Ex-presidente do Barcelona é preso na operação 'Barçagate'

Ao lado de outros membros da sua diretoria, ele é acusado de contratar uma empresa especializada em montar esquemas de difamação e desinformação nas redes sociais

por César Lui seg, 01/03/2021 - 09:32
Josep LAGO / AFP Bartomeu é acusado de montar esquema de fake news Josep LAGO / AFP

Josep Maria Bartomeu, ex-presidente do Barcelona, foi preso na manhã dessa segunda-feira (1) em operação que foi batizada pela imprensa espanhola como ‘Barçagate’. Ao lado de outros membros da sua diretoria - Oscar Grau, Jaume Masferrer e Gomez Ponti - ele é acusado de contratar uma empresa especializada em montar esquemas de difamação e desinformação nas redes sociais para fortalecer sua posição política no clube. Os dirigentes serão jugados por corrupção, lavagem de dinheiro e administração injusta.

A polícia realizou buscas na sede do clube nas primeiras horas da manhã do dia e logo em seguida se dirigiu a residência dos ex-dirigentes. Josep Maria Bartomeu renunciou ao cargo de presidente do Barcelona em 27 de outubro de 2020 após forte pressão política dentro do clube.

Tudo começou em fevereiro de 2020, quando foi revelado por uma emissora de televisão espanhola, a Cadenaser, um esquema em que o Barcelona, através do atual presidente, Josep Maria Bartomeu contratou a empresa l3Ventures, especializada em divulgação em massa de difamação e fakenews.

Um dia após a reportagem, o então presidente negou as provas apresentadas, mas cancelou o contrato com a l3Ventures. A partir da atitude, a pressão que já vinha por conta de resultados dentro de campo e as tomadas de decisão em casos de renovação, compra ou venda de jogadores só aumentou, pedindo a renúncia ou a antecipação das eleições presidenciais.

Em matéria pouco tempo depois, o El Pais informou que mesmo após a denúncias, Bartomeu continuava a usar perfis falsos e robôs para tentar se autopromover. A Cadenaser voltou a reportar que o Barcelona contava não só com a l3Ventures, mas ainda tinham outras cinco empresas de dados. A partir de junho uma operação judicial foi iniciada para apurar a situação.

Sobe as prisões efetuadas nessa segunda (1), a polícia da Catalunha não se refere só a essa compra de “fakenews”, mas também a uma falta de controle premeditado, que busca um benefício pessoal, falando de "delitos de administração desleal e corrupção entre particulares".

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