Como o LSD influenciou a cultura nos anos 60
Esta quarta-feira (16) marca os 79 anos da primeira sintetização do composto químico, realizada pelo químico suiço Albert Hofman
Depois que suas propriedades psicodélicas foram descobertas por acidente em um laboratório por Albert Hofmann (1906-2008), o LSD foi rapidamente banido no Reino Unido no ano de 1966, dois anos após sua descoberta. Porém, a droga ainda é muito associada à cultura hippie e aos movimentos contraculturais dos anos 60.
Em uma época de luta por direitos civís, assassinato do presidente norte-americano, a Guerra no Vietnam e outros eventos marcantes, muitos associam esta década a uma mudança de paradigmas sociais, muitos deles influenciados por grandes artistas, como Bob Dylan, os Beatles, Jimi Hendrix, Janes Joplin etc.
Um dos principais momentos chave desta virada aconteceu no Festival de Woodstock, em 1969. Este evento é considerado até hoje como um dos maiores eventos musicais da história e, provavelmente, o mais famoso deles. Em um contexto de muita agitação política e social nos Estados Unidos, este contexto estimulava o cenário de uma efervescência cultural.
A contracultura e o movimento hippie, influenciado pelo uso de substâncias, surgiu para questionar o “american way of life”, expressão usada para referir-se ao estilo de vida norte-americano, muito centrado na capacidade de consumo. Este modo consolidou-se na década de 1950, período marcado por uma geração de prosperidade econômica e a existência de um imaginário de modelo familiar estável.
O LSD foi recebido com muito entusiasmo pela comunidade científica, diversos estudos foram realizados pelo professor de psicologia de Harvard, Timothy Leary. Foi no fim da década de 1960, quando as mudanças nas leis do país tornaram-se mais rígidas no controle sobre os produtos farmacêuticos.
O uso e estudo científico da substância foi banido por diversas décadas, só retornando aos laboratórios de universidades recentemente, após a nova onda de popularidade da substância proporcionada por investidores e desenvolvedores do Vale do Silício.
Atualmente, a substância está sendo aplicada em tratamentos para depressão, ansiedade, stress pós traumático e em casos terminais de câncer. Neste último caso, pesquisadores alemães e norte-americanos realizam uma pesquisa em conjunto tendo o LSD como agente para o auxílio de questões existenciais e a aceitação da mortalidade, visando reduzir o sofrimento de pacientes.