Queda no IBC-BR reforça projeção de baixa de 2% no PIB
Recuo da economia brasileira só não será maior que o da Rússia este ano
O diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira, avalia que as quedas no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) - de 1,07%, em março ante março de 2014, com ajuste, e de 0,81% no primeiro trimestre do ano ante o último trimestre do ano passado - mostram que o período recessivo está vindo um pouco mais forte que o imaginado pela consultoria. "Já trabalhamos com uma projeção de queda no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 de 2%, ante uma estimativa anterior de 1,2%", disse Silveira.
Caso as projeções se concretizem, Silveira lembra que o recuo da economia brasileira só não será maior que o da Rússia este ano, entre as principais economias mundiais. "Os sinais de forte desaceleração em todos os setores já começam a se concretizar e ainda ocorrem em um cenário de inflação e juros altos, dificuldade para exportação e problemas pontuais de inadimplência", afirmou. "Essa desaceleração ainda deve seguir por mais um ano e meio", completou.
Silveira, no entanto, avalia que um contraponto ao fraco desempenho da economia brasileira vem do mercado financeiro. A alta recente na Bolsa, por exemplo, é um exemplo desse cenário mais otimista desse mercado, fruto, segundo ele, da condução feita pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Mesmo com a queda (da economia), o mercado financeiro faz leitura favorável da economia. Em que pese o mergulho profundo (dos indicadores econômicos), os investidores ainda têm leitura favorável do mercado brasileiro, porque existe a percepção de que economia está sendo bem conduzida, se procura gerar um superávit primário e uma melhora das contas públicas."