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O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, participará da cúpula do G20 na Índia no próximo fim de semana, anunciou o Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira (4), o que parece confirmar a provável ausência do presidente Xi Jinping.

"A convite do governo indiano, o primeiro-ministro Li Qiang participará da 18ª Cúpula do G20 em Nova Délhi, Índia, de 9 a 10 de setembro", disse Mao Ning, uma porta-voz do ministério, em um comunicado.

Na semana passada, uma autoridade europeia, que pediu para não ser identificada, disse a jornalistas em Bruxelas que o presidente Xi Jinping não planejava assistir à cúpula do G20.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou estar "decepcionado" com esta ausência.

Nesta segunda-feira, a porta-voz do ministério chinês não confirmou explicitamente a ausência do presidente Xi e apenas anunciou que Li Qiang vai "liderar uma delegação" na Índia.

"O que posso dizer a vocês é que o G20 é um fórum importante para a cooperação econômica internacional", disse a porta-voz.

"Ao participar desta reunião, o primeiro-ministro Li Qiang transmitirá as ideias e posições da China sobre a cooperação do G20, apelando ao G20 para reforçar a unidade e a cooperação, e trabalhando em conjunto para combater os desafios econômicos e de desenvolvimento globais", acrescentou.

O G20 reúne as maiores economias do planeta, em um total de 19 países, aos quais se soma a União Europeia (UE). Em conjunto, representam 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e dois terços da população mundial.

A China, a segunda maior economia do mundo, mira um crescimento de cerca de 5% até 2023, mas a meta será difícil de alcançar, em um contexto de baixo consumo, desemprego juvenil recorde e crise imobiliária.

- "Trabalha com todas as partes" -

"Estamos dispostos a trabalhar com todas as partes para promover, conjuntamente, o sucesso da cúpula do G20 e contribuir ativamente para fomentar uma recuperação econômica mundial estável e um desenvolvimento sustentável", disse Mao Ning.

O presidente Xi participou de todas as cúpulas do G20 desde que chegou ao poder, à exceção da de Roma em 2021, em plena crise da covid, da qual participou por videoconferência.

Sua provável ausência em Nova Délhi ocorre poucas semanas depois da cúpula do Brics (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul) na África do Sul, à qual Xi Jinping compareceu.

O líder chinês manteve, no evento, conversas com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anfitrião da cúpula do G20, em um raro encontro presencial, embora as tensões continuem sendo altas entre ambos.

Essa cúpula deu sinal verde à adesão em breve de seis novos países no Brics (Argentina, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes Unidos), uma decisão qualificada como "histórica" por Xi Jinping.

A China, um peso pesado econômico no bloco, era a favor dessa expansão, considerando o Brics como um contrapeso aos Estados Unidos e ao domínio ocidental.

Os dois gigantes asiáticos têm diferenças, no entanto, sobre questões territoriais.

Na semana passada, a Índia enviou um "enérgico protesto" à China, que divulgou um mapa reivindicando territórios que Nova Délhi considera seus, incluindo uma área próxima onde estes dois países vizinhos entraram em confronto em 2020.

Na Europa, muitas autoridades esperam que a cúpula do G20 seja uma oportunidade para tentar fazer Índia e China condenarem a Rússia, com mais firmeza, pela invasão da Ucrânia.

China e Arábia Saudita assinaram, nesta quinta-feira (8), contratos milionários, no segundo dia da visita do presidente chinês Xi Jinping a esta monarquia petrolífera do Golfo.

A visita foi criticada pelos Estados Unidos, tradicional aliado do reino saudita, que nos últimos anos ampliou parcerias econômicas e políticas com outros países.

Segundo a imprensa saudita, cerca de 20 acordos foram assinados no valor de mais de 110 bilhões de riais sauditas (cerca de 29,3 bilhões de dólares).

Xi Jinping, que chegou a Riade na quarta-feira, encontrou-se com o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, de 38 anos, no palácio real.

