JOÃO PESSOA (PB) - Um esporte onde torcida fica calada e barulho só se for dentro de quadra. O futebol de 5 é um dos principais esportes praticados na Paraíba, que tem na Seleção Brasileira da modalidade, além do técnico Fábio Vasconcelos, três paraibanos: Damião, Luan e Marcos, da Associação Paraibana de Cegos (Apace).

Neste domingo (8), os Jogos Paralímpicos da Paraíba foram encerrados após quatro dias de disputas. Entre os esportes está o futebol jogado por deficientes visuais e, que por este motivo, precisa de silêncio nas arquibancadas e atletas que falam para serem encontrados nos passes.

Após todos se calarem, o apito inicial é dado. A bola emite sons, atrás do gol fica o técnico que orienta o destino dos chutes, o árbitro tem liberdade para posicionar os jogadores em quadra, onde apenas os goleiros podem enxergar.

Nesta competição, a Apace chegou desfalcada, já que os atletas estão treinando com a Seleção, no Rio de Janeiro, visando a Copa do Mundo 2014. A ausência dos três foi uma das responsáveis pelo segundo lugar no Paralímpico conquistado esta manhã.

A Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadevi) conquistou o título. “A gente esperava uma boa participação no campeonato e nos sagramos campeões. Motivo de muita alegria pela qualidade dos adversários”, declarou Adonias Clarindo, técnico da Apadevi.

Mas este tipo de esporte não é apenas diversão ou competitividade. “É acima de tudo a ascensão social destes deficientes. Nós temos pessoas que vem conhecer a vida depois de adultos porque viviam escondidos em suas casas”, lembrou o treinador.

Para Adonias, esta é uma forma de dar qualidade de vida e fazer a sociedade aceitar quem tem algum tipo de deficiência. “A gente proporciona lazer, atividade física, educação e faz com que os cegos sejam vistos”.

Além do Futebol de 5, os Jogos Paralímpicos contou ainda com as disputas de bocha, atletismo, natação, goalball e futsal.