobre como financiará essas medidas, sob o risco de elevar a dívida pública recorde após os anos da pandemia.

"A primeira-ministra sabe que não tem escolha a não ser apoiar um congelamento dos preços da energia", lançou o líder da oposição trabalhista Keir Starmer.

"A decisão política é quem vai pagar por isso", acrescentou, dizendo que, de acordo com o Tesouro, as empresas de energia registrarão um lucro extra de 170 bilhões de libras (US$ 194 bilhões) nos próximos dois anos com os preços mais altos.

- Pós-Brexit -

Durante as seis semanas de campanha para 172.000 membros do Partido Conservador, os únicos em um país de 67 milhões de habitantes que tiveram voz na sucessão de Johnson, Truss defendeu políticas ultraliberais.

Assim, apoiou a redução maciça de impostos, apesar das advertências de que isso poderia acelerar ainda mais a inflação - já acima de 10% e que deve chegar a 14% até o final do ano e 18% em 2023.

Em sua primeira sessão parlamentar, a primeira-ministra deixou claro que é "contra impostos excepcionais" sobre as empresas de energia, o que "desencorajaria os investimentos no Reino Unido precisamente quando precisamos fazer a economia crescer".

Além de algumas ajudas sociais, prometeu "aumentar a oferta de energia a longo prazo", com aumento da extração de hidrocarbonetos no Mar do Norte, apesar da crise climática, e a construção de centrais nucleares.

Também teve a oportunidade de mostrar suas habilidades de falar em público e testar o nível de apoio de seus parlamentares, muitos dos quais preferiam seu adversário Rishi Sunak.

Reabrindo o conflito com a União Europeia, também se declarou determinada a "resolver" a difícil situação que surgiu após o Brexit na região britânica da Irlanda do Norte.

"Prefiro uma solução negociada", disse, mas insistiu que Bruxelas deveria aceitar as mudanças unilaterais no protocolo pós-Brexit que Londres está se preparando para legislar.

A UE já o denunciou como violação de um tratado internacional e ameaçou uma guerra comercial de retaliação.

Boris Johnson prometeu apoio veemente à nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, horas antes de transferir o poder nesta terça-feira (6), o que encerra um mandato marcado pelo Brexit e a pandemia, que chegou ao fim sob a pressão dos escândalos.

O conservador de 58 anos, obrigado a renunciar no início de julho pelos deputados do próprio partido, indignados com a multiplicação de escândalos, se despediu durante a manhã de Downing Street diante de simpatizantes e parentes.

Ele fez um balanço de seus três anos de mandato e recordou que conseguiu em 2019 a maioria conservadora mais significativa desde 1987 com a promessa de concretizar o Brexit, algo que parecia impossível após anos de caos político.

Desde "a distribuição mais rápida de vacinas na Europa" contra a covid-19 até "entrega rápida de armas às forças ucranianas" contra a invasão russa, passando por um "desemprego em níveis mínimos nunca vistos desde que eu tinha 10 anos", ele recordou o que considera suas conquistas.

"Sou como um daqueles foguetes de propulsão que cumpriram o seu propósito e agora reentrar suavemente na atmosfera e submergir de maneira invisível em algum canto remoto e escuro do Pacífico. Oferecerei a este governo apenas meu apoio mais fervoroso", disse.

Após o último discurso, de apenas sete minutos, Johnson viajou para a residência escocesa da rainha Elizabeth II, em Balmoral, para apresentar oficialmente sua renúncia.

A transferência de poder geralmente acontece no Palácio de Buckingham, em Londres, a menos de 10 minutos de carro de Downing Street.

Mas este ano, por problemas de mobilidade da monarca, de 96 anos, tanto Johnson como sua sucessora terão que viajar mais de 800 km ao norte.

Johnson deve chegar a Balmoral às 11h20 (7h20 de Brasília) e Truss, em um voo separado, deve chegar ao local 50 minutos depois.

Durante um encontro protocolar de apenas meia hora, a monarca solicitará que, como nova líder da maioria, ela forme o governo.

A até agora ministra das Relações Exteriores, de 47 anos, venceu a eleição interna do Partido Conservador, ao superar o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, de 42 anos.

Terceira mulher a comandar o governo britânico, após Margaret Thatcher (1979-1990) e Theresa May (2016-2019), Truss representa a ala mais à direita do partido e prometeu reduzir os impostos para estimular uma economia à beira da recessão.

