Judô brasileiro terá disputa interna acirrada em Paris
A seleção brasileira de judô vai disputar neste fim de semana o Grand Slam de Paris, etapa do Circuito Mundial que mais pontos distribuirá para o ranking olímpico até o fim da janela de classificação. Um bom resultado na competição pode deixar os brasileiros cada vez mais perto de alcançarem a grande meta para este primeiro semestre: a vaga olímpica.
São 13 judocas do Brasil em Paris, mas apenas 12 deles competirão, já que Leandro Guilheiro, segundo do ranking mundial na categoria até 81kg, foi para a França só para participar de um treinamento que será organizado pelos franceses após o Grand Slam. Os demais terão pela frente um torneio que distribuirá 300 pontos para o campeão de cada categoria, 180 para quem ficar com a prata e 80 para os medalhistas de bronze.
O Confederação Brasileira de Judô considera que são necessários cerca de 700 pontos para colocar um brasileiro entre os 22 classificados para a Olimpíada entre os homens e as 14 entre as mulheres. Dos brasileiros que estão em Paris, apenas quatro ainda não alcançaram esta pontuação: Felipe Kitadai (60kg), Luciano Correa, Leonardo Leite (ambos até 100kg) e Daniel Hernandes (mais de 100kg).
Em uma categoria em especial, porém, o Grand Slam de Paris vale ainda mais. É na até 90kg masculina, que tem Tiago Camilo e Hugo Pessanha praticamente empatados, um com 1.000 e outro com 920 pontos. Só um deles, porém, vai poder estar em Londres - o que terminar o mês de abril na frente do concorrente. Eles ressaltam a concentração neste momento decisivo.
"Atleta de alto rendimento está sob pressão o tempo todo. Chego a Paris bem, com a cabeça no lugar e muita vontade de vencer. Estou trabalhando duro. As coisas sempre deram certo comigo", diz Tiago Camilo, que lidera a disputa interna brasileira.
"Evito ver a luta do Tiago. Fico concentrado no meu judô, faço o meu trabalho. Ficar pensando demais no outro cria um estresse a mais desnecessário", revelou Hugo Pessanha.
Em situação mais tranquila no ranking dos pesados, uma vez que tem 1.038 pontos, mais de 400 acima de Daniel Hernandes, seu concorrente direto, Rafael Silva quer aproveitar o Grand Slam para treinar e praticamente carimbar seu passaporte para Londres. "A disputa interna está muito boa e um resultado positivo aqui em Paris aumentará minhas chances de representar o Brasil em Londres. Além disso, vou aproveitar para experimentar alguns golpes novos e fazer ajustes", diz Rafael.
Os primeiros brasileiros a lutar, no sábado, serão Sarah Menezes (48kg), Erika Miranda (52kg), Ketleyn Quadros (57kg), Felipe Kitadai (60kg) e Leandro Cunha (66kg). No domingo competem Mayra Aguiar (78kg), Tiago Camilo (90kg), Hugo Pessanha (90kg), Luciano Correa (100kg), Leonardo Leite (100kg), Daniel Hernandes (+100kg) e Rafael Silva (+100kg).