Estudo: Jogadores de futebol têm maior risco de demência
O estudo publicado pela revista científica The Lancet Public Health analisou os laudos médicos de mais de 6.000 jogadores de futebol no campeonato sueco da primeira divisão entre 1924 e 2019
Jogadores de futebol de alto nível, com exceção dos goleiros, têm um risco maior de desenvolver demência do que a população em geral, de acordo com um estudo sueco publicado nesta sexta-feira (16, noite de quinta em Brasília).
Um grupo de especialistas acredita que este estudo fornece "evidências convincentes" da relação entre o esporte mais popular do mundo e o aumento do risco de problemas cerebrais degenerativos.
Esta relação havia sido descoberta com a morte em 2020 de Nobby Stiles, campeão mundial em 1966 com a Inglaterra e que sofria de demência, e com outros casos registados em outras modalidades como rugby, futebol americano e hóquei, onde golpes na cabeça são frequentes.
O estudo publicado pela revista científica The Lancet Public Health analisou os laudos médicos de mais de 6.000 jogadores de futebol no campeonato sueco da primeira divisão entre 1924 e 2019.
Em seguida, os especialistas compararam a taxa de pessoas afetadas por problemas cerebrais degenerativos com a de uma amostra de 56.000 suecos.
Os jogadores de futebol tiveram um risco 1,5 vezes maior de sofrer de doenças como Alzheimer e outras formas de demência.
Os goleiros são exceção neste estudo, pois não sofrem tantos golpes na cabeça quanto os jogadores de linha.
"Esta pesquisa confirma a hipótese de que o jogo de cabeça explica essa relação" entre futebol e doenças cerebrais, disse à AFP o principal autor do estudo, Peter Ueda, do Karolinska Institutet.
Trata-se do maior estudo realizado sobre este problema desde outro realizado na Escócia em 2019 e que concluiu que os futebolistas tinham 3,5 mais probabilidades de sofrer problemas neurodegenerativos.