Diretor de arbitragem nega auxílio na final do Paulistão
A acusação palmeirense que motivou a abertura de inquérito no Tribunal se baseia num suposto diálogo ocorrido instantes após o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza ter marcado pênalti de Ralf em Dudu
Em depoimento prestado nesta terça-feira ao Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP), o diretor de arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF), Dionísio Roberto Domingos, negou que tenha alertado a arbitragem do dérbi entre Palmeiras e Corinthians que decidiu o título estadual, no último dia 8, no Allianz Parque, a respeito do equívoco na marcação de um pênalti na etapa final.
"Eu me desloquei até a beira do campo para observar o que estava acontecendo", afirmou Dionísio, que atuou como instrutor de arbitragem naquela partida e tinha o direito de estar no gramado. A função, porém, permite a comunicação entre instrutor e os árbitros somente antes e depois do jogo.
A acusação palmeirense que motivou a abertura de inquérito no Tribunal se baseia justamente num suposto diálogo ocorrido instantes após o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza ter marcado pênalti de Ralf em Dudu. Cerca de sete minutos depois, o confronto foi retomado com nova decisão da arbitragem, anulando a penalidade e assinalando escanteio.
De acordo com a tese palmeirense, Marcelo Aparecido só voltou atrás porque recebeu de seus auxiliares a informação de alguém de fora do campo de que houvera erro na marcação da penalidade máxima. E tal informação teria sido passada por Dionísio no momento em que ele se dirigiu à linha lateral do gramado e pareceu ter mantido contato com o assistente Anderson José de Moraes Coelho.
"Não falei com ele nem com nenhum membro da equipe de arbitragem", garantiu Dionísio, que admitiu estar no campo com o celular no bolso, porém, desligado, seguindo orientação da própria Federação.
Além dele, prestaram depoimento, ao longo de mais de oito horas de sessão nesta terça, todos os integrantes da equipe de arbitragem e o delegado da partida. O discurso foi semelhante em relação aos principais pontos questionados por cinco membros da 3ª Comissão Disciplinar do TJD, mais a procuradora Priscila Carneiro de Oliveira.
Agora, um relatório será apresentado na próxima segunda-feira, dia 23. Baseado nele, a procuradora apresenta ou não denúncia para ser julgada. Caso se considere que não há elementos que comprovem a tese da acusação, o processo será arquivado, decisão da qual o Palmeiras ainda poderá recorrer.