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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta quarta-feira (13) da reunião conjunta das trilhas de Sherpas e das Finanças do G20 Brasil. É a primeira vez que as duas trilhas fazem reunião conjunta na fase inicial de discussões do G20.

A primeira reunião do G20 Brasil terminou nesta terça-feira (12), em Brasília. O encontro reuniu os sherpas, que são os emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam as negociações, discutem os pontos que formam a agenda da cúpula e coordenam a maior parte do trabalho. Amanhã, inicia a reunião da Trilha de Finanças, que reúne vice-ministros das Finanças e vice-presidentes de bancos centrais do G20.

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A reunião dos sherpas contou com a presença de autoridades das maiores economias do mundo, 19 países mais União Africana e União Europeia, além dos oito países convidados. No encerramento do encontro, o  ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, destacou os três objetivos da presidência brasileira (inclusão social e combate à fome; transição energética e desenvolvimento sustentável e reforma das instituições de governança global) e salientou a intenção do Brasil em fomentar a participação social no processo do G20.

“Ao assumir a presidência do G20, não planejamos resolver os problemas do mundo. Nosso plano é apresentar-lhes um conjunto de bons pontos de partida, e estamos prontos para dar nossa parcela de contribuição. Durante nossa presidência, trabalharemos para construir um consenso dentro do grupo, ouvindo todos os membros e buscando o mais alto nível de ambição para que o G20 produza resultados”, disse o ministro.

Após este primeiro ciclo, as próximas reuniões do G20 estão previstas para o ano que vem, 2024, na segunda semana de janeiro, por videoconferência.

O Grupo dos Vinte (G20) reúne os países com as maiores economias do mundo e é o principal fórum de cooperação econômica internacional. O Brasil exerce a presidência do G20 de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024.

O Brasil assume hoje (1º), pela primeira vez, a presidência do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana. O mandato tem duração de um ano, encerrando-se em 30 de novembro de 2024. 

Formado em 1999, com o objetivo de buscar soluções após uma grave crise financeira internacional, o G20 corresponde hoje a cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e 2/3 da população mundial. 

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O Brasil integra o grupo desde o início, quando o foco principal ainda era a chamada Trilha das Finanças, que reúne os ministros de finanças e presidentes de bancos centrais. A partir de 2008, quando uma nova crise financeira abalou o mundo, o grupo passou a ter o formato atual, congregando também chefes de Estado e de governo. 

Enquanto o país estiver na presidência, o governo do Brasil será responsável por decidir e implementar a agenda de atuação do G20, com apoio direto da Índia, última ocupante da presidência, e da África do Sul, país que exercerá o mandato em 2025. Esse sistema é conhecido como troika e é um dos diferenciais do grupo em relação a outros organismos internacionais.

A partir desta sexta-feira (1º), o site oficial e as redes sociais do G20 também passarão a ser administradas pelo governo brasileiro. A página estará disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol) e vai conter, além de informações sobre o grupo e sua história, detalhes sobre os grupos de trabalho, grupos técnicos, forças-tarefa, reuniões e demais iniciativas da Presidência brasileira do G20.

Para marcar a data, o governo organizou ainda uma campanha de mídia nos aeroportos de Guarulhos (São Paulo), Galeão (Rio de Janeiro) e Juscelino Kubitschek (Brasília). Além disso, no fim da tarde de sexta-feira, uma projeção será feita no Museu da República, em Brasília, com as principais mensagens da Presidência brasileira do G20.

Foi lançado também o e-book Brasil na presidência do G20, que explica o que é o G20 e quais a responsabilidades do país à frente do grupo.

Três eixos prioritários

Desde o primeiro momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou como prioridade da presidência do Brasil a atuação em três eixos: a inclusão social e a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza; o enfrentamento das mudanças climáticas e a promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental; e a defesa da reforma das instituições de governança global, que reflita a geopolítica do presente.

Em vídeo publicado nas redes sociais do G20, Lula reforçou essas prioridades. “Não é possível que tanto dinheiro continue na mão de tão poucas pessoas e tantas pessoas não tenham dinheiro para comer o mínimo necessário”, disse o presidente, sobre a fome. 

“Compromisso de convencer os países ricos que não existem dois planetas Terra, que é urgente enfrentar com determinação a crise climática”, acrescentou Lula. Ele voltou a defender a compensação financeira para os países mais pobres, que poluem menos.  

“Nosso terceiro compromisso é engajar o G20 na luta do Brasil por uma nova governança global”, afirmou. “Não é possível que organizações financeiras criadas há quase 80 anos continuem funcionando com os mesmos paradigmas, sem levar em conta as alterações estruturais do século 21”.

Em discursos anteriores, Lula vem cobrando a repaginação de outros organismos multilaterais, com mais participação de países emergentes nas decisões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, por exemplo. O presidente também já mencionou a Organização Mundial de Comércio (OMC) e a própria Organização das Nações Unidas (ONU).  

Trilhas

À frente do G20, o Brasil terá desafios de ordem política e logística. Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, o país deverá organizar mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades, que incluem cerca de 20 reuniões ministeriais, 50 reuniões de alto nível e eventos paralelos. O ponto alto será a 19ª Cúpula de chefes de Estado e governo do G20, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

Lula orientou a diplomacia a aproximar as duas trilhas que norteiam os trabalhos do G20 -  a Trilha dos Sherpas, que reúne emissários dos executivos de cada país e tem o papel de elaborar políticas, e a Trilha das Finanças, com representantes das equipes econômicas e na qual se discute o financiamento a essas políticas e temas macroeconômicos mundiais. 

Para liderar a trilha dos sherpa, o indicado pelo governo brasileiro é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty. Já a Trilha das Finanças será coordenada pela economista e diplomata Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.

Uma primeira reunião entre representantes de cada trilha deve ocorrer em 11 de dezembro.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu atenção a seus ministros, durante a presidência brasileira no G20 em 2024, para que não esqueçam que a prioridade do governo é a gestão do próprio país. Para Lula, coordenar o grupo das 20 maiores economias do mundo, possivelmente, é a maior responsabilidade internacional do Brasil.

A presidência brasileira no bloco inicia-se em 1º de dezembro deste ano e segue até 30 de novembro de 2024. Lula falou, nesta quinta-feira (23), durante a abertura da reunião de instalação da Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20, no Palácio do Planalto.

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“Todo mundo vai ter muita tarefa, mas é importante vocês não esquecerem que vocês foram eleitos, indicados ministros para governar o Brasil, que portanto a prioridade é a função para a qual vocês foram escolhidos, para ser ministro. Significa que vocês vão ter que trabalhar mais do que já estão trabalhando, significa que vocês vão ter que se virar em dois ou em duas para que a gente possa atender as necessidades de organização do G20 e para que a gente não possa deixar a peteca cair”, disse.

“Se esse primeiro ano [de governo] foi o ano de reconstrução das coisas que nós tivemos que recolocar nesse Brasil, o ano que vem é o ano da gente colocar o pé na estrada, visitar esse país, conversar com prefeitos, governadores, deputados, senadores e, sobretudo, conversar com o povo que tem expectativa que a gente atenda os interesses que eles estabeleceram durante o processo eleitoral”, acrescentou o presidente.

