Análise de um repórter das aberturas das arenas no NE

Das 12 arenas para a Copa do Mundo, três já foram inauguradas

por Victor Bastos seg, 08/04/2013 - 16:50

O futebol brasileiro vive uma nova realidade. Certamente de transição. Porém, também sem levantar dúvidas, uma transição positiva. Crescendo economicamente nos últimos anos, principalmente através do grande impacto que a Copa do Mundo leva para o país que ela atraca de quatro em quatro anos. Em 2014, pela segunda vez na história, será a vez do Brasil.

Serão 12 arenas. Bilhões de investimento. Uma mudança estrutural para tentar transformar a enraizada cultura de maus-tratos aos torcedores. Sentar ou ficar em pé no sol e na chuva durante os jogos, enfrentar filas quilométricas, conviver com cambistas e violência das torcidas organizadas... Esses são alguns dos exemplos de desrespeito dos que gerem o futebol nacional.

A situação no Nordeste é ainda pior. Com exceção do Presidente Vargas (PV), em Fortaleza, que foi remodelado entre 2008 e 2011 – com um investimento de R$ 52 milhões –, os estádios da região são completamente defasados. Parece que o tempo parou no século passado. Penetrou nas duras, sujas e desconfortáveis arquibancadas de concreto.

Como tratar os torcedores como clientes, já que são potenciais consumidores e derramam em consumo os bilhões investidos pela entidade e seus patrocinadores? Bem ou mal, a Fifa não permite tais desrespeitos. Não que os cartolas de lá sejam bonzinhos. Eles simplesmente sabem como lucrar com o público amante do esporte bretão. E dessas doze arenas, três já foram inauguradas. Duas no Nordeste, além do Mineirão, no Sudeste do país, abriram seus novos portões.

Me chamo Victor Bastos, sou repórter do LeiaJá e estive nas abertura do Castelão, em Fortaleza, e da Fonte Nova, em Salvador. Para passar a minha visão direta do que vi, resolvi repassar para os nossos leitories um resumo com alguns pontos positivos e negativos do que pude observar dessa "nova fase" dos estádios brasileiros.

Castelão

Esteticamente perfeito. A beleza externa do Castelão é encantadora. Imponente e gigante. Entretanto, tamanho suficiente para confundir quem procurava a entrada correta. Sem ou com pouquíssimo preparo, quem trabalhava para tirar dúvidas aumentava os pontos de interrogação em relação ao acesso.

As cabines de imprensa não estavam prontas. Profissionais de impresso e web foram deslocados para os camarotes da arena. Por outro lado, a internet funcionou perfeitamente durante toda a inauguração. Muitos bares e restaurantes estavam fechados. O gramado, esse seguindo bem a cartilha da Fifa, estava primoroso.

Fonte Nova

Respeitando em muitos pontos o formato da antiga Fonte Nova, a nova versão do estádio não foi tão arrojada esteticamente. A manutenção do estilo “ferradura”, com uma abertura atrás de uma das barras, é o principal exemplo para isso. A visão não é das mais agradáveis. Um gigante morro localizaod nos entornos do estádio, esquecido e maltratado pela pobreza, contrasta com essa construção de milhões.

O conforto interno “compensa”. Algumas áreas do estádio e os chamados "espaços vips",  oferecem serviços jamais vistos em estádios do país (música ao vivo, garçom, restaurante e poltronas confortáveis ). As outras, não menos confortáveis, também têm excelente visão do campo e fácil acesso.

As cabines de imprensa foram entregues, mas faltaram cadeiras. Ironicamente sobraram poltronas confortáveis, mas “inúteis” para o momento da partida, já que as bancadas não eram apropriadas para o espaço (largas, tiravam a visão dos profissionais).

Victor Bastos é repórter da editoria de Esportes do LeiaJá.

O texto não reflete a opinião do portal LeiaJá

COMENTÁRIOS dos leitores