ONG acusa regime sírio de matar mais de 600 médicos
Uma ONG com sede em Nova York acusou as tropas do regime sírio de crimes contra a humanidade por terem assassinado 610 médicos e trabalhadores da saúde desde o início do conflito, em 2011, segundo um relatório apresentado na ONU nesta quarta-feira.
As forças de Bashar al-Assad atacam sistematicamente os hospitais, as clínicas e as equipes médicas há quatro anos, segundo o documento da ONG Physicians for Human Rights.
A organização indicou que 139 dos 610 trabalhadores médicos assassinados foram torturados ou executados.
No total, o documento informou sobre 233 ataques contra 183 hospitais e clínicas, alguns deles com barris explosivos.
"O governo sírio recorreu a todo tipo de técnicas: prisões nas salas de urgência, bombardeio de hospitais, tortura e inclusive assassinato de médicos que tentam atender os feridos ou doentes", denunciou Erin Gallagher, diretor de investigação da ONG.
Segundo o organismo, o governo de Damasco é responsável por 88% dos ataques contra hospitais sírios nos últimos quatro anos e por 97% das mortes de equipes médicas.
Estes ataques são considerados uma violação ao direito humano internacional, mas "quando são generalizados e sistemáticos, como ocorre na Síria, constituem um crime contra a humanidade", indica o documento.
Os números apresentados pela ONG no documento intitulado "Os médicos na mira: quatro anos de ataques contra as equipes médicas na Síria", usa fontes em terra.
"Os líderes do mundo não devem permitir que estes ataques se banalizem no conflito", acrescentou a diretora-geral da ONG, Donna McKay.
O ano de 2013 foi o mais letal para os trabalhadores da saúde, com 171 assassinatos.