A Comissão Nacional para a Coordenação da Presidência do G20 foi instituída em junho deste ano e será composta por representantes de todos os ministérios, além do Banco Central e da Assessoria Especial do Presidente da República.

“É uma tarefa árdua, é a primeira vez, nós não temos experiência, nós vamos adquirir experiência com quem já fez o G20”, disse Lula, explicando a coordenação dos trabalhos no Brasil ficará a cargo dos ministérios das Relações Exteriores e da Fazenda.

Agenda de trabalho

A agenda do G20 será decidida e implementada pelo governo do Brasil, com apoio direto da Índia, última ocupante da presidência, e da África do Sul, país que exercerá o mandato em 2025. Esse sistema é conhecido como troika e é um dos diferenciais do grupo em relação a outros organismos internacionais.

É a primeira vez que o Brasil assume a presidência do G20 desde a sua criação, em 1999. O país esteve presente desde o início, quando as 20 maiores economias do mundo se reuniram com o objetivo de buscar uma solução para a grave crise financeira que abalou todos os mercados e que levou à quebra de um número enorme de bancos e outras companhias.

O grupo reunia, à época, apenas ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais. Em 2008, para enfrentar nova crise financeira internacional, passou a ter o formato atual, com chefes de Estado e de Governo. Hoje, o G20 reúne 19 das maiores economias do mundo e a União Europeia. A União Africana também tornou-se membro permanente durante a 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo, em agosto, em Nova Déli, na Índia.

De dezembro deste ano a novembro de 2024, o Brasil deverá organizar mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades do país, que incluem cerca de 20 reuniões ministeriais, 50 reuniões de alto nível e eventos paralelos. O ponto alto será a 19ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

Já no próximo dia 13 de dezembro, Lula receberá, em Brasília, os representantes da trilha de política, mais ampla e onde se discutem políticas públicas, e da trilha de finanças, as questões de financiamento. O Brasil está propondo uma aproximação entre essas duas instâncias, para que trabalhem de forma mais coordenada.

Participação social

A presidência brasileira no G20 vai criar ainda um canal de diálogo entre os chefes de Estado e governo e a sociedade civil. Um grande evento de participação popular será realizado previamente à reunião dos líderes no Rio de Janeiro.

Como exemplo, o presidente Lula saudou a intenção do presidente da Câmara, Arthur Lira, de realizar um encontro de mulheres parlamentares. “Não vamos deixar nenhum segmento da sociedade fora do debate do G20”, disse Lula, anunciando que também será instalado um grupo de trabalho sobre empoderamento das mulheres.

Lira também esteve na reunião no Palácio do Planalto, assim como o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.

Ontem (22), o presidente Lula participou da Cúpula Virtual do G20, que marcou o fim da presidência da Índia do bloco, que vai até 30 de novembro. Na ocasião, ele anunciou que a presidência do Brasil no G20 terá uma iniciativa para a bioeconomia. O Brasil também criará duas forças tarefas no bloco, uma contra a fome e a desigualdade e a outra contra a mudança do clima.

Prioridades

A presidência brasileira no G20 terá três prioridades, uma delas é a inclusão social e a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza. “Não é mais humanamente explicável um mundo tão rico, com tanto dinheiro atravessando os atlânticos a gente ter tanta gente ainda passando fome”, afirmou Lula.

A segunda prioridade é o enfrentamento das mudanças climáticas, com foco na transição energética, e a promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental.

“Essa tradição energética se apresenta para o Brasil como a oportunidade que nós não tivemos no século 20, de termos no século 21 a possibilidade de mostrarmos ao mundo que quem quiser utilizar energia verde para produzir aquilo que é necessário à humanidade, o Brasil é o porto seguro para que as pessoas possam vir aqui fazer os seus investimentos e fazer com que esse país se transforme num país, definitivamente, desenvolvido”, disse o presidente.

Por fim, o Brasil vai defender a reforma das instituições de governança global, que reflita a geopolítica do presente. Desde que assumiu o mandato, em discursos em diversas instâncias internacionais, Lula tem defendido que o modelo atual de governança, criado depois da Segunda Guerra Mundial, não representa mais a geopolítica do século 21. Para o presidente, é preciso uma representação adequada de países emergentes em órgãos como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e em instituições de financiamento como o Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lula defende que a dívida externa dos países mais pobres precisa ser equacionada. “[Não é possível que essas instituições continuem] funcionando como se nada tivesse acontecendo no mundo, como se tivesse tudo resolvido muitas vezes, instituições que emprestam dinheiro não com o objetivo de salvar o país que está tomando dinheiro emprestado, mas para pagar dívida, não para produzir um ativo produtivo, em uma demonstração de que não há contribuição para salvar a vida dos países”, disse, citando a dívida da Argentina com o FMI e o endividamento de países africanos que chega a US$ 800 bilhões.

“Se não houver rediscussão de como fazer financiamento para os países pobres, a gente não vai ter solução, os ricos vão continuar ricos, os pobres para vão continuar pobres e quem tá com fome vai continuar com fome”, afirmou.

 

A Itália recebeu nesta quarta-feira (8) a presidência do G7 das mãos do Japão e disse que pretende envolver o Brasil como interlocutor durante sua gestão no grupo.

Em 2024, o maior país da América do Sul presidirá o G20, que também tem Roma como um de seus membros.

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"Durante a presidência italiana [no G7], temos a intenção de envolver o Brasil como interlocutor para falar com o G20, visto que terá o comando do grupo", afirmou o ministro das Relações Exteriores e vice-premiê da Itália, Antonio Tajani, após uma reunião ministerial do G7 em Tóquio.

"Queremos reforçar as relações em nível global, principalmente com a África, o Mediterrâneo e o G20", reforçou.

Em 2024, um dos quatro encontros programados dos ministros das Relações Exteriores do G7 será realizado na ilha de Capri, entre 17 e 19 de abril, e a Itália também pretende convidar Austrália e Nova Zelândia.

As outras três reuniões serão sediadas nas regiões de Abruzzo, Calábria e Lazio, mas ainda sem datas e cidades definidas. Segundo Tajani, as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia serão temas centrais da presidência italiana no G7.

"Continuaremos a trabalhar pela segurança e o crescimento sustentável da economia global, ameaçada pelas autocracias", garantiu o vice-premiê.

*Da Ansa

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que o Brasil tem uma posição destacada nos diálogos internacionais sobre o meio ambiente, ao discursar nesta quinta-feira (12) no Fórum Parlamentar sobre Estilo de Vida para o Meio Ambiente, em Nova Delhi, capital da Índia. Ele participa da 9ª cúpula de presidentes de parlamentos do G20, grupo chamado de P20, do qual assumirá a presidência neste sábado (14).

Lira destacou que o principal desafio da humanidade é encontrar soluções viáveis que sejam capazes de conciliar o crescimento econômico, a inclusão social e a proteção ao meio ambiente.

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"Trata-se de desafio particularmente difícil e decisivo para os países em desenvolvimento, que ainda têm de oferecer um padrão mínimo de bem-estar e segurança a grandes parcelas de suas populações", disse o presidente. "Precisamos todos nos mobilizar implementar modos de produção e consumo mais sustentáveis", cobrou. 

