Brasileiras estreiam com derrota no vôlei sentado
Uma derrota com gosto de vitória marcou a estreia do vôlei sentado feminino do Brasil na Paralimpíada de Londres. Neste sábado, a equipe perdeu para a China por 3 sets a 1 (26/24, 25/15, 20/25 e 25/16). A princípio pode parecer um resultado ruim, mas considerando que a China nunca perdeu nas duas edições do vôlei sentado feminino paralímpico e em Pequim/2008 foram campeãs sem perder um set sequer foi um grande progresso. Em Londres, além do Brasil os Estados Unidos conseguiram ganhar um set das chinesas.
"A gente nunca ganhou nada enfrentando a China. Vencer um set deixou as meninas superconfiantes e vamos precisar disso amanhã. Quem acompanha o nosso trabalho sabe da importância disso", disse o técnico Alexandre Medeiros. "A gente tirou aquela inhaca de primeiro jogo e vamos confiantes contra a Eslovênia (neste domingo)", disse a levantadora Adria Silva, fã da levantadora da seleção brasileira Dani Lins. O Brasil nunca ganhou da Eslovênia em partidas oficiais, mas derrotou as adversárias em um amistoso disputado pouco antes dos Jogos, já em Londres.
Medeiros explica que o vôlei sentado feminino do Brasil está em processo de evolução e enfrenta um problema crônico de falta de atletas. "A gente recruta o pessoal de saber da história ou mesmo parando as mulheres na rua mesmo", contou. O sonho do treinador é que, com a divulgação do trabalho na Paralimpíada, apareçam novas jogadoras dispostas a reforçar o Brasil. "Tem muita gente que teve de encerrar a carreira por problemas físicos que poderia estar jogando conosco", disse o treinador.
Um dos casos é o da atacante Janaína Petit, que chegou a integrar as categorias de base da seleção brasileira mas teve o futuro comprometido porque foi atropelada por um ônibus quando saía de um treino no clube Pinheiros . Ela perdeu força muscular na panturrilha e no quadríceps o que a impediu de continuar jogando. Medeiros conta que precisou insistir por meses até que a jogadora concordasse em participar de treinos e voltar às quadras pois a presença de pessoas que conhecem a rotina de um atleta também são de grande utilidade. O técnico pede que interessadas busquem informações no site do Comitê Paralímpico Brasileiro (www.cpb.org.br) e na Associação Brasileira de Vôlei Paralímpico (http://www.abvp.com.br/) .