Ele também se reuniu com o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud, de 86 anos, que está doente.

"Estou muito feliz em visitar a Arábia Saudita novamente depois de seis anos", disse Xi em declarações transmitidas pela emissora pública CCTV.

O líder chinês vê a Arábia Saudita como "uma força importante em um mundo multipolar".

- Cúpulas na sexta-feira -

Xi Jinping e o príncipe herdeiro assistiram à assinatura de acordos energéticos sobre hidrogênio, um projeto petroquímico, outro de desenvolvimento habitacional e de ensino de chinês, noticiou a agência oficial saudita SPA.

A China é o principal consumidor de petróleo bruto da Arábia Saudita.

Além da energia, os dois países discutem acordos para que empresas chinesas participem de megaprojetos com os quais o príncipe herdeiro pretende diversificar a economia saudita e reduzir a sua dependência do petróleo.

Na quarta-feira, empresas sauditas e chinesas assinaram 34 acordos de investimento nos setores de hidrogênio verde, tecnologia da informação, computação em nuvem, transporte e construção, segundo a SPA, que não divulgou valores.

O comércio entre os dois países totalizou 304 bilhões de riais sauditas (US$ 81 bilhões) em 2021 e 103 bilhões de riais sauditas (US$ 27,4 bilhões) no terceiro trimestre de 2022, de acordo com a SPA.

O presidente chinês participará de mais duas cúpulas na sexta-feira, uma com os líderes dos seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, na sigla em inglês) e outra com líderes dos países árabes.

Xi Jinping se encontrará com chefes de Estado como o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi; o primeiro-ministro iraquiano Mohammed Shia' al-Sudani; o presidente da Tunísia, Kais Saied; o primeiro-ministro marroquino, Aziz Akhannouch, e o primeiro-ministro interino libanês, Najib Mikati.

O presidente chinês, Xi Jinping, prometeu neste sábado (9) uma "reunificação" inevitável com Taiwan por meios "pacíficos", enquanto a ilha relatou nos últimos dias um número recorde de incursões de aviões militares de Pequim.

O chefe de Estado chinês falou por ocasião das comemorações do 110º aniversário da Revolução de 1911, que derrubou a última dinastia chinesa.

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O evento, que é celebrado hoje na China Comunista, também será recordado no domingo (10) em Taiwan, onde Sun Yat-sen, o primeiro e efêmero presidente chinês, é considerado o pai da nação.

A ilha de Taiwan, que goza de um sistema democrático, é governada por um poder independente de Pequim desde a vitória dos comunistas sobre o continente em 1949.

A China considera este território como uma de suas províncias. E ameaça usar a força no caso de uma proclamação formal de independência da ilha.

"Alcançar a reunificação da pátria por meios pacíficos é do interesse geral da nação chinesa, incluindo dos compatriotas de Taiwan", declarou Xi Jinping no enorme Palácio do Povo em Pequim, com um retrato de Sun Yat-sen ao fundo.

Apesar de sua rivalidade política e histórica, Pequim e Taipé derivam sua legitimidade da Revolução de 1911.

"A reunificação de nosso país pode e será alcançada", garantiu Xi Jinping, alertando contra qualquer interferência estrangeira.

"A questão de Taiwan é um assunto puramente interno da China", insistiu, enquanto Washington admitiu na sexta-feira (8) que treinava em segredo o Exército taiwanês há meses.

Um contingente de cerca de 20 membros das operações especiais e forças convencionais americanas vem conduzindo o treinamento há menos de um ano, segundo informou à AFP um funcionário do Pentágono, sob anonimato.

Os Estados Unidos fornecem armas a Taiwan, incluindo mísseis de defesa e caças, em meio à ameaça de Pequim de retomar o controle da ilha à força e reintegrá-la à China.

Os americanos também têm um compromisso ambíguo de defender Taiwan, que Pequim considera uma província rebelde.