Segundo Lira, para que esses objetivos sejam cumpridos, os parlamentos devem estar na vanguarda desses esforços, como impulsionar iniciativas legislativas e apoiar políticas públicas com foco no desenvolvimento sustável.

Em seu discurso, o presidente da Câmara destacou os avanços na legislação brasileira sobre o tema, como o Código Florestal, o projeto que autoriza o comércio de crédito de carbono e o acesso à biodiversidade em florestas públicas. Ele também destacou a criação da Comissão Especial da Transição Energética e Produção do Hidrogênio Verde no Brasil.

Estudo da Câmara mostra como o Brasil se prepara para o mercado de carbono "Em paralelo a essas iniciativas, o Parlamento brasileiro continua a trabalhar pela ampliação do uso dos biocombustíveis sustentáveis, como etanol, a fim de reduzir as emissões", destacou Lira.

"O Parlamento brasileiro já provou que deseja e sabe fazer a diferença nas discussões sobre o desenvolvimento sustentável", afirmou.

*Da Agência Câmara de Notícias

Além da reunião de cúpula de líderes, marcada para novembro do ano que vem, no Rio de Janeiro, o grupo das 20 maiores economias do globo (G20) realizará um total de 104 reuniões no Brasil em 2024, conforme foi informado nesta quinta-feira, 5, pelo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e sherpa brasileiro do G20, embaixador Maurício Lyra. No total, segundo foi explicado por técnicos do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços (MGI), haverá 74 reuniões de grupo de trabalho, sete de sherpas (da área da diplomacia) e vice-ministros de finanças, e 22 reuniões ministeriais.

"Este número de 104 reuniões será confirmado quando a gente concluir completamente essa fase de intenção de registro de preços", explicou o analista central de Compras do MGI, Francisco Silva, ao detalhar em audiência pública o processo de licitação de bens e serviços para o evento. "Mesmo que haja alguma variação, será algo em torno de 90 a 100 reuniões que faremos. É uma empreitada de alto vulto nas cinco regiões brasileiras ao longo de 12 meses", prosseguiu.

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Distribuição

Brasília sediará 36 das 104 reuniões previstas até o momento para a realização do G20 no Brasil a partir de 1º de dezembro, conforme revelou um slide apresentado pelo MGI em audiência pública. No Rio de Janeiro, serão realizados 17 encontros, incluindo a cúpula de líderes, em novembro do ano que vem.

Somando-se os dois locais, Brasília e Rio concentrarão praticamente metade das reuniões.

Organizadores do evento trabalham com essa lista no momento, mas poderá haver ainda ajustes até dezembro.

Pelo mapa apresentado pelo MGI, a região Nordeste terá 20 reuniões: em Salvador, Bahia (9); Fortaleza, Ceará (5); Recife, Pernambuco, e Maceió, Alagoas, (2); São Luiz, Maranhão, e Teresina, Piauí, uma. No Centro-Oeste, além dos encontros realizados em Brasília, está previsto mais um em Cuiabá, Mato Grosso.

No Sudeste, a organização prevê, além das reuniões no Rio, quatro em São Paulo, uma em Presidente Prudente e uma em Belo Horizonte.

No Sul, estão projetadas quatro em Foz do Iguaçu, Paraná, e uma em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. No Norte, o G20 deve ocorrer em Manaus, Amazonas (6), Belém (3) e Santarém (2), ambas cidades do Pará.

Tradicionalmente, o G20 é dividido na trilha de sherpas e da financeira. A trilha de sherpas contará com 20 grupos técnicos distribuídos por vários ministérios e a de finanças, que é comandada pelo Ministério da Fazenda e o Banco Central, oito.

"É um grupo menor, entretanto com um volume grande de reuniões", comentou Francisco Silva, ao detalhar em audiência pública o processo de licitação.

Depois dos tropeços em política externa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou de Nova York com uma foto ao lado do ucraniano Volodmir Zelenski, uma parceria com o americano Joe Biden e um discurso aplaudido na Assembleia-Geral das Nações Unidas. Com isso, o petista conseguiu encerrar uma sequência de agendas internacionais quase seguidas - Cúpula do Brics, G-20 e ONU - com um saldo positivo, que precisa ser combinado à sinalizações internas para que, de fato, a melhora na imagem do Brasil lá fora possa ser revertida em benefícios concretos, avaliam diplomatas e analistas ouvidos pelo Estadão.

Com uma série de viagens, em especial as mais recentes, o novo governo tenta reinserir o Brasil na arena internacional, depois do espanto causado pela conturbada política externa do antecessor Jair Bolsonaro. O movimento, até agora, tem sido positivo, segundo analistas, apesar das declarações polêmicas sobre a guerra na Ucrânia, que criou ruídos com Estados Unidos e Europa.

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Agora, enquanto o Brasil melhora a imagem lá fora, o País tem a ganhar, efetivamente, se focar nas pautas em que é considerado um ator influente, como meio ambiente e energias renováveis. Um bom exemplo dos retornos possíveis veio na cúpula do G-20, com o lançamento da Aliança Global dos Biocombustíveis liderada por Brasil, Estados Unidos e Índia, os maiores produtores do mundo. A iniciativa, que tem o objetivo de incentivar a produção e o consumo de combustíveis menos poluentes, conta mais 16 países e tende a abrir portas para a produção brasileira de etanol ao fortalecer o mercado global de biocombustíveis.

Apesar de promissora, a ideia não é inédita. Uma parceria pelo etanol chegou a ser lançada junto com o então presidente americano George W. Bush, em 2007, mas praticamente não rendeu efeitos práticos. Para evitar que, mais uma vez, o fomento aos biocombustíveis fique apenas no papel, o Brasil precisa combinar sinalizações robustas tanto na política externa, como na política interna, sugere o diplomata Rubens Barbosa.

"O problema é a implementação de tudo isso eu acho que o governo, tanto na economia quanto na política externa, está sem uma visão de médio e longo prazo", contextualiza o ex-diplomata ao dizer que agora começa a vislumbrar um horizonte no momento em que o Brasil sinaliza uma política mais focada.

A ideia foi corroborada pelo diplomara Roberto Abdenur. "Na medida em que a política externa se apresenta de maneira mais equilibrada, como creio que está começando a acontecer e, na medida em que a política econômica tiver êxito, o Brasil se torna um país muito atrativo para investimentos externos, principalmente, mas não só na área de energia", prevê o ex-diplomata.

Crítico contundente da política externa do ex-presidente Jair Bolsonaro, Abdenur acredita que, de modo geral, a nova fase da política externa tem contribuído para que o País conseguisse "virar a página mais rápido que o esperado". Com isso, tem ganhando pontos em em "imagem, credibilidade e protagonismo" na política externa. Nesse contexto, o diplomata foi enfático ao dizer que o presidente acertou no discurso, que definiu como "excelente".

Ambos concordam que a apresentação do presidente na Assembleia-Geral da ONU trouxe sinais positivos à medida em que buscou mostrar quais são os interesses do Brasil na agenda internacional e como o País pode ser influente em problemas globais, como o combate à fome, a crise climática e o desenvolvimento.

