Projeto acadêmico une dança e audiovisual
"Por entre Corpos e Imagens", atividade de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com a UNAMA - Universidade da Amazônia, estreia neste fim de semana, no YouTube
A Universidade Federal do Pará (UFPA) apresentará ao público produções audiovisuais experimentais que contemplam roteirização, cenografia, figurinos e dança (veja fotos na galeria acima). Sob a coordenação da professora Luiza Monteiro e Souza, o projeto de pesquisa e extensão foi contemplado pelo prêmio PROEX de Arte e Cultura 2021, lançado pela Diretoria de Arte, Cultura, Esporte e Lazer – DACEL, da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX da UFPA.
O projeto desenvolveu-se em parceria com a pesquisa “Processos de criação na encantaria do corpo: encontros, mergulhos e poéticas em dança”, também coordenado pela professora Luiza Monteiro, contando com a participação de discentes do curso de Licenciatura em Dança da Faculdade de Dança da UFPA e dos cursos de Moda, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Filmmaking da UNAMA - Universidade da Amazônia.
“Com a chegada da pandemia, nós, artistas da dança, entramos no universo do virtual, e a videodança trabalha muito com isso, e nos permite desenvolver relações com outros artistas, de outras áreas. Ter um suporte de estudantes da área da comunicação que agregam com conhecimentos do audiovisual e da captação de imagem foi essencial para termos sucesso nesse projeto”, disse Luiza Monteiro, coordenadora do projeto, artista, pesquisadora e professora doutora do curso de licenciatura em Dança da Faculdade de Dança da Universidade Federal do Pará.
O projeto começou em janeiro de 2022. As primeiras experimentações e produções tiveram como palco a UNAMA, por meio da parceria firmada com os Cursos Criativos Comunica, sob orientação técnica do professor Mário Camarão. Ao longo do ano, cerca de 25 pessoas participaram de ações que resultaram em materiais fotográficos, videodanças e vídeos documentais, todos 100% produzidos pelos estudantes.
“Eu enxerguei no projeto a oportunidade de exercitar a minha capacidade no audiovisual com a dança. Quando nós juntamos esses universos, encontramos algo novo. Eu acredito que esse projeto existe para trocarmos experiências e adquirir mais conhecimento uns com os outros”, disse Carlos Potiguar, voluntário do projeto e aluno do curso de Filmmaking da UNAMA.
“Eu já havia me filmado enquanto dançava, mas nada do que eu já fiz se compara com o que fizemos aqui. A câmera não é só um objeto de apoio. Na videodança é a câmera o que traz significado pra minha performance quando o público estiver olhando, eu preciso estar conectada à filmagem, e ela precisa estar conectada a mim. Então, quando eu comecei nesse projeto, eu tive que conectar-me aos meninos (filmmakers) para, assim, eles entenderem minha arte e eu entender a arte deles”, disse Rita Aroucha, voluntária do projeto e aluna do curso de licenciatura em Dança da UFPA.
“Com os filmmakers acompanhando os nossos movimentos, eu acredito que trocamos as nossas artes de um jeito harmonioso, eu faço uma dança para eles, e eles fazem uma dança para mim. Dessa forma, conseguimos encaixar bem nossas ideias. Esse trabalho me desafiou positivamente em conseguir sintetizar e dar vida às minhas ideias em relação à maquiagem, ao cenário, à indumentária etc. Eu acredito que, aqui, eu pude sistematizar o que eu pensava de uma forma clara e objetiva, mas, também, criativa, deixando a minha marca. Todo o nosso processo foi criativo e orgânico, sem grandes problemas ou discussões entre a equipe”, disse Geane Leite, voluntária do projeto e aluna do curso de licenciatura em Dança da UFPA.
“São muitas as dificuldades na realização de um projeto desse tipo, precisamos de espaço, de tempo, todos somos dependentes uns dos outros, temos aqui um trabalho coletivo, muitas pessoas, com muitas ideias. Precisamos encontrar equilíbrio dentro de tudo isso. O meu trabalho nasce dentro da ideia de um coletivo, eu trabalho dentro de uma companhia de dança, eu não sei trabalhar sozinha, eu gosto de estar acompanhada de muitas pessoas. Não é um trabalho tranquilo, mas é um que nos permite ampliar nossas ideias e nossos horizontes", declarou a professora Luiza Monteiro.
Luiza destacou o que mais estimula o projeto: "Existe uma máxima que exemplifica o que eu penso em relação a esse projeto: 'Sozinhos vamos mais rápido, mas juntos, podemos ir mais longe'. Eu acho que a ideia aqui é agregarmos o que cada um tem de melhor para fazermos algo que possa ir mais longe e ter um significado mais poderoso".
Serviço
O projeto estreia neste fim de semana (17/18 de dezembro), no canal oficial do YouTube.
O material fotográfico e audiovisual também é disponibilizado na conta oficial do Instagram.
Por Paulo Ricardo de Brito (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).