"Ninguém deve subestimar a forte determinação (...) do povo chinês em defender a soberania nacional e a integridade territorial", advertiu Xi neste sábado.

A comemoração da Revolução é um dos poucos eventos que unem a China e Taiwan.

A líder da ilha, Tsai Ing-wen, inimiga dos comunistas por suas tendências separatistas, também deve fazer um discurso no domingo por conta do aniversário.

"Aqueles que traem a pátria e dividem o país nunca terminam bem", ameaçou Xi Jinping a respeito dos separatistas taiwaneses.

As comemorações dos acontecimentos de 1911 ocorrem em meio a tensões no Estreito de Taiwan, após a maior incursão nos últimos dias por aviões militares chineses na zona de identificação de defesa aérea da ilha.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou pela primeira vez por telefone na quarta-feira (10) com o chinês, Xi Jinping, a quem expressou preocupação pela situação em Hong Kong e pela minoria muçulmana uigur.

Na ligação, que aconteceu três semanas após a posse de Biden, o americano mostrou sua disposição em ser mais taxativo que o seu predecessor Donald Trump em temas relacionados aos direitos humanos, mas de manter certa continuidade em questões econômicas.

Também defendeu uma visão mais pragmática sobre assuntos como o clima, deixado de lado pela administração anterior.

De acordo com o relatório sobre a ligação divulgado pelo governo dos Estados Unidos, Biden expressou sua "profunda preocupação" com a repressão em Hong Kong, a posição mais imponente de Pequim na região - especialmente com respeito a Taiwan - e as "violações dos direitos humanos" em Xinjiang, região onde vivem os uigures.

Os dois líderes também conversaram, de acordo com o comunicado da Casa Branca, sobre a pandemia da covid-19 e os "desafios comuns" colocados pela segurança global de saúde e mudanças climáticas.

De acordo com especialistas, mais de um milhão de uigures estão sendo mantidos em campos de reeducação política em Xinjiang.

Pequim rejeita o termo "campos" e garante que são centros de treinamento vocacional, projetados para fornecer emprego para a população e manter o extremismo religioso sob controle.

Há muita expectativa sobre a posição do novo presidente americano em relação à China, devido aos múltiplos pontos de tensão que existem na relação entre as duas principais potências mundiais.

E embora Biden tenha mostrado claramente sua disposição de se distanciar da política externa de Donald Trump, a China é uma das poucas questões onde ele poderia promover alguma continuidade em relação a seu antecessor.

Uma autoridade do governo americano, que falou anonimamente, ressaltou que a nova equipe concorda com a anterior em continuar a enfrentar Pequim no âmbito da "competição estratégica" entre as duas potências.

Acrescentou, porém, que "problemas reais" foram identificados na forma como o governo Trump o abordou.

Este funcionário reafirmou na quarta-feira que, por exemplo, as tarifas impostas pelo governo Trump sobre os produtos chineses serão mantidas por enquanto, enquanto se aguarda uma revisão global da estratégia comercial dos Estados Unidos.

"Não tomamos uma decisão sobre esse assunto", disse. "Haverá mudanças em nossa política comercial em relação à China, mas não serão imediatas e, enquanto isso, não iremos eliminar tarifas", acrescentou, destacando a vontade da Casa Branca em desenvolver essa estratégia "em linha com seus aliados".

Em entrevista transmitida neste domingo pela CBS, Biden alertou que a rivalidade entre China e Estados Unidos se transformará em "competição extrema", ao mesmo tempo em que disse que quer evitar um "conflito" entre os dois países.

Questionado sobre o presidente chinês, Biden disse: "Ele não tem, e não quero dizer isso como uma crítica, mas é uma realidade, um único osso democrático em seu corpo."

"Não vou fazer do jeito que (Donald) Trump fez. Vamos nos concentrar nas regras internacionais", acrescentou, destacando conhecer bem Xi por ter tido longas conversas privadas com ele quando foi vice-presidente de Barack Obama entre 2009 e 2017.

