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O G7 afirma que o Irã não deve apoiar o Hamas, nem adotar medidas que desestabilizem o Oriente Médio. O grupo diz que condena "de modo inequívoco" o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro, e acrescenta que os israelenses têm o direito de se defender, além de ressaltar que todos os reféns devem ser libertados. Mas também destaca a importância de defender civis dos dois lados do conflito, além de enfatizar a "necessidade urgente" de se lidar com a piora no quadro humanitário na Faixa de Gaza.

Formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, o G7 divulgou comunicado nesta quarta-feira, 8, após reunião de seus ministros das Relações Exteriores em Tóquio, com a presença também do Alto Representante da União Europeia. Na nota, o grupo envia condolências às vítimas dos ataques do Hamas, bem como a todos os civis, palestinos, israelenses e outros, que tenham morrido ou se ferido no conflito no Oriente Médio. "Israelenses e palestinos têm direito igual a viver em segurança, com dignidade e paz", afirma.

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O G7 ressalta a importância de se permitir o apoio humanitário aos civis sem impedimentos, incluindo água, alimentos, assistência médica, combustível e abrigo, bem como o acesso para os trabalhadores humanitários. "Nós apoiamos pausas humanitárias e corredores para facilitar a assistência urgentemente necessária, o movimento de civis e a liberação de reféns", afirma o grupo. "Cidadãos estrangeiros também precisam ter permissão para continuar a partir", acrescenta.

O G7 lembra da importância de se proteger civis e cumprir a lei internacional, em particular a humanitária. Desde 7 de outubro, membros do grupo já se comprometeram com mais US$ 500 milhões para o povo palestino, inclusive por meio de agências da Organização das Nações Unidas e de outros canais humanitários, informa.

O grupo afirma que trabalha, junto com outros parceiros, de modo intenso para evitar uma escalada e maior disseminação do conflito. Também trabalha para impor sanções e outras medidas para evitar que o Hamas consiga levantar fundos "para realizar atrocidades". O G7 afirma estar comprometido para preparar soluções de longo prazo e sustentáveis para Gaza. "Ressaltamos que uma solução de dois Estados, que tenha Israel e um Estado palestino estável vivendo lado a lado em paz, segurança e com reconhecimento mútuo, continua a ser o único caminho para uma paz justa, duradoura e segura."

Os integrantes do G7 se dirigem especificamente ao Irã no comunicado, ao pedir que o país não dê apoio ao Hamas nem adote ações que possam desestabilizar o Oriente Médio, inclusive apoio ao grupo libanês Hezbollah e a outros atores não estatais. Também solicita que Teerã use sua influência com esses grupos para acalmar o quadro. O G7 reafirma que o Irã nunca poderá desenvolver armas nucleares e precisa recuar na escalada de seu programa nuclear, além de lamentar a piora no quadro dos direitos humanos no país.

Ucrânia

O G7 menciona a guerra na Ucrânia, e reafirma apoio à independência e à soberania do país. Para o grupo, uma paz "justa e duradoura" pode ocorrer apenas com a retirada completa, imediata e incondicional das tropas da Rússia de todo o território ucraniano. O compromisso com a integridade territorial da Ucrânia não será abalado, garante. O G7 ainda critica a "retórica nuclear irresponsável" da Rússia e o envio de armas nucleares a Belarrus.

Sobre a China, o G7 se diz preparado para construir "relações construtivas e estáveis". O grupo nega que busque um desacoplamento com a economia chinesa, mas acrescenta que a busca por resiliência econômica inclui reduzir riscos e diversificar. No trecho sobre a China, também menciona que pretende "fomentar a resiliência à coerção econômica" e que reconhece a necessidade de proteger certas tecnologias avançadas que poderiam ser usadas para ameaçar a segurança nacional dos países.

A Itália recebeu nesta quarta-feira (8) a presidência do G7 das mãos do Japão e disse que pretende envolver o Brasil como interlocutor durante sua gestão no grupo.

Em 2024, o maior país da América do Sul presidirá o G20, que também tem Roma como um de seus membros.

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"Durante a presidência italiana [no G7], temos a intenção de envolver o Brasil como interlocutor para falar com o G20, visto que terá o comando do grupo", afirmou o ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, após uma reunião ministerial do G7 em Tóquio.

"Queremos reforçar as relações em nível global, principalmente com a África, o Mediterrâneo e o G20", reforçou.

Em 2024, um dos quatro encontros programados dos ministros das Relações Exteriores do G7 será realizado na ilha de Capri, entre 17 e 19 de abril, e a Itália também pretende convidar Austrália e Nova Zelândia.

As outras três reuniões serão sediadas nas regiões de Abruzzo, Calábria e Lazio, mas ainda sem datas e cidades definidas. Segundo Tajani, as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia serão temas centrais da presidência italiana no G7.

"Continuaremos a trabalhar pela segurança e o crescimento sustentável da economia global, ameaçada pelas autocracias", garantiu o vice-premiê.

*Da Ansa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (21), em Roma, que vai buscar aproximação do Brasil com a Itália, ao longo do próximo ano, quando os dois países assumirão, respectivamente, as presidências rotativas do G20 e do G7.

  O G20 reúne 19 das maiores economias do planeta e a União Europeia, enquanto o G7 é um grupo de países desenvolvidos composto por Japão, Canadá, Itália, Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido. A declaração ocorreu após reunião do presidente brasileiro com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, no Palácio de Chigi, sede do governo italiano.

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"Conversei com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, sobre as relações entre nossos países, especialmente neste momento em que a Itália assume a presidência do G7 e o Brasil assumirá em novembro a presidência do G20", destacou Lula, em postagem nas redes sociais. O governo italiano assumiu a gestão do G7 em maio, durante a cúpula do grupo, no Japão, e sediará o próximo encontro de chefes de governo, no ano que vem. Já o Brasil assumirá o G20 no fim do ano, após a cúpula da organização que será em Nova Déli, na Índia. Lula também convidou a primeira-ministra para visitar o Brasil.

Agenda na Itália Na agenda desta quarta-feira (21), Lula também se reuniu o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri. Durante o encontro, o presidente destacou a viagem à Itália significou a retomada do protagonismo do país nas discussões globais sobre meio ambiente. "Amanhã [22], às 8h30, vou dar uma entrevista coletiva porque a minha viagem à Itália foi, do meu ponto de vista, para recolocar o Brasil no centro das discussões sobre a questão climática no mundo."

