Produtores do Oscar falam sobre cerimônia quase impossível
Adiada para 25 de abril, a cerimônia será realizada apenas uma semana após a Califórnia liberar as vacinas para todos acima dos 16 anos
Um tapete vermelho "minúsculo", poderosos magnatas de Hollywood ausentes e um papel "central" para as máscaras. O Oscar presencial do próximo fim de semana não correrá riscos em termos de Covid-19, mas o evento ainda teria sido "impossível" apenas algumas semanas antes, disseram seus produtores neste sábado (17).
Os 93º Academy Awards, um espetáculo de três horas, "não serão como nada que já foi feito antes", segundo o coprodutor Steven Soderbergh. Adiada para 25 de abril, a cerimônia será realizada apenas uma semana após a Califórnia liberar as vacinas para todos acima dos 16 anos, com taxas de infecção despencando. Os cinemas estão até sendo reabertos.
Questionado pela AFP sobre o impacto do adiamento de dois meses, Soderbergh disse: "Teria sido impossível fazer antes o que vamos fazer". Em coletiva de imprensa virtual, ele afirmou que sua experiência fazendo filmes durante a pandemia e seu thriller de 2011 "Contágio" se mostraram muito úteis.
A cerimônia acontecerá na grandiosa Union Station, em Los Angeles, com os indicados socializando ao ar livre e depois entrando e saindo do local durante a apresentação. O tradicional tapete vermelho será drasticamente reduzido e a lista de convidados será tão limitada que até mesmo o poderoso chefe da Disney, Bob Iger, "não estará lá", contou Soderbergh.
Ao falor do pátio do local - onde apenas os indicados, seus convidados e um punhado de apresentadores vão conversar e beber - Soderbergh disse que espera que o Oscar dê ao mundo "um vislumbre do que será possível quando a maioria das pessoas for vacinada, e testes rápidos, precisos e baratos forem a norma".
"As máscaras vão desempenhar um papel muito importante na história desta noite", acrescentou. "Se isso é enigmático, é para ser - mas esse tema é muito central para a narrativa."
'Um retrato dos filmes'
Soderbergh e seus colegas produtores Jesse Collins e Stacey Sher estão mantendo muitos detalhes em segredo, mas indicaram que a natureza incomum e "esperançosamente única" de um Oscar da era pandêmica "certamente abriu uma oportunidade para tentarmos coisas que nunca foram tentadas antes".
A cerimônia terá "a estética de um filme em vez da de um programa de TV", incluindo o uso de "tomadas por cima do ombro do público" semelhantes às do cinema e formatos widescreen de alta resolução, revelou Soderbergh.
A maioria dos indicados deve comparecer pessoalmente, com hubs preparados em Londres e Paris permitindo a participação de europeus que não possam viajar devido às restrições. Porém, apenas por meio de conexões de satélite no padrão da indústria, não por Zoom. Prêmios recentes foram criticados por seu intenso uso de videochamadas.
Seguindo o conceito de premiação como um filme, nenhum apresentador foi divulgado, mas os apresentadores - anunciados como o "elenco" da cerimônia - "representarão a si mesmos, ou... Uma versão de si mesmos". Harrison Ford, Brad Pitt e Reese Witherspoon são algumas das estrelas já anunciadas.
Os indicados serão convidados a compartilhar histórias pessoais, em um programa que terá muitas entrevistas. "As histórias têm sido incríveis, muito úteis para nós", afirmou Soderbergh. "E um arquivo maravilhoso - um retrato dos filmes em 2020."