O milionário chinês Ren Zhiqiang, crítico do presidente Xi Jinping, a quem chamou de "palhaço", foi condenado nesta terça-feira a 18 anos de prisão e a pagar multa de 4,2 milhões de yuanes (620.000 dólares) por "corrupção", anunciou um tribunal de Pequim.

Ren Zhiqiang foi condenado por "corrupção, aceitação de subornos, desvio de fundos e abuso de poder", anunciou o Tribunal Popular Intermediário Nº2 de Pequim.

Zhiqiang, 69 anos, ex-diretor de um grupo imobiliário público, foi expulso do Partido Comunista da China (PCC) em julho.

Em março ele publicou na internet uma crítica à resposta das autoridades à epidemia de Covid-19, que surgiu em dezembro do ano passado na cidade de Wuhan, região central da China.

Zhiqiang chamou Xi Jinping de "palhaço" e acusou o governo de reagir com atraso. Em abril as autoridades iniciaram uma investigação por "violação da disciplina".

De acordo com o veredicto, Rem Zhiqiang, ex-presidente do grupo imobiliário Beijing Huayuan, recebeu subornos de 1,25 milhão de yuanes entre 2003 e 2017. A sentença afirma que o milionário "confessou todos os crimes e não apelará" contra a decisão.

Desde sua chegada ao poder em 2013, Xi Jinping iniciou uma grande campanha de combate à corrupção, bem recebida pela opinião pública.

Ao mesmo tempo, algumas vozes afirmam que a campanha é utilizada para eliminar potenciais rivais do presidente.

Membro do PCC de 1974 a 2020, Ren Zhiqiang tinha milhões de seguidores que apreciavam suas opiniões na rede social Weibo.

A conta foi desativada em 2016, após a publicação de uma mensagem que criticava um discurso de Xi Jinping que incentivava a imprensa oficial a servir ao Partido.

Há vários anos o governo controla e pressiona cada vez mais a sociedade civil. A censura aumentou na internet, muitos advogados foram intimidados ou detidos e os professores mencionam ataques à liberdade de ensino.

O presidente chinês, Xi Jinping, expressou nesta terça-feira (5) um "alto grau de confiança" na impopular chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, com quem se reuniu em Xangai enquanto a violência continua na ex-colônia britânica.

Xi pediu esforços efetivos para melhorar a vida da população e diálogo com todos os setores da sociedade, informou a agência de notícias Xinhua.

"Lam dirige o governo da região administrativa especial (de Hong Kong) cumprindo plenamente seu trabalho, tentando estabilizar a situação e melhorar o clima social. Ela tem trabalhado duro", afirmou o presidente chinês, de acordo com agência oficial.

"Xi expressou o alto grau de confiança do governo central em Lam e o pleno reconhecimento de seu trabalho e de sua equipe", indicou a Xinhua. Ao mesmo tempo, a agência destacou que "acabar com a violência e o caos e restaurar a ordem continua sendo a tarefa mais importante para Hong Kong no momento".

A manifestação de apoio acontece após muitas especulações sobre o desejo de Pequim de substituir Lam por um chefe de Executivo interino em Hong Kong, cenário de manifestações pró-democracia marcadas por episódios de violência.

Hong Kong, um território semitautônomo, registra cinco meses de protestos que denunciam a interferência de Pequim e exigem reformas democráticas.

Os manifestantes pedem, entre outras coisas, a escolha por sufrágio universal direto do chefe do Executivo, principal autoridade do território, atualmente designado por um colégio de 1.200 grandes eleitores vinculados a Pequim.

Willy Lam, analista político radicado em Hong Kong, ressalta que Pequim demonstra apoio no momento. "Não significa que gostam de Carrie Lam, nem que façam uma boa avaliação de seu desempenho".

