Conheça quem são os fotógrafos de Corinthians e São Paulo
Paixão, esporte e fotografia: o dia-a-dia dos profissionais do Corinthians e do São Paulo
Documentar um evento por meio de imagens e conseguir passar emoção em pequenos detalhes, essas são as funções de um repórter fotográfico. No próximo domingo (2) é comemorado o dia da profissão e com ela histórias de toda uma carreira afloram.
Trabalhar em um grande veículo é o sonho de todo profissional e estar no Corinthians é uma das realizações de Daniel Augusto Jr. Há mais de 15 anos no clube alvinegro, o repórter fotográfico conta que começou em uma função diferente da exercida hoje. “Em 2003, eu recebi o telefonema de uma empresa de marketing que ia começar a fazer o site do Corinthians e no mesmo ano eu comecei fotografando pro site”, relata.
O trabalho do repórter aumentou com o crescimento do time e sua intuição jornalística o ajudou a encontrar maneiras de contar novas histórias. “O Corinthians caiu para a série B em 2007 e nesse tempo todo, de 2003 a 2007, eu sempre tive a ideia de fazer esse trabalho de acompanhamento full time. Eu achava que os bastidores de um clube grande poderiam render grandes histórias. A gente que é jornalista gosta de história, então eu sempre achei que o que ninguém vê daria boas histórias”, acrescenta.
Dois fatores importantes fizeram o trabalho de Daniel crescer: a queda do Corinthians para a Série B do Campeonato Brasileiro e a troca na diretoria do clube.
“O Andres (Sanchez) trouxe o Luis Paulo Rosenberg para a diretoria de marketing. O Luis Paulo trouxe o Caio. O assessor de imprensa na época era o Guilherme Prado e como o Caio já sabia dessa minha ideia de fazer internamente, no começo de 2008, me ligou e falou "Daniel, vamos fazer o Corinthians internamente?", e eu aceitei”, relembra.
Assim como Daniel, Rubens Chiri já trabalhava como repórter fotográfico anteriormente. Uma nova diretoria do São Paulo, que já conhecia o seu trabalho, passou a contar com seus cliques desde 2002. Seja em jogos importantes, eventos do clube ou bastidores, o repórter fotográfico vive a profissão quase integralmente.
Profissionalismo e amor pelo clube
Ser torcedor de um clube é algo que praticamente todo brasileiro exerce ao longo da vida. Trabalhar com o que gosta e com a paixão futebolística é unir o útil ao agradável. Para o são-paulino Rubens Chiri, trabalhar com o Tricolor é uma honra, mas o clubismo não pode ser limitador para futuras oportunidades de emprego.
"Você conhecer os bastidores faz aumentar essa paixão. Sempre fui são-paulino, mas eu acho que quando se é profissional é semelhante a ser um jogador de futebol. A sua paixão pelo clube não pode ser um limitador para você não trabalhar para uma outra equipe. No meu caso, no caso do Daniel, alguns profissionais conseguem conciliar. Mas trabalhar no clube de coração sem dúvida é muito gratificante, é melhor”, pontua.
O clique perfeito
Alcançar o clique perfeito, a imagem ideal, a foto que ninguém conseguiu. O incessante objetivo é colocado como meta para todos os dias do trabalho. Buscar a foto nunca feita já virou rotina para Daniel Augusto Jr e Rubens Chiri. Dar o melhor de si é proporcionar a sensação de dever cumprido.
"O repórter fotográfico, fotojornalista em si, está lá para documentar e você sai de casa sem saber o que vai encontrar. Eu fui numa partida de futebol e já vi a morte de um jogador. Eu já fui para um estádio de futebol e vi a morte de um torcedor e você não espera tragédia. Eu já vi brigas de torcidas, vi brigas de jogadores e invasão de torcedores no campo. Então você tem que estar preparado para todas as situações", conclui Chiri.
Para Daniel, o repórter deve entrar em campo com o que precisa ser feito em mente e dizer "hoje eu vou fazer a melhor fotografia da minha vida''. Segundo ele, a busca por uma boa fotografia é constante, então é natural que o fotógrafo faça aquela imagem que ninguém fez.
Por: Luis Eduardo Feitosa