Conheça a história de "Os Miseráveis"
Esta segunda-feira (03) marca os 161 anos da primeira publicação da obra de Victor Hugo
Em 3 de abril de 1862, durante exílio na ilha de Guernsey, Victor Hugo (1802-1885) publicou o livro Os Miseráveis, sua obra mais popular que imortalizaria personagens como Jean Valjean, presidiário em liberdade condicional. O pano de fundo é a história da batalha de Waterloo até a insurreição republicana de 1832.
Filho de um general do Império constantemente ausente, Victor Hugo foi criado basicamente por sua mãe. Aluno do Liceu Louis Le Grand, tornou-se conhecido ao publicar a sua primeira coletânea de poemas Odes, recebendo uma pensão de Luís XVIII.
A obra narra a história de Jean Valjean, que, por ver os irmãos passarem fome, assalta uma padaria para roubar um pedaço de pão. Preso, é condenado a 5 anos. Acaba sendo condenado outras vezes por tentativas de fuga e mau comportamento na cadeia, tendo de cumprir 19 anos de reclusão.
Posto em liberdade condicional, tem de se apresentar regularmente às autoridades, condição que, apesar dos altos riscos, nunca cumpriu. Valjean se sente marginalizado por todos, pois carrega o "passaporte amarelo" que o identifica como ex-presidiário. Um bispo, Bienvenu, o ajuda, mas ao invés de se mostrar grato rouba sua prataria. É preso, pois as peças de prata ostentavam o brasão do bispo. No entanto, o bispo se recusa a denunciá-lo e diz que era um presente que tinha dado a Valjean.
O bispo é para ele um homem de Deus, que lhe deu lição de solidariedade e o trata como filho, fazendo com que volte a crer na humanidade. Após 9 anos sob nova identidade, Valjean prospera como negociante de vidrilhos, tornando-se um homem rico e respeitado como prefeito da pequena cidade de Vigau.
Desolado diante do drama de uma das suas operárias, Fantine, demitida de sua fábrica, e que tem de recorrer à prostituição para sustentar sua filha, Cosette, Valjean decide salvar a criança, adotando-a, mas não a tempo de impedir a morte da mãe.
Ocorre que o inspetor Javert é transferido para a mesma cidade. Javert era o homem que tratou o prisioneiro Valjean com crueldade. Quando Javert o reconhece, fica obcecado em desmascará-lo.
CAÇADA A VANJEAN
Contudo, um outro homem é acusado de ser Jean Valjean, mas o verdadeiro Jean Valjean, que estava no tribunal durante o julgamento, diz que o acusado é inocente, provando que ele é Jean Valjean. Isto fará com que Javert inicie uma caçada sem tréguas para prender Valjean, o que o faz passar toda a vida fugindo com Cosette por todos os cantos do mundo.
Até que retornam para a França e lá permanecem na casa de um velho amigo. Cosette se apaixona por Marius, um jovem aristocrata ligado aos meios revolucionários parisienses. Ao descobrir que o amor de Cosette não podia ser combatido, Valjean, apesar da presença de Javert, vai retirar Marius das barricadas, durante uma revolta, e o transporta ferido através dos esgotos de Paris.
Finalmente, Javert acaba por se convencer que toda a perseguição de décadas não passava de crime contra “um homem de Deus” e se suicida. Jean Valjean morre tendo ao lado Marius e Cosette.