'Não parei de jogar porque ainda tem muito jogador ruim'
Meia Douglas, do Grêmio, questionou a qualidade técnica dos jogadores no Brasil
Jogador de características raras no futebol brasileiro, o meia Douglas, do Grêmio, também se comporta de maneira diferente nas entrevistas. Recuperado de lesão que o tirou dos gramados por quase um ano e meio, o camisa 10 revelou em entrevista coletiva nesta segunda-feira que pensou em parar de jogar, mas voltou atrás em razão da baixa qualidade técnica dos jogadores no Brasil.
"Após a segunda cirurgia (no joelho esquerdo), chegou o momento que pensei, sim. Mas foi muito breve. A vontade de jogar era maior ainda e acabei superando isso rapidamente" afirmou o meia, para dizer no final da entrevista o motivo que o fez reconsiderar a decisão. "Na realidade é que ainda tem muito jogador ruim [no mercado]. Não tinha por que eu parar agora", disse.
A última partida oficial de Douglas pelo Grêmio foi em fevereiro de 2017, pelo Campeonato Gaúcho. Pouco depois, ele rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo em uma treinamento e foi operado. Quando estava prestes a voltar, ainda no ano passado, teve um problema no ligamento e foi obrigado a passar por outra cirurgia.
Totalmente recuperado da lesão, o meia afirmou que está muito bem fisicamente, mas que ainda precisa readquirir o ritmo de jogo. Ele esteve em campo três vezes neste período sem jogos oficiais devido à disputa da Copa do Mundo da Rússia. Enfrentou Chapecoense e Santos, pelo Campeonato Brasileiro de Aspirantes, e entrou no segundo tempo no amistoso do último domingo, contra o Corinthians.
"Estou 100%, é só readquirir o ritmo de jogo e dar sequência. Fisicamente me sinto muito bem. Problema maior é o ritmo de jogo e o funcionamento durante a partida", disse o meia.
Ele rechaçou o comentário do técnico Renato Gaúcho, que havia dito após o jogo contra o Corinthians que o meia se reapresentou 14 quilos acima do peso na volta aos treinamentos e que ainda precisava perder dois ou três quilos para estar no peso ideal.
"Estou no peso. O Renato pega no meu pé sempre. Eu estando gordo ou magro, ele pega no meu pé. Sempre vai falar. Durante os treinos é uma coisa, mas no jogo é completamente diferente. No começo da partida com a Chapecoense, eu fiquei um pouco perdido até em campo. Mas passou, em cinco minutos já acostumei", garantiu.
Sobre o estilo de jogo do Grêmio, Douglas, acostumado a dar cadência ao time e assistência aos seus companheiros, entende que não houve muitas mudanças desde que ele se lesionou e, por isso, não terá problemas para se reintegrar à equipe.
"Não mudamos muita coisa, não. Continuamos com o toque de bola, da mesma forma que a gente vinha jogando, então não vejo muita diferença, não. Se eu entrar, vou estar bem porque acho que não mudou muita coisa".