A estreita relação de Martin Luther King com os esportes

Ativista norte-americano não foi atleta, mas sabia bem da importância da prática esportiva na luta por igualdade e paz

por Felipe Holanda seg, 15/01/2024 - 18:10
Reprodução Há exatos 95 anos, nascia o lendário norte-americano Martin Luther King Jr Reprodução

Há exatos 95 anos, nascia o lendário norte-americano Martin Luther King Jr. Ele se tornou um dos mais importantes líderes mundiais da luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos e recebeu o prêmio Nobel da Paz, em 1964, quatro anos antes de ser assassinado na sacada de um hotel onde estava hospedado na cidade de Memphis, no estado do Tennessee.

O leitor deve estar se perguntando o que King e sua história tem a ver com o esporte? O LeiaJá relembra alguns fatos marcantes do ativista, que não foi atleta, mas sabia da importância da prática esportiva na luta por igualdade e paz.

Paixão pelo beisebol

Ainda quando era adolescente, Martin Luther King foi testemunha ocular do ingresso de Jackie Robinson nos Brooklyn Dodgers, sendo assim o primeiro negro a atuar na liga principal do beisebol americano, acontecimento que quebrou a barreira racial em um esporte tão popular no país.

Dez anos depois, já em fim de carreira, Robinson passou a ser porta da voz da luta por direitos civis. Impulsionado por King, ele fez excursões no sul dos EUA para dar palestras. Em uma de suas frases mais célebres, dizia.

“Se eu tivesse que escolher amanhã entre o Hall da Fama de Beisebol e plena cidadania para o meu povo eu escolheria a cidadania plena uma e outra vez.”

Braço direito de Muhammad Ali

Martin Luther King também foi importante em apoiar Muhammed Ali (à época Cassius Clay) para que ele pudesse para que pudesse ser declarado muçulmano sem sofrer perseguições pelos Estados Unidos. Os dois foram flagrados juntos uma vez em uma manifestação pela habitação justa na cidade natal de Ali, Louisville.

Ainda na década de 1960, mais precisamente em 1967, King invocou o pugilista em um de seus discursos, dizendo: “Como Muhammad Ali coloca, somos todos pobres vítimas do mesmo sistema de opressão.”

Os panteras negras

No ano seguinte, em 1968, os Estados Unidos se encontravam no auge da luta contra o racismo. Malcolm X havia sido assassinado há três anos e Martin Luther King meses antes dos Jogos Olímpicos da Cidade do México. Os dois assassinos teriam cometido o crime por vieses racistas.

O americano Tommie Smith venceu os 200 metros rasos, sendo o primeiro atleta a correr abaixo dos 20 segundos, e John Carlos ficou com o bronze na mesma prova. No pódio, ao invés de olharem para a bandeira e cantarem o hino, os atletas abaixaram a cabeça e ergueram o punho fechado, sinal do Movimento Panteras Negras, organização criada para combater a violência policial nos bairros negros.

Até hoje, o gesto no pódio é uma das imagens mais emblemáticas da história do esporte mundial.

Referência: “MLK wasn’t an athlete, but he understood importance of sports”. Artigo de Dave Zirin, 18/1/2010. Revista Sports Illustrated.

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