Para o analista, Pequim deseja que Hong Kong promulgue uma lei de segurança nacional que conceda mais poderes à polícia para punir os manifestantes. E Carrie Lam ainda pode sera afastada, recorda, dentro de um ano ou em março, durante a sessão plenária anual da Assembleia Nacional Popular (ANP).

Com base em sua Lei Fundamental, a ex-colônia britânica devolvida a Pequim em 1997 desfruta de uma grande autonomia e de liberdades inexistentes na China continental: liberdade de expressão e de manifestação e um sistema judicial independente.

O Partido Comunista Chinês anunciou na semana passada que mudará o processo de designação do chefe do Executivo de Hong Kong, sem explicar se o ajuste previsto responde aos pedidos de mais democracia dos manifestantes, mas advertiu que não toleraria nenhuma atividade que divida o país ou ameace a segurança nacional.

A deputada pró-democracia Claudia Mo afirmou que os defensores da democracia ficarão consternados ao ver o apoio de Xi a Carrie Lam.

"Pequim reforça sua influência sobre Hong Kong e piora as coisas aqui. É um espetáculo de marionetes", afirmou à AFP.

O presidente da China, Xi Jinping, chegou nesta quinta-feira (20) a Pyongyang para uma visita oficial de dois dias à Coreia do Norte, a primeira de um líder chinês em 14 anos, anunciou o canal estatal de televisão CCTV.

Xi Jinping, que viaja com sua mulher, Peng Liyuan, e com o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, chegou à capital norte-coreana às 11h40 local (23h40 Brasília), de acordo com imagens da TV estatal.

A visita, que terminará na sexta-feira (21), é a primeira de um presidente chinês desde 2005, e nos anos recentes as relações bilaterais foram afetadas, a ponto de a China se somar às sanções internacionais contra Pyongyang por seu programa nuclear.

Xi e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, se esforçaram pessoalmente para recompor a relação entre os dois países, mas o segundo esperou até 2018 para sua primeira viagem à China.

No ano passado, os dois líderes se encontraram em quatro oportunidades.

Xi escreveu um incomum artigo, publicado na primeira página do jornal oficial da Coreia do Norte, no qual destaca o vínculo "insubstituível" entre os dois países, na véspera da viagem a Pyongyang.

Com sua visita, Xi pode demonstrar que a China ainda tem influência sobre seu aliado da Guerra Fria e desempenhar um papel nos esforços para convencer Pyongyang a abandonar seu programa nuclear.

Xi também pode usar sua posição como uma "moeda de troca" na guerra comercial com os Estados Unidos, de acordo com o especialista.

Apesar de Trump ter prometido a Kim um fabuloso desenvolvimento econômico caso Pyongyang renuncie a seu programa nuclear, Xi espera recordá-lo do papel central de Pequim, que responde por nada menos que 90% do comércio exterior norte-coreano.

As principais avenidas e praças da capital norte-coreana estão decoradas com emblemas e bandeiras dos dois países.

A viagem ocorre uma semana antes da Cúpula do G20 no Japão, da qual participarão o presidente chinês e o líder americano, Donald Trump.

O presidente chinês Xi Jinping negou a existência de um "choque de civilizações" pela tensão entre seu país e os Estados Unidos, em particular pela guerra comercial.

"Pensar que sua própria raça e sua própria cultura são superiores e insistir em transformar ou inclusive substituir outras civilizações é estúpido (...) e desastroso na prática", afirmou Xi Jinping na abertura de uma conferência sobre o diálogo das civilizações asiáticas em Pequim.

"Não há choque de civilizações diferentes, basta observar para apreciar a beleza de todas as civilizações", completou, sem mencionar os Estados Unidos.

As palavras de Xi são uma resposta às declarações no mês passado de uma alta funcionária do Departamento de Estado americano, Kiron Skinner, que afirmou que a rivalidade com a China é "um combate contra uma civilização realmente diferente e uma ideologia diferente".