Nesse sentido, destaca-se também a parceria lançada com o presidente Joe Biden na área trabalhista. A iniciativa, que defende o trabalho digno diante dos desafios impostos pelas transformações no setor produtivo foi vista por analistas, no primeiro momento, como um aceno às bases de Lula e Biden dentro dos seus próprios países. Mesmo assim, projeta um papel de liderança que pode, se bem aproveitado, aumentar o poder de barganha no cenário internacional.

"Qualquer aliança em que o Brasil possa ser visto como um líder, possa propor normas é positiva. Tanto o acordo com os Estados Unidos para melhoras as condições do trabalho quanto a aliança para fomentar o etanol. A Índia passou o Brasil na produção de cana-de-açúcar enquanto os EUA tem uma grande produção derivada do milho então nós temos grandes atores convergindo", avalia o professor de relações internacionais da FAAP Vinícius Vieira.

Ações precisam de ‘credibilidade’

 

Essa busca por maior influência na agenda internacional, no entanto, não é isenta de erros. A maior parte deles se refere a guerra na Ucrânia, com declarações polêmicas do petista, que criou ruídos com Estados Unidos e Europa ao sugerir que os aliados de Kiev dão continuidade ao conflito com o fornecimento de armas.

Foi justamente ao falar sobre o autor da guerra, o presidente russo Vladimir Putin, que o petista comprometeu o saldo considerado positivo das suas últimas agendas internacionais, durante a cúpula do G-20, na Índia. Enquanto Putin se esquiva de fóruns internacionais para evitar o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, Lula disse que o russo poderia vir ao Brasil sem medo. Pressionado pela declaração, sugeriu que o País poderia deixar o TPI, que o próprio petista já defendeu em outras ocasiões, e a emenda, nesse caso, saiu pior que o soneto.

Já na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, Lula fugiu da polêmica e citou a guerra de forma lateral como reflexo da "incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU", perdendo a oportunidade de se manifestar de forma mais contundente sobre o conflito.

Para Roberto Abedenur, falta ao petista incorporar em suas declarações os princípios da política externa brasileira que, inclusive levaram o País a condenar a Rússia em votações na própria ONU. "Eu considero muito ruim que o Brasil não tenha sido até agora em nenhuma aspecto solidário com a Ucrânia, vítima de uma guerra terrível", aponta o embaixador ao sugerir que o governo, poderia mandar ajuda humanitária à Kiev, inclusive, em consideração à comunidade ucraniana no Brasil.

A foto sem sorrisos ao lado do presidente Volodmir Zelenski, que já rebateu publicamente as falas de Lula em diferentes ocasiões, é uma imagem que traduz como a guerra continua sendo uma questão. O diplomata Rubens Barbosa viu a reunião como um encontro de conveniência em que cada um ouviu o que o outro tinha a dizer e guardou para si as próprias posições.

Mesmo assim, o encontro com Zelenski pode contribuir para amenizar as críticas à medida em que sinaliza uma disposição para dialogar com os dois lados do conflito. "Pode indicar para comunidade internacional uma sinalização de que o Brasil não está tão alinhado assim às autocracias e está, de fato, procurando de equilibrar buscando os próprios interesses", avalia o professor de relações internacionais da FAAP, Vinícius Vieira.

Para passar esse recado, é preciso que os sinais sejam contínuos, diferente do que aconteceu nessa última série de viagens. O petista aproveitou o encontro do Brics, na África do Sul, para fazer o aceno ao citar em discurso a guerra na Ucrânia - assunto incômodo para um bloco com a Rússia, que foi ignorado nas falas dos outros líderes e recebeu apenas uma menção breve, discreta e vaga de "apreço" ao diálogo na declaração final. O problema foi que, logo em seguida, no G-20, Lula voltou a causar polêmica com a fala com a fala sobre o TPI e então tentou equilibrar na Assembleia-Geral da ONU.

"O discurso certamente foi um passo para recalibrar [a posição sobre a Ucrânia] e acho que foi bem visto pelo Ocidente, mas não tenho certeza ser já é o suficiente. Ações em relações internacionais precisam de um pouco mais de credibilidade, de padrão", pondera a professora de relações da FGV Carolina Moehlecke.

Equilíbrio no "sul global"

 

O discurso em Nova York foi oportuno para reapresentar a política externa no momento em que o alinhamento do Brasil era motivo de dúvidas. Na África do Sul, o país cedeu à pressão da China pela ampliação do Brics, que acendeu o alerta para o caráter antiocidental do bloco dos emergentes, com a entrada de autocracias, como Irã e Arábia Saudita.

"O Brasil não deveria ter concordado com o aumento do número de Países-membros do Brics, deveria ter mantido a posição para ficar com o grupo fechado, com os cinco países", reforça Barbosa.

Apesar das preocupações com o bloco expandido, analistas ouvidos pelo Estadão entendem que seria difícil para o Brasil barrar a vontade de Pequim pelo desequilíbrio de poder que a ascensão da China como superpotência criou dentro do Brics.

Agora, diante do sabor "agridoce" que teve a cúpula, o professor Vinícius Vieira acredita que é possível adotar uma abordagem pragmática para fortalecer parcerias econômicas dentro do novo Brics. A avaliação que ele faz é que, a expansão do Brics representou no primeiro momento uma derrota para o Brasil, mas pode abrir oportunidades a serem exploradas com investimentos dos novos membros.

"As violações de direitos humanos devem ser condenadas, mas, gostemos ou não dessas autocracias, o fato é que, sobretudo Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos tem capital [para investir]. O próprio Irã é um país que, do ponto de vista pragmático, pode ser interessante como mercado consumidor, já que é muito fechado. Os europeus não seguem as sanções americanas então por que o Brasil haveria de seguir?", questiona o professor.

Nesse contexto de polarização e tensão internacional, o pragmatismo é fundamental para que o País consiga aproveitar as vantagens de ser parte do chamado "sul global" sem queimar pontes com o Ocidente. Um equilíbrio difícil, mas que, se bem sucedido deixa o Brasil em posição privilegiada.

"É preciso tirar vantagem dessa condição única como um ator a ser cortejado, por assim dizer, porque, os Estados Unidos sabem que, se não trouxerem o Brasil para o seu campo, tem o risco de aproximação com a China, o risco de preferir o Brics, então é preciso tentar extrair o máximo de concessões pelo menos enquanto esses dois lados não se tornam opostos ao ponto de não falar entre si", conclui Vieira.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, aproveitou a presidência do G20 para se posicionar como um líder do poder e da prosperidade nacional, ao mesmo tempo que consolidou a Índia como uma potência mundial emergente antes das eleições de 2024.

Durante meses antes da reunião, o rosto do governante de 72 anos aparecia em cartazes e outdoors por toda Nova Délhi com slogans alusivos aos temas da cúpula, como “Uma voz do Sul Global”.

O encontro das 20 maiores economias do mundo, nos dias 8 e 9 de setembro, ocorreu quando a Índia ultrapassou a China e se tornou o país mais populoso do mundo, depois de desbancar o Reino Unido em 2022 como a quinta maior economia.

