Papão vence o Leão por 4 a 2 e decide título da Copa Verde

Num clássico emocionante, com pênalti polêmico, expulsão e seis gols, o Paysandu eliminou o maior rival, no Mangueirão. O bicolor Raí foi o melhor jogador em campo, com dois gols e uma assistência.

dom, 24/04/2016 - 08:57
Fernando Torres/Divulgação-Paysandu Sport Club Time bicolor mostrou superioridade técnica em um clássico marcado pela garra azulina Fernando Torres/Divulgação-Paysandu Sport Club
Fernando Torres/Divulgação-Paysandu Sport Club Com seis gols e duas equipes dispostas a atacar, o confronto foi histórico Fernando Torres/Divulgação-Paysandu Sport Club

Foram 105 minutos mais os acréscimos de muita emoção. Não é nenhum absurdo dizer que essa foi a duração do último Re x Pa de 2016 (mesmo com uma partida de futebol tendo somente 90 minutos de jogo) que terminou com a classificação do Paysandu para a final da Copa Verde, após vitória por 4 a 2 sobre o Remo, neste sábado (23), no Mangueirão, em Belém. Isso porque as duas torcidas deram o “pontapé inicial” no pré-jogo e não deixaram a semifinal esfriar nos 15 minutos de intervalo, ao protagonizarem um duelo à parte para saber qual delas cantava mais alto.

O contexto do jogo (duas torcidas cantando, último Re x Pa do ano e o maior público presente – comparando todos os públicos dos quatro clássicos de 2016) anunciava um duelo, no mínimo, empolgante. Foi mais que isso. Com seis gols e duas equipes dispostas a atacar, o confronto foi histórico.

“O jogo em si foi muito aberto. A gente até previa algo do tipo. Por nós termos conquistado o resultado no primeiro jogo, o Remo possivelmente viria pra cima. Nós também não abrimos mão de atacar. Quem compareceu ao Mangueirão viu um bom jogo, viu um jogo aberto. Talvez pela nossa equipe ter sido um pouco mais organizada, com menos desfalques, mais posicionada e menos pressionada emocionalmente a gente tenha conseguido ser melhor que o adversário”, disse Dado Cavalcanti, treinador do Paysandu.

Raí foi o cara do jogo. Começou a partida como lateral esquerdo, mas foi no segundo tempo, jogando no meio-campo, que o atleta bicolor se destacou. Bateu o escanteio que gerou o gol de Rodrigo Andrade e fez dois gols que sacramentaram a vaga bicolor como finalista.

A agitação das arquibancadas contagiou a atmosfera no gramado. No primeiro minuto de jogo, cada time chegou uma vez ao gol adversário. Ambas as equipes apostavam nas jogadas pelas laterais. Roniery era o principal jogador do Paysandu a levar perigo à meta azulina.

A equipe alviceleste não conseguia articular jogadas na parte central do campo. Quando foi eficiente, surgiu o pênalti (Alisson tropeçou e caiu por cima de Celsinho dentro da grande área) convertido por Betinho, aos 29 minutos do primeiro tempo. Além de ter que tirar uma desvantagem que foi dobrada, a situação da equipe do Remo piorou quando o centroavante Luiz Carlos saiu lesionado. Sílvio foi o jogador escolhido pelo treinador Marcelo Veiga para substituí-lo, mesmo tendo outra opção, o atacante João Victor. O cruzamento do gol de empate, marcado contra pelo zagueiro Fernando Lombardi, no finalzinho do primeiro tempo, foi de Sílvio.

“Eu queria um time mais rápido no ataque. Então eu optei por deslocar o Ciro pro meio, para ele ter a possibilidade de puxar um facão e o Sílvio movimentar. Ele tem também uma dinâmica muito boa em relação a acompanhar aquele setor. Tanto que quando ele entrou, eu acho que a gente conseguiu mudar o panorama. Já o Luiz (Carlos) é mais fixo, um jogador de referência, que segura um pouco mais os zagueiros. O Ciro não. Procurou trabalhar nas costas dos zagueiros. A intenção que eu tive foi essa, a de dar velocidade ao ataque do time”, explicou Veiga.

No intervalo de partida, o treinador do Paysandu, Dado Cavalcanti, promoveu três modificações em uma substituição. Rodrigo Andrade entrou no lugar de Raphael Luz. Com isso, Ilaílson foi pra lateral esquerda, Rodrigo Andrade jogou como volante e Raí foi para a linha ofensiva de meio-campo.

A troca foi fundamental, na bola parada e, sobretudo, com a bola rolando. Raí deu assistência a Rodrigo, no segundo gol bicolor. Com um a mais em campo, depois da expulsão do zagueiro Max, e jogando no contra-ataque, Raí aproveitou os espaços e marcou dois gols, em de oito minutos. Um aos 33 e o outro aos 41, da etapa final. A Fiel gritou mais alto.

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A disputa pelo título da Copa Verde será contra o Gama-DF, que eliminou o Aparecidense, do Estado de Goiás.

Ficha técnica

Remo: Fernando Henrique; Levy, Henrique (Marcinho), Max e Ítalo; Alisson, Chicão, Eduardo Ramos e Marco Goiano; Ciro e Luis Carlos (Silvio depois João Victor). Técnico: Marcelo Veiga.

Paysandu: Emerson; Roniery, Fernando Lombardi, Pablo e Raí; Augusto Recife, Ilailson, Raphael Luz (Rodrigo Andrade) e Celsinho (Bruno Smith); Fabinho Alves e Betinho (Leandro Cearense). Técnico: Dado Cavalcanti.

Árbitro: Joelson Nazareno Cardoso (PA). Assistentes: Márcio Gleidson Correa Dias (PA) e Lúcio Ipojucan Matos (PA). Cartões amarelos: Chicão, Eduardo Ramos e Max (REM) ; Fabinho Alves, Roniery e Rodrigo Andrade (PSC). Cartão vermelho: Max (REM).

Renda do Paysandu: R$ 253.597,00. Público Pagante Paysandu: 12.100. Público Lado B (Paysandu): 13.770.

Renda do Remo: R$ 159.257,00. Público Pagante Remo: 9.437. Público Lado A (Remo): 10.847.

Renda Total: R$ 412.854,00. Público Pagante Total: 21.537. Público Total: 24.617.

Por Octávio Almeida.

 

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