Esta é a primeira vez que os Estados Unidos enfrentam "um grande rival que não é de raça branca", completou a funcionária em um fórum sobre questões de segurança.

Na semana passada os negociadores americanos e chineses não conseguiram chegar a um acordo comercial. Pequim anunciou represálias ao aumento das tarifas americanas imposto pelo governo de Donald Trump em 10 de maio.

O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou nesta terça-feira (26) que China e Europa "avançam juntas", embora às vezes estejam em competição, e pediu que a desconfiança não domine suas relações.

"Apesar dos pontos de divergência, de competição, embora seja uma competição positiva (..) estamos avançado juntos", afirmou o presidente chinês após uma reunião em Paris com o presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

"Não vamos deixar que a desconfiança nos leve sempre a olhar para trás", completou Xi.

Macron pediu ao colega chinês que "respeite a unidade da União Europeia", em um contexto no qual os investimentos de Pequim em certos países europeus provocam temores de divisões.

"Temos divergências", destacou. "Mas respeitamos a China (...) e esperamos naturalmente que nossos grandes sócios respeitem também a unidade da União Europeia e os valores que representa".

A Polícia prendeu uma chinesa por divulgar um vídeo, no qual aparece manchando com tinta um retrato do presidente chinês, Xi Jinping - denunciou uma associação de defensa dos direitos humanos.

Dong Yaoqiong, de 28 anos, divulgou um vídeo no Twitter, em 4 de julho, acusando o Partido Comunista de exercer um "controle opressivo dos cérebros", relatou a Chinese Human Rights Defenders (CHRD).

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O vídeo mostra Dong Yaoqiong em um bairro de negócios de Xangai, jogando tinta sobre um cartaz com a foto do presidente chinês. Ela grita "Xi Jinping, espero que você venha aqui me prender!".

Segundo a CHRD, uma associação cuja sede fica nos Estados Unidos, Dong Yaoqiong foi detida nesse mesmo dia, e sua conta no Twitter, encerrada.

A última foto de sua conta no Twitter mostrava vários homens uniformizados do lado de fora de seu apartamento.

Questionada pela AFP, a Polícia de Xangai disse desconhecer o caso.

As autoridades "reprimem a liberdade de expressão para proteger o culto da personalidade de Xi Jinping", disse a associação.

A AFP não conseguiu verificar a identidade da pessoa que está no vídeo, mas uma pessoa que diz ser seu pai, Dong Jianbiao, divulgou na Internet a carteira de identidade de sua filha.

Segundo o pai, a detenção de sua filha foi um "sequestro feito por bandidos" e "um ato ilegal cometido em nome da lei".

O presidente chinês Xi Jinping defendeu um maior controle ideológico nas universidades do país, informa a imprensa estatal nesta sexta-feira, em um momento de crescente inflexibilidade contra a divergência de opiniões e a liberdade acadêmica.

Os estabelecimentos de ensino superior devem "ater-se às ordens do Partido Comunista e fortalecer e promover o socialismo com características chinesas", afirmou Xi em um encontro sobre ideologia e política que terminou na quinta-feira, indicou a agência estatal de notícias Xinhua.

O movimento representa a mais recente tentativa do Partido Comunista de levar seu dogma às aulas, aumentando os temores de uma restrição ainda maior da já limitada liberdade de cátedra na China.

As universidades devem integrar um "trabalho ideológico" em todo o processo educacional dos estudantes, insistiu Xi, que pediu a inclusão de mais conteúdo relacionado com a teoria marxista.

As universidades chinesas estão "sob a liderança do Partido Comunista (...) o ensino superior deve ser guiado pelo marxismo", completou.

No mandato de Xi, a repressão da liberdade de expressão, especialmente na internet, aumentou consideravelmente e centenas de advogados foram detidos pelo trabalho em casos de direitos civis considerados sensíveis pelas autoridades.

De modo concreto, as universidades se transformaram em um novo campo de batalha pelo exercício do controle do Partido Comunista Chinês.

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