Agora procura um lugar no cenário global, aproveitando a cúpula do G20 para se posicionar como representante de outros países que não fazem parte do bloco.

Um dos resultados mais concretos da cúpula foi garantir um lugar para a União Africana como membro do G20, conseguindo a aceitação dos outros membros.

Além disso, Modi conseguiu reunir um grupo dividido para emitir uma declaração sobre questões complexas, como a invasão russa da Ucrânia e a crise climática. Foi um triunfo diplomático para o líder indiano.

A declaração evitou criticar a Rússia, aliada e fornecedora de armas à Índia.

No que diz respeito ao clima, não foi alcançado um acordo para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, mas houve um acordo para triplicar as energias renováveis até 2030.

"É um sucesso para a diplomacia indiana", disse Ashok Kantha, ex-embaixador da Índia na China.

"Conseguimos persuadir os nossos amigos ocidentais e dizer a eles que não precisam insistir em uma condenação explícita da invasão russa da Ucrânia", acrescentou. "É um bom negócio."

Michael Kugelman, diretor do Instituto do Sul da Ásia no Wilson Center, disse que o resultado "justificou" a política de "autonomia estratégica" da Índia.

- Cena simbólica -

A cúpula foi carregada de símbolos hindus, uma mensagem nada sutil do populista Modi à sua base política.

Sua carreira política baseou-se no apoio de 1 bilhão de hindus e, segundo os críticos, no fomento da rivalidade com a grande minoria muçulmana do país.

O logotipo da cúpula, um globo com uma flor de lótus, lembra o símbolo do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata.

No próximo ano ele concorrerá às eleições como claro favorito, enquanto o seu principal adversário, o Partido do Congresso, foi atingido por casos de corrupção.

Uma pesquisa recente da Pew aponta que cerca de 80% dos indianos têm uma opinião positiva sobre Modi e acreditam que ele está liderando o país para ter mais influência no cenário mundial.

Mas fora da Índia a sua reputação não tem o mesmo brilho.

Sob a liderança de Modi, a Índia caiu na classificação de direitos políticos e liberdades civis da Freedom House devido à repressão aos protestos e às restrições à liberdade de imprensa.

Mas, segundo Kugelman, Modi "sairá disto (da presidência do G20) politicamente mais forte".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu hoje uma muda de Jacarandá ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. A oferta foi feita pouco antes do início da terceira sessão da cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que ocorre neste fim de semana, em Nova Délhi. O Jacarandá é conhecido por ser uma árvore ornamental e costuma ter flores em cachos em tons de lilás e azul.

A imprensa não pôde acompanhar o momento, mas o Palácio do Planalto fez questão de circular as fotos da entrega. O tema sustentabilidade tem sido recorrente nas participações do governo brasileiro no exterior e o Brasil quer se tornar uma vitrine e um modelo no assunto para o mundo.

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Antes de embarcar para a Índia, viralizou na internet um vídeo do presidente comendo jabuticaba de um pé plantado pelo próprio chefe do Executivo quando estava no segundo mandato. "Quem planta, colhe", disse o presidente na gravação que foi publicada pela primeira-dama Janja Lula da Silva, após assistirem ao desfile de 7 de Setembro.

A presidência rotativa do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) no Brasil no ano que vem terá o lema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável". O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu terceiro e último discurso no encerramento da cúpula de líderes do G20, que ocorreu neste fim de semana, em Nova Délhi.

O chefe do Executivo também pontuou quais serão as três prioridades da presidência brasileira: inclusão social e combate à fome; transição energética e desenvolvimento sustentável em suas três vertentes (social, econômica e ambiental) e reforma das instituições de governança global - que já haviam sido adiantadas pelo Broadcast. "Todas essas prioridades estão contidas no lema da presidência brasileira", afirmou o presidente.

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O mandatário comentou também que duas forças tarefas serão criadas: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza; e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.

"Precisamos redobrar os esforços para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até 2030, caso contrário estaremos diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos", disse ele para os demais chefes de Estado e de governo do grupo.

Lula lembrou que o G20 se consolidou há 15 anos como uma das principais instâncias de governança global na esteira de uma crise que abalou a economia mundial. "Nossa atuação conjunta nos permitiu enfrentar os momentos mais críticos, mas foi insuficiente para corrigir os equívocos estruturais do neoliberalismo", avaliou.

Para o presidente brasileiro, a arquitetura financeira global mudou pouco e as bases de uma nova governança econômica não foram lançadas. O governante disse que novas urgências surgiram e que os desafios se acumularam e se agravaram. "Vivemos num mundo em que a riqueza está mais concentrada. Em que milhões de seres humanos ainda passam fome. Em que o desenvolvimento sustentável está ameaçado. Em que as instituições de governança ainda refletem a realidade de meados do século passado", citou.

O chefe do Executivo analisou em seguida que esses problemas apenas conseguirão ser enfrentados se a questão da desigualdade for tratada. Lula mencionou a desigualdade de renda, de acesso à saúde, educação e alimentação, de gênero e raça e de representação.

O presidente voltou a dizer que essas diferenças estão na origem de todas essas "anomalias". "Se quisermos fazer a diferença, temos que colocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional." Lula agradeceu os esforços da Índia em dar voz a temas de interesse dos países emergentes e aproveitou o momento para dar as boas-vindas à União Africana como membro pleno do G20.

Brasil, Estados Unidos e Índia lançaram neste sábado, dia 9, a Aliança Global de Biocombustíveis (GBA, na sigla em inglês). A iniciativa tem o objetivo de fomentar a produção e o uso de biocombustíveis, sobretudo do etanol, como fonte de energia alternativa para transporte menos poluente que os combustíveis de origem fóssil. Os três países estão entre os cinco principais produtores de etanol do mundo.

O lançamento ocorreu em uma cerimônia breve, à margem da Cúpula do G-20, grupo das principais economias do mundo, na Índia. Não houve discursos oficiais. Apenas o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, apertou uma lâmpada para simbolizar a criação da coalizão.

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Participaram da cerimônia os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Joe Biden (EUA), Alberto Fernández (Argentina); as primeiras-ministras Giorgia Meloni (Itália) e Sheikh Hasina (Bangladesh); os primeiros-ministros Lee Hsien Loong (Singapura), Narendra Modi (Índia), Pravind Jugnauth (Ilhas Maurício) e um representante governamental dos Emirados Árabes Unidos. Eles posaram para fotos de mãos dadas.

Estava prevista a participação dos líderes do Canadá e da África do Sul, mas os países não enviaram autoridades à cerimônia. O Canadá e Cingapura participam, de início, na condição de observadores da aliança, não de membros fundadores.

A nova aliança vai reunir 19 países ao todo. Também fazem parte organizações dos setores público e privado internacionais e dos países membros, no total de 12. Segundo o governo brasileiro, a aliança está aberta a novas adesões. Especialistas ponderam, no entanto, que a demanda pelo etanol ainda é baixa. A expectativa do setor é que o uso do carro flex, consolidado no Brasil, se espalhe pela Índia e demais participantes, no futuro.

