Grafite comenta salários atrasados no Santa Cruz

Segundo atacante, falta dinheiro até para alguns atletas chegarem aos treinos

por Renato Torres qui, 29/09/2016 - 18:55
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Grafite contou as dificuldades que o time está passando Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A crise no Santa Cruz é maior do que parece. Vice-lanterna no Brasileiro da Série A e eliminado da Sul-Americana, o Tricolor está sofrendo com um fim de temporada desastroso. Não bastassem os resultados que não vem em campo, o clube não está conseguindo cumprir com a folha de pagamento. Em entrevista coletiva, o atacante Grafite resolveu falar da situação e é bem pior do que aparenta. O elenco não recebe há dois meses e os funcionários do clube também estão passando sufoco.

"É delicado, viu? Difícil, porque alguns jogadores já tem um padrão dentro de futebol e pode se dar ao luxo de não receber alguns meses. Mas tem gente que perdendo um, já se complica. Os jogadores são parte disso, os funcionários também estão sem receber, é complicado. Teve situação em que faltou dinheiro até para chegar no treino, pagar o táxi", desabafou.

A situação complicada faz com que jogadores experientes do elenco, como o próprio Grafite e o zagueiro Danny Morais, tenham que ajudar os companheiros. O camisa 23 diz confiar no trabalho da diretoria para sanar as dívidas e confessa que já tirou do próprio bolso para apoiar colegas. 

"Não adianta vir aqui tapar o sol com a peneira, sei que a diretoria está se esforçando para resolver a situação, virando noite para liberar o dinheiro. Mas chega um ponto que interfere. Isso acaba caindo para mim, para o Danny, ajudar com palavra, ou dinheiro mesmo. Não é fácil chegar para trabalhar com problemas em casa, isso atrapalha demais. Confio que vamos conseguir resolver isso para podermos todos remar juntos rumo à permanência na Série A", ressaltou Grafite.

A situação do Santa Cruz em 2017 deve ser ainda pior. Porém, uma permanência na Série A pode servir para o clube conseguir se ajustar. Segundo o atacante, esse é um pensamento comum a todos do elenco. "Enquanto houver esperança, temos que lutar até não dar mais. Difícil pensar na próxima temporada sem saber. É uma diferença gritante o planejamento com a permanência, ou para a Série B. Para todo mundo, clube, atletas, financeiramente falando. Ficar será algo muito bom e uma queda não é o fim do mundo. Então, temos esperança", contou.

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