Beija Flor definiu o seu enredo para o Carnaval 2024

A maior campeã da Marquês de Sapucaí homenageará Rás Gonguila

por Guilherme Gusmão sab, 13/05/2023 - 20:20
Divulgação/Redes Sociais Beija-Flor Divulgação/Redes Sociais

A escola de samba Beija-Flor de Nilópolis anunciou na tarde deste sábado (13), o enredo para o Carnaval 2024. A agremiação levará para o sambódromo Marquês de Sapucaí, o tema “Um delírio de carnaval na Maceió de Rás Gonguila”, que será desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo.

O homenageado nasceu em Maceió, em 1905. Era analfabeto e ganhava a vida como engraxate. Com sua flanela, ele lustrava os sapatos das figuras nobres da região. Mas foi com os bêbados e as meretrizes que aprendeu a ser boêmio e folião.  Na infância, ouvia dos seus pais, histórias de nobres de terras distantes, que faziam festa nos altos do maior dos quilombos, o de Palmares.

Então, ele passou a contá-las de forma mágica nas tradições populares do estado. Por volta dos 30 anos ele já era conhecido por ser um contador dessas memórias e por criar o Bloco Cavaleiros dos Montes. O nobre folião das encruzilhadas passou a se chamar Rás Gonguila, e hoje é conhecido na cultura popular de Alagoas. 

Pela primeira vez Maceió, será tema de samba enredo de uma escola de samba do Rio de Janeiro. O coordenador da Federação das Organizações da Cultura Popular e do Artesanato Alagoano (Focuarte), João Lemos, disse ao G1 que a cultura do estado está em festa e será muito bem representada na folia carioca.

"Estamos muitos felizes com Rás Gonguila ser o samba enredo, esse grande carnavalesco que fez a história de Maceió. E a partir de ele, falar da nossa cultura popular, do nosso artesanato, que faz Alagoas ser o polo mundial das tradições das manifestações culturais. Ter a Beija-Flor com esse enredo, faz o mundo todo olhar para o nosso estado", disse.

Nas redes sociais, a Beija Flor, maior campeã da Marquês de Sapucaí, divulgou um texto sobre o tema. "Nasceu em Maceió, no ano de 1905, um menino chamado Benedito, sobrenome dos Santos. Ouvia dos pais histórias de nobres de terras distantes, que faziam festa nos altos do maior dos quilombos. Mais tarde, o parceiro de boêmios e damas da noite virou Rás Gonguila, folião soberano dos carnavais da capital alagoana, que falava, para quem quisesse ouvir, sobre seu parentesco direto com o último imperador da Etiópia", escreveu.

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