Em encontro, Lula agradece solidariedade do prefeito de Roma.  Gualtieri visitou Lula no período em que esteve preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato. Na época, julho de 2018, o prefeito exercia mandato de eurodeputado.

O senador Humberto Costa (PT-PE) destacou, em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (23), o retorno do Brasil à reunião ampliada do G7, grupo dos sete países mais ricos do mundo. O parlamentar ressaltou que a volta aconteceu depois de 14 anos de ausência do Brasil e que a presença do presidente Lula promoveu um “elevado diálogo de política externa”. 

— Deixamos de ser párias internacionais para discutir sobre paz, sobre reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre uma nova governança global. É prova de que a salubridade retorna aos nossos dias, com ares mais respiráveis, com a substituição da necropolítica, que durante quatro anos castigou o nosso país, por uma política de alto nível.  Humberto destacou que dados positivos deste ano refletem a melhoria de vida da população e um avanço no ambiente de negócios do Brasil, com o Produto Interno Bruto (PIB) subindo lentamente. O senador também citou as quedas nos preços do litro de gasolina, dos valores do diesel e do gás.

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Para o parlamentar, os avanços promovidos são o motivo do governo ter 57% de aprovação após apenas quatro meses. Segundo Humberto, o Executivo tem avançado em diversas áreas e mudado a “lógica perversa do governo anterior, que só investia no caos, no ódio e na divisão social”. 

— É um momento de muita esperança, é um momento de acreditarmos que o Brasil pode e vai melhorar. Eu não tenho dúvida de que, a partir do trabalho que vem sendo feito pelo ministro [da Fazenda] Haddad, que deve ter um ponto importante nesta semana na Câmara dos Deputados e, quiçá, na semana que vem aqui no Senado, com a perspectiva de aprovação do novo arcabouço fiscal, teremos criado as condições básicas para que o nosso país possa voltar a ocupar o papel de relevância que teve ao longo dos 13 anos de governo do Partido dos Trabalhadores. É só o começo. Esse trabalho não vai parar até que, mais uma vez, recuperemos o emprego das pessoas e retiremos o Brasil do Mapa da Fome.

*Da Agência Senado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, não vão se reunir no G-7. Após pressão da comunidade internacional, a delegação brasileira chegou a negociar o encontro com a contraparte ucraniana, mas as tratativas não prosperaram. O motivo ainda é pouco claro.

A informação oficial é a de que as agendas não se compatibilizaram. Lula ofereceu horários em aberto na sua programação deste domingo, mas a equipe de Zelensky não conseguiu encaixar nos horários vagos. O presidente ucraniano vai dar uma coletiva de imprensa em Hiroshima nesta noite e, em seguida, já retorna a Kiev. Lula decola para o Brasil amanhã cedo, depois de uma coletiva de imprensa.

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Até o horário do almoço, a probabilidade de um encontro entre Lula e Zelensky era considerada alta entre diplomatas que estão em Hiroshima, cidade-sede do G-7. Isso apesar da resistência de Lula em se reunir com Zelensky desde ontem, quando o pedido de encontro foi feito pela parte ucraniana.

No hotel em que Lula está instalado na cidade-sede do evento, e onde travou parte dos encontros de hoje, jornalistas chegaram a ser convocados para acompanhar o início das reuniões bilaterais e se instalaram no mesmo andar do presidente. No espaço reservado à imprensa, havia duas bandeiras, uma do Brasil e outra da Ucrânia, uma sobre a outra.

A principal hipótese é a de que elas teriam sido postas sobre a mesa para desamassar, antes de serem hasteadas na sala de reuniões de Lula. Sem explicações, os jornalistas foram dispensados após acompanharem as conversas bilaterais com os líderes de Ilhas Comores e Vietnã.

Mais cedo, Lula participou, em Hiroshima, de um painel do G-7 em que estava Zelensky. Diferentes líderes internacionais cumprimentaram o ucraniano, mas o presidente brasileiro permaneceu sentado, como se vê na transmissão oficial da cúpula.

Lula resistia ao encontro desde o início. Zelensky veio ao G-7 para tentar ampliar sua aliança na guerra contra a Rússia. De acordo com relatos, o presidente brasileiro ficou desconfortável com a pressão da comunidade internacional pela reunião bilateral diante da postura brasileira de manter neutralidade no conflito.

Há a previsão de uma coletiva de imprensa do presidente às 8 horas (horário do Japão, 12 à frente de Brasília) nesta segunda-feira. Lula volta ao Brasil logo em seguida, em voo que vai sair às 9h.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou ter "muito em comum" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem se encontrou neste domingo em Hiroshima, às margens da cúpula do G-7. Os líderes conversaram sobre sobre comércio, proteção do meio ambiente, a situação no hemisfério e a guerra na Ucrânia, de acordo com informações do governo brasileiro.

A guerra travada pela Rússia contra a Ucrânia é um dos principais temas do G-7, grupo coeso no apoio a Kiev. O Brasil, que se declara neutro no conflito, participa na condição de convidado. No final da tarde, Lula deve se encontrar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, após ser alvo de grande pressão por parte das potências ocidentais presentes ao evento multilateral.

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Para Trudeau, as suas convergências com Lula incluem a preservação ambiental. "Temos muito em comum, seja nas questões de meio ambiente, povos originários, parcerias, seja apoiando os trabalhadores e criando um futuro melhor para todos. Esses são alguns dos assuntos globais sobre os quais desejo falar. É um grande prazer me encontrar com Lula", disse o premiê canadense.

Em sua fala inicial, Lula destacou que o encontro com Trudeau é "extremamente importante para o Brasil" para potencialmente dobrar as relações comerciais entre os dois países.

"Interessa ao Brasil conversar com o Canadá sobre a questão do clima. A questão do clima mexe com o mundo inteiro, tem muita gente falando e pouca gente fazendo o que tem que ser feito, acordos muitas vezes não são cumpridos", afirmou o presidente.

A agenda com Trudeau foi a sexta reunião bilateral travada no G-7. Lula fica em Hiroshima até amanhã cedo, pelo horário local, quando pretende conceder uma coletiva de imprensa. Até o momento, o presidente brasileiro já conversou com líderes da Austrália, Japão, Indonésia, França e Alemanha, além da diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A expectativa principal se dá em torno do provável encontro com Zelensky no final da tarde de hoje.

Brasil e Índia não são “países neutros” na guerra entre Rússia e Ucrânia, mas sim países interessados na manutenção da paz no mundo. A declaração é do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e foi feita durante encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Japão, durante o encontro do G7. Modi falou ainda sobre o interesse em trabalhar com o Brasil em busca de uma solução pacífica para o conflito. Após o encontro, Lula twittou: “estamos do lado da paz”.