"Nosso desafio é garantir o suprimento global num cinturão de bioenergia relevante. A demanda existe", disse o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), Evandro Gussi. "A eletrificação sozinha não é capaz agora, nem em dez anos, 30 ou 50 anos de ofertar a descarbonização que o mundo precisa. Não é. Não há ninguém com base científica que possa dizer isso."

Um vídeo institucional promoveu a GBA como forma de ajudar a zerar emissões no transporte e a garantir segurança energética. Segundo os governos indiano e brasileiro, a produção de biocombustíveis precisa triplicar até 2030 para o mundo alcançar emissões líquidas zero até 2050. Os dados citados são das Agência Internacional de Energia.

Os países mais ricos, que contribuíram “historicamente” mais para o aquecimento global, devem arcar com os maiores custos para combater o problema. Essa foi uma das cobranças feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a abertura da Cúpula do G20, neste sábado (9). A reunião fez parte da sessão intitulada “Um planeta Terra” no evento que é realizado em Nova Déli, na Índia.

O presidente exemplificou que as mudanças climáticas, neste momento, afetam o estado do Rio Grande do Sul, com a passagem de um ciclone que deixa desabrigados e mortos. Ele pontuou ainda que os efeitos da mudança do clima têm mais consequências para grupos vulnerabilizados. “São os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes, os mais impactados.”

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De acordo com o último balanço da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, foram confirmadas 41 mortes e o número de desaparecidos subiu para 46 pessoas. A estimativa do governo estadual é que mais de 120 mil pessoas tenham sido afetadas.

Para Lula, a falta de compromisso dos mais ricos gerou uma dívida “acumulada ao longo de dois séculos”. “Desde a COP [Conferência das Partes] de Copenhague, [em 2009], os países ricos deveriam prover 100 bilhões de dólares por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento. Essa promessa nunca foi cumprida”. 

Emergência climática

Lula alertou que a falta de compromisso mundial com o meio ambiente levou a uma “emergência climática sem precedentes”. “Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis”, apontou. O discurso lido no evento reforçou que o aquecimento global modifica o regime de chuvas e eleva o nível dos mares. “As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética.”

Outra crítica feita pelo presidente é que os países mais ricos não podem ficar transferindo responsabilidades para as nações do hemisfério Sul. “De nada adiantará o mundo rico chegar às COPs do futuro vangloriando-se das suas reduções nas emissões de carbono se as responsabilidades continuarem sendo transferidas para o Sul Global”.

Lula avalia que não faltam recursos tendo em vista o gasto com armas. “Ano passado, o mundo gastou 2,24 trilhões de dólares em armas. Essa montanha de dinheiro poderia estar sendo canalizada para o desenvolvimento sustentável e a ação climática.”

Ele defendeu que o Brasil tem feito a lição de casa e que a proteção da floresta e o desenvolvimento sustentável da Amazônia estão entre as prioridades do atual governo. “Nos primeiros 8 meses deste ano reduzimos o desmatamento em 48% em relação ao mesmo período do ano passado”, exemplificou, citando a realização da Cúpula da Amazônia e o lançamento de uma nova agenda de colaboração entre os países que fazem parte daquele bioma.

O presidente brasileiro adiantou que, durante o período que o Brasil estiver na presidência do G20, lançará uma “Força Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima”. “Queremos chegar na COP 30, em 2025, com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas.”

Após as comemorações de 7 de setembro, na Esplanada dos Ministério, em Brasília, o presidente Lula (PT) fez uma breve parada no Recife antes de viajar à Índia, que sedia a 18ª Cúpula do G20. Durante a parada técnica, ele participou de um breve encontro com o prefeito João Campos (PSB).

João Campos até brincou com a visita e disse que o presidente "garantiu o bolo de rolo da viagem". O prefeito, contudo, não deu detalhes sobre o que conversou com o presidente.

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LeiaJá também: G20: Lula vai discutir meio ambiente e pobreza

A chegada de Lula à Índia está prevista para o início da tarde desta sexta (8). A partir do dia 1º de dezembro, ele assume a presidência temporária do bloco que reúne as 19 nações mais ricas do mundo e a União Europeia. Será a primeira vez que o governo brasileiro vai liderar o G20. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a caminho de Nova Déli, capital da Índia, onde participará da 18ª Cúpula do G20, grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo e a União Europeia. A comitiva brasileira embarcou logo após o desfile do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, na quinta-feira (7), com previsão de chegada à cidade indiana no final da noite desta sexta-feira (8), pelo horário oficial de Brasília, manhã de sábado no país asiático. A reunião de líderes ocorre nos dias 9 e 10.

A cúpula é o ponto alto das atividades do G20, e marcará também a reta final da presidência rotativa do bloco, atualmente com a Índia, e que será assumida pelo Brasil, pela primeira vez, a partir do dia 1º de dezembro. Uma série de reuniões técnicas ocorreram e seguem ocorrendo, inclusive em escala ministerial, entre os países do grupo.

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Na terça-feira (5), durante o programa Conversa com o Presidente, transmitido pelo Canal Gov, Lula deu alguns detalhes sobre pontos que abordará na capital indiana. Um dos destaques é um acordo com a Índia envolvendo combustível renovável e a luta contra a desigualdade.

“O Brasil tem muita conversa para fazer. Brasil e Índia vão discutir a questão do etanol como combustível alternativo, que é extremamente importante, e nós temos que discutir com os outros países uma luta contra a desigualdade”, anunciou Lula.

Programação

A programação oficial da cúpula do G20 prevê pelo menos três sessões temáticas principais. No sábado, o presidente Lula participa de duas delas, sendo uma o painel Um Planeta, que se ocupará de temas como desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas, preservação ambiental e emissões de carbono. A segunda atividade é o painel Uma Família, que tratará de temas como crescimento inclusivo, progresso nos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), educação, saúde e desenvolvimento liderado por mulheres.

No domingo (10), está prevista a terceira sessão da cúpula, intitulada Um Futuro, painel que terá como temas as transformações tecnológicas, a infraestrutura pública digital, reformas multilaterais e o futuro do trabalho e emprego.

Presidência

Na sequência da terceira reunião, haverá a cerimônia de transferência da presidência do G20. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, falará sobre a presidência da Índia este ano, numa espécie de balanço. Já o presidente Lula vai encerrar o evento, apresentando as prioridades e os desafios da futura presidência brasileira, que começa efetivamente a partir de 1º de dezembro. O Palácio do Planalto não detalhou os possíveis encontros bilaterais de Lula com outros chefes de Estado e de governo.

A presidência rotativa do Brasil no G20 vai até o fim de 2024, quando uma nova cúpula será realizada, no Brasil, no Rio de Janeiro. O encontro está previsto para ocorrer nos dias 18 e 19 de novembro do ano que vem.

Na entrevista concedida ao programa Conversa com o Presidente, Lula também ressaltou o protagonismo do Brasil em nível mundial ao longo dos próximos anos, que, segundo ele, reforçam que o país voltou a ter prestígio junto à comunidade internacional.

