Artilheiro do Parazão já teve passagem pela Europa

Atacante Jeferson Monte Alegre, de 21 anos, marcou oito gols em nove rodadas da competição. Apesar da pouca idade, já teve experiências fora do Estado e do País. Agora, tenta levar o São Raimundo ao título.

ter, 12/04/2016 - 16:37
Arquivo Jeferson no tempo em que vestiu a camisa do Paysandu Arquivo

Muito se falou no início do Campeonato Paraense sobre quem seriam os favoritos ao título, às vagas na Série D e, também, quem brigaria pela artilharia do Parazão. Poucos imaginaram que, na parte final da competição, um jovem  de Monte Alegre, município no oeste do Pará, despontaria. Trata-se de Jeferson Damasceno de Lima, conhecido como Jeferson Monte Alegre. O atacante do São Raimundo, de 21 anos, marcou oito gols em nove partidas e já fez mais tentos que o artilheiro do Parazão do ano passado, Rafael Paty, que jogava no Remo e balançou as redes em sete ocasiões.

Embora tenha ganhado mais projeção neste ano, Jeferson já tem uma carreira considerável. Aos 15 anos, após passar por “peneira” realizada em Monte Alegre, trocou as corridas nos campinhos de areia da cidade natal pelo sul do país, onde atuou nas categorias de base do Internacional junto com alguns amigos do município. “Fui fazer testes lá, mas fiquei pouco tempo. É diferente, a base é bem mais valorizada. O suporte que eles dão é diferente de qualquer um. Tanto que a do Inter é uma das melhores do País. Foi uma experiência muito boa. Fizeram ‘vaquinha’ para viajarmos. Mas não tivemos condições financeiras para permanecer lá. Serviu de aprendizado para a gente. Muitos, hoje, são jogadores profissionais”, confessou o atacante, que ainda teve curtas passagens pelo Grêmio-RS e Figueirense-SC.

Depois da rápida experiência no sul do Brasil, Jeferson retornou ao Pará e jogou durante dois anos categorias de base do Paysandu. Chegou a jogar ao lado de Yago Pikachu, lateral direito que defendeu por quatro temporadas no Papão, fez 62 gols em mais de 200 jogos e que hoje pertence ao Vasco. E também com Bartola, atleta que ficou três anos no Coritiba e agora veste a camisa do Maringá-PR. “Fui campeão no sub-17 e vice no sub-20, sendo que eu estava com 18 anos, disputamos uma Taça BH. Mas não consegui a profissionalização, então fui ao São Francisco. Não guardo mágoas, foi decisão minha sair. Vi que não receberia oportunidades”, disse Jeferson.

No Leão Santareno, o jovem assinalou oito gols em três anos. O bom desempenho nos estaduais fez com tivesse uma oportunidade na Bulgária, através do empresário dele, Rogério Pereira. Em 2015, Jeferson Monte Alegre passou pelo Montana, que serviu como ponte para ele chegar a um dos maiores times do país, o Slavia Sofia. Para ele, o período que passou na Europa o ajudou bastante para a evolução como jogador e ressaltou a qualidade de vida da cidade. “O custo de vida não é alto. Você compra comida barata e ainda sobra muito dinheiro. Consegui uma estabilização por causa disso. Fiquei três meses lá, estava bem, disputei amistosos de pré-temporada. Mas por um vacilo, tive que sair: meu visto venceu”, afirmou.

Dessa forma, o atacante retornou ao Pará e a Santarém, porém para outro time: o São Raimundo, para a disputa do Parazão em 2016. Com o Pantera, Jeferson deslanchou e, até então, marcou oito gols em oito rodadas. É o artilheiro isolado do campeonato. Segundo ele, o principal trunfo da equipe santarena é o trabalho forte e a união do time. “Todo mundo está fechado com o outro, e isso faz diferença dentro de campo. Um motiva o outro. O que fez a gente garantir a classificação. Mas almejamos mais coisas, como a vaga na Série D. Então precisamos pontuar, sabemos da importância dessas últimas partidas. E se for da vontade de Deus, buscaremos o título”, revelou o jovem.

O protagonismo no campeonato e a “bagagem” internacional tornaram Jeferson alvo de especulações em relação ao futuro dele após o Parazão. O atacante confirmou que existem propostas, mas despistou em relação aos clubes interessados nele e se mostrou focado no São Raimundo. “Tenho contrato com o São Raimundo, preciso fazer meu papel dentro de campo. Essas propostas ficam para o empresário e minha família”, falou o atacante. “Fico feliz por estar representando Monte Alegre. Não só a cidade, como o interior e a minha família. Preciso aproveitar esse momento, mas com humildade. Sem levantar a cabeça”, concluiu.

Por Mateus Miranda.

 

 

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