O comércio entre os dois países também foi assunto da reunião. “Países da maior relevância para o desenho de uma nova geopolítica global”, afirmou Lula.

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As relações diplomáticas Brasil-Índia começaram em 1948. A Índia é o quinto maior parceiro comercial do Brasil. Em 2021, o comércio entre os dois países chegou ao maior resultado da história: US$ 15,1 bilhões. Nesse mesmo ano, o Brasil exportou mais de US$ 6 bilhões para a Índia e importou US$ 8,8 bilhões em produtos indianos.

Lula participa como convidado da reunião do G7, grupo que reúne as principais economias do mundo: Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Itália, Reino Unido e Canadá. Como último evento, está prevista uma entrevista coletiva, às 20h (horário de Brasília). Em seguida, Lula retorna ao Brasil.

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky obteve neste domingo(21) novas promessas de entrega de material militar, além do apoio diplomático "inabalável" dos países do G7 em Hiroshima, Japão, após a Rússia declarar a tomada da cidade Bakhmut (leste da Ucrânia).

O chefe de Estado ucraniano chegou no sábado a Hiroshima, onde se reuniu com os líderes das sete economias mais industrializadas (EUA, Canadá, Japão, França, Reino Unido, Alemanha e Itália), além de outros convidados à cúpula.

Pouco depois de sua chegada, Moscou assegurou que capturou Bakhmut, cenário da mais longa e sangrenta batalha desde que começou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

"Devem entender que não há mais nada", respondeu Zelensky de forma ambivalente a uma pergunta sobre Bakhmut na cúpula, parecendo confirmar a captura da cidade.

Porém, o porta-voz do presidente, Sergei Nykyforov, se apressou em esclarecer suas palavras. "O presidente desmentiu a tomada de Bakhmut", indicou no Facebook.

Neste domingo, o presidente americano Joe Biden prometeu a Kiev novos envios de armas, munições e veículos blindados no valor de cerca 375 milhões de dólares, dias depois de permitir a seus aliados o fornecimento de aviões de combate F-16 à Ucrânia.

A presença de Zelensky em Hiroshima, cidade vítima em 1945 do primeiro bombardeio atômico da história e agora símbolo mundial da paz, colocou a invasão russa da Ucrânia no centro dos debates do G7, ofuscando outros temas como as relações dos aliados com a China.

Com este convite "demonstramos a solidariedade inabalável do G7 com a Ucrânia", afirmou o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, anfitrião da cúpula.

Zelensky visitou no domingo o monumento em homenagem às vítimas da bomba atômica em Hiroshima, onde deixou flores.

- Depois de Modi,Lula? -

No sábado, Zelensky se reuniu com os aliados europeus do G7 e com os líderes japonês e canadense, mas também com o primeiro- ministro indiano Narendra Modi, que assegurou que a Índia fará "tudo o possível" para resolver o conflito.

O dirigente ucraniano celebrou esta promessa, buscando reunir apoios para um plano de paz de dez pontos, concentrado em exigir à Rússia sua retirada do território ucraniano.

"A Rússia debe retirar suas tropas", repetiu neste domingo o chanceler alemão Olaf Scholz, advertindo que a "Rússia não deve apostar que, se resistir o suficiente, o apoio à Ucrânia terminará enfraquecendo".

Zelensky também pode se reunir neste domingo com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que nos mês passado declarou que os Estados Unidos deviam deixar "de incentivar a guerra" na Ucrânia.

A presença do presidente ucraniano no G7 é "uma forma de construir a paz", considerou no domingo o presidente francês Emmanuel Macron.

- Encontro com Biden -

O presidente ucraniano também conversou neste domingo com seu homólogo americano, Joe Biden, que confirmou na sexta-feira que estava disposto a autorizar o fornecimento por outros países a Kiev de aviões F-16, de fabricação americana, solicitados há muito tempo pela Ucrânia. Uma decisão "histórica", comemorou Zelensky.

Washington também apoiará uma iniciativa de seus aliados para treinar pilotos ucranianos para os F-16. Durante os longos meses de treinamento, os ocidentais decidirão o calendário de entrega dos aviões, sua quantidade e os países que os fornecerão.

A Casa Branca reiterou, no entanto, que, com sua ajuda militar, "os Estados Unidos não facilitam e não apoiam ataques ao território russo".

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou os líderes do grupo de quererem "conter" seu país e a China, após a publicação do comunicado final do G7 no sábado.

A China, por sua vez, manifestou seu "forte descontentamento" após a publicação do comunicado, à qual os sete membros do G7 e a União Europeia fizeram várias críticas, mas asseguraram querer "relações construtivas e estáveis" com o gigante asiático.

Os dirigentes do G7 instaram a China a "pressionar a Rússia para que cesse sua agressão" contra a Ucrânia.

Em discurso durante sessão de trabalho do G7, no Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). No encontro, que teve como tema “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”, Lula disse que o conselho “encontra-se mais paralisado do que nunca”. Ao falar de paz, afirmou que “membros permanentes continuam a longa tradição de travar guerras não autorizadas pelo órgão, seja em busca de expansão territorial, seja em busca de mudança de regime”. 

Na mesa, sentado em frente ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro ministro do Canadá, Justin Trudeau, Lula falou em diálogo. “Repudiamos veementemente o uso da força como meio de resolver disputas. Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia”.

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O presidente voltou a pedir uma solução baseada no diálogo para o conflito na Ucrânia e a criação de um espaço para negociações. Destacou outros conflitos que ocorrem fora da Europa e que merecem também mobilização internacional. “Israelenses e palestinos, armênios e azéris, cossovares e sérvios precisam de paz. Yemenitas, sírios, líbios e sudaneses, todos merecem viver em paz”, afirmou.

Ele defendeu ainda a necessidade de ratificação do Tratado para a Proibição de Armas Nucleares. “Não são fonte de segurança, mas instrumento de extermínio”, disse. “Enquanto existirem armas nucleares, sempre haverá a possibilidade de seu uso”, completou.

Guterres Após a sessão de trabalho, Lula conversou por cerca de meia hora com o secretário-geral da ONU, António Guterres. Mais uma vez, lembrou o fato de o conflito na Ucrânia não estar sendo tratado no âmbito do Conselho de Segurança da ONU e reforçou a necessidade de reforma do órgão. 