“Ano que vem o Brasil vai sediar o G20, que será no Rio de Janeiro. Nós vamos presidir o G20 ano que vem, em 2025 nós vamos presidir os Brics, e também em 2025 vamos fazer a COP30, em Belém. São três megaeventos que vão dar ao Brasil uma visibilidade diferente do que ele teve nos últimos anos”, frisou. “O Brasil volta a fazer com que o mundo nos respeite pela seriedade com que a gente trata as pessoas e a seriedade com que a gente trata a questão do clima”, disse o presidente.

Entenda o G20

O G20 foi criado em 1999, como uma forma de coordenação entre os países no nível ministerial, após uma sequência de crises econômicas internacionais: a crise do México de 1994; a crise asiática de 1997 - que atingiu especialmente Tailândia, Indonésia e Coreia do Sul - e a crise da Rússia de 1998. Em 2008, no auge da crise causada pela quebra do banco Lehmann Brothers, nos Estados Unidos, os países fizeram a primeira cúpula de chefes de Estado, em Washington. A reunião foi realizada semestralmente em 2009 e 2010 e vem ocorrendo uma vez por ano desde 2011.

O grupo é formado por 19 países dos cinco continentes, mais a União Europeia, unindo nações consideradas desenvolvidas e em desenvolvimento. Integram o G20 a África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.

Para esta cúpula, outros nove países foram convidados: Bangladesh, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura. Também participam da reunião organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização Internacional do Trabalho (OIT), União Africana, Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Somados, os países do G20 respondem conjuntamente por cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB), por dois terços da população e 60% do território do planeta.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou nesta quinta-feira (7) para Nova Déli, capital da Índia, onde participa da 18ª Cúpula do G20, grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo e a União Europeia, nos dia 9 e 10 deste mês.  

A previsão é que a comitiva brasileira chegue à cidade indiana no final da noite de sexta-feira (8), pelo horário oficial de Brasília, manhã de sábado no país asiático.  

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A cúpula é o ponto alto das atividades do G20 e marcará também a reta final da presidência rotativa do bloco, atualmente com a Índia, e que será assumida pelo governo brasileiro, pela primeira vez, a partir do dia 1º de dezembro.  

Antes de embarcar, o presidente Lula, ao lado de ministros e autoridades dos demais Poderes, participou do desfile de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios.

Programação

A programação oficial da Cúpula do G20 prevê pelo menos três sessões temáticas principais.  

O presidente Lula participa de duas delas no sábado (9), com os temas “Um Planeta” - que se ocupará do debate sobre desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas, preservação ambiental e emissões de carbono - e “Uma Família” – para tratar do crescimento inclusivo, progresso nos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), educação, saúde e desenvolvimento liderado por mulheres.  

No domingo (10), está prevista a terceira sessão da cúpula intitulada “Um Futuro”, painel que terá como temas as transformações tecnológicas, a infraestrutura pública digital, reformas multilaterais e o futuro do trabalho e emprego. 

Presidência

Na sequência da terceira reunião, haverá a cerimônia de transferência da presidência do G20. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fará um balanço sobre a presidência da Índia em 2023. Já o presidente Lula vai encerrar o evento, apresentando as prioridades e os desafios da futura presidência brasileira, que começa efetivamente a partir de 1º de dezembro de 2023.  

A presidência rotativa do Brasil no G20 vai até o fim de 2024, quando uma nova cúpula será realizada no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. O encontro está previsto para ocorrer nos dias 18 e 19 de novembro do ano que vem. 

A Índia receberá no fim de semana uma cúpula do grupo das 20 principais economias (G20), na qual o presidente dos EUA, Joe Biden, tentará aproveitar a ausência dos governantes da China e da Rússia para promover alianças em um bloco fortemente dividido.

A América Latina será representada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, cujo país assumirá a presidência do bloco em dezembro, e pelo argentino Alberto Fernández.

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O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, não comparecerá e a imprensa espanhola indicou que seu chefe do governo, Pedro Sánchez, participaria como convidado do grupo.

Fortes divergências sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e a reestruturação da dívida dominarão as negociações e poderão complicar os acordos na reunião de dois dias em Nova Délhi.

Biden discutirá "uma série de esforços conjuntos para abordar questões globais", como a mudança climática, e "mitigar os impactos econômicos e sociais da guerra russa na Ucrânia", disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

O presidente chinês, Xi Jinping, será uma das principais ausências do evento, em um momento de crescentes tensões comerciais e geopolíticas com Estados Unidos e a Índia, com a qual a China compartilha uma fronteira longa e conflituosa.

Pequim também se ressente da participação da Índia no chamado Quad, uma aliança de segurança com a Austrália, o Japão e os Estados Unidos que a China vê como um contrapeso à sua influência na Ásia.

A China não deu explicações para a ausência de Xi na cúpula de 9 e 10 de setembro, limitando-se a dizer que o primeiro-ministro Li Qiang o representaria na reunião das grandes economias, que representam 85% do PIB mundial.

- "Preocupante" -

A ausência de Xi terá impacto nos esforços de Washington para manter o G20 como o principal fórum para a cooperação econômica global.

"Sem a China a bordo... algumas questões podem não ver a luz ou chegar a qualquer conclusão lógica", disse Happymon Jacob, professor de política na Universidade Jawaharlal Nehru, na Índia.

A guerra na Ucrânia também pesará na reunião, apesar da ausência do presidente russo, Vladimir Putin, que será representado pelo seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

"Enquanto a Rússia não acabar com esta guerra, as coisas não poderão continuar como de costume", disse o porta-voz do governo alemão, Wolfgang Buechner.

As crises globais que o bloco enfrenta são "muito mais difíceis, mais complicadas e mais preocupantes do que têm sido há muito tempo", disse o ministro das Relações Exteriores indiano, S Jaishankar, à televisão NDTV.

A Índia, que acaba de consolidar a sua posição como potência espacial ao colocar uma nave espacial na Lua em agosto, disse que receber o G20 faz dela um importante ator global.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, retratou o seu país como um líder do "Sul Global", uma ponte entre os países industrializados e em desenvolvimento, e procurou expandir o grupo para um "G21" com a inclusão da União Africana.

Modi pretende usar o G20 para construir consenso entre os países para reformar instituições multilaterais, como a ONU, e para ampliar a voz dos grandes países em desenvolvimento, como Índia, Brasil e África do Sul.

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, participará da cúpula do G20 na Índia no próximo fim de semana, anunciou o Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira (4), o que parece confirmar a provável ausência do presidente Xi Jinping.

"A convite do governo indiano, o primeiro-ministro Li Qiang participará da 18ª Cúpula do G20 em Nova Délhi, Índia, de 9 a 10 de setembro", disse Mao Ning, uma porta-voz do ministério, em um comunicado.

Na semana passada, uma autoridade europeia, que pediu para não ser identificada, disse a jornalistas em Bruxelas que o presidente Xi Jinping não planejava assistir à cúpula do G20.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou estar "decepcionado" com esta ausência.

Nesta segunda-feira, a porta-voz do ministério chinês não confirmou explicitamente a ausência do presidente Xi e apenas anunciou que Li Qiang vai "liderar uma delegação" na Índia.

"O que posso dizer a vocês é que o G20 é um fórum importante para a cooperação econômica internacional", disse a porta-voz.