- Inflação e crise de energia -

Após o encontro, Truss retornará a Londres para fazer o primeiro discurso no mesmo local da despedida de Johnson, antes de formar o novo Executivo.

Na quarta-feira, ela presidirá o primeiro conselho de ministros e enfrentará na Câmara dos Comuns o líder da oposição, Keir Starmer, que na segunda-feira a acusou de "não estar ao lado dos trabalhadores", pressionados por uma inflação de mais de 10%.

As famílias britânicas enfrentarão a partir de outubro um aumento de 80% nas contas de gás e energia elétrica. Muitas empresas e instituições, incluindo hospitais e escolas, alertaram que terão que fazer cortes ou até fechar devido à impossibilidade de pagar o novo valor.

Eleita em uma votação com a participação de apenas 82% dos 172.000 membros do Partido Conservador, em um país de 67 milhões de habitantes, diversas pesquisas mostraram que grande parte dos britânicos não confia na capacidade de Truss para enfrentar a crise.

Apesar dos escândalos, do "Partygate" - as festas celebradas em Downing Street durante os confinamentos - às acusações de favorecimento de amigos, Johson ainda tem uma grande popularidade entre as bases conservadoras e muitos consideram que está magoado por ser obrigado a deixar o poder.

Mas nesta terça-feira ele reiterou o apelo por unidade do partido, que deve superar as divisões agravadas pela luta de poder entre Truss e Sunak.

"Se Dilyn (seu cachorro) e Larry (o gato de Downing Street) conseguiram deixar para trás suas dificuldades ocasionais, o Partido Conservador também pode", brincou.

Em seu primeiro discurso na segunda-feira, Truss descartou a possibilidade de convocar legislativas antecipadas, mas prometeu a vitória nas próximas, previstas para janeiro de 2025 no máximo, contra um Partido Trabalhista que não para de avançar nas pesquisas.

Grande admiradora da primeira-ministra conservadora Margaret Thatcher, cujas políticas ultraliberais quer repetir, Liz Truss a sucederá agora como terceira mulher à frente do governo britânico.

Como Thatcher, conhecida como "dama de ferro" pela mão pesada durante seu governo de 1979 a 1990, Truss, de 47 anos, representa a ala mais à direita do Partido Conservador.

"Acredito em um futuro brilhante e melhor para o Reino Unido. Tenho um plano audacioso que fará nossa economia crescer e gerará salários mais altos, mais segurança para as famílias e serviços públicos", afirmou ao final da votação na qual quase 200.000 afiliados do Partido Conservador a designaram como nova chefe de Governo.

"Isso será feito mediante a redução de impostos, impulsionando as reformas e eliminando os trâmites burocráticos que estão freando as empresas", destacou.

Durante quase um ano ela foi ministra das Relações Exteriores e, como Thatcher, se mostrou firme frente à União Europeia, determinada a modificar unilateralmente o acordo pós-Brexit.

Ela também enfrentou o regime de Pequim por suas violações aos direitos humanos e a Rússia de Vladimir Putin.

Chegou a imitar Thatcher posando com um gorro de pele de urso na Praça Vermelha em fevereiro, em uma viagem a Moscou para tentar dissuadir o presidente russo de invadir a Ucrânia.

Reviravolta sobre o Brexit 

Sua nomeação para as Relações Exteriores teria sido tanto um escudo quanto um meio para seu antecessor, Boris Johnson, de tentar controlar as ambições desta figura ascendente que agora o substitui em Downing Street.

Antes, já havia lhe confiado a pasta de Comércio Exterior, onde Truss se transformou no rosto das negociações comerciais do Reino Unido após o Brexit.

Foi toda uma mudança de rumo para uma mulher que defendeu a permanência britânica na União Europeia durante o referendo de 2016, antes de dizer que via grandes oportunidades econômicas no Brexit.

Trabalhou para formar novas alianças e concluiu tratados de livre comércio com países como Japão e Austrália, mas não alcançou um grande acordo comercial com Estados Unidos que Londres tanto ambicionava.

Ainda assim, algumas de suas declarações e atitudes não parecerem ter sido bem recebidas pelo governo de Joe Biden.

"Tinha que ganhar"

Nascida em 26 de julho de 1975, casada e com duas filhas, "Liz não tem medo de dizer o que pensa", afirma sua página na web.

Seus amigos de infância e colegas na universidade em Oxford, onde se graduou em política e economia, lembram de uma estudante provocadora mas discreta que não aparentava uma futura primeira-ministra.