Meio ambiente foi outro tema do encontro. Lula falou sobre a Cúpula da Amazônia, que ocorrerá em Belém (Pará) em agosto. Guterres garantiu que vai apoiar a iniciativa brasileira de criação de um grupo de cooperação formado por nações amazônicas, Indonésia e República Democrática do Congo, países que têm grandes florestas. 

Agenda

Em reuniões bilaterais, o presidente teve encontros com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. A relação entre os dois países foi o assunto. “Países da maior relevância para o desenho de uma nova geopolítica global”, disse Lula. 

A Índia é o quinto maior parceiro comercial do Brasil. Em 2021, o comércio entre os dois países chegou ao maior resultado da história: US$ 15,1 bilhões. Nesse mesmo ano, o Brasil exportou mais de US$ 6 bilhões para a Índia e importou US$ 8,8 bilhões em produtos indianos. 

No encontro com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, as conversas giraram em torno da necessidade de aumento do comércio entre os dois países e na cooperação em áreas como ciência e tecnologia, inclusive com a possibilidade de um acordo entre Vietnã e Mercosul. 

Ainda no sábado à noite (horário de Brasília), o presidente brasileiro se reuniu com o primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau. Comércio, meio ambiente e guerra estiveram na pauta. 

“Achamos que Brasil e Canadá têm condições de dobrar as relações comerciais”, disse Lula, estacando a preservação ambiental e o combate às mudanças climáticas como pontos de convergência entre os dois países. 

Ao presidente de Comores, Azali Assoumani, Lula reafimou o apoio brasileiro ao pleito da União Africana por uma vaga no G20. Os dois falaram ainda sobre a necessidade de uma cooperação tecnológica bilateral  maior e a possibilidade de uso de bancos de fomento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Africano de Desenvolvimento em questões de infraestrutura.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, roubou a cena da cúpula do G-7 ao chegar ontem ao Japão em um avião da França, após participar na véspera da cúpula da Liga Árabe, que tem entre seus membros nações pró-Rússia e neutras.

Organizada às pressas, a visita de Zelenski fez com que os líderes do G7 divulgassem a declaração final um dia antes do previsto, na qual condenaram a Rússia pela invasão da Ucrânia e pediram à China, aliada de Moscou e que nunca condenou a invasão, que "pressione a Rússia para que encerre sua agressão" e "retire imediatamente, totalmente e sem condições suas tropas" do país do Leste Europeu.

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Após uma chegada surpresa na cúpula do G-7, o presidente ucraniano, que tenta ampliar o círculo de apoio a seu país, se reuniu com o francês Emmanuel Macron, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, com os quais trocou abraços ou apertos de mão calorosos.

Encontro tenso

Também se encontrou com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, cujo país se nega a condenar a agressão russa na Ucrânia. Com ele, o encontro foi mais contido, tendo início com um protocolar aperto de mãos.

A Índia tem vínculos políticos, econômicos e militares estreitos com a Rússia e, apesar da pressão dos EUA, escolheu um meio termo que, dizem autoridades do país, centra-se em seus próprios interesses e crescente influência - posição que frustra Kiev e os aliados ocidentais de Modi.

Em seu primeiro encontro com Zelenski desde o início da invasão, o premiê indiano ressaltou a importância de resolver a guerra pelo diálogo e a diplomacia, e expressou seu desejo de contribuir para os esforços de paz. "Entendo perfeitamente seu sofrimento e dos cidadãos ucranianos. Posso te assegurar que, para resolver [ESSE CONFLIT], a Índia, e eu pessoalmente, faremos todo o possível", disse Modi a Zelenski.

Em uma breve mensagem no Twitter, Zelenski disse que discutiu as necessidades humanitárias da Ucrânia e convidou Modi a unir-se à iniciativa de paz da Ucrânia. A iniciativa impõe como pré-condição para quaisquer negociações para acabar com o conflito a retirada da Rússia de todo o território ucraniano.

"Agradeço a Índia por apoiar a integridade territorial e soberania de nosso país, em particular nas plataformas das organizações internacionais, e por fornecer auxílio humanitário para a Ucrânia", escreveu. A linguagem ecoa as próprias declarações indianas sobre a guerra - termo que Nova Délhi evita usar - e sobre o território disputada da Caxemira.

A Índia há muito tempo tenta equilibrar seu laços com a Rússia e o Ocidente. Durante a Guerra Fria, mostrou relutância em aliar-se à União Soviética. Mas, embora desde então a Índia tenha cultivado relações mais próximas com os EUA, Moscou continua como uma parceiro de confiança, um fornecedor-chave de energia e fonte da maior parte do armamento militar indiano.

Além dos encontros deste sábado, Zelenski deve se reunir hoje com o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

Lula pressionado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está cada vez mais emparedado pelos países-membros do G-7 na cúpula em Hiroshima. A presença inesperada do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, constrange o petista a aceitar o pedido por uma reunião bilateral, a que ele resiste. Hoje, no último dia da cúpula, Lula tem uma agenda cheia, com seis reuniões marcadas, entre chefes de governo e empresários, para além da visita dos chefes de governo ao Parque Memorial da Paz e da sessão conjunta "Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero".

Lula escolheu participar do G-7 ao ter a garantia de que teria uma participação relevante no encontro, não apenas em painéis secundários, e após ter a convicção de que conseguiria se equilibrar na pauta da guerra na Ucrânia, sem ser pressionado a assinar qualquer declaração com tom crítico à Rússia.

Embora o comunicado conjunto endossado pelo País foque em segurança alimentar e evite endurecer contra Moscou, como queria o presidente, o espaço para Lula sair ileso do G-7 está cada vez menor. Ao trazerem Zelenski de surpresa para a cúpula, os organizadores - abertamente pró-Ucrânia - criaram uma saia justa diplomática para quem entende ser preciso adotar neutralidade no conflito, como Brasil, Índia e Indonésia. Uma verdadeira armadilha.

Zelenski pediu formalmente o encontro com o presidente brasileiro. Contudo, Lula se esquivou e ainda não aceitou o convite, apesar da pressão da comunidade internacional. O Brasil tenta adotar uma postura neutra no conflito no Leste Europeu. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou fazer qualquer menção à Rússia em seu primeiro discurso oficial na cúpula do G-7. Para o enfrentamento das crises mundiais, incluindo a guerra na Ucrânia, o petista defendeu ser preciso derrubar mitos, mudar mentalidades e abandonar "paradigmas que ruíram".

Citando diretamente a Argentina, Lula ainda pediu que o Fundo Monetário Internacional (FMI) considere as consequências de suas ações.

