Na seleção de boxe, Adriana Araújo mira título mundial
A baiana é a única pugilista a conquistar uma medalha olímpica para o Brasil
Adriana Araújo mantém a seriedade mostrada nos ringues até nas entrevistas, mas dá uma trégua ao falar da nova fase. O sorriso aparece brevemente e logo vai embora quando a pugilista traça o próximo objetivo da carreira: ser campeã mundial em novembro, na Coreia do Sul. "É muito importante para mim, não só como preparação para a Olimpíada. Vou enfrentar as maiores atletas do mundo e vou para conquistar o título."
A nova fase de Adriana começou a virar realidade no dia 27 de março deste ano, quando passou a treinar com a comissão técnica da seleção brasileira, em São Paulo. E o fato, segundo ela, traz felicidade. Em quatro meses, a única pugilista a conquistar uma medalha olímpica para o País já colhe os frutos da parceria. O maior deles está ligado às lesões e às dores no corpo, que diminuíram bastante.
"Antes eu tinha muita lesão no corpo por causa da falta de acompanhamento. Hoje ele é maior, mais completo, com massaterapeuta, fisioterapeuta. Há uma grande diferença em relação à preparação para a Olimpíada de 2012", disse Adriana.
Nos Jogos Olímpicos de Londres, Adriana ficou com a medalha de bronze e, na ocasião, quebrou um jejum de 44 anos sem pódios na modalidade - depois, Esquiva Falcão e Yamaguchi Falcão também chegariam à marca. A única medalha olímpica do País no boxe até então era de Servílio de Oliveira, que foi bronze nos Jogos da Cidade do México, em 1968.
Os treinos de Adriana na capital paulista, em contrapartida, são mais intensos. O ritmo forte, entretanto, é apontado por Adriana com um dos fatores para a grande possibilidade de uma nova conquista olímpica. "Hoje estou feliz por estar na seleção por conta de um bom treinamento. Isso é importante para garantir uma medalha em 2016", afirmou.
A etapa de treinamento intenso, para ela, é o melhor cenário. Depois de ficar quase dois anos fora da seleção, Adriana voltou a se entender com Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe). Após os Jogos de Londres, a pugilista criticou o presidente da entidade, Mauro Silva, e acabou excluída da equipe. Em dezembro do ano passado, a atual terceira colocado no ranking pediu desculpas e acertou o retorno à seleção.
Em São Paulo, Adriana já se adequou à nova rotina. De acordo com ela, um atleta tem de se adaptar a qualquer ambiente. "Isso nunca foi problema para mim. Se não for assim, a gente fica para trás", disse.