"Não era uma das meninas mais extrovertidas e me surpreendeu como se transformou em uma adulta tão desenvolta", explicou um deles ao The Times.

Hesitante ao iniciar sua campanha em agosto, foi adquirindo segurança durante as seis semanas até aparecer confiante em seu comício de encerramento.

Quando criança "era alguém que tinha que ganhar", explicou Francis Truss, um de seus três irmãos, à BBC.

Pais de esquerda

Truss cresceu rodeada por esquerdistas e em Oxford liderou um grupo juvenil do centrista Partido Liberal Democrata, onde começou a demonstrar firmes opiniões políticas.

"Creio que sempre gostou da imagem de controvertida", explicou Kiron Reid, companheiro nas fileiras liberal-democratas na juventude.

Truss chocou seus pais, um professor de matemática e uma defensora do desarmamento nuclear aos quais acompanhava em manifestações quando criança, ao entrar para o Partido Conservador e adotar posturas de direita.

Após uma década no setor privado, especialmente como diretora comercial de empresas como a energética Shell, foi vereadora no sudeste de Londres e em 2010, deputada.

Em 2012 entrou para o governo e ocupou um a série de pastas, primeiro como secretária de Estado de Educação e depois como ministra do Meio Ambiente de 2014 a 2016.

Também foi a primeira mulher ministra da Justiça e, em seguida, secretária-chefe do Tesouro.

O Partido Conservador do Reino Unido elegeu, nesta segunda-feira (5), Liz Truss como sua líder e, portanto, para assumir como nova primeira-ministra do país. Truss, de 47 anos, irá tomar posse como primeira-ministra nesta terça-feira (6).

Liz assume o lugar de Boris Johnson, que anunciou sua renúncia em julho passado, em meio a um escândalo político que levou dezenas de autoridades a abandonarem o gabinete britânico.

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Atual ministra de Relações Exteriores, Liz Truss competiu ao cargo com o ex-ministro de Finanças Rishi Sunak.

A ministra das Relações Exteriores britânica, Liz Truss, parece pronta para suceder Boris Johnson no cargo de primeiro-ministro nesta sexta-feira (2), quando o prazo para os afiliados do Partido Conservador votarem em seu novo líder e próximo chefe de Governo se encerra.

Truss, de 47 anos, está concorrendo contra o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, um ex-banqueiro bilionário de 42 anos, neto de imigrantes indianos.

Os dois, escolhidos em julho pelos deputados conservadores entre oito candidatos, fizeram um esforço em agosto para seduzir os cerca de 200.000 membros do partido, que têm a última palavra com uma votação postal e online que se encerra nesta sexta às 17h00 (13h00 no horário de Brasília).

O vencedor será anunciado na segunda-feira e na terça vai viajar para o castelo escocês de Balmoral, residência de verão da rainha Elizabeth II, para seu primeiro encontro com a chefe de Estado que, aos 96 anos e com crescentes problemas de mobilidade, não se deslocará a Londres para a ocasião, pela primeira vez desde que subiu ao trono há 70 anos.

Antes disso, a monarca também receberá Boris Johnson em Balmoral, 830 km ao norte de Londres, que apresentará sua renúncia formal ao cargo de primeiro-ministro após ser forçado a renunciar em julho como líder do Partido Conservador, sob a pressão insustentável de uma multiplicação de escândalos que prejudicou a popularidade do partido.

- Truss, melhor "política" -

Encerrando uma turnê de um mês pelo país, três debates televisionados e dezenas de comícios, Truss e Sunak se encontraram pela última vez na noite de quarta-feira diante dos membros do partido reunidos na Wembley Arena, em Londres.

A chefe da diplomacia tem mais de 30 pontos de vantagem nas pesquisas, mas, embora claramente favorita, sua vantagem real poderia ser menor.

Na opinião de John Curtice, cientista político da Universidade de Strathclyde, seu sucesso com a base do partido se deve à maior facilidade em transmitir mensagens conservadoras tradicionais.

"Sunak mostrou algumas das qualidades que você esperaria de um bom ministro. Mas Truss mostrou as qualidades que são necessárias em um político", disse Curtice à AFP.

O vencedor assumirá imediatamente as rédeas do governo para enfrentar a crise econômica que o país atravessa, ameaçado com um outono de protestos e greves num contexto de inflação descontrolada que já atingiu os 10% e caminha para ultrapassar os 13% até o final do ano.

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