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Em contraste com os países-membros do G-7, notadamente contrária à Rússia, Lula se limitou a falar em "uma guerra no coração da Europa". A fala se deu minutos após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, pousar em Hiroshima para participar do G-7.

Zelenski solicitou uma reunião bilateral com o presidente brasileiro, que diz adotar uma postura de neutralidade na guerra, mas ainda não recebeu qualquer retorno.

"O mundo hoje vive a sobreposição de múltiplas crises: pandemia da covid-19, mudança do clima, tensões geopolíticas, uma guerra no coração da Europa, pressões sobre a segurança alimentar e energética e ameaças à democracia. Para enfrentar essas ameaças é preciso que haja mudança de mentalidade. É preciso derrubar mitos e abandonar paradigmas que ruíram", declarou o presidente.

"A consolidação do G-20 como principal espaço para a concertação econômica internacional foi um avanço inegável. Ele será ainda mais efetivo com uma composição que dialogue com as demandas e interesses de todas as regiões do mundo", declarou o petista.

O Broadcast, antecipou nesta semana que Lula faria uma defesa do G-20 ao longo do G-7, já que o Brasil vai assumir a presidência do bloco ampliado em 2024. "Não tenhamos ilusões. Nenhum país poderá enfrentar isoladamente as ameaças sistêmicas da atualidade. A solução não está na formação de blocos antagônicos ou respostas que contemplem apenas um número pequeno de países", argumentou.

Durante o discurso, Lula decidiu também criticar o neoliberalismo e a "fragilidade" de seus dogmas. "O endividamento externo de muitos países, que vitimou o Brasil no passado e hoje assola a Argentina, é causa de desigualdade gritante e crescente, e requer do Fundo Monetário Internacional um tratamento que considere as consequências sociais das políticas de ajuste", cutucou o presidente horas antes de se encontrar com a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, a quem vai pedir socorro à Argentina.

A defesa do meio-ambiente e o combate à desigualdade social foram bandeiras levantadas por Lula no encontro multilateral. "Essa tarefa só é possível com um Estado indutor de políticas públicas voltadas para a garantia de direitos fundamentais e do bem-estar coletivo", defendeu Lula, para quem a dicotomia entre meio-ambiente e desenvolvimento já deveria estar superada.

O próprio governo, no entanto, vice hoje essa tensão, com os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) em uma disputa interna sobre explorar petróleo na Amazônia.

Lula ainda voltou a defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU, com a inclusão de novos membros permanentes, e o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comparecerá à reunião de cúpula do G7 em Hiroshima, onde as principais potências ocidentais definiram novas sanções contra a Rússia e os Estados Unidos abriram caminho para a autorização da entrega de caças F-16 de fabricação americana à Ucrânia.

A visita de Zelensky, que não havia sido anunciada, dará ao ucraniano a oportunidade de se reunir com os líderes das sete economias mais industrializadas (Estados Unidos, Canadá, Japão, França, Reino Unido, Alemanha e Itália), que apoiam financeira e militarmente seu país contra a invasão russa.

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O presidente ucraniano se reunirá, entre outros, com o colega americano, Joe Biden, que manifestou estar disposto a apoiar os programas de treinamento de pilotos ucranianos em caças F-16. "À medida que a capacitação se desenvolver nos próximos meses, nossa coalizão de países que participam deste esforço decidirá quando fornecer aviões, quantos serão fornecidos e para onde serão destinados", disse um funcionário do alto escalão da Casa Branca.

Zelensky expressou satisfação com o anúncio dos Estados Unidos. É "uma decisão histórica", que "reforçará nossas forças armadas" no espaço aéreo ucraniano, tuitou, afirmando que deseja "discutir a aplicação prática" do plano.

Vários países europeus, como Reino Unido e Holanda, anunciaram nesta semana que irão trabalhar em uma “coalizão internacional” para que a Ucrânia receba caças F-16. A entrega dos aviões, de fabricação americana, requer a autorização de Washington.

- Presença essencial -

Zelensky já deixou a Ucrânia e fez escala hoje na Arábia Saudita, para participar de uma reunião de cúpula da Liga Árabe e se encontrar com o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, que mantém relações estreitas tanto com a Rússia quanto com a China.

"Coisas muito importantes serão decididas, por isso a presença do nosso presidente é absolutamente essencial para defender os nossos interesses", afirmou o secretário do Conselho de Segurança ucraniano, Oleksii Danilov.

Em Hiroshima, cidade vítima do primeiro bombardeio atômico da História, em 1945, os líderes do G7 anunciaram um endurecimento de suas sanções contra a Rússia e expressaram preocupação com o aumento do armamento nuclear chinês.

O G7 também anunciou medidas para "privar a Rússia da tecnologia, equipamento industrial e serviços do G7 que sustentam sua máquina de guerra" em território ucraniano. O pacote inclui restrições às exportações de produtos "críticos para a Rússia no campo de batalha", além de medidas contra entidades acusadas de transportar material para o front a favor de Moscou.

Horas antes, o governo dos Estados Unidos anunciou que restringiria o acesso da Rússia a "produtos necessários para suas capacidades de combate", com a proibição das exportações a 70 entidades russas e de outros países.

- Sanções contra os diamantes russos -

Reino Unido e União Europeia (UE) anunciaram restrições contra a indústria de diamantes da Rússia, que tem o comércio avaliado entre 4 e 5 bilhões de dólares por ano (19,8 e 24,8 bilhões de reais) e representa uma importante fonte de receita para o Kremlin.

O G7 se comprometeu, também, a "restringir o comércio e o uso de diamantes extraídos, processados ou produzidos na Rússia". Emirados Árabes, Índia e Bélgica, membro da UE, estão entre os principais importadores de diamantes russos.

Os líderes do G7 poderão apresentar seus argumentos a favor da medida diretamente ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, cujo país mantém relações militares estreitas com a Rússia e que se recusou a condenar a invasão da Ucrânia.

A Índia, ao lado do Brasil e da Indonésia, está entre os oito países não integrantes do fórum que foram convidados ao encontro de Hiroshima. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve na cidade japonesa uma primeira reunião bilateral com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.

"Falamos sobre a ampliação das relações Brasil-Austrália, a Copa do Mundo de Futebol Feminino (que será disputada na Austrália e Nova Zelândia em julho e agosto) e recebi o convite para visitar a Austrália", afirmou Lula no Twitter.

Antes do início da reunião de cúpula, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, nascido em Hiroshima, recebeu os outros seis líderes do G7, um a um, no Parque Memorial da Paz, Juntos, os sete governantes prestaram uma homenagem às vítimas da bomba atômica lançada pelas tropas americanas na cidade em 6 de agosto de 1945.