"Ao participar desta reunião, o primeiro-ministro Li Qiang transmitirá as ideias e posições da China sobre a cooperação do G20, apelando ao G20 para reforçar a unidade e a cooperação, e trabalhando em conjunto para combater os desafios econômicos e de desenvolvimento globais", acrescentou.

O G20 reúne as maiores economias do planeta, em um total de 19 países, aos quais se soma a União Europeia (UE). Em conjunto, representam 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e dois terços da população mundial.

A China, a segunda maior economia do mundo, mira um crescimento de cerca de 5% até 2023, mas a meta será difícil de alcançar, em um contexto de baixo consumo, desemprego juvenil recorde e crise imobiliária.

- "Trabalha com todas as partes" -

"Estamos dispostos a trabalhar com todas as partes para promover, conjuntamente, o sucesso da cúpula do G20 e contribuir ativamente para fomentar uma recuperação econômica mundial estável e um desenvolvimento sustentável", disse Mao Ning.

O presidente Xi participou de todas as cúpulas do G20 desde que chegou ao poder, à exceção da de Roma em 2021, em plena crise da covid, da qual participou por videoconferência.

Sua provável ausência em Nova Délhi ocorre poucas semanas depois da cúpula do Brics (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul) na África do Sul, à qual Xi Jinping compareceu.

O líder chinês manteve, no evento, conversas com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anfitrião da cúpula do G20, em um raro encontro presencial, embora as tensões continuem sendo altas entre ambos.

Essa cúpula deu sinal verde à adesão em breve de seis novos países no Brics (Argentina, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos), uma decisão qualificada como "histórica" por Xi Jinping.

A China, um peso pesado econômico no bloco, era a favor dessa expansão, considerando o Brics como um contrapeso aos Estados Unidos e ao domínio ocidental.

Os dois gigantes asiáticos têm diferenças, no entanto, sobre questões territoriais.

Na semana passada, a Índia enviou um "enérgico protesto" à China, que divulgou um mapa reivindicando territórios que Nova Délhi considera seus, incluindo uma área próxima onde estes dois países vizinhos entraram em confronto em 2020.

Na Europa, muitas autoridades esperam que a cúpula do G20 seja uma oportunidade para tentar fazer Índia e China condenarem a Rússia, com mais firmeza, pela invasão da Ucrânia.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca, na próxima quinta-feira (7), para Nova Déli, capital da Índia, onde participará da Cúpula do G20, grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo e a União Europeia. A comitiva brasileira embarcará logo após o desfile do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios. A reunião de líderes ocorre nos dias 9 e 10.

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A cúpula é ponto alto das atividades do grupo e marcará também a reta final da presidência rotativa do bloco, atualmente com a Índia, e que será assumida pelo governo brasileiro a partir do dia 1º de dezembro. Uma série de reuniões e trabalhos prévios e de grupos de trabalho está ocorrendo, inclusive em escala ministerial entre os países.

A programação oficial prevê pelo menos três sessões temáticas, que abordarão tópicos como desenvolvimento verde sustentável; meio ambiente e clima; transições energéticas; e global net zero, que é a ideia de emissão zero líquida de carbono. Outros assuntos como crescimento inclusivo; cumprimento de metas dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS); saúde, educação, infraestrutura, transformações tecnológicas, reformas multilaterais e futuro do trabalho e emprego também estarão em pauta. O evento também terá reuniões bilaterais entre diferentes líderes.

Presidência

Como em toda cúpula do G20, haverá uma cerimônia simbólica de transferência da presidência rotativa do grupo, que envolve mais diretamente o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente Lula. Há previsão de pronunciamentos do presidente brasileiro nas duas primeiras sessões e no encerramento do encontro, quando Lula apresentará as prioridades e os desafios da futura presidência brasileira a partir de 1º de dezembro de 2023.

Ao participar de um evento no Rio Grande do Norte, nesta sexta-feira (1º), Lula afirmou que o combate às diversas desigualdades sociais deve nortear sua participação na cúpula.

"Eu vou lá para discutir com eles uma coisa que me incomoda, eu quero discutir a desigualdade. A desigualdade de gênero, a desigualdade racial, a desigualdade no tratamento da saúde, no salário, a desigualdade de uma pessoa que come 20 vezes por dia e a outra que fica 20 dias sem comer", afirmou.

A presidência rotativa do Brasil no G20 vai até o fim de 2024, quando uma nova cúpula será realizada no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. O encontro está previsto para ocorrer nos dias 18 e 19 de novembro do ano que vem.

 

Autoridades indianas que preparam a cúpula do G20 na próxima semana contrataram equipes de "homens macaco" e exibiram figuras de primatas para impedir que os macacos comam os adornos florais colocados para o encontro.

A prefeitura de Nova Delhi contratou mais de 20 "homens macaco" que imitam os uivos e gritos dos agressivos macacos langur, inimigos naturais dos pequenos primatas rhesus que causam estragos nas áreas verdes da cidade.

"Não podemos tirar os macacos de seu hábitat natural, assim enviamos uma equipe de 30-40 homens treinados para espantar os macacos", disse nesta quarta-feira (30) à AFP Satish Upadhyay, vice-presidente da prefeitura de Nova Delhi.

Ele acrescentou que estes homens foram enviados aos hotéis onde estão os delegados e também para os locais onde macacos foram vistos.

Embora sejam venerados neste país de maioria hindu, os macacos são uma ameaça: destroem jardins, telhados comerciais e residenciais e, às vezes, atacam pessoas para obter comida.

A polícia indiana prepara um fechamento quase total do centro de Nova Delhi para a cúpula de 9 e 10 de setembro, com bloqueios de rodovias e um feriado declarado para esses dias.

Além de receber a reunião de cúpula do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida também para sediar o próximo encontro do Y20, o Youth 20 (Juventude do G20, na tradução do inglês).

A capital fluminense receberá o encontro dos líderes do G20 nos dias 18 e 19 de novembro de 2024. Já a reunião do Y20 deve ocorrer em agosto, mas ainda não tem a data definida, segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro.

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O anúncio sobre a escolha também do Rio de Janeiro para receber as jovens lideranças de países integrantes do bloco foi feito no encerramento do encontro do Y20 de 2023, neste domingo, 20, na cidade de Varanasi, na Índia. A próxima reunião de cúpula do G20 ocorrerá nos dias 9 e 10 de setembro deste ano, também na Índia, mas na capital Nova Dheli.

"Youth 20 (Y20) é o grupo oficial de engajamento de jovens do G20. Ele fornece uma plataforma que permite que os jovens expressem sua visão e ideias sobre as prioridades do G20", descreve o perfil oficial da organização do encontro indiano do Y20 em uma rede social.

Os debates em Varanasi giraram em torno de temas como mudanças climáticas, sustentabilidade, soluções para a paz, democracia e inovação. O encontro resultou num documento com propostas de políticas públicas para serem entregues aos líderes do G20 durante a cúpula de setembro, em Nova Delhi.

O Brasil assumirá a presidência do G20 em 1º de dezembro deste ano, pelo período de um ano. Em maio, foi divulgado que a cidade escolhida para sediar o encontro dos líderes das maiores economias do mundo seria o Rio de Janeiro.

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