Para petistas, ação da Lava Jato é política e afronta STF

Em nota, o Instituto Lula afirmou que "a reabertura de um caso encerrado em todas as instâncias judiciais a partir de ilações sem fundamento é mais uma arbitrariedade cometida por Moro contra o ex-presidente"

sab, 02/04/2016 - 09:38

A defesa dos investigados na 27.ª fase da Operação Lava Jato criticou as prisões e conduções coercitivas decretadas ontem pelo juiz federal Sergio Moro. Em nota, o Instituto Lula afirmou que "a reabertura de um caso encerrado em todas as instâncias judiciais a partir de ilações sem fundamento é mais uma arbitrariedade cometida pelo juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Lula".

"Por agir assim, este juiz já foi severamente advertido pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão unânime na última quinta-feira. Ao perseverar nessa atitude de nítida perseguição política e pessoal, tentando envolver Lula em suas teorias de conspiração, o juiz Moro e a Força Tarefa afrontam a Suprema Corte, os direitos de Lula e de cada cidadão", diz a nota.

Gilberto Carvalho, ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que junto com o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez esforços para que o assassinato de Celso Daniel fosse esclarecido. Ele lembrou que o caso foi amplamente investigado durante a CPI dos Bingos e criticou o "uso político" do crime.

"Este caso foi amplamente abordado na CPI dos Bingos, ocasião em que Carvalho prestou dois depoimentos, entre eles uma acareação com os irmãos Daniel e nenhuma evidência contra ele foi encontrada. Gilberto declara ter todo o interesse em que as investigações sejam realizadas com objetividade e sem o uso político que mais uma vez se pretende dar ao assunto. A morte de Celso Daniel representou a perda de um grande companheiro", diz a nota do ex-ministro.

O jornalista Breno Altmann afirmou que está orientando seus advogados a entrarem com ação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra Moro. Ele questiona a legalidade da condução coercitiva à qual foi submetido por ordem de Moro. Em nota, Breno afirmou que "sob a bandeira de combate à corrupção" a Lava Jato se trata na verdade de uma "investigação seletiva e contaminada, cujo objetivo derradeiro é a derrocada do governo da Presidenta Dilma Rousseff, a interdição do ex-presidente Lula e a criminalização do PT".

Breno prossegue dizendo que "depois das multitudinárias concentrações de ontem e da revogação de decisões arbitrárias do juiz Moro pelo Supremo Tribunal Federal, era de se esperar que a República de Curitiba revidasse". "Seu papel principal, afinal, é fabricar fatos que alimentem os meios de comunicação alinhados à oposição de direita. Sou apenas mais um dos alvos deste tornado antidemocrático." Por fim, disse: "Não foi apresentada, durante o interrogatório, qualquer prova ou indício de meu eventual envolvimento no caso investigado, de suposto empréstimo ao empresário Ronan Maria Pinto".

A defesa do empresário Ronan Maria Pinto informou que "há meses reafirmamos que o empresário Ronan Maria Pinto sempre esteve à disposição das autoridades de forma a esclarecer com total tranquilidade e isenção as dúvidas e as investigações do âmbito da Operação Lava Jato, assim como a citação indevida de seu nome". "Mais uma vez o empresário reafirmará não ter relação com os fatos mencionados e estar sendo vítima de uma situação que com certeza agora poderá ser esclarecida de uma vez por todas."

A advogada Mariângela Tomé, que defende Silvio Pereira, afirmou que não ia se manifestar pois não tomou conhecimento dos autos. O Estado não conseguiu localizar a defesa de Delúbio Soares.

Em nota publicada em sua página na internet, o Diário do Grande ABC afirma que o presidente da empresa, Ronan Maria Pinto, preso ontem, "sempre se colocou à disposição das autoridades e sempre negou qualquer envolvimento em atos de corrupção ou chantagem". "O Diário do Grande ABC é e sempre será maior do que qualquer um de seus acionistas e colaboradores. E seguirá firme no compromisso e na responsabilidade de bem informar os moradores das sete cidades da região", diz

Ouvido em 2 de fevereiro pela Lava Jato, Natalino Bertin afirmou que "em relação ao depósito de R$ 12 milhões na conta do Frigorífico Bertin em 2004, depositados por José Carlos Bumlai" que ele "não tinha conhecimento deste pagamento". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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