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O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, quer uma reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Hiroshima, no Japão. Autoridades ucranianas entraram em contato com a diplomacia brasileira solicitando o encontro na cidade-sede do G-7. Lula ainda não deu resposta formal ao convite.

Zelenski estará em Hiroshima no domingo, 21, para participar das discussões do G-7 sobre a guerra na Ucrânia. O bloco, formado pelos sete países mais ricos do mundo, tem adotado uma postura fortemente crítica à Rússia e anunciou mais cedo novas sanções a Moscou. Lula prefere uma posição de neutralidade para tentar negociar a paz, o que incomoda a Ucrânia e os países do G-7, incluindo os Estados Unidos.

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O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, foi às redes sociais comentar sua reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Foi maravilhoso encontrar o presidente Lula pela primeira vez. E parabenizá-los pessoalmente pela presidência brasileira do G20 em 2024", escreveu o premiê em suas redes sociais.

Lula e Albanese reuniram-se nesta sexta-feira, 19, por cerca de 35 minutos em Hiroshima e debateram a regulamentação do mercado de trabalho após a chegada dos aplicativos. Os dois estão no Japão para a cúpula do G7. Além de participar dos painéis do evento multilateral, o chefe do Executivo do Brasil terá nove reuniões bilaterais e um encontro com empresários.

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No Twitter, Lula destacou que desde 2018 não havia uma reunião entre os líderes brasileiro e australiano. "Em Hiroshima, na primeira reunião bilateral de uma série de encontros que teremos no Japão. Conversei pela 1º vez com o primeiro-ministro da Austrália. Desde 2018 não havia encontro entre nossos países", publicou o presidente.

"Falamos sobre a ampliação das relações Brasil - Austrália, a Copa do Mundo de Futebol Feminino e recebi o convite para visitar a Austrália. Vamos trabalhar para cada vez mais aproximarmos nossos países", acrescentou.

Anthony Albanese é um político trabalhista considerado de esquerda, mas difere de Lula na postura sobre a guerra na Ucrânia. O australiano se alinha ao G7 e faz críticas à Rússia pelo início do conflito, enquanto o brasileiro adota uma postura de neutralidade.

Líderes mundiais chegaram em Hiroshima, no Japão, nesta quinta-feira, 18, para encontro do Grupo dos Sete (G7). O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida iniciou sua diplomacia ao se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, após sua chegada.

Kishida deve manter conversas com o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, um pouco mais tarde, antes do encontro de três dias de líderes das democracias ricas do mundo começar oficialmente na sexta-feira.

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A aliança entre Japão e EUA é "a própria base da paz e segurança na região do Indo-Pacífico", disse Kishida a Biden, em comentários iniciais.

Enquanto os participantes do G7 se encontravam para Hiroshima, Moscou desencadeou outro ataque aéreo contra a capital ucraniana. Explosões fortes trovejaram por Kiev durante a madrugada, marcando a nona vez neste mês que ataques aéreos russos atingiram a cidade após semanas de relativo silêncio.

O G7 e convidados de vários outros países também devem discutir como lidar com a crescente assertividade e reforço militar da China, à medida que aumentam as preocupações de que ela poderia tentar tomar Taiwan à força, provocando um conflito mais amplo.

Em um duelo diplomático, o presidente chinês Xi Jinping está recebendo os líderes dos países da Ásia Central do Casaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão para uma cúpula de dois dias na cidade chinesa de Xian a partir desta quinta. Fonte: Associated Press.

Os chefes da diplomacia do G7 alertaram, nesta terça-feira (18), sobre os "custos severos" para aqueles que ajudam a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia, ao mesmo tempo que expressaram união diante da China, que representa outro desafio geopolítico.

Depois de dois dias de reunião na localidade montanhosa japonesa de Karuizawa, os ministros das Relações Exteriores das grandes economias do planeta não anunciaram novas medidas contra Moscou, mas prometeram responder aqueles que ajudam a Rússia a evitar as sanções impostas ou a adquirir armas.

Os ministros também anunciaram oposição às "atividades de militarização" de Pequim no Mar da China Meridional e reiteraram sua política a respeito de Taiwan.

A declaração provocou uma reação irritada de Pequim, que acusou os ministros de "maliciosamente caluniar e difamar a China".

Os ministros das Relações Exteriores do G7 também pediram à Coreia do Norte que não execute novos lançamentos de mísseis ou testes nucleares.

Embora a Ucrânia e os desafios regionais tenham dominado o encontro, os ministros abordaram outras questões de geopolítica internacional.

Em meio aos combates entre o exército e grupos paramilitares no Sudão, o comunicado da reunião pede "a interrupção imediata da violência (...) e o retorno do poder civil no Sudão".

A nota final do encontro também condena as crescentes restrições impostas contra as mulheres e as minorias pelo regime Talibã no Afeganistão, descritas como "abusos sistemáticos".

O porta-voz do governo Talibã, Zabihullah Mujahid, respondeu que "os países estrangeiros não devem interferir nos temas internos do Afeganistão", cujos princípios e leis são questões dos afegãos.

O comunicado também pede a "revogação imediata das decisões inaceitáveis" dos talibãs, como a proibição de trabalho para as mulheres na ONU e em organizações não governamentais no Afeganistão.

- "Retórica nuclear irresponsável" -

Mas as duas crises que dominaram as discussões do grupo - formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - foram a Ucrânia e o crescente peso militar e econômico da China.

Os ministros do G7 prometeram "intensificar" as sanções contra a Rússia e aumentar os esforços para impor "custos severos" aos que oferecem apoio armamentista ou de outro tipo a Moscou.

Também criticaram "retórica nuclear irresponsável" da Rússia e consideraram "inaceitável" a instalação de armas táticas em Belarus.

"Enquanto a Ucrânia se prepara para iniciar uma contraofensiva para recuperar seu território (...) estamos com a Ucrânia", declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken.

O comunicado deixou claro que os ministros estavam cientes da polêmica provocada pelas declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, após sua visita a Pequim, onde pediu para a UE não seguir os Estados Unidos na questão de Taiwan.

"Não há mudanças nas posições básicas dos membros do G7 sobre Taiwan", afirma a nota, antes de destacar que a paz e a estabilidade nesta região são "indispensáveis" para a segurança e a prosperidade global.

"Pela primeira vez na história do G7, nós conseguimos confirmar por escrito nosso compromisso como uma ordem internacional livre e aberta, baseada no império da lei", declarou o ministro japonês das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi.

Blinken afirmou que nunca observou uma "convergência maior" de critérios sobre a China e Taiwan. O comunicado adverte Pequim sobre vários temas, de seu arsenal nuclear até suas práticas comerciais.

De modo específico, o texto critica a expansão "acelerada" do arsenal nuclear de Pequim e expressa preocupação de que a China esteja desenvolvendo "sistemas vetores cada vez mais complexos sem transparência, controle armamentista de boa-fé ou medidas de redução de risco".

E, embora sem mencionar diretamente a potência asiática, defende o aumento da cooperação contra a "coerção econômica", uma referência à prática de instrumentalizar as regras de importação e exportação com fins políticos.

Até mesmo a advertência contra o apoio à Rússia na Ucrânia pode ser interpretada como uma mensagem para a China, que recebeu vários alertas de países ocidentais para não fornecer armas a Moscou.

O porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, respondeu que os ministros do G7 "ignoraram os fatos objetivos, interferiram de modo grosseiro em temas internos de China e maliciosamente caluniaram e difamaram a China".

A reunião preparou o caminho para o encontro de cúpula de líderes do G7, programado para maio em Hiroshima, onde o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, deseja estabelecer como questão prioritária o desarmamento nuclear.

O comunicado desta terça-feira dedica um grande trecho ao desarmamento e à não proliferação, mas com um conteúdo reduzido sobre novos compromissos e referências ao "difícil cenário de segurança atual", o que sugere um caminho complicado para obter avanços.

Também pede aos países que documentem de forma transparente seus arsenais, insta a Rússia respeite a moratória dos testes nucleares e pede à China que mantenha negociações de "redução de risco" com Washington.

A União Europeia (UE) aprovou, nesta sexta-feira (24), a décima rodada de sanções contra a Rússia desde a invasão da Ucrânia, que começou há exatamente um ano, anunciou a Presidência do bloco, exercida atualmente pela Suécia.

As medidas preveem "restrições contra indivíduos e entidades que apoiam a guerra, divulgam propaganda e abastecem a Rússia com drones usados na guerra", detalhou.

Um diplomata da UE revelou à AFP que a lista incluía 120 indivíduos e entidades, assim como três bancos russos.

Os detalhes serão publicados no Diário Oficial da União Europeia depois da aprovação definitiva das sanções neste sábado.

O anúncio da UE acontece depois de medidas similares de Estados Unidos e Reino Unido. O G7, que reúne as economias industrializadas mais avançadas do mundo, também ameaçou com "altos custos" países que ajudem a Rússia a driblar as sanções.

Diversos diplomatas da UE explicaram à AFP que as queixas da Polônia - que considerou as sanções insuficientes - acabaram atrasando o acordo desta sexta.

Em Kiev, o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, disse hoje que as propostas de Bruxelas eram "leves e fracas demais".

O G7, grupo das economias mais avançadas do planeta, expressou nesta sexta-feira (4) um apoio "inabalável" à Ucrânia diante da invasão russa e posições unidas, ainda que com nuances, contra a China.

Os chefes da diplomacia dos países do G7 (EUA, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Japão), reunidos na cidade alemã de Münster, também denunciaram os testes de mísseis da Coreia do Norte e a repressão às manifestações no Irã.

Em relação à Ucrânia, eles concordaram em estabelecer um "mecanismo de coordenação" para ajudar esta ex-república soviética a reconstruir e defender suas infraestruturas de água e eletricidade, bombardeadas pela Rússia nas últimas semanas.

Este mecanismo permitirá coordenar a ajuda dos países para consertar as instalações e entregar "bombas d'água, aquecedores, casas e banheiros portáteis, camas, cobertores e barracas", explicou na quinta-feira a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock.

"Reiteramos nosso compromisso inabalável de continuar fornecendo o apoio financeiro, humanitário, político, técnico e de defesa de que a Ucrânia precisa para aliviar o sofrimento de sua população e defender sua soberania e integridade territorial", disse o comunicado da reunião, realizada na mesma sala da Rathaus (Prefeitura) de Münster, onde em 1648 foi assinado o Tratado de Vestefália, que redesenhou a Europa.

Após as recentes mudanças de governo na Itália e no Reino Unido, esperava-se uma declaração de unidade para ilustrar a harmonia do grupo.

"Vamos ajudá-los [os ucranianos] a terminar vitoriosamente o conflito, enquanto for preciso", disse o britânico James Cleverly em entrevista à AFP.

O grupo rejeitou as acusações "falsas" de Moscou sobre a possível preparação de uma "bomba suja" pela Ucrânia e denunciou a "retórica nuclear inaceitável" da Rússia.

O G7 também instou os países produtores de petróleo a aumentar sua produção para ajudar a baixar os preços e aliviar a crise energética causada pela redução do envio de gás russo para a Europa.

- O fator chinês -

A retórica sobre a China foi muito menos contundente do que sobre a Rússia, tanto mais que a reunião do G7 ocorreu à margem de uma controversa visita a Pequim do chanceler alemão, Olaf Scholz.

Em sua declaração final, os países do G7 disseram estar prontos para uma "cooperação construtiva sempre que possível" com a potência asiática, que é ao mesmo tempo parceira, concorrente e rival das potências ocidentais, como disse Baerbock na quinta-feira.

Também pediram à China que "respeite suas obrigações internacionais" e "se abstenha de ameaças ou intimidações", em alusão à ilha de Taiwan, considerada por Pequim uma província rebelde.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, cujo país considera a China um adversário sistêmico, destacou a "crescente convergência entre os Estados Unidos e a Europa na abordagem" daquele país.

Enquanto isso, em Pequim, Scholz optou por "desenvolver ainda mais" as relações econômicas da Alemanha com a China, depois de se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.

Durante a reunião, Scholz pediu a Xi que exerça "sua influência" sobre a Rússia para que acabar com a guerra na Ucrânia.

- Coreia, Irã -

Os ministros do G7 condenaram "firmemente" o lançamento recente de mísseis pela Coreia do Norte, assim como a repressão "brutal" do Irã às manifestações que sacodem o país desde setembro.

"Todo teste nuclear ou qualquer outra ação perigosa terá uma resposta internacional rápida, robusta e unida", afirmaram.

A Rússia declarou nesta terça-feira (28) que visa a rendição da Ucrânia, um dia após um bombardeio russo que matou 18 pessoas em um shopping em Kremenchuk e apesar do firme apoio e da unidade reafirmada pelo G7.

"A parte ucraniana pode acabar (com o conflito) no dia de hoje" se "ordenar" aos seus soldados que "entreguem as armas", afirmou Dmitri Peskov, porta-voz de Vladimir Putin.

Mas o ataque russo ao centro comercial na segunda-feira revigorou ainda mais a determinação ucraniana.

Em uníssono com as condenações ocidentais, o G7, reunido no sul da Alemanha, denunciou um "crime de guerra".

"Dezoito mortos... Minhas sinceras condolências às famílias e entes queridos. Os socorristas continuam trabalhando", declarou o chefe interino da administração regional de Poltava, Dmytro Lunin, sobre o bombardeio que atingiu a cidade localizada 330 km a sudeste de Kiev e a mais de 200 km da frente de combate.

- "Terrorismo" -

O edifício ficou em ruínas, cercado por estruturas de concreto e vidro, observou um jornalista da AFP no local.

Quatro guindastes gigantes foram instalados no local para retirar os detritos pesados. O estacionamento do shopping foi transformado numa zona de emergência onde trabalham socorristas e bombeiros.

É "um dos atos terroristas mais vergonhosos da história europeia", denunciou o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, pedindo que a Rússia seja designada como "Estado patrocinador do terrorismo" após este ataque a "uma cidade pacífica, um shopping comum".

Em Nova York, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, lembrou que os beligerantes estavam obrigados pelo direito internacional a "proteger os civis e infraestruturas civis", considerando o novo ataque "totalmente lamentável".

Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre os últimos bombardeios russos contra alvos civis na Ucrânia está programada para hoje às 16h00.

O exército russo, por sua vez, alegou ter atingido um depósito de armas, causando explosões que, segundo Moscou, incendiaram um shopping center abandonado.

De acordo com a Força Aérea ucraniana, o shopping foi atingido por mísseis antinavio Kh-22 disparados por bombardeiros de longo alcance Tu-22 da região russa de Kursk.

A Ucrânia é confrontada há cinco meses a "uma brutalidade" sem precedentes "desde a Segunda Guerra Mundial", lamentou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

"A Rússia não pode e não deve vencer" a guerra e as sanções contra ela serão mantidas "enquanto for necessário", acrescentou o presidente francês, Emmanuel Macron, ao final do G7, que concluiu seus trabalhos nesta terça-feira.

Os ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, prometeram assim apertar o cerco contra Moscou, visando a indústria de defesa russa em particular.

A maratona dos ocidentais continua esta noite com uma cúpula da Otan em Madri, um encontro no qual Zelensky também deve participar remotamente.

- Petróleo -

Também pretendem desenvolver um "mecanismo para limitar o preço do petróleo russo em nível global". Outra alavanca operada pelo Ocidente: o G7 "coordenará o uso de taxas alfandegárias sobre produtos russos para ajudar a Ucrânia".

O objetivo geral é "aumentar" os custos da guerra para a Rússia, resumiu o chanceler alemão Olaf Scholz, anfitrião da cúpula.

O G7 também promete participar da reconstrução do país por meio de uma conferência e plano internacionais.

Neste contexto, a Rússia baniu de seu território 25 americanos, incluindo a esposa e a filha do presidente Joe Biden.

Mas apesar do peso das sanções que atingem a economia russa, o Kremlin assegurou que "não há razão" para falar de default.

As autoridades russas, no entanto, reconheceram que, por causa das sanções, duas parcelas não chegaram aos credores até o prazo de domingo. Trata-se, de fato, de um "calote", estimou nesta terça-feira a agência de notação Moody's.

- Cidade em "ruínas" -

Poucas horas após o anúncio do bombardeio de Kremenchuk, as autoridades ucranianas anunciaram outro ataque mortal russo contra civis em Lyssychansk, um reduto estratégico de resistência ucraniana na bacia do Donbass (leste).

Nesta cidade gêmea de Severodonetsk, recentemente tomada pelos russos, pelo menos oito civis ucranianos foram mortos e mais de 20 outros, incluindo duas crianças, ficaram feridos enquanto "recolhiam água de uma cisterna", anunciou o governador da região de Lugansk, Sergei Gaïdaï.

Lysytchansk é a última grande cidade a ser conquistada pelos russos nesta província.

"Nossos defensores mantêm a linha, mas os russos reduzem a cidade a ruínas com artilharia, aviação (...) A infraestrutura está completamente destruída", detalhou Gaïdaï.

A conquista do Donbass, já parcialmente controlado por separatistas pró-Rússia desde 2014, tem sido o objetivo prioritário dos russos desde que se retiraram dos arredores de Kiev no final de março.

A Rússia também lançou 11 foguetes durante a noite em Mykolaiv (sul), segundo o chefe distrital desta cidade. Alguns foram interceptados, mas três pessoas morreram em Ochakiv, incluindo uma menina de 6 anos.

Os países do G7, reunidos na Alemanha para um encontro de cúpula, pretendem reforçar a pressão econômica contra a Rússia, em particular a partir de um "mecanismo para impor um teto a nível mundial ao preço do petróleo russo", disse uma fonte da Casa Branca nesta segunda-feira (27).

"Ainda estamos nas discussões finais com nossos colegas do G7 para concluir este tema", disse a fonte do governo americano à margem da reunião de cúpula, no sul da Alemanha, das sete potências mais ricas do planeta.

"Estamos muito perto de que os líderes do G7 decidam dar uma instrução urgente a seus ministros para impor um teto aos preços do petróleo russo", explicou.

Este mecanismo, que ainda não está detalhado, pode passar pelos "serviços" que a exportação implica, indicou a fonte, que pediu anonimato.

O conceito diz respeito ao transporte por navios e aos contratos de seguro sobre as cargas de petróleo.

A estratégia pretende frear a receita do governo do presidente russo Vladimir Putin e, ao mesmo tempo, amortecer o impacto da guerra na Ucrânia nos preços da gasolina, que registram forte alta em todo o mundo.

O grupo de países mais ricos do mundo vai "continuar restringindo o acesso da Rússia a recursos industriais cruciais", em particular no setor de defesa, de acordo com a mesma fonte, que explicou que a estratégia também pretende atingir "de forma agressiva" as grandes empresas públicas russas.

Isso significa que as empresas não poderão importar mais produtos dos Estados Unidos, especificamente componentes eletrônicos.

O G7 também quer estabelecer uma "coordenação para utilizar as tarifas de importação sobre os produtos russos para ajudar a Ucrânia", começando com tarifas mais elevadas